sexta-feira, 3 de julho de 2009

Tudo Novo de Novo - Vende-se


Tudo Novo de Novo chegou e, muito antes de chegar, enquanto lia sobre a série, via chamadas, já sabia que marcaria minha vida enquanto telespectador e, no primeiro episódio percebi que isso de fato se concretizaria. Ao longo dos 12 episódios, a série se transformou na minha predileta, com um texto primoroso, roteiro genial e excelentes atuações.

Infelizmente a Globo optou pela data errada na exibição e, o inevitável aconteceu, a série patinou em seus 12 episódios na audiência - com uma significativa melhora no penúltimo episódio, impulsionado pelo Globo Repórter em homenagem a Michael Jackson, que deu muita audiência.

Isso gerou boatos de que a série seria cancelada ao fim da temporada e, nesta sexta foi exibido o último episódio da temporada. "Vende-se" surpreendeu todos os fãs de Tudo Novo de Novo por ter seguido temática, estilo, roteiro e, principalmente, direção totalmente diferente do que nos acostumamos.

A dubiedade e também a discrição em abordar temas foi abandonado pela agressividade e pela agilidade do roteiro. Me agradou muito, afinal um último episódio de temporada deve mesmo ser diferente.

A notícia da possível gravidez de Clara correu numa velocidade recorde, nem com ajuda da Sônia Abrão iria mais rápido e, com poucas horas entre ela fazer o exame, todos os envolvidos já sabiam e, pasmem, tudo de forma acidental. O melhor é que cada descoberta foi através de cenas que não tiveram clichês, tudo muito aberto, muito bem feito.

O destaque do episódio foi, mais uma vez, o pequeno Léo que rouba as cenas com sua sinceridade absurda, como quando perguntou a Miguel com a singeleza de uma criança: "Miguel, quando nascer o bebê que tá na barriga da minha mãe você vai vir morar aqui em casa?"

A briga e reconciliação de Clara e Miguel também foi muito diferente do que vimos ao longo da série e também do relacionamento deles. Algo menos implícito e mais viril, apesar de rápido.

Gostei também da participação de vários dos personagens envolvidos na série e dando desfechos a situações em aberto. Carol voltando a morar com a mãe, enquanto o pai tenta se acertar com a esposa. Paulo que tanto mal fez a Clara reconhecendo que ela é ótima mãe e mostrando-se arrependido de suas burradas. Rute finalmente feliz ao lado de seu grande amor. Nanda se acertando com a mãe numa viagem, quem diria.

O episódio foi redondinho como toda a temporada, um final digno para a melhor série produzida pela Globo até hoje. Porém, não gostei da última cena. Todos os personagens formando uma grande família num parque foi clichê demais pro meu gosto e, o fim, com fotografias então, exagerou. Faltou criatividade.

Pena perceber que ao mostrar fotografias de todos os personagens que passaram pela série, ficou claro que Tudo Novo de Novo não encerrou apenas a temporada, mas encerrou sua curta vida na TV. Série curta, apenas 12 episódios, mas suficientes para se transformar na melhor produção brasileira. Parabéns a todos os envolvidos. Sentiremos saudades.

Força Tarefa - Plantão Noturno


O último episódio de temporada de uma série sempre tem um objetivo muito claro, que é o fechamento de um ciclo aberto justamente com o desenrolar da temporada, todos que se acostumaram a séries por temporada já sabem que é assim que funciona.

Em "Plantão Noturno", Força Tarefa cumpriu este objetivo muito bem. Todas as pequenas pontas que estavam soltar com o desenvolvimento desta ótima 1ª temporada, foram fechadas aos poucos, sem pressa e de forma quase imperceptível ao longo de mais um episódio sensacional.

Pela primeira vez na temporada, a equipe da Corregedoria do Coronel Caetano (Milton Gonçalves)teve como alvo principal de sua investigação um delegado, o que sem dúvida nenhuma, os coloca numa posição delegada, já que estavam investigando uma autoridade de patente alta entre a polícia.

Também foi a primeira vez que o Tenente Wilson (Murilo Benício) percebeu que cumprir a frieza da lei nem sempre é a melhor forma de manter a ordem e pegar os bandidos, por isso, o vimos agindo na surdina, fora da lei, invadindo a casa de um marginal sem mandado em busca de provas que incriminariam o delegado. E as encontrou. Este foi o fechamento do ciclo de Wilson bonzinho e mostrando que ele é capaz de tudo para prender policiais corruptos.

Mais do que a ação do episódio para prender o tal delegado, mais do que a união entre os policiais parceiros de Wilson que o ajudaram mesmo sabendo que a atitude era ilegal, o melhor do episódio foi perceber que os roteiristas da série amadureceram suficiente para perceber que Wilson precisa agir, para se tornar um herói é necessária ação. As cenas da perseguição em que motoqueiros tentavam matá-lo e ele, de carro, com a namorada e a sogra, matou um e feriu o outro motocilista foi realmente ótima.

Também houve o fechamento do ciclo familiar. A mãe de Jacki visitou o casal no Rio de Janeiro e a construção da personagem foi muito diveritdo, afinal, ela é como qualquer brasileiro que nunca visitou o Rio, morre de medo de bandidos, traficantes e ate de bombas, achando que a cidade é só isso. No fim, quando ela já está voltando para sua cidade e presenteia o casal com um sapatinho de bebê bordado por ela e diz: "Sonhar não custa nada", foi interessantíssimo, afinal Wilson passou a temporada toda recusando a chance de Jacki engravidar.

A forma dura com que o coronel Caetano tratou Wilson quando soube da operação ilegal organizada para recolher provas que incrimassem o tal delegado também foi muito interessante. Ao contrário de Wilson, Caetano insiste que a única forma de manter a ordem no país, custe o que custar, é através da legalidade, do cumprimento da lei e, segundo ele, a próxima vez que Wilson agisse fora da lei, seria expulso da corporação.

Será que Wilson entendeu? Ou será que ele entendeu algo que parece mais importante? Que nem sempre a lei é a melhor forma de pegar os bandidos? Isso, só saberemos em 2010, na 2ª temporada.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

A Fazenda


O programa foi quietinho, quietinho se solificando na grade da TV brasileira até conquistar seu espaço na Rede Record e, hoje, com um mês no ar, é o programa de maior audiência da casa (dividindo com o ótimo Repórter Record), além de sem dúvida ser o mais falado pelo país.

A Fazenda ganhou ares de programa de qualidade, principalmente quando a direção entendeu, já a partir da segunda semana de exibição, que um Reality Show tem a necessidade de ser ágil e ter edições interessantes, principalmente quando não se há um pay-per-view (erro irreparável da emissora).

Os erros iniciais já não são lembrados. Os tais pseu-artistas que quase não têm fama, também não. Afinal, o que se fala agora são dos conflitos que acontecem no interior da fazenda e eles não são poucos, já houve inúmeras brigas nesse período de confinamento, o que mostra que a escolha dos participantes foi um grande acerto.

A Fazenda, principalmente por ser da Record, teve de enfrentar sempre a desconfiança de parte da mídia. Inicialmente era um programa que corria o risco de micar por ser uma "cópia" do BBB. Com um formato diferente, o programa chamou a atenção e conquistou seu espaço, calando os críticos. Em seguida, o alvo foi o apresentador Brito Jr. realmente que começou muito mal, mas a significativa melhora do apresentador não foi alvo de elogios.

Por fim, com as brigas de Théo Becker e sua eliminação, a "crítica" afirmou com todas as letras que era o fim do programa. Alguns destacaram com letras garrafais que o programa tinha de fato acabado e a audiência iria micar. Evidentemente não aconteceu, afinal, o público gostou e a audiência continuou crescente, calando de novo esses pseudo-críticos.

Agora, é esperar para ver qual é o próximo alvo dessas pessoas que insistem em não reconhecer o valor de A Fazenda e como o programa é legal e que foi um acerto da emissora da Barra Funda.

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Estão na Roça nessa semana Danni Carlos, Dado Dolabella e Miro Moreira. No começo eu torcia para o Miro, mas ele é muito mané. Ainda não quero que ele saia, prefiro que saia o Dado, mas nunca a Danni, eu torço pra ela por ser a melhor pessoa lá dentro. A parcial do UOL indica 58% de saída pro Miro.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Jean Charles, um grande mistério


Decidi assistir Jean Charles após ler algumas críticas positivas em relação ao filme e, principalmente pelo fato de alguns amigos elogiarem bastante o roteiro e também a atuação de Selton Melo no papel de protagonista. Me empolgou e decidi calmamente ir assistir.

Realmente o roteiro não é ruim, aliás, é muito melhor que boa parte dos filmes brasileiros, porém, é um roteiro e uma produção desnecessária e cansativa. O brasileiro Jean Charles foi morto por engano pela polícia inglesa ao ser confundido com um terrorista quando transitava pelas ruas de Londres. A história ganhou grande repercussão e por isso a decisão do filme.

Ocorre que, exceção feita ao dia do assassinato, a vida de Jean Charles era muito, muito chata. Para contar a história de um brasileiro comum sem grandes acontecimentos durante toda a sua vida, não era necessário um filme. Espero que as pessoas que ficaram chocadas com o assassinato compreenda que não estou diminuindo o grau de crueldade do assassinato, estou apenas constatando algo baseado no roteiro de um filme.

Na maior parte do tempo o filme é cansativo sem nada que prenda a atenção do telespectador, uma vez que as situações que envolvem o protagonista são situações corriqueiras que podemos encontar em qualquer lugar, sem nenhum tom dramático nisso. A seqüência em que a polícia confunde Jean Charles com o terrorista e o persegue pelo metrô londrino até seu assassinato cruel é mais interessante, apesar de que poderia ser feito de forma a gerar mais expectativa e causando mais choque.

A atuação de Selton Melo não é um primor e digna de Oscar como alguns exageraram. É uma atuação apenas discreta, que não compromete o filme, mas que também não tem nenhum destaque. Mas o roteiro não ajudou também o ator a compor um personagem complexo, já que Jean Charles era extremamente raso, enquanto personagem dramático.

Enfim, mais um filme brasileiro que estreia com pompas de superprodução e que na prática é apenas discreto.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Ana Paula com muito Padrão


Faz anos que ela não pertence mais ao cast da Rede Globo de Televisão. Sua saída repentina para o SBT ocorreu faz tempo e fiascou, visto que ela dançou pela grade da emissora mais do que uma bailarina durante apresentação e acabou por apresentar o excelente SBT Realidade, infelizmente mal aproveitado na grade da emissora.

Nesta segunda-feira, Ana Paula Padrão retornou a bancada de um Jornal e retornou como sempre foi, com um carisma único na TV brasileira em apresentadores de Telejornal, e transmitindo a mesma impressão de credibilidade que pouquíssimos jornalistas conseguem transmitir.

A aposta de Ana Paula Padrão indo para Record foi quase tão alta quanto quando apostou em sua ida para o SBT. Record e jornalismo não são propriamente sinônimo de qualidade e credibilidade. Mas com os últimos investimentos aparentemente a emissora tenta acenar para o mercado que quer fazer jornnalísticos de qualidade.

O Jornal da Record voltou todo remodelado. Com novo cenário que lembra um pouco o cenário do SBT Brasil nos idos de Padrão. Eu gostei. A forma como Ana Paula Padrão conduziu o jornal foi eficaz, com ousadia e o mesmo sorriso de canto de lábio que conquistou milhões de telespectadores na época do Jornal da Globo.

Celso de Freitas também está muito bem, seguro, como sempre, mas é óbvio que o noticiário se sustentará - caso consiga - graças a única estrela do elenco que é Ana Paula.

Mesmo fora da Globo ela mostra o que já sabíamos, Ana Paula continua com o mesmo Padrão de sempre. Parabéns.

domingo, 28 de junho de 2009

Michael Jackson - O Mito


Quando soube da morte de MIchael Jackson eu estava na internet e vi sites e blogs postarem todo tipo de texto sobre a vida e a morte do rei do pop. Exitei e decidi não escrever nada sobre ele, pois sempre achei o método de explorar tragédias a forma mais vil do jornalismo.

Por que então estou falando? Porque acompanho desde quinta-feira todos os programas que falam sobre o astro - tanto na TV aberta como na TV a Cabo - acho que já vi mais de uma dezena de clipes, além de narrativas, documentários, entrevistas, enfim, tudo sobre Michael Jackson, e preciso falar a impressão que me deu.

Pra começar, é preciso observar que eu nunca fui um dos principais fãs dele. Sempre admirei algumas músicas (Black or White, I'll be there, We are the world, Billie Jean e Beat it são minhas favoritas) e gostei muito de sua fantástica capacidade pra dançar. Posto isso, quero dizer que não fiquei triste com a morte dele, na quinta-feira, logo após saber da morte, tive meus afazeres normais.

Comecei a ficar triste assistindo justamente os especiais e percebi algo que as pessoas aparentemente não notaram. Comecei a me fazer duas perguntas que pra mim, são pontuais sobre Michael: 1 - Como alguém que se transformou num mito, ícone de várias gerações e amado por tantas pessoas podia ser tão solitário e triste? 2 - Por que quanto mais ele fazia o bem mais algumas pessoas o pintavam como a personificação do mal.

Não quero me ater aqui aos problemas judiciais e tampouco às mudanças no rosto do cantor. Mas pra mim, assistir os documentários - tanto os que pegaram pesado como os da Record, como os que mostraram o lado bom dele como os da Globo - deixou algo claro. Morreu mais do que o rei do pop, morreu uma das últimas pessoas com bondade e inocência pura no coração.

Michael Jackson amava as crianças e amava a humanidade, por isso fez tanto pelas pessoas ao redor do mundo. Com uma infância absolutamente triste, pai rígido e que não demonstrava amor, o cantor teve a vida cheia de traumas, mas manteve o amor e a pureza. Essa pureza, falta de malícia - malícia essa que está cheia no mundo - fez com que ele tomasse atitudes normais, mas que aos olhos maldosos eram vistas como crimes e abusos. Pena.

Assisti a uma entrevista que Michael Jackson deu e que foi exibida no Repórter Record deste domingo, ali ele se emociona ao falar dos vínculos quebrados na família em todo o mundo e se emociona ao lembrar que as crianças são esquecidas pelos pais atualmente. Tudo muito bonito, mas que a emissora fez questão de mostrar como algo falso, obviamente tendencioso devido a religião dos líderes da Record.

Enfim, ainda estou chateado por saber que o mundo perde um dos últimos gênios da música e o rei do pop, rei dos palcos e brilhante compositor. Mas estou triste mesmo porque Michael Jackson deixou o mundo sem, aparentemente, conseguir ser feliz, e o seu maior pecado? A inocência.

Descance em Paz, Michael.

Os Melhores da Semana

Numa semana, digamos, movimentada, vamos aos Melhores da Semana:

10 - Supernany, no SBT

9 - Dafne e Bianca pobres, em Caras e Bocas, na Globo

8 - Passagem de Fase em Vende-se um Véu de Noiva, no SBT

7 - Fernanda Lira e Tony juntos, em Poder Paralelo, na Record

6 - Especial sobre a vida de Michael Jackson, em Globo Repórter, na Globo

5 - Tudo Novo de Novo, na Globo

4 - Briga entre Dado e Brito Jr., em A Fazenda, na Record

3 - Revelação de Bruno como Guri, em Poder Paralelo, na Record

2 - Cobertura da morte de Michael Jackson, no Jornal Nacional, na Globo

1 - Força Tarefa, na Globo

Frase da Semana: "Pobre quando não tem o que fazer, inventa" - Eunice, vilã de Vende-se um Véu de Noiva, no SBT.

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