sábado, 13 de fevereiro de 2010

As melhores novelas da década

Chegou o dia do blog realizar aquela lista que todos gostam tanto. Hoje, vou colocar aqui as 10 melhores novelas da década. Minha inteira opinião, portanto minha responsabilidade. Pra falar a verdade fiquei chocado ao ver a relação das novelas da década e chegar a conclusão que achar 10 novelas acima da média foi impossível. Na verdade apenas as 5 primeiras são excelentes. As outras são boas, mas não apareceriam entre as melhores de todos os tempos - nem entre os 30 primeiros lugares. Década difícil essa. Vamos a lista:

10 - As filhas da Mãe - 2001
De: Sílvio de Abreu



Novela que não correspondeu nos números de audiência. A própria Globo detectou que a novela era muito vista pelas classes A e B e rejeitada pelas C,D e E. Complexa, com uma trama complicada e cheia de piadas satirizadas e clássicas, a obra não envolveu o público e acabou sendo esquecida em pouco tempo. Mesmo assim, é um dos trabalhos de destaque de Sílvio de Abreu, mostrando um humor ácido, inteligente e diferente. Uma grande inovação para o segmento de novelas. O elenco todo esteve muito bem, mas os destaques foram mesmo para mais um banho de atuação de Fernanda Montenegro e Raul Cortez, e Andréa Beltrão e Cláudia Raia que roubaram a cena.

9 - Paraíso Tropical - 2007
De: Gilberto Braga e Ricardo Linhares



Novela parecida com todas do autor. Marca registrada de Gilberto Braga desde Vale Tudo. E de novo deu certo, só pra variar um pouco. Trama inteligente, cheia de mistério, bom humor, mostrando personagens confusos e, as vezes, estranho, mas cheios de vida. O autor não inovou em nada, manteve o mesmo estilo misterioso, com vilões pérfidos e mocinhos bobos que sempre deu resultado. O público aprovou. Os destaques ficaram mesmo por conta de Camila Pitanga e Wagner Moura que fizeram o público dar grandes risadas em suas cenas "di catiguria".

8 - Essas Mulheres - 2005
De: Marcílio Moraes



Uma das primeiras novelas da nova fase da Rede Record que realmente dava para assistir. Marcílio Moraes acertou em cheio a juntar três das principais personagens femininas da literatura brasileira. O autor soube dosar com maestria a personalidade de cada uma delas, principalmente de Aurélia Camargo, diva de José de Alencar no livro Senhora. A novela foi um grande acerto da emissora e ainda hoje é lembrada pelos fãs com saudades, graças a sua qualidade técnica, de texto, de elenco e de tudo. Uma baita novela. Destaque absoluto para Christine Fernandes, a dona da novela que deu uma aula de interpretação dando vida a Aurélia. Ela foi exatamente como imaginávamos a personagem ao ler o livro.

7 - Cobras e Lagartos - 2006
De: João Emanuel Carneiro



Após engrenar o maior sucesso de todos os tempos no horário das 7, com Da Cor do Pecado, João Emanuel Carneiro voltava com uma trama diferente. Alegre, divertida, com história super leve, Cobras e Lagartos conquistou o público logo de cara por seu jeito divertido de ver a vida. Personagens simples, mas ao mesmo tempo com histórias super interessantes e que se aproximavam muito do real chamou a atenção e tornou a novela o 2º maior sucesso do horário e, graças a isso, o autor foi promovido ao horário nobre. Os destaques da trama ficaram por conta de Lázaro Ramos e Taís Araújo que formaram a dupla mais divertida da novela e das novelas em muito tempo, com cenas hilárias e muito inteligentes.

6 - Alma Gêmea - 2005
De: Walcyr Carrasco



Uma trama espírita que carregaria o estigma de ser comparada a excepcional A Viagem. Alma Gêmea se livrou logo disso ao se mostrar uma trama diferente, de humor e cheia de situações bizarras. Humor pastelão, texto infantil, situações fantasiosas. Tudo isso conquistou o público que aprovou o jeito de se fazer novela com a marca Walcyr Carrasco de ser. O sucesso da trama fez com que ela se tornasse um fenômeno de audiência, maior do horário das 6 e chegasse a incríveis 50 pontos de audiência em alguns capítulos. O destaque absoluto da novela foi Flávia Alessandra que interpretou a pérfida Cristina e soube com maestria criar trejeitos e emoções para a vilã. A novela atualmente está sendo exibida no Vale a Pena ver de Novo e novamente é fenômeno de audiência.

5 - Celebridade - 2003
De: Gilberto Braga



O mesmo texto utilizado para falar de Paraíso Tropical se encaixaria com perfeição para Celebridade. Enredo muito semelhante e a mesma fórmula que Gilberto Braga utiliza em toda a carreira de autor, e sempre funciona, parece incrível. Celebridade conquistou o público com seus muitos e infindáveis núcleos, com todo tipo de personagem e, principalmente por seus vilões, porque os mocinhos foram - como em toda novela do autor - ignorados pelo grande público. O elemento "Quem matou?" foi utilizado novamente e com sucesso. O que atrapalhou e derrubou a colocação da novela foi o último capítulo infeliz e cheio de erros. Destaques para a dupla de vilões, Cláudia Abreu e Fábio Assunção. Ainda hoje, muita gente considera Laura Prudente da Costa a maior vilã das novelas brasileiras. Pra sempre cachorrona.

4 - Cama de Gato - 2009
De: Duca Rachid e Thelma Guedes



A novela das 6 que está no ar atualmente tem muita qualidade. Impressiona pela agilidade e pode ainda subir posições neste ranking quando a trama terminar. Ágil, surpreendente para o horário Cama de Gato mostrou que é possível criar uma trama envolvente, cheia de personagens complexos, com complexidade mesmo no horário das 6. Destaque para o quarteto de protagonistas Camila Pitanga (vivendo Rose), Marcos Palmeira (no papel de Gustavo Brandão), Paola Oliveira (como Verônica) e Carmo Dalla Vecchia (interpretando Alcino) que se encaixaram perfeitamente e tem uma química que impressiona. É certamente uma das gratas surpresas do horário, essa novela.

3 - Belíssima - 2005
De: Sílvio de Abreu



Uma novela com a assinatura de Sílvio de Abreu. Tinha como não ser sucesso? Desde o primeiro capítulo uma mistura de suspense, pornochanchada e humor pastelão tornou Belíssimo um sucesso imediato e febre entre o público. Cansado do tal "Quem matou?", Sílvio de Abreu mais uma vez inovou ao criar algo muito mais complexo. Um vilão que estava por trás de um plano maquiavélico para roubar tudo da protagonista e sem aparecer. A novela foi febre no país, a trilha sonora, as roupas, o jeito de falar, tudo caiu no gosto popular de forma incrível e, talvez, foi a última novela a conseguir isso no país. Destaques foram muitos: Glória Pires e sua protagonista complexa, Tony Ramos dando show, Cláudia Abreu incorporando a mocinha chorosa, Irene Ravache com o personagem mais divertido da história das novelas. Mas a novela teve uma dona, Fernanda Montenegro em sua primeira grande vilã na TV. Bia Falcão foi amada, idolatrada e mesmo fora da novela por quase três meses, continuou sendo o centro das atenções.

2 - Poder Paralelo - 2009
De: Lauro César Muniz



A segunda novela da Rede Record na lista. A melhor novela da história da emissora. Mostrou um Lauro César Muniz inspiradíssimo ao criar personagens complexos, tramas difíceis e texto primoroso. A novela é baseada no livro "Honra ou Vendetta" do jornalista Sílvio Lancellote e apresenta o mundo da máfia com raízes na Itália, mas completamente infiltrada no Brasil. Uma novela ágil, violenta, sem pudores, mas sem apelações. Lauro César mostrou ser possível criar uma novela que se aproximava da qualidade do Cinema. Um elenco que estava feliz, pela primeira vez na Record um elenco realmente bom, mas a novela foi toda de Paloma Duarte, interpretando Fernanda Lyra, a personagem de sua vida, a atriz deu - e ainda dá - um banho de atuação que a coloca entre as principais atrizes do país na atualiadade.

1 - A Favorita - 2008
De: João Emannuel Carneiro



A novela mais excepcional de todos os tempos tinha realmente que ser a melhor novela da década. A trama mais inovadora da TV, ao não apresentar mocinha ou vilã no início, ao deixar o telespectador na dúvida, ao mostrar dubiedade e, após todos fazerem sua escolha, mostrar uma mocinha sofredora e uma vilã tórrida, cruel e muito, muito mesmo, divertida. A Favorita foi a primeira - e a única - novela da Rede Globo impossível de se perder, tal o ritmo alucinante da trama. A primeira novela da TV brasileira sem barriga, seguiu um ritmo maluco, ágil, e intenso que fez com que nos apaixonássemos pelo jeito de João Emanuel Carneiro escrever mistério. Todo o elenco foi o destaque da trama, ninguém esteve abaixo, todos dando conta do recado e fazendo da obra um grande sucesso, mas não podemos nos esquecer da maior vilã de todos os tempos, Flora Pereira da Silva. Patrícia Pilar mostrou porque é respeitada no país como uma grande atriz, roubou a cena, foi aplaudida de pé e venceu todas as premiações do Brasil por este trabalho. A melhor novela, sempre.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Lost: What Kate Does

*Texto com spoiler


O 3º episódio de Lost exibido nos EUA nesta semana - e claro que em todos os computadores brasileiros dos fãs da série - trouxe certa polêmica entre os admiradores da série. Muitos não gostaram do episódio, outros acharam bem interessante a visão dos roteiristas e a forma de se mostrar os fatos - eu estou entre os últimos.

É evidente que "What Kate Does" nem de longe foi o episódio eletrizante, cercado de respostas e novas perguntas como foi a estréia da 6ª e última temporada de Lost. Porém, o charme da série mais vista no mundo em todos os tempos, ao menos pra mim, nunca foi saber o que é a ilha, o que é o monstro de fumaça, e tantos outros mistérios que cercam o roteiro. Lost, ao meu ver, é muito mais que uma série de ficção, é uma série de conflitos humanos, de relações profundas, complexas com pessoas diferentes e iguais ao mesmo tempo e este episódio mais uma vez mostrou isso com maestria.

Está muito interessante enxergar a personagem sob dois primas - aliás como sempre foi na série - e sob dois primas paralelos, diversos, porém aparentemente conectados. A Kate super fugitiva do mal, ladra de táxis, sequestradoras de moças grávidas continua cool como era na longínqua 1ª temporada. Porém, entra o destino, mais uma vez o destino - lembram dele? Tão falado na 2ª temporada - e a série mais uma vez mostra ser impossível vencer o destino.

Kate e Claire novamente se conhecem, numa situação absolutamente inusitada, e, o lado bom de Kate impera novamente - assim como na ilha - e ela volta para ajudar Claire. As duas novamente conectadas, as duas novamente lado a lado num momento tão próximo do filho de Claire nascer. Exatamente como na ilha, no momento das contrações, era Kate quem estava próxima.

Lost mostra o poder do destino, seja no passado, seja no presente, seja no futuro e, agora, seja em dimensões paralelas, é impossível mudar o seu destino, é impossível vencer aquilo que está traçado. Na Ilha, a grande redenção de Kate foi ajudar Claire no parto de Aaron - aliás, ver Claire gritar o nome "Aaron" no momento das contrações, meio sem querer, foi muito legal - e agora, novamente ela estava lá, para se redimir também.

A série trata de forma interessante duas crianças redentoras. Walt foi para Michael a redenção de uma pessoa frustrada, sem futuro, sem vida. Agora, Aaron foi também a redenção da criminosa Kate e, pelo visto, na outra dimensão, também será. E foi muito legal ver Ethan como o médico super agradável de Claire. Ver o Ethan fora da ilha, em outra dimensão, significa dizer que Ben, Juliet e cia também estão em LA sãos e salvos?

Enquanto isso, na Ilha, tudo continua muito chato. Os Outros - que não são os mesmos, mas continuam sendo os Outros - nem de longe se comparam a Ben, Juliet e sua turma cool. O Jack, aliás, bem que poderia ser afogado naquele lago que salvou o Sayd, nesta temporada ele está ainda mais chato.

O momento Ilha foi salvo por duas situações. Sawyer chorando com a caixinha nas mãos e lembrando de Juliet para, em seguida dizer a Kate que iria pedir Juliet em casamento. Um dos momentos mais marcantes da série, sem nenhuma dúvida. E os segundos finais, a volta de Claire, o reaparecimento da personagem na ilha, possuída pelo espírito da Rosseau.

De qualquer forma "What Kate Does" trouxe não respostas para os mistérios da série, mas trouxe respostas para as personagens. Respostas para Kate, respostas para Jack, repostas para Jim. E, justamente esse diferencial, tornou o episódio tão atraente.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Sem A Fazenda a Record deve melhorar


Terminou ontem a 2ª edição de A Fazenda pela Rede Record - e, cá entre nós, já foi tarde, uma edição totalmente sem necessidade e que é motivo de esquecimento para todos - com a vitória de Karina Bacchi, como todos já sabiam. E, só pra variar um pouco, o último episódio do Reality continuou modorrento, arrastado e absolutamente superficial, sem nada de interessante.

De qualquer forma, com o fim do programa, a grade da emissora deve melhorar, pois A Fazenda deixa de ser a principal aposta da Record e assim os progrmas da casa param de dançar pela grade programação acabando por se prejudicar e prejudicar todo o público.

Desde a 1ª edição de A Fazenda isso já aconteceu. As novelas e outros programas da emissora foram completamente prejudicados pela exibição exacerbada e cobertura doentia fazendo com que toda a programação girasse em torno do Reality. Na época, as novelas foram as que mais sentiram e mudaram de horário por diversas vezes, perdendo muito da audiência.

Agora, novamente as novelas foram prejudicadas com mudanças insanas de horário - Poder Paralelo entrando no ar após as 11 da noite é uma das coisas mais ridículas da história da televisão - mas os números de audiência não foram tão prejudicados, certamente porque tanto Bela a Feia como Poder Paralelo estão entrando em sua reta final e já tem um público fiel.

Agora, sem o desespero e a mania de grandeza que tentou a todo custo emplacar a edição frustrada do Reality rural, a cúpula da Record irá organizar a sua Grade e, principalmente após o fim de Poder Paralelo, aparentemente uma nova grade estreará no começo de março e, ao que tudo indica, muito mais interessante e atraente para o público.

Bons programas parecem vir por aí, principalmente a minissérie A História de Ester que, ao que tudo indica, é uma superprodução e, caso tenha um roteiro interessante, tem tudo para fazer sucesso porque a história da personagem protagonista é realmente muito linda.

Se de fato a emissora cumprir o prometido e apresentar uma grade, não precisa nem ser a melhor programação do mundo, precisa apenas ser uma programação fixa, já será uma vitória. A briga pela vice-liderança de audiência tem sido interessante entre Record e SBT e as novidades de março do SBT devem produzir algum efeito, porém, hoje o fato é que ainda a alternativa do público para a Globo é a Record e, com uma grade fixa, organizada, a emissora tende a sair na frente nesta briga de março.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A Fazenda 2 chega a final sem engrenar



Acontece nesta quarta-feira às 22h15 a grande final da 2ª edição de A Fazenda, maior reality e carro-chefe da programação atual da Rede Record. Após o sucesso retumbante que foi a 1ª edição do programa, a emissora se empolgou e jogou no ar com pouquíssimo espaço de tempo a 2ª temporada e o resultado todos viram, um grande fracasso em todos os sentidos.

A Fazenda 2 simplesmente não aconteceu. Não são apenas os números do Ibope que mostram isso - o programa ficou com audiência média de 10 pontos - mas principalmente o pequeno espaço da mídia e, mais do que isso, a falta de interesse do público pela atração que quase nunca foi comentada, nem nos corredores, nem entre amigos, nem na internet, em lugar algum se ouvia falar de A Fazenda.

Uma queda livre desse porte não estava prevista nos planos da Rede Record, é óbvio, mas deveria ser, já que toda a produção do programa e a cúpula da emissora cometeram diversos erros. A começar por colocar no ar uma 2ª edição tão próxima da 1ª o que acabou por cansar o formato - sim, o BBB também fez isso em suas duas primeiras edições, porém a Globo tem uma audiência muito mais alta que segura esse tipo de loucura e, depois, o erro foi consertado. Outro erro por parte da produção foi na escolha dos participantes. A princípio, a impressão que dava era que eles poderiam causar ainda mais que os queridos participantes de A Fazenda 1, ledo engano. A diferença de carisma, de química acabou ficando gritante e não houve a menor graça em assistir o Reality.

Sem interesse nos participantes fica quase impossível assistir a um Reality Show, já que o foco principal desse tipo de prgrama está justamente no carisma e na capacidade de cada um dos participantes. Não houve identificação do público com as subcelebridades (porque celebridade mesmo não havia nenhuma) e, sem identificação, sem interesse porque os participantes não era tão famosos, a fórmula se desgastou sozinha e o público simplesmente se afastou.

Mas o maior erro da produção e da cúpula foi a mania de grandeza que persegue a Record. A audiência de A Fazenda 2 já não era grande, mas ainda não era totalmente um fiasco até o início de 2010, mas bastou começar o BBB10 para o público fazer sua escolha. Aliás, com méritos porque o Big Brother Brasil é infinitamente superior a A Fazenda em todos os sentidos, muito mais nessa edição que o diretor do Reality está incrivelmente inspirado e os participantes foram muito bem selecionados, isso mostra que foi suicídio colocar o Reality rural no mesmo período que o Reality global.

Bem ou mal, A Fazenda 2 chega a seu final nesta quarta-feira e a expectativa da direção da Record é que, ao menos na final, a audiência seja um pouco satisfatória - é muito difícil repetir ou ao menos se aproximar da ótima média da final da 1ª edição - o que também não será muito fácil, já que em boa parte da noite o programa irá disputar audiência com a abertura da Taça Libertadores da América que costuma dar audiência para a Globo.

O fim de A Fazenda será como o início discreto, mas muito mais do que isso, tende a ser melancólico, muito melancólico.

O "TVxTV" perguntou: Você vai assistir a final de A Fazenda 2? Confira o resultado:

Não: 70%

Sim: 30%

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

É tudo Improviso. Será?


Depois de algum tempo, finalmente senti que é o momento adequado para eu falar do programa que a BAND colocou no ar para substituir o CQC - Custe o que Custar - um outro humorístico, com outros moldes, É Tudo Improviso vem fazendo sucesso na emissora de dando o que falar entre os telespectadores, tanto que, de programa substituto, ao que parece, irá ganhar espaço na grade da emissora em 2010.

De fato, ao primeiro olhar, o humorístico parece bem interessante e divertido. Não são poucos os momentos de risada assistindo aos participantes criarem situações engraçadas a partir de uma frase ou de uma expressão. Como o humor stand up, sem roteiro, de cara limpa e esta é a proposta do programa, mostrar as facetas e dificuldades dos profissionais de humor em stand up.

Porém, um olhar mais abrangente e aprofundado nos faz perceber alguns problemas no programa que o torno viciado - e não viciante, diga-se. É Tudo Improviso aposta pelo caminho fácil do humor, mesmo com tiradas rápidas e frases curtas, os humoristas quase sempre criam frases e situações absolutamente clichês e que são batidas em situações cômicas. Como a loira burra, piadas de cunho sexual, machista, e situações foraçadas.

Esse tipo de humor não é tão difícil de se fazer quanto se parece. Claro, é preciso ser profissional da área para conseguir pensar numa situação engraçada é tão pouco tempo e isso é válido e motivo para elogio. Porém, o caminho que faria do programa um marco e um diferencial para a TV seria este mesmo formato, estas mesmas situações, mas com piadas inteligentes, com situações mais aprofundadas e que, com metáforas, trariam momentos cômicos muito mais interessantes.

Os humoristas do É Tudo Improviso são bons, mas ultrapassam o limite do stand up ao se preocuparem mais em criar situações engraçadas rápidas do que com a qualidade dessas situações. O tempo, as vezes, nem é tão importante, por isso uma reforma e adaptação, mas mantendo o formato diferenciado para televisão, seria talvez a solução mais prática para dar fôlego e deixar o programa engraçado.

Porque, numa análise fria, o humorístico não é ruim, muito longe disso, ele é até engraçado, porém, é quase impossível assistir a um episódio inteiro. A partir da metade, mesmo com situações e frases diferentes, as piadas começam a se repetir, os temas começam a ser os mesmos e tudo vai perdendo a graça aos poucos. Apostar no apelo e naquilo que se sabe que as pessoas normalmente vão achar graça - mesmo que de forma automática, sem nem pensar um pouco - é muito mais cômodo do que se arriscar.

Os riscos e as situações bizarras e interessantes também acontecem. Com muito menor freqüência que o ideal, mas acontece e quando nos deparamos com isso o programa fica genial. No episódio de ontem, houve um lampejo de um dos participantes que certamente arrancou muitas risadas, sem apelação, sem clichês, apenas com a criatividade. A situação era: "O que eu vou fazer em 2010 que eu não fiz em 2009" e o humorista numa tacada brilhante simplesmente disse: "29 anos". É disso que estou falando, humor inteligente e, até, ácido as vezes.

É Tudo Improviso caminha realmente para ficar na grade da BAND em 2010 e é muito válido que isso ocorra, mas para que não perca público ou se torne mais um humorístico enfadonho, é preciso que o grupo aposte em várias facetas do humor, sempre tentando fugir do clichê.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Viver a Vida mostra o que não é ser novela

*Leia também: "Os Melhores Filmes da Década"


Manoel Carlos criou inconscientemente um modelo de "como não se escrever um folhetim para a televisão" ao produzir Viver a Vida, até o momento a pior novela das 8 da história da Rede Globo. Já se foi mais da metade de trama e até agora tudo o que vimos foi o que de pior pode existir na teledramaturgia.

De fato existiram novelas com apelação, com texto ruim, com diálogos sofríveis, como foi o caso de América e Duas Caras, mesmo assim, em ambas as novelas existia um emaranhado de situações, existia uma trama caminhando, existia conflitos humanos e a história andava, ao contrário de Viver a Vida.

Fosse necessário a todo custo classificar a atual novela das 8 a melhor forma seria "uma anti-novela". Viver a Vida não tem nenhum elemento necessário a uma novela, neca, nada. O autor aposta todas as suas fichas nos diálogos entre personagens, que são na maior parte das vezes uma busca desesperada pelo realismo. Ocorre que até no mundo real a vida de ninguém pode ter tamanho tédio como o que ocorre com os personagens do folhetim. A lentidão com que acontecem as coisas nesta novela irrita e, mais do que isso, deixa um ar de elementos falsos que afasta o público, afinal, ninguém quer ficar olhando para uma televisão todo santo dia e não ver nada de interessante, que chame a atenção.

Mais do que simplesmente uma trama lenta, a novela não tem história. A princípio tentou-se investir numa protagonista forte, sem medos e que fala o que pensa. Helena simplesmente inexistiu em boa parte da novela. Em seguida a grande aposta de Maneco foi no tal acidente de Luciana que parecia uma trama interessante. Não funcionou, ele errou a mão, criou situações que beiravam o ridículo, como a personagem tentar comer uma banana (e pasmem, conseguir pouco tempo depois de ficar tetraplégica!).

A tentativa de fazer de Dora uma vilã pérfida não funcionou também por culpa do autor, afinal, ele mesmo criou a personagem como heroína desde seu aparecimento na novela, seria impossível torná-la uma mulher sem caráter e, mesmo que no desespero, tentem isso hoje, vai piorar mais ainda. A briga dos gêmeos parece ser o que há de mais interessante em Viver a Vida, ainda assim é tudo muito devagar, muito forçado, muito fora da realidade.

Infelizmente, no desespero por aumentar a audiência, Manoel Carlos se esqueceu das tramas paralelas, deixou de lado a melhor personagem da novela, Renata, e tornou-a uma merca figurante. Pena, se ele investisse nessa história, certamente os resultados seriam melhores.

Após uma série de tentativas fracassadas a nova aposta é investir em Rafaela como uma aprendiz de vilã. Os olhares que a menina tem dirigido a Helena, ao menos por enquanto, não funcionam. A menina não parece em nada uma vilã, mas lembra muito mais uma personagem de terror (alguém aí lembrou da Samara?), o que certamente não era o efeito que todos queriam.

Quem assiste sabe que não há carga dramática, não há identificação com personagens, não há nada, absolutamente nada, que prenda o público diante da TV para assistir a novela, simplesmente porque nada ali chama a atenção. Tudo é superficial, mal contado e chato, monótono, modorrento.

Definitivamente o melhor a se fazer, tanto por parte do autor, da direção, do elenco e da própria Rede Globo é esquecer Viver a Vida. Deixar a novela caminhar lentamente rumo ao precipício e esperar o fim agonizante dessa péssima história que é um marco negro na história da teledramaturgia e, sem dúvida, mancha uma carreira vitoriosa como a de Manoel Carlos. Uma hora o fim da novela chegará, aí, simplesmente, sem pudor algum, todos nós respiraremos aliviados.

* Este texto também estará disponível no MSN Entretenimentos, o principal site sobre o mundo da celebridades.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Os Melhores Filmes da Década

Diferentemente de outras listas que o blog fez no ano de 2009, agora iremos realizar Os Melhores da Década, baseado pura e simplesmente em minha opinião, sem participação de parceiros e amigos. Quero falar de alguns produtos especificamente, por isso decidi ser o tempo oportuno para criar este post. Aos domingos irei produzir a Lista com Os Melhores da Década, como já fiz com os melhores de todos os tempos. Espero que gostem, concordem ou discordem. Comecemos pelos melhores filmes da década.

10 - Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças - 2004
Original: Eternal Sunshine of the Spotless Mind


Um dos filmes mais criativos em seu roteiro. É surpreendente ver como as personagens de Jim Carrey e Kate Winslet viagem de forma verossímel pela lembrança dele. Mesmo tratando de um tema tão controverso e que ia muito além do mundo real, o filme tem um toque de drama e de realidade que surpreendem. Detalhe para mais uma atuação impecável de Kate Winslet que rouba a cena.

9 - Os Infiltrados - 2006
Original: The Departed


Alguns dizem já não ser um dos grandes trabalhos do premiado cineasta Martin Scorsece, no que eu discordo. O filme é todo cheio de tramas impressionantes, com a mesma agilidade que marcou a carreira do diretor. A criatividade em colocar os protagonistas em lados opostos - o policial infiltrado na máfia e o mafioso infiltrado na polícia - foi genial e deu o toque necessário de agressividade, mas de profundidade, também graças ao talento da dupla de protagonistas Matt Damon e Leonardo Di Caprio e, claro, a um show a parte de Jack Nicholson.

8 - O Pianista - 2002
Original: The Pianist



Um dos dramas mais lindos dos últimos anos. História densa, triste, escura, mas que mostra como a arte faz uma pessoa sobreviver aos piores tipos de sofrimento.
Pianista judeu testemunha as restrições que os nazistas impõem ao seu povo na capital polonesa, culminando com a criação do gueto de Varsóvia. Quando sua família é levada para os campos de concentração, ele consegue escapar da deportação e esquiva-se da captura escondendo-se nas ruínas do gueto, esta é a sinopse de um filme que mudou o conceito de se enxergar os judeus na 2ª Guerra.

7 - Fale com Ela - 2002
Original: Hable con Ella


Um filme que mostra uma grande coincidência. Roteiro criativo e tratado por um prisma nunca visto antes no Cinema, tornou-se idolatrado em alguns países. Uma tragédia em comum une dois homens desconhecidos até então, quando eles precisam cuidar de duas mulheres, por quem são apaixonados, ambas em coma no mesmo hospital. Essa sinopse chamou a atenção da crítica e deu ao filme o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro naquele ano (derrotando o brasileiro Cidade de Deus).

6 - Jogos Mortais - 2004
Original: Saw


Um dos filmes de suspenses mais impressionantes de todos os tempos. O cineasta e roteirista não teve nenhum pudor ao imaginar as situações bizarras neste jogo maluco de sobrevivência. O que tornou esse filme um ícone da década não foi nem as atuações ou o roteiro, mas as situações a que os personagens eram colocados. A 1ª franquia de Jogos Mortais deixou o mundo boquiaberto com a capacidade que o roteiro e - portanto - o protagonista tinha de ser cruel. A quantidade de sangue que jorrou neste filme é quase incontável.

5 - Shrek, 2001
Original: Shrek


O único filme de animação da década a entrar na lista. Shrek revolucionou a forma de se fazer animação e de se pensar em roteiros para este tipo de filme. Com personagens cativantes desde o primeiro momento, com uma história divertida e cheia de drama, ação e também amor, era impossível não se apaixonar de cara pelo filme. E além de tudo é neste filme que há um dos personagens mais divertidos da história do Cinema, o burro.

4 - Trilogia O Senhor dos Anéis - 2001, 2002, 2003
Original: Lord of the Rings


Peter Jackson mostrou ao mundo que não era impossível filmar um dos livros clássicos de literatura infanto-juvenil e tão místico como O Senhor dos Anéis. Mais do que simplesmente filmar a trilogia, o cineasta recriou o mundo incrível que já conhecíamos dos livros e levou com maestria para a TV, mostrando ser possível manter a qualidade. Com um elenco desconhecido, mas que segurou toda a carga dramática necessária, O Senhor dos Anéis foi um marco na década pelos efeitos especiais criados. Não a toa o último filme da trilogia venceu 11 estatuetas do Oscar.

3 - Sobre Meninos e Lobos - 2003
Original: Mystic River


O assassinato de uma garota faz com que um amigo de seu pai passe a investigar o caso, precisando desenterrar segredos do passado para revelar quem foi o autor do crime. Com essa história de pano de fundo, o roteiro mostra os piores sentimentos, sensações e segredos que um ser humano normal pode ter e, também, mostra o lado obscuro do homem e sua capacidade de cometer atrocidades em determinadas situações. Atuação impecável de Sean Penn e Tim Robbins.


2 - O Fabuloso Destino de Amélie Poulain - 2001
Original: Le fabuleux destin d'Amélie Poulain


Um filme colorido. É assim que se pode definir O Fabuloso Destino de Amélie Poulain em apenas uma frase. Filme rodado na França e sem grandes pretensões virou hit entre o público cult e criou uma legião de fãs desse tipo ao redor do mundo. Roteiro inteligente, humor profundo com sátiras históricas e atuação impecável, o filme é considerado por muitos como o melhor da década. Além de tudo é, talvez, a melhor fotografia de todos os tempos na história do cinema.

1 - Bastardos Inglórios - 2009
Original: Inglorious Basterds


Mais recente filme do brilhante cineasta Quentin Tarantino é disparado o melhor filme da década. Com uma história densa, violenta e com texto absolutamente profundo, cheio de diálogos contundentes e personagens com dramas reais, mas sinistros. Bastardos Inglórios mostra a densidade de um Cinema que aparentemente tem sido deixado de lado, mas que Tarantino sabe produzir com maestria como já havia feito em Tempos de Violência (Pulp Fiction). É um dos filmes com mais indicações ao Oscar 2010, no total concorre a 8 estatuetas e tenta desbancar o fenômeno de bilheteria, Avatar.

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