sábado, 12 de janeiro de 2013

O Canto da Sereia revela um lindo mistério

Embora tenha tido um primeiro episódio bastante irregular, a microssérie O Canto da Sereia, exibido na última semana pela Rede Globo, saiu de cena como uma obra de grande qualidade, mostrando que a TV brasileira está avançando bastante quando o assunto é teledramaturgia. A emissora já é considerada, há muito tempo, das principais produtoras de telenovelas, mas não satisfeita com isso, vem aperfeiçoando suas produções, seja na área técnica ou mesmo no aprofundamento dos roteiros.

Esta microssérie acabou pecando um pouco pelo roteiro, porém, sabe-se que o estilo do roteiro de Nelson Mota foi respeitado e, talvez, tenha sido este o grande problema. A ideia central da história é bastante forte e densa, porém a forma como se conta tem alguns problemas que a microssérie não conseguiu fugir. Para uma obra de mistério, utilizar o formato de flashback é bem interessante, mas mostrar a narrativa com tanto didatismo deixa tudo muito óbvio, foi o que ocorreu, pois no segundo episódio já dava para apostar, sem medo de errar, que a cantora havia planejado a própria morte.

O grande mistério revelado no último episódio não foi o autor do assassinato de Sereia, nem muito menos o fato dos roteiristas terem adaptado o final, mas mantido a essência do que o livro mostrou. Muito embora essa revelação tenha tido grande qualidade - aliás, o último episódio foi muito bom, cheio de cenas densas, fortes e com frases maravilhosas - este não foi o ponto alto deste produto.

A maior revelação para todos, telespectadores, crítica e mesmo emissora, foi a revelação de um outro mistério: a capacidade do elenco global em se reinventar e mostrar que atores e atrizes brasileiras não devem em nada aos profissionais do exterior. Se errou a mão ao transformar em caricatura o lado artístico de Sereia, Ísis Valverde acertou em cheio nas cenas mais densas, que mostraram toda a história de vida da cantora. Todas as sequências que construíram o caráter da cantora de axé e também as cenas em que mostraram Sereia doente foram muito bem aprofundadas pela atriz que fugiu do naturalismo, mas se fincou no tom correto.

Todo o elenco se destacou em algum momento. Gabriel Braga Nunes, mesmo com aparições rápidas, deu show e mostrou que é um ator maduro e versátil, pronto para qualquer tipo de papel. O mesmo pode-se dizer de Fabíula Nascimento, atriz que desconstruiu completamente sua Olenka - personagem vista em Avenida Brasil - e criou uma nova personagem completamente diferente. João Miguel, em seu segundo trabalho de destaque na TV, também arrasou e soube fazer de seu homossexual, um personagem sem clichês ou caricaturas. Marcos Palmeira foi também excelente. O ator que viveu em 2012 o melhor momento de sua carreira ao interpretar Sandro em Cheias de Charme, poderia correr um grave risco ao aceitar o papel de detetive, pois já havia feito papel semelhante em Mandrake. Ledo engano quem imaginou que fosse um equívoco, pois o ator compôs muito bem, construiu e costurou um personagem cheio de força, mas com a fragilidade necessária a todos que giravam em torno de Sereia.

Porém, o grande destaque de O Canto da Sereia não foi nenhum deles. Trata-se de Camila Morgado. A atriz mostrou toda sua capacidade e uma composição de rara felicidade. Camila se entregou de corpo e alma a sua Mara e o resultado não poderia ter sido melhor. Cenas de rara felicidade - principalmente no terceiro episódio, seja contracenando com Ísis Valverde ou com Marcos Palmeira - apresentaram uma atriz intensa e que merece papéis mais densos em sua carreira.

O Canto da Sereia foi uma grande produção, tecnicamente perfeita e que pecou em alguns pequenos pontos do roteiro, o que diminuiu um pouco de seu encanto, mas que entrará para história por sua ousadia, por sua qualidade e por mostrar a força do elenco global. 

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A ousadia da parte boa de Lado a Lado

Não é segredo para ninguém que não sou dos fãs mais entusiasmados quando o assunto é a novela das 18 Horas da Rede Globo. Considero que Lado a Lado sofre com os números baixos de audiência por sua própria culpa, uma vez que apresenta uma trama cheia de equívocos que servem para afastar o telespectador. Mas isso já foi falado aqui.

É inegável, contudo, que há tramas boas e que rendem maravilhosamente bem dentro do contexto do folhetim. A história de vida de Laura (Marjorie Estiano) é a principal delas. Ainda que a personagem seja também usada para cuspir textos didáticos e históricos que não servem para absolutamente nada no contexto dramatúrgico, ela é, sem dúvida, a melhor personagem desta história. Com uma história densa, bem amarrada e, principalmente, folhetinesca, ela é capaz de segurar qualquer telespectador diante da telinha para acompanhar sua vida.

A sequência do capítulo exibido na última quinta-feira, 10, mostrou bem isso. Cada detalhe que preparou as cenas foi fundamental para a construção de uma história forte e ousada. Para o horário das 18 Horas, atualmente, é impensável uma cena de estupro ser levada ao ar - a discussão sobre censura não cabe aqui - o que mostra coragem por parte dos roteiristas, mas também um leve ar de desdém. O público do horário é bastante conservador e já rejeitou a trama, por isso, inserir uma cena dessas poderia ser um golpe fatal para qualquer tentativa de levantar o Ibope.

Não foi, ao menos esperamos que não. Da forma como foi conduzida toda a cena, ficou clara a preocupação dos diretores e elenco em não transmitir nenhum tom de agressividade para o público. Pode soar estranho, mas tudo foi meio poético, não no sentido romântico da palavra, mas no sentido literário. Cenas bem marcadas, texto afiado e interpretação com o maior tom de naturalismo possível garantiram que a sequência não fosse considerada apelativa.

Isso tudo graças ao excepcional talento de Marjorie Estiano. Em outras mãos essa cena poderia ser uma sucessão de gritarias, caras e bocas em meio a choro descontrolado, com a atriz foi diferente. Ela soube conduzir muito bem sua personagem para um momento muito doloroso e que era necessário muita fibra e, ainda assim, sem precisar carregar demais as tintas no tom do momento. Marjorie já mostrou do que é capaz e seu currículo dispensa comentários, talvez por isso os autores tiveram a coragem de lançar mão desse tipo de cena.

Em meio a uma forte crise de audiência, Lado a Lado apelou. Não para cenas baixas ou vulgares - e uma tentativa de estupro poderia ser - mas para a forte carga melodramática nas mãos da melhor atriz de sua geração. Marjorie Estiano neste capítulo - inclusive nas sequências pós tentativa de estupro, em que chora no colo de Isabel - deu provas e tranquilidade para se afirmar que, atualmente, ela é a dona da melhor atuação feminina no ar na TV brasileira. É a parte boa de Lado a Lado.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

BBB 13 estreia como se sempre estivesse entre nós

A estreia da 13ª edição do Reality Show mais popular do Brasil não foi simplesmente um recomeço, foi um acontecimento. Desde o início da semana anterior, quando foram divulgados os nomes dos participantes da competição e, posteriormente, no final de semana com a Casa de Vidro sendo colocada num shopping, praticamente não se falou de outra coisa, o Big Brother Brasil tomou conta do país.

É difícil medir o nível de entusiasmo do telespectador quando este é o assunto. Enfrentando uma crise de audiência no horário nobre, a Rede Globo vê todos os seus produtos sofrendo queda nos números do Ibope. A estreia do Reality rendeu 25 pontos de média, o que é a pior audiência da história de uma estreia para o BBB. Contudo, é interessante lembrar que a meta da novela das 21 Horas é de 40 pontos e da Faixa I - horário posterior ao da novela - é de 25 pontos, ou seja, queda de 15. O BBB estreou derrubando apenas 08 pontos de Salve Jorge que, na terça, marcou 33 pontos - todos os números são prévios e podem sofrer alterações.

Independente da audiência e da repercussão - que aparentemente manteve o mesmo nível de anos anteriores - o que se viu nesta estreia foi  a ousadia presente no show. Sem pompas, o programa foi levado ao ar como se sempre estivesse entre nós. Com 12 edições já realizadas, a maturidade permitiu que a produção criasse intimidade entre telespectador e show, por isso, Pedro Bial já chegou apresentando os novos participantes, sem qualquer delonga.

A estreia foi ágil, sem o lenga lenga tradicional de primeiro programa de Realities em que demora-se tempos apresentando os participantes. Apenas uma breve introdução de cada um dele - coisa de segundos - em seguida, o grupo já estava na casa conversando com o apresentador, no mesmo clima de intimidade, como se todos fossem amigos há anos. A conversa com o pessoal da Casa de Vidro e que também almejam um lugar na casa mais vigiada do Brasil foi rápida, tal qual a explicação de que o público pode votar e escolher quem quer no programa.

O momento mais aguardado da noite foi a entrada dos ex-participantes que retornam a disputa, uma leve alteração no formato, pois coloca-se em disputa ilustres desconhecidos com pessoas que já estão na memória afetiva do público. Independente de quem foi escolhido para voltar ao show, é inegável que colocar 6 ex-participantes vai movimentar e muito a disputa, certamente rendendo grandes momentos.

A estreia do BBB13 foi movimentada. Com aproximadamente 60 minutos de duração e dois breaks, a impressão que se teve foi de menos de 30 minutos, o que é positivo, visto que não ficou monótono em nenhum momento. O único ponto baixo foi, quem diria, Pedro Bial. O apresentador tentou transmitir tamanha intimidade com o formato e com o público que, exagerou na dose e acabou passando um ar de desinteressado e de alguém enfadado. Esperamos que essa postura mude e ele volte a ter o brilho das edições passadas.

Independente da torcida - e elas vão se formar em breve - o Big Brother Brasil começou bem, ágil e com a mesma competência da direção e da edição. Fica a expectativa de em quanto tempo começarão os conflitos que, a bem da verdade, é o que movimenta o programa.

Didatismo atrapalha O Canto da Sereia

Estreou nesta terça-feira, 08, um dos produtos mais aguardados de 2013 desde que foi iniciada a especulação sobre o tema. Baseada na obra literária de Nelson Mota, O Canto da Sereia é a primeira microssérie da Rede Globo em 2013. Com apenas 04 episódios, a produção é mais uma que adota a fórmula de poucos episódios nos produtos de teledramaturgia do início do ano na emissora.

A grande expectativa se dava por conta de tudo que vinha por trás da microssérie. Estava claro, desde que a imprensa passou a cobrir as notícias sobre a produção, que tratava-se de um super trabalho, destes grandiosos, como a emissora costuma realizar em praticamente todos os anos - basta lembrar de Dercy de Verdade no ano passado e de Dalva e Herivelto no ano anterior. Com as chamadas no ar, a expectativa apenas aumentou, pois o que se via na TV parecia, de fato, algo digno de nota e de se observar.

Mas, ao olhar a estreia, a execução ficou bastante abaixo do que se esperava. Longe de ser ruim, a série é uma megaprodução, ela também não chega a ser dessas obras que marcam a teledramaturgia nacional e que  arrebatam o coração. Alguns equívocos não puderam passar batidos e acabaram por incomodar durante toda a exibição deste episódio de estreia. 

A começar por Ísis Valverde. A atriz é de um talento que impressiona e sua lista de trabalhos prestados em favor da teledramaturgia nacional é tão extensa para quem surgiu a tão pouco tempo que dispensa comentários, mas neste caso específico, ao que parece, ela errou a mão. Ao tentar compôr a protagonista Sereia, uma famosa cantora de axé, a busca por cada detalhe da personagem acabou fazendo com que Ísis tornasse sua protagonista caricata. O que se viu o tempo todo em que ela esteve em cena não foi uma cantora de axé, mas uma atriz interpretando uma, o que é um ato falho. Fica a torcida para que nos próximos episódios essa impressão seja corrigida.

Houve também acertos neste primeiro momento. A direção foi bastante competente. Por ser um produto de tiro curto, a opção por cenas rápidas, com diálogos ágeis e cortes descontínuos, os diretores acertaram em cheio. Além do que, essa opção, aliada a excelente fotografia, a ótima edição e a não menos correta trilha sonora, deu todo o tom de suspense que a série precisava para que a história do crime chamasse a atenção do telespectador.

O elenco como um todo também esteve bem. A tirar o equívoco da protagonista, praticamente todo o restante do elenco foi bastante correto. Destaque, a princípio, para Gabriel Braga Nunes que compôs um personagem que não lembra em nada seus últimos tipos que surgiram na TV, o que transmite muita verdade para o público. Fabiula Nascimento, embora aparecendo rapidamente, também chamou a atenção por se livrar rapidamente de Olenka, personagem que interpretou em 2012 na novela Avenida Brasil.

Em meio a elementos técnicos, o grande problema de O Canto da Sereia, contudo, foi o roteiro. Não li o livro de Nelson Mota, portanto, é impossível traçar um paralelo. O que ficou claro, contudo é que a tentativa de sublinhar o tom de suspense no texto, através das situações criadas, atrapalhou. Ao colocar tantos personagens como suspeitos de forma tão óbvia e detalhada ao invés de instigar, era esse o objetivo, acabou tornando-se enfadonho, pois o tempo todo ficou claro que todas as situações eram propositais para gerar um clima de suspense e sinistro. Não funcionou.

Os próximos episódios que vão se focar na investigação do crime - aliás, palmas para a cena do assassinato de sereia, tecnicamente perfeita - podem apresentar uma melhora significativa, desde que tire a necessidade de explicar tudo detalhadamente para o público. De qualquer forma, pela estreia, ficou claro que O Canto da Sereia não é o que dela se esperava.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Amigos da Onça é pobre, mas engraçado

Estreou na noite da última segunda-feira a nova atração humorística da TV aberta brasileira. Amigos da Onça entrou na grade do SBT em substituição ao Reality Show Astros que viveu altos e baixos - tanto em qualidade quanto em audiência - ao longo do último ano. Como praticamente tudo que é levado ao ar na emissora, o objetivo da produção tornou-se vencer a concorrente Record na disputa pela vice-liderança.

Desde o primeiro minuto do programa duas coisas ficaram bastante claras para o público: não há qualquer intenção em revolucionar formato de humor ou apresentar um programa de qualidade técnica e de produção apurada e nunca antes na História da TV aberta brasileira um programa foi tão mal divulgado quanto esta estreia.

O humorístico é bastante convencional e tradicional em seu formato. Explorado desde os anos 80 por Sílvio Santos, a ideia de pegadinhas é velha na TV, principalmente ao se colocar um - ou mais - apresentador para comentá-las. Neste caso específico, o grupo de humoristas se perde justamente neste momento muito mais por conta da produção e direção. A fragilidade do roteiro de palco tira qualquer naturalidade e não permite que haja interação necessária e que um programa de humor necessita, deixando claro que o show depende exclusivamente das pegadinhas, o que torna a apresentação de palco absolutamente desnecessária e boba em alguns momentos.  As gargalhadas do trio incomodava, pois dava a impressão de existirem apenas para explicar ao público que o quadro apresentado era de humor e engraçado, pura falta de confiança no próprio quadro.

A pobreza do roteiro e da direção de palco estiveram claros o tempo todo. O aparente despreparo da produção não foi com o programa em si, mas especificamente com o formato. Desde o primeiro minuto ficou claro que os produtores sabiam que levariam ao ar pegadinhas - uma artimanha que sempre funciona - porém, a forma como o programa foi conduzido demonstrou que não houve muita criatividade na criação do formato que levaria os quadros ao ar. Um equívoco grave para um produto numa emissora deste porte, pois  em alguns momentos parecia um programa caseiro.

As pegadinhas em si, embora longas demais por alguns momentos, foram bastante engraçadas. A escolha da estilística mostrou-se acertada e conseguiu agradar. Mas aí caiu na segunda obviedade transmitida pelo programa, a falta de divulgação do produto. Mesmo antes da estreia especulou-se muito sobre a possibilidade do programa ser armado, ou seja, não serem pegadinhas, mas encenação das mesmas. A divulgação, inclusive, deu a entender que era isso mesmo. Porém, o que se viu no ar foi bem diferente, a maior parte das pegadinhas deixou bastante clara de ser reais, ou seja, uma polêmica desnecessária.

Amigos da Onça não é o melhor humorístico da TV aberta e nem tem a intenção de sê-lo. Utilizando uma fórmula antiga, mas que nunca se desgasta, o show aposta em fazer o riso fácil, despreocupado, para o público e atinge o objetivo. Precisa corrigir problemas técnicos e de produção, como a apresentação, pois sem isso, seu prazo de validade tende a ser bastante curto.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Mulheres Ricas retorna em grande estilo

Estreou na noite desta segunda-feira, 07, na Band a segunda temporada do Reality Show Mulheres Ricas. Após a impressionante repercussão da temporada de estreia e da audiência bastante satisfatória para os padrões da emissora, a aposta para este ano foi na renovação. Com as novas mulheres, a produção queria continuar chamando a atenção do telespectador e conseguiu.

Muito mais do que simplesmente trocar as personagens deste controverso Reality, o objetivo da direção ficou claro, mudar o enfoque do programa. Se na primeira temporada tratou-se de personagens absurdamente fúteis e que não conseguiam desenvolver muitas discussões, embora fossem proprietárias de frases extremamente divertidas, a temporada atual mostra-se diferente: são mulheres que, embora ricas, apresentam histórias de vida. É como se a direção optasse em produzir um roteiro muito mais dramatúrgico para envolver o telespectador.

Esta mudança de enfoque é, talvez, a principal característica deste programa de estreia. A busca por apresentar as novas mulheres ricas foi realizada de forma bastante correta, pois deixou claro cena após cena qual era a personagem de cada uma que compõe o elenco, ponto para a direção e para os editores que souberam conduzir muito bem as escolhas das cenas que contribuíram para que o público soubesse quem era quem.

Muito menos importante que cada uma das mulheres individualmente é como elas vão se encorpar ao longo da temporada. No primeiro encontro ficou claro que o programa possui duas protagonistas: Andreia Nóbrega e, como sempre, Narcisa. Aliás, a produção conduziu com maestria a introdução de Andreia no programa, colocando todas as atenções na relação dela com o ex-marido, Carlos Alberto e já criando tensão desde as primeiras cenas que o show foi ao ar.

É bem verdade que todo Reality Show tem suas protagonistas, suas coadjuvantes e suas plantas. Ainda é difícil afirmar quem passará despercebida durante a edição, já que as outras três integrantes ainda não disseram muita coisa, embora tenham tido lampejos de bons momentos. A expectativa é que, ao menos uma delas, consiga se destacar juntamente com Andreia e Narcisa para que o programa tenha mais atrativos.

A tirar por essa estreia, Mulheres Ricas torna-se novamente um prato cheio para quem é fã do formato e, muito mais do que isso, para quem aposta em entretenimento leve e despretensioso. São vários minutos com a certeza de bastante gargalhada e de situações que parecem impensáveis no cotidiano de quem, de fato, é rico. Vale a pena conferir.

A injustificável presença do Tudo a Ver nos domingos

Estreou na tarde do último domingo, 06, o "novo" programa da Rede Record. Escalado para substituir o finado Tudo é Possível, de Ana Hickmann, entrou no ar o Tudo a Ver. Desde que a emissora anunciou que a revista eletrônica era o novo produto da grade dominical muito se especulou sobre qual seria o seu formato e como ele se encaixaria na disputa pela audiência que é muito acirrada neste dia, embora a estreia tenha ocorrido no horário em que a disputa é menos rígida, pouco depois do almoço.

Com alguns minutos no ar ficou claro que não se tratava de nenhuma novidade. Sem sequer mostrar a apresentadora, o programa já começou com vídeos de internet, sempre com a mesma narração em off enquanto todo tipo possível de vídeo era levado ao ar. O quadro - se é que podemos chamar de quadro - durou quase quarenta e cinco minutos mostrando diversos vídeos e tentando ser divertido, sempre sem mostrar Tina Roma.

O break do programa ocorreu ao final dos vídeos e, para estranheza geral, o programa voltou ao ar novamente sem mostrar apresentadora, cenário ou o que quer que fosse, dessa vez partindo direta para as pegadinhas, com o título "Sorria, você está na Record", quadro antigo e que já foi muito utilizado dentro da programação da emissora. Quem assistiu o programa todo ficou surpreso ao perceber que este quadro durou até o fim e o programa se encerrou sem que cenário ou Tina Roma aparecessem.

Ficou claro que a intenção da Record não é deixar o Tudo a Ver na grade dominical de forma fixa. Sem nenhuma novidade, mantendo o enfadonho formato que tirou a produção do ar nas tardes da semana, o que se viu não parecia em nada com a programação das emissoras abertas nos domingos, normalmente recheada de quadros e investimentos altos. É impossível imaginar que a emissora tenha por intenção manter algo assim manchando sua programação de fim de semana.

Ainda que a audiência tenha ficado acima de qualquer prognóstico - mantendo a Record na vice-liderança - é fácil imaginar que tratou-se de um número que refere-se apenas a curiosidade da estreia, sendo bastante improvável a manutenção dessa situação. Enquanto a disputa pela audiência de domingo leva a programação da TV aberta a ficar cada vez mais cheia de novidade e investimento é impossível compreender o que motivou a Record a colocar no ar uma produção tão infeliz, sem conteúdo e nenhum investimento. Quem assistiu o Tudo a Ver neste domingo teve a impressão de acompanhar um programa feito por adolescentes amigos e produzido numa garagem. O constrangimento foi interminável, assim como o próprio show.

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