quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Salve Jorge encontra seu caminho. E promete!

Por mais que este que vos fala discorde da opinião geral de que a primeira fase de Salve Jorge tenha sido das piores coisas da TV, é inegável que houve uma rejeição gritante para com a novela. Quando se há rejeição, cria-se uma espécie de birra e, por mais que haja um esforço de produção para melhorar os rumos do produto, as críticas continuam ecoando ainda por um tempo, principalmente quando elas são amparadas por números constrangedores de audiência.

Mas, verdade seja dita, nas últimas duas semanas, o folhetim das 21 Horas deu um salto de qualidade e tanto. A trama não era péssima, mas mostrava-se bastante arrastada numa espécie de Prólogo da História que a autora pretendia contar - a primeira fase com a protagonista ainda no Brasil e vivendo um romance com o mocinho. Independente disso, nas duas últimas semanas, com a preparação do roteiro para a primeira virada, o texto claramente ganhou agilidade, mesmo com diversos núcleos tudo foi se amarrando de forma mais clara e, a sensação de confusão que pairava nos primeiros capítulos, deixou de existir.

O capítulo de ontem foi, certamente, o primeiro a ser elogiado de forma quase unânime - quase porque a birra ainda permanece - e com razão. De longe, foi o melhor capítulo de Salve Jorge desde a estreia, mas não foi um momento solto e que não causa sequer esperança para o público. A autora preparou muito bem este momento de clímax criando situações importantes e que foram chamando a atenção do telespectador ao longo das últimas semanas.

O roteiro da novela vem muito bem amarrado e construiu uma relação forte que certamente irá agregar agora que a saga de sofrimento de Morena (Nanda Costa) finalmente começou. Enxergar, contudo, apenas a protagonista sendo inserida na trama mais atraente desde o início - o tráfico de mulheres - é simplificar. Todos os núcleos da novela se encorparam e ganharam vida, passaram a fazer sentido no contexto da história contada pela autora.

Mas é preciso frisar que o público sempre abraçou melhor o núcleo do tráfico. Por isso, olhando para trás, percebe-se que o Prólogo pretendido por Glória Perez tenha sido, talvez, o grande equívoco da autora. Tal qual Insensato Coração demorou quase 100 capítulos para construir a personalidade sórdida de Norma (Glória Pires) em sua vingança contra Léo (Gabriel Braga Nunes), arrastando a trama, em Salve Jorge foi desnecessário tantos capítulos para introduzir Morena ao núcleo do tráfico. Toda a história de amor entre ela e Théo (Rodrigo Lombardi) poderia ser contada de outra forma e bem mais rapidamente. A introdução - que serviu para construir a personalidade das personagens - acabou se tornando maior que o necessário.

Independente disso, está claro que não tivemos um capítulo solto. A história engrenou e isso é inegável. O roteiro tornou-se atraente e permitiu com que o elenco se destaque, como foi o caso de Totia Meireles e Nanda Costa. As duas protagonizaram uma excelente sequência nos dois últimos capítulos, desde a partida do Brasil, até a briga, já na Turquia. Nanda Costa, aliás, vem construindo uma protagonista dificílima e mostrando estar pronta para este árduo trabalho. A atriz vem fazendo bonito em cena.

Fato é que Salve Jorge encontrou seu caminho. Com a chegada de Morena a Turquia, o sofrimento da mocinha está apenas começando e a introdução para a história que a novela realmente pretende contar acabou. É hora de puxar a cadeira e acompanhar esse enredo que está apenas começando. E promete. 

Twitter Facebook Adicionar aos Favoritos Mais

 
Tecnologia do Blogger | por João Pedro Ferreira