SBT São Paulo privilegia público específico e erra

Twittar

O SBT São Paulo, novo jornalístico diário do SBT, estreou semana passada como mais uma tentativa da emissora de afastar-se da imagem de jornalismo mundo cão que criou em sua história. A estratégia da nova direção de jornalismo da TV com este jornal é aproximar-se de um público mais seletivo, mais exigente e, com isso, fugir do exagero no popular.

Porém, nem apenas no popular o exagero é prejudicial. Todo ele o é, e o novo jornal da emissora de Sílvio Santos peca por mostrar um desespero desnecessário para atingir o público elitista do Estado de São Paulo. Um equívoco que pode custar o afastamento do verdadeiro público alvo da emissora que é a camada mais pobre da população.

Aqui ninguém defende que seja necessário realizar jornalismo cão e que o popular deve ser o foco de qualquer programa da TV brasileira. Mas o foco deve ser sempre o público em toda sua heterogeneidade e buscar o equilíbrio para que qualquer pessoa consiga assistir ao programa em questão. Não é o caso do SBT São Paulo que tenta demonstrar uma intelectualidade que, além de tudo, soa falsa.

Reportagens longas, distantes da realidade da maioria da população do Estado, dão o tom do programa que, além de tudo, é bastante curto. É compreensível o desejo do SBT em se afastar de um jornalismo violento e que não acrescenta nada, mas é preciso corrigir isso em seu jornal, para que não privilegie apenas uma camada da população.