sábado, 10 de março de 2012

Cenas Marcantes: Leno Santos

Hoje é dia de Cenas Marcantes. O quadro que o blog realiza para que nossos leitores relembrem as cenas marcantes da História de nossa teledramaturgia. Já falamos de diversas cenas importantes e que continuam para sempre no imaginário popular, além de serem importantes para a construção da história das telenovelas.

A escolha da cena é simples. O leitor interessado, basta enviar um email para o blog - no endereço editortvxtv@gmail.com - e nos diga qual a Cena Marcante para você. A partir daí, o blog irá colocá-lo no quadro. Não podemos garantir que sua cena venha para o blog logo em seguida a seu pedido, pois já há fila de espera, mas entraremos em contato e diremos quando a cena escolhida virá para cá.

Hoje é dia do leitor Leno Santos escolher a cena. Ele escolheu uma Cena Marcante, de fato. Uma sequência emblemática, numa novela ousada, corajosa e que tratou de forma sóbria a religiosidade no país. A Viagem, de Ivani Ribeiro, fez muito sucesso e foi aclamada por público e crítica. Uma das principais cenas foi a cena de morte de Diná (Christiane Torloni), descoberta por sua irmã - vivida por Lucinha Lins - através da mediunidade. Confira a cena:


O que Vale a Pena Ver de Novo?

Na próxima segunda-feira volta ao ar um dos grandes sucessos do horário das 18 Horas na década passada. Com uma audiência muito acima da meta em sua exibição original, Chocolate com Pimenta, obra de Walcyr Carrasco, substitui a conceituada e também campeã de audiência Mulheres de Areia. Esta já é a segunda reprise da trama de Carrasco, fato que gerou estranheza na escolha da novela para assumir o horário da tarde da Rede Globo.

Mas, como decidir qual a melhor novela para determinado momento no Vale a Pena Ver de Novo? O programa já se provou um grande acerto da emissora, pois permite que o telespectador reveja novelas de sucesso e novos telespectadores sejam agregados ao hall de fãs do produto. Porém, não são poucas as vezes que produtos escolhidos mostram-se equívocos e apresentam audiência muito abaixo das expectativas da emissora e, com isso, acaba por prejudicar boa parte do restante da grade.

Chocolate com Pimenta foi um grande sucesso de Walcyr Carrasco com audiência que impressionou a todos. A qualidade do produto pode ser discutida por apresentar as mesmas situações que o autor se repete, mas é preciso lembrar que, ao escrever este folhetim, estes recursos ainda eram quase inéditos para o autor. Porém, é indiscutível que ela mexeu com os telespectadores, tanto que em sua primeira reprise apresentou também excelente audiência.

Ainda assim é difícil prever o que pode acontecer, pois corre-se o risco do produto estar saturado por estar fresco - e refrescado - na mente da audiência. Neste ponto, começa-se uma discussão importante. O que é melhor para o Vale a Pena Ver de Novo? Uma trama recente ou uma produção mais antiga? Há os que preferem produtos mais antigos, como Mulheres de Areia, pois são obras que ainda estão no imaginário popular, porém as pessoas lembram-se muito pouco da história e isso certamente atrai audiência. Outros setores são enfáticos em dizer que obra antiga não é o foco e nunca foi do Vale a Pena Ver de Novo, porque obra antiga é de outra geração e não da que assiste o programa todos os dias, e para estas pessoas, uma novela recente, campeã de audiência, é muito mais atrativa.

Difícil saber quem tem razão, o ideal, contudo, é manter o revezamento entre novelas recentes e mais antigas, assim, todos saem ganhando e é possível medir com calma o perfil do telespectador no horário e descobrir o que ele procura. Ainda que a reprise da reprise possa parecer exagerada, em novelas como Chocolate com Pimenta, em que o público se envolve com o humor descompromissado, existe a possibilidade do acerto. E ela não é pequena.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Rebelde não precisa de segunda temporada

A Record ficou em dúvida, levou tempo para fazer o anúncio, mas finalmente decidiu pela manutenção da novelinha teen, Rebelde. Com a segunda temporada garantida, com data prevista para início nos próximos dias, fica uma reflexão para todos nós sobre esta decisão: exatamente pra que a emissora vai levar ao ar mais uma temporada?

A novela nunca aconteceu, de fato. Sem audiência explosiva, sem conseguir destaque midiático e, principalmente, sem histórias que conseguissem envolver ou chamar a atenção, Rebelde sempre se mostrou um problema, mais do que isso, um constrangimento para a teledramaturgia, pois nunca conseguia se firmar pela qualidade de texto ou elenco.

As características folhetinescas de Rebelde sempre incomodaram. O maniqueísmo abusivo e a falta de capacidade de se aprofundar, um pouco que seja, na realidade dos adolescentes e jovens do Brasil, chamavam a atenção - e de forma bastante negativa. Ao invés de tratar de temas que pudessem dialogar com o jovem brasileira, a autora optou por encher a trama com tons de novela mesmo, vilanias, historinhas vazias de amor, mas nenhum tema importante de verdade.

Se é para ser mais do mesmo, Rebelde já cumpriu seu papel. Uma história vazia mostrando personagens que não tinham muito a acrescentar e uma história que era só mais uma no meio da teia da dramaturgia nacional. Não há nenhum motivo que justifique a segunda temporada da novela. Se nem na primeira temporada a trama conseguiu criar situações, temas e diálogos que chamassem a atenção para o debate, ter outra temporada mostrando as mesmas situações vazias, de entretenimento barato para que?

Muitos podem defender a manutenção do produto por conta da Banda. Mas, é importante frisar, novela não é feita para levar fama a grupo musical. Se a música chama mais a atenção que o roteiro, algo está errado. E, de qualquer forma, a banda já aparenta ter seu público e seu espaço próprio. Seria o caso do elenco decidir se querem continuar cantando ou manter a carreira em novelas e irem para outras produções. Mas segunda temporada de Rebelde não dá para engolir.

quinta-feira, 8 de março de 2012

A Força da Mulher como Elemento Dramático

Dia 08 de Março e todo o Planeta comemora o Dia Internacional da Mulher. Independente das causas e objetivos desta data, é preciso entender a força que as mulheres causam na sociedade, o impacto de sua presença e crescente participação em todas as camadas foram a marca dos últimos 100 anos e mudaram a forma como o homem enxerga o mundo.

Na TV esta verdade não é exceção. As telenovelas brasileiras sempre trataram o tema com uma naturalidade que impressiona, portanto, já faz parte do imaginário popular enxergar mulheres de fibras, com personalidade marcante e que conduzem quase sempre toda a linha narrativa. A quantidade de mulheres que são o centro das atenções nos folhetins é infinitamente superior aos homens.

É bem verdade que o público maior destes programas é justamente o público feminino que anseia por identificar-se com mulheres de fibra de coragem. Às vezes, a personagem em questão nem tem tantos elementos da vida real, mas é a personificação daquilo que toda mulher quer ser. É a caricatura da mulher forte, corajosa que todas buscam para si, por isso, a identificação torna-se imediata.

Num país em que beber da fonte de criatividade para a teledramaturgia é quase uma obrigação, pois é produzido muito, focar-se na mulher como tema central é uma saída inteligente, pois são tantas as facetas que podem ser tratadas que seria impossível enumerar todos. A mulher tem característica própria e que casa muito bem com a carga dramática para a formação de uma linha narrativa saudável e que prenda a atenção da audiência.

Somente em 2012 os exemplos são gritantes. Mulheres de fibra são vistas o tempo todo na dramaturgia. A recém finalizada A Vida da Gente mostrou mulheres fortes em todo seu elenco, enquanto os homens eram fracos, eram elas quem dominavam. E o que dizer de Fina Estampa em que vilã e mocinha travam batalhas homéricas? Tal qual Vidas em Jogo em que há todo tipo de mulher, inclusive a que é, sem ter nascido mulher.

Mas o exemplo mais emblemático é nas séries As Brasileiras. Todo o enfoque narrativo é para as mulheres. A descrição - machista é bem verdade - da mulher brasileira é a razão de ser da produção e mostra como as características das mulheres são fundamentais e, talvez, a principal fonte de inspiração para a teledramaturgia atual.

Neste dia 08 de Março, a mulher brasileira é homenageada na ficção pela quantidade de características mostradas em diversos folhetins. Este é o parabéns da TV brasileira.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Comparativo de Audiência - 21 Horas - média parcial

Média-parcial diária de novelas das 21 Horas até o capítulo 170


Fina Estampa: 38,88
Insensato Coração: 35,26
Passione: 34,05
Viver a Vida: 35,14
Caminho das Índias: 37,40
A Favorita: 38,78
Duas Caras: 40,15
Paraíso Tropical: 42,54
Páginas da Vida: 47,28
Belíssima: 47.14
América: 48,03
Senhora do Destino: 48,84
Celebridade: 44,38
Mulheres Apaixonadas: 45,85
Esperança: 37,37
O Clone: 44,78

A Religião nas telenovelas. Até onde ir?

Uma temática recorrente nas telenovelas mundiais é o uso da religião como fonte de inspiração para a manutenção da linha narrativa das tramas. A religião sempre permitiu sopro de criatividade nas mãos de autores consagrados, mas sempre funcionou quando era utilizada como pano de fundo ou mero elemento de cenografia. São raras as ocasiões em que a religião foi protagonista de uma história e ela conseguiu se adequar a todos os tipos de público.

O exemplo mais emblemático disso, talvez, seja a primeira novela de Elizabeth Jhin para a Rede Globo. A autora do atual folhetim das 18 Horas estreou como titular na assinatura de uma obra com Eterna Magia. A proposta inicial desta produção era apresentar para o público uma religião fascinante, porém cheia de mistérios, falta de conhecimento e até ignorada pelos brasileiras: A Wicca. A trama, apesar de linda, foi duramente criticada por membros de outras religiões e rejeitada prontamente pelo público, sempre tradicional, e teve que receber mudanças drástica para se manter no ar.

Atualmente, Jhin apresenta em Amor Eterno Amor um tema um tanto quanto delicado do espiritismo. Os pouco conhecidos índigos. O protagonista da novela é uma criança índigo e o folhetim tenta construir sua linha narrativa através do tema, sem contudo se aprofundar ou utilizar esta palavra. No texto do segundo capítulo, a personagem Verbena serviu como voz da autora ao explicar: "acredito que toda criança nascida nas três últimas década veio para tornar este mundo um pouco melhor".

Aparentemente Jhin aprendeu com os problemas enfrentados por Eterna Magia e sabe o caminho a percorrer para não ter uma trama religiosa rejeitada. Escrito nas Estrelas, seu segundo trabalho na emissora, também apresentou temas religiosos, mas sem utilizar a fé como ponto principal, ela conseguiu agradar o público. A expectativa é que isso se repita com a trama atual.

Mas até onde um autor deve ir ao abordar a religião em suas obras? É uma pergunta delicada e exige muita reflexão, mas o ideal é que o novelista saiba exatamente qual sua proposta ao inserir a religião. Quando se apresenta quaisquer religiões como protagonista ou fio condutor de uma proposta, o autor precisa compreender que está trilhando um caminho perigoso, pois está lidando com a fé humana. O brasileiro leva religião muito a sério para enxergá-la apenas como elemento ficcional na construção narrativa, portanto, se um autor apresenta uma religião como única verdade e esta religião é contrária a fé do telespectador, é provável que ele perca este público.

Evidente que existem exceções. O caso mais conhecido é a novela A Viagem que teve o espiritismo como principal mote e agradou a todos, pois Ivani Ribeiro soube dar o tom correto de ficção de forma que as outras fés não se sentiram ofendidas. Em contrapartida, Alma Gêmea, outra novela espírita, não tratou do tema com seriedade, mas o colocou apenas como alegoria e por isso o telespectador mal se preocupou com o assunto, mantendo-se focado apenas no enredo. Duas Caras também apresentou o tema, ao mostrar o lado fanático dos evangélicos e causou a ira destes por tratar de forma caricata a religião É difícil acertar quando se propõe a falar de religião, mas ignorar este fenômeno também seria um equívoco, pois ele faz parte do ser humano. O desafio é acertar na dosagem.

terça-feira, 6 de março de 2012

Cenas Marcantes: Ruan Muller

O TVxTV está retomando o projeto Cenas Marcantes, em que uma pessoa poderá escolher uma única cena que marcou sua vida em algum momento. Toda semana o blog abrirá espaço para divulgar essas cenas que fazem parte da História da Teledramaturgia Nacional. Se você tem alguma cena em sua memória que te marcou em algum momento, mande um email para o blog e teremos o maior prazer de colocar você neste espaço. Escreva-nos para o editortvxtv@gmail.com

Agora é a hora de falarmos da Cena Marcante de hoje. A cena foi escolhida pelo leitor Ruan Muller que pegou uma das cenas mais conhecidas da teledramaturgia nacional. Na novela Laços de Família, de Manoel Carlos, Camila decide raspar sua cabeça, pois seus cabelos estavam caindo em grande quantidade por causa do tratamento contra a leucemia. Confira a cena que parou o Brasil e fez muita gente chorar.

Mulheres Ricas conquistou o público

Chegou ao fim na noite da última segunda-feira, 05, a primeira temporada de Mulheres Ricas. Produção nacional inspirada no Reality americano Real Housewives e que chegou ao Brasil pelas mãos da Band, chamando a atenção do telespectador desde o seu primeiro episódio e, ao longo de toda a primeira temporada, permitiu inúmeros momentos hilários.

Com as protagonistas do show escolhidas a dedo, a Band conseguiu construir no imaginário popular, histórias inimagináveis de glamour, desperdício de dinheiro e futilidade indescritíveis. Todas as participantes tiveram seus momentos impagáveis e mostraram uma química que impressionou durante todos os momentos em que estavam no ar.

As mulheres, sabidamente, criaram personagens para um programa de TV. Longe de ter uma vida badalada daquelas, elas mostraram apenas o lado bonito e cheio de glamour da riqueza e do prestígio entre a camada mais alta da sociedade brasileira. Com isso, muita gente da crítica pegou pesado com a atração e considerou o programa ruim. Provavelmente essas pessoas esperavam um programa sóbrio e se assustaram com o bom humor e leveza que se viu no ar.

O roteiro foi o ponto alto de Mulheres Ricas. Um programa de puro entretenimento e que chamou a atenção do telespectador e causou inúmeros bordões e discussões o tempo todo em que esteve no ar. Por mais que a Band tenha errado em alguns momentos na direção e produção - e eles não foram poucos - o programa sai do ar com um saldo positivo e já deixa saudades.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Com didatismo, mas sem apresentar nenhuma premissa, Amor Eterno Amor tem estreia discreta

Estreou nesta segunda,feira, 05, a nova novela das 18 Horas. Com assinatura de Elizabeth Jhin (Eterna Magia, Escrito nas Estrelas), Amor Eterno Amor chega com o objetivo de recuperar a audiência e recolocar o horário dentro da meta proposta pela Rede Globo. A tirar pelo primeiro capítulo, o caminho será longo, ardiloso e cheio de espinhos.

Com um primeiro capítulo bastante diferente de seus trabalhos anteriores, Jhin optou pelo didatismo para tentar prender a atenção do telespectador. Com longas cenas, narração em off, explicações lentas e pausadas sobre a estrutura narrativa de seu folhetim, a autora tentou ser o mais minimalista possível, porém carregou demais na tinta e acabou por se esquecer de um detalhe importante: apresentar uma premissa convincente para prender o público.

O texto desta estreia também incomodou um pouco. Os diálogos extremamente maduros e adultos para duas crianças, entre os protagonistas, acabaram por não transmitindo nenhuma verdade e acabou por chamar a atenção mais pela tentativa forçada de impor à audiência um amor eterno e que venceria qualquer barreira, mas que não convenceu ninguém.

Com a premissa confusa e sem dizer a que veio, tudo ficou forçado. Ninguém sabe ao certo o motivo do protagonista ter um dom para amansar animais (esse dom serve para que?) e é protegido por um anjo. Nem tão protegido assim, afinal, se perdeu de sua família rica quando ainda era pouco mais que um bebê. É com essa trama confusa que Amor Eterno Amor tenta fisgar o telespectador.

A princípio, a caracterização das personagens também prejudicaram. Perucas exageradas e que não fizeram qualquer sentido em cena chamaram a atenção mais pelos exageros do que pela qualidade, como se tivessem sido emprestadas das minisséries da Rede Record. Assim como a construção da vilã de Cássia Kis, Melissa, pareceu muito caricata e sem convencimento algum. Tal qual a abertura que, apesar de colorida e bem pensada, não dialoga com a premissa. Se a estreia tentou mostrar crianças com conversas adultas, a abertura narra a saga adulta de forma infantil. Ou seja, contraditório.

Com tantas passagens de tempo, é impossível dizer quem do elenco se destacou, somente mais alguns dias é que poderemos enxergar melhor a composição de cada personagem e, assim, os destaques do elenco que tem nomes de peso. A direção mostrou-se firme e com uma fotografia impecável, o que vem se tornando marca registrada do horário.

É cedo para dizer se a novela será boa ou ruim, porém, a princípio, Amor Eterno Amor não convence e não consegue imprimir um ritmo adequado para mostrar uma premissa forte e uma história bem amarrada. Mas os próximos capítulos dirão mais.

Comparativo de Audiência - 19 Horas - média parcial

Média-parcial diária de novelas das 19 Horas até o capítulo 120 


Aquele Beijo: 24,94
Morde e Assopra: 28,69
Tititi: 28,68
Tempos Modernos: 23,24
Caras e Bocas: 30,23
Três Irmãs: 24,81
Beleza Pura: 28,00
Sete Pecados: 30,03
Pé na Jaca: 29,53
Cobras e Lagartos: 36,84
Bang Bang: 27,56
A Lua me Disse: 32,40
 Começar de Novo: 32,83
Da Cor do Pecado: 41,71
Kubanakan: 36,81
O Beijo do Vampiro: 27,65
Desejos de Mulher: 32,27

Comparativo de Audiência - 18 Horas - média geral

Média-geral Diária de novelas das 18 Horas


A Vida da Gente: 21,84
Cordel Encantado: 25,92
Araguaia: 22,82
Escrito nas Estrelas: 25,57
Cama de Gato: 24,35
Paraíso: 25,51
Negócio da China: 20,39
Ciranda de Pedra: 22,05
Desejo Proibido: 23,40
Eterna Magia: 25,86
O Profeta: 32,78
Sinhá Moça: 33,39
Alma Gêmea: 38,61
Como uma Onda: 27,16
Cabocla: 34,17
Chocolate com Pimenta: 35,56
Agora é que são Elas: 28,60
Sabor da Paixão: 24,12
Coração de Estudante: 30,19

Domingo na TV: Domingo Legal

O blog, como se sabe, lançou uma série especial de textos que vão ao ar todas as segundas-feiras. O Domingo na TV propõe um debate semanal sobre a programação dominical das principais emissoras de TV do país. Por este espaço já passaram discussões sobre Eliana, Tudo é Possível e Domingão do Faustão. O quarto texto volta ao SBT e fala do Domingo Legal.

Tão tradicional quanto o programa do Faustão na emissora concorrente, o Domingo Legal tem quase duas décadas no ar, apesar de ter mudado completamente de formato desde que estreou e, há pouco tempo, de apresentador. Com a marca de Gugu Liberato, responsável por uma apresentação impecável que lhe rendeu um ano inteiro de liderança ininterrupta no fim dos anos 90, a direção teve dificuldade em retirar a marca do apresentador de seu produto.

Isso já faz parte do passado. O Domingo Legal de Celso Portiolli não lembra em nada o que era apresentador por Gugu e que era voltado para toda a família. Atualmente não há qualquer marca impressa neste programa. Sem identidade, com quadros que ultrapassam a linha da crítica, há momentos de constrangimento público e outros em que só podemos nos sentir penalizados por ver uma estrutura tão desperdiçada.

Inspirado nos diversos programas, mas principalmente no antigo Gente Inocente, o quadro infantil que abre o programa mostra um total despreparo na escolha dos participantes. Crianças sem qualquer carisma, caricatas e que não sabem fazer nada, nem cantar, nem dançar e nem tocar, são jogados no palco para passar o tempo e esperar dar meio-dia para o programa começar de verdade. Claramente insatisfeitos com o horário, apresentador e direção, não se importam em pagar mico em Rede Nacional.

Quadros de internet que ocupam quase uma hora do programa, apresentação musical que torna o palco uma "bagunça organizada", ainda que repita a mesma música por 800 vezes, show de mágica com direito a telespectador entrando via telefone e sendo maltratado pelo telespectador. Tudo isso foi visto até pouco depois da metade do programa. Ou seja, puro show de mau gosto.

O único quadro que chamou a atenção positivamente foi o de Lola, escolhendo uma fã para conhecer Luan Santana. Transformando o sonho da menina num pesadelo momentâneo, com direito a tortura emocional, o quadro chamou a atenção pela criatividade e também pelo carisma de Lola que soube conduzir cada fase até o momento ápice.

Em compensação, o quadro que colocou os sósias do jogador Neymar foi tão escroto que fica difícil fazer uma crítica séria porque não possível que a direção ou o apresentador queiram ser levados a sério com esse tipo de conteúdo. Tal qual o show de talentos, uma espécie de se vira nos 30 amadora que fechou o programa da mesma forma triste como começou.

Se o Domingo Legal já teve seu tempo de auge, hoje ele não é nem uma caricatura de si próprio, é apenas um show de horrores, um espetáculo da pior espécie em que a direção zomba do telespectador e desperdiça tempo e dinheiro para a emissora. De longe, o pior programa avaliado até o momento e que ainda conta com um apresentador completamente despreparado para encarar um programa de auditório dominical. Um puro desperdício de tempo.

domingo, 4 de março de 2012

Rede Globo aprende com nanicas e desrespeita telespectador

A Rede Globo realizou um feito inesperado. Agiu completamente contrariamente ao seu Padrão de Qualidade e tomou uma decisão muito mais vista em emissoras menores. Sem qualquer preparo para o público, adiantou o último capítulo da novela A Vida da Gente em quase trinta minutos. Quem não assiste a emissora bem antes, e sintonizava apenas no horário do folhetim, perdeu metade do capítulo.

Na quinta, dia do penúltimo capítulo, tudo foi normal. O início aconteceu exatamente 18h28, horário tradicional do início da novela já há algum tempo. Na sexta, com o capítulo de despedida bem maior que um normal, a emissora adiantou e a trama entrou no ar às 18h04, ou seja, 24 minutos antes do horário tradicional. Isso sem qualquer aviso para o público.

O fã de telenovelas sabe que novelas das 18 e 19 Horas sempre começam mais cedo em seu último capítulo, mas normalmente é cerca de 10 minutos de diferença, no máximo. Neste ponto, há tradição e a audiência média já está acostumada com esse tipo de situação. O inexplicável é antecipar em quase meia hora e deixar o "consumidor" desnorteado com essa atitude.

Por mais que o capítulo tenha sido imenso - e foi - uma atitude dessa mancha a principal característica da emissora que é o respeito pelo telespectador. Haviam inúmeras outras alternativas para solucionar esta equação. A direção de programação da emissora decidiu optar pela pior delas, e mais fácil também, atitude confortável que não exigiu grandes ajustes, porém, prejudicou não apenas o telespectador, mas a audiência do capítulo e, principalmente, a credibilidade da Rede Globo.

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