sábado, 24 de outubro de 2009

As Piores Atrizes Brasileiras de todos os tempos

Depois de um longo e tenebroso inverno com direito a pc queimado, contagem errada, perca de lista e outras coisas mais, o blog retoma hoje a Lista de Melhores e Piores proposta há alguns meses. Hoje, vamos eleger as Piores Atrizes Brasileiras de Todos os Tempos, lista polêmica, inclusive. Veja os resultados:

10 - Priscila Fantin - 1983



Revelada na primeira temporada de Malhação Múltipla Escolha, e no papel da protagonista Tati, Priscila Fantin atraiu a atenção do público como uma atriz de futuro promissor - ainda mais por participar de uma das temporadas mais bem sucedidas de Malhação. Saída da novela teen, foi direto para a incompreendida As Filhas da Mãe, na qual realizou um trabalho correto na pele da filha mais velha de Rosalva [Regina Casé]. E subiu mais um importante degrau ao conquistar o papel da italianinha Maria, progagonista de Esperança. Logo depois, mais um papel de destaque: Olga, a vilã de Chocolate com Pimenta. Até então, quatro atuações de destaque.
A saraivada de críticas começou quando Fantin conquistou sua terceira protagonista: a 'índia de chapinha' Serena, em Alma Gêmea - o indiscutível fenômeno de audiência que está sendo reprisado na programação vespertina da Globo. Mas se por um lado o folhetim foi quase uma unanimidade de elogios pelo conjunto da obra, a atuação de Priscila Fantin na pele da indígena foi quase uma unanimidade no quesito 'comentários negativos'. No terceiro trabalho da atriz sob a batuta da dupla Carrasco e Jorge Fernando, a situação pareceu piorar. Em Sete Pecados, ela foi a protagonista Beatriz; e nos primeiros capítulos, pôde-se até notar algo que poderia ser chamado 'Encosto de Olga', já que o tom das duas personagens era bem parecido. Neste caso, o trabalho médio-fraco dela foi a cereja do bolo no festival de equívocos que foi esta novela.
Assim, pode-se concluir que a gradual subida de patamar de Priscila Fantin deu uma 'estacionada' ou até uma ligeira descida nos últimos anos. Ela está confirmada na próxima novela das 19:00, e resta-nos apenas a pergunta: "será que ela será capaz de nos surpreender positivamente?" Enquanto a resposta não vem, ela está aqui, na décima posição de nossa lista.

9 - Xuxa - 1963



Era uma vez uma modelo que virou apresentadora infantil, ganhou o título de rainha dos baixinhos e enveredou pelo ramo da música e das... artes cênicas. Ao longo de sua vitoriosa carreira, Xuxa Meneghel passou por quase todas as áreas de atuação artística. E tudo com um relativo sucesso, graças ao público infantil que sempre foi seu alvo número 1. Seus discos e DVDs vendem como água, os filmes sempre arrastam milhões de baixinhos e altinhos aos cinemas de todo o Brasil. Não estamos aqui querendo pôr em xeque a audiência que ela conquista, mas sim a qualidade do trabalho dela enquanto atriz...
Não importa se é filme ou se é especial de fim de ano: o que vemos na tela nada mais é do que Xuxa como ela mesma - às vezes, vestindo uma fantasia ou algo assim. Não há composição de personagem [se há, anda meio difícil de perceber], nem nada. Ela simplesmente não é atriz, mas uma figura midiática de indiscutível carisma, que gera um grande retorno financeiro - daí os filmes lançados religiosamente no período das férias escolares. Mas daí a ser realmente atriz e merecer homenagens em festivais de cinema como a que ocorreu em Gramado no meio deste ano...

8 - Fernanda Lima - 1977



Eis aqui mais um caso de modelo, que virou apresentadora [e das mais competentes] e seguiu o já quase natural caminho de se tornar atriz. Fernanda Lima teve uma ligeira incursão no cinema, no filme A Dona da História; mas sua atuação no longa não chegou a ser amplamente comentado - nem para o bem, nem para o mal.
A gaúcha começou a ser pesadamente bombardeada por público e crítica ao ser alçada ao posto de protagonista já em sua estreia como atriz na TV, no faroeste modernoso e incompreendido Bang Bang. Como se não bastasse a novela não agradar como um todo, ela também foi amplamente acusada de ser inexpressiva e não merecer o papel para o qual havia sido designada. Realmente, teria sido necessário um pouco mais de preparação antes de pegar uma missão tão importante como protagonizar uma novela...
Depois, em sua segunda novela, Pé na Jaca, Fernanda evoluiu a olhos nus, mesmo assim, boa parte da crítica já havia pegado birra contra seu trabalho o que gerou algumas perseguições maldosas.
Hoje em dia, Fernanda Lima parece ter deixado de lado sua vertente atriz e voltou suas atenções para o que ela sabe fazer de melhor: apresentar. O público agradece.

7 - Susana Vieira - 1942



Susana Vieira deu seus primeiros passos na televisão graças a beleza. Começando como dançarina em programas de auditório e foi chamada para integrar o elenco dos teleteatros graças a seu rostinho bonito [será que no fim da década de 60 se torcia tanto o nariz para essa forma de ingresso na mídia como acontece hoje?]. A então dançarina foi evoluindo em sua nova função e pode se dizer que chegou ao momento de ser considerada uma atriz consagrada; colecionando papeis importantes como a Marina de A Sucessora; Ana em A Próxima Vítima e a sempre citada Branca Letícia de Barros Mota de Por Amor.
Ainda teve a batalhadora Maria do Carmo, do fenômeno de audiência Senhora do Destino; que dividiu opiniões. Houve gente que se derramasse em elogios para o trabalho da atriz no folhetim; mas também houve quem criticasse duramente a má composição da personagem nordestina - principalmente por conta de um sotaque para lá de equivocado.
Mas o buraco é bem mais embaixo. A impressão que o espectador tem é que desde que a vida pessoal de Susana passou a ter um destaque absurdo nos sites de fofoca, seu desempenho na TV vem sendo cada vez mais pífio. Há quem diga que ela está interpretando ela mesma [ou será que está levando a personagem para casa?]
O fato é que nos últimos anos Susana Vieira vem demonstrando ser mais 'celebridade' e menos 'atriz', razão pela qual está figurando entre as piores atrizes brasileiras.

6 - Yoná Magalhães - 1935



Dona de uma longa carreira, Yoná Magalhães fez parte do elenco de novelas marcantes como "A Próxima Vítima" e "Senhora do Destino" [só para mencionar das últimas duas décadas]. Fazendo uma linha do tempo com as personagens interpretadas por ela, quase todas seguiram o mesmo padrão: mães que mimam os filhos/netos de caráter duvidoso, ou sem caráter duvidoso. Ficou faltando algo que diferenciasse de fato uma personagem da outra, o que denota falta de versatilidade.
Yoná tem feito constantes trabalhos como a vovó querida, mas que sempre pega no pé de alguém, como foi A Próxima Vítima, em Senhora do Destino, em Paraíso Tropical, em Negócio da China e agora se repete em Cama de Gato.
Ao que tudo indica, ou a atriz tem medo de inovar e pegar papéis que possam desafiar sua capacidade de interpretação, ou é o único papel que sabe interpretar, o que mostra sua incapacidade para a profissão, mas pode ser também o único tipo de papel oferecido a ela, o fato é que já cansou.
Com tantos trabalhos iguais, Yoná Magalhães figura entre as atrizes que mais cansam o telespectador e por isso aparece em nossa lista.

5 - Gabriela Duarte - 1974



Filha da consagrada Regina Duarte, Gabriela foi dando um passo de cada vez na carreira: estreou na TV participando da minissérie "Colônia Cecília", passando depois pela novela "Top Model" e o remake de "Irmãos Coragem", no qual interpretou um papel que já havia sido de sua mãe. Mas conquistou grande destaque quando interpretou a mimada Maria Eduarda em "Por Amor" [contracenando ao lado da própria mãe]. E foi aí que começou o festival de críticas a atuação da moça, que se misturaram com críticas à personagem. Foram tantos comentários de cunho negativo que atriz/personagem foi um dos primeiros [ou o primeiro] alvos de manifestações de ódio na internet. Quem não lembra do site "Eu odeio a Maria Eduarda"?
O tempo passou, e depois de Maria Eduarda, pode-se dizer que ela teve apenas duas personagens de peso: a compositora Chiquinha Gonzaga quando jovem, na minissérie homônima; e a prostituta Justine, em "Esperança". O último trabalho da atriz foi na novela América, mas passou desapercebido por muita gente.
Gabriela Duarte ficou na memória de boa parte do público como a intérprete de uma personagem chata, muito chata; o que a trouxe ao quinto lugar desta lista.

4 - Letícia Birkheuer - 1978



Tão logo saiu das passarelas, Letícia Birkheuer foi parar no que é o sonho de praticamente todo ator: uma novela das 8. E ela não foi a única novata a dar as caras na telinha em horário tão nobre justo no primeiro trabalho: outras jovens atrizes como Paola Oliveira e Bianca Comparato também deram seus primeiros passos no folhetim de Sílvio de Abreu.
Mas o caso de Letícia era bem mais especial que o das atrizes supracitadas: ela era nada mais nada menos que intérprete de uma das personagens de maior destaque da história: Érica, filha da protagonista Júlia Assumpção [Glória Pires] e neta de uma das personagens mais amadas (e odiadas) da última década, a vilã Bia Falcão (Fernanda Montenegro).
Nesta posição, a estreante ficou conhecida por um festival de cenas constrangedoras, como o momento em que Júlia a flagra com André [Marcello Antony] e a cena dela bêbada, que levou o público a gargalhada devido à suas interpretações bizarras, como a do momento em que sofreu um pequeno acidente de carro por estar bêbada.
Os trabalhos seguintes não apagaram de forma alguma a péssima impressão que a esmagadora maioria dos telespectadores teve de sua atuação, seu último trabalho, foi uma pequena participação na estréia de Cama de Gato e o que se viu foi as mesmas caras e bocas que ela chama de atuação; garantindo o quarto lugar da lista das piores atrizes.

3 - Lucélia Santos - 1957



Ao ver/ouvir o nome "Lucélia Santos" em qualquer lugar, o nome que vem logo em seguida é "Escrava Isaura". A atriz ficou marcada por sua atuação em novelas de época, como esta e também "Sinhá Moça". Como Isaura, a escrava branca, a atriz fez sucesso no mundo todo e principalmente na China onde até hoje é reconhecida na rua todas as vezes que visita o país
Mas seus papeis mais recentes, como Fausta em "Cidadão Brasileiro" e Suzana Mayer em "Donas de casa desesperadas" mostraram uma atriz para lá de inexpressiva e sua atuação acabou passando em brancas nuvens. Longe da TV Globo há muito tempo, a atriz parece não encontrar mais a identidade de grande atriz e estrela que teve um dia e caminha a passos largos para um fim de carreira melancólico.
Para boa parte dos espectadores, ela sempre será lembrada com uma atriz 'one hit wonder', sempre lembrada por um único papel de destaque, o que por si só já dá mostras de que ela merece o 3º lugar na lista.

2 - Karina Barum - 1976



Com poucos trabalhos na TV, a atriz não chegou a se notabilizar por boas atuações. Depois de participar de Malhação e Torre de Babel, a moça conseguiu seu primeiro [e único] papel principal, na novela "Louca Paixão", da TV Record, quando a emissora ainda não apostava muito em teledramaturgia.
Como a mocinha da história, ela não empolgou, pelo contrário, chegou a decepcionar com uma atuação apática, uma novela que teve até uma audiência satisfatória para os padrões da época da emissora, o que se via em todos os lugares eram críticas pesadas a sua atuação e a composição superficial da personagem, fato que já havia sido criticado em seus trabalhos anteriores.
Como não teve grandes chances de tirar a má impressão que o público teve, ela ficou na lembrança como uma atriz que nunca empolgou e que na verdade não passava de uma menina querendo ser atriz.
Karina ainda esteve em A Padroeira da Rede Globo num papel de nenhum destaque e em Esmeralda, do SBT, mostrando que não conseguia mesmo se firmar em lugar algum, sua última aparição na TV foi em 2006 num episódio de Carga Pesada.
Com tantas críticas em todos os seus trabalhos, Karina Barum tornou-se a segunda mais votada no ranking de piores atrizes do blog.

1 - Vera Fischer - 1951



Vera Fischer despontou para o estrelato como um ícone de beleza, a Miss Brasil. E construiu uma carreira televisiva que pode ser considerada notável, com papeis importantes; dentre os quais Jocasta, em "Mandala", Ana de Assis em "Desejo" e Helena em "Laços de Família".
Mas as atuações notáveis chegam a ser de certa forma ofuscadas pelas atuações pífias, como aconteceu com Lídia Laport em "Pátria Minha" [que tinha tudo para ir bem, mas foi prejudicada pelos escândalos nos quais a atriz se envolveu à época]; Yvete em "O Clone", Antônia em "Agora é que são elas" [sobre esta, houve quem comentasse que a personagem não combinava com o perfil da atriz] e a mais recente, Chiara em "Caminho das Índias", que rendeu comentários pela inexpressividade.
Assim, apesar de ter alguns bons momentos na carreira, o desempenho fraco em outras produções pesaram bastante na memória do público, em especial do público votante desta lista, que acabou por colocá-la em primeiro lugar.

Escrito por Evana Ribeiro

Editado por Daniel César

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Aline - Um Grande Achado da TV


Assisti ontem a mais um episódio de Aline - série da Rede Globo baseada em tirinhas - e mesmo parecendo repetitivo preciso reafirmar o quanto essa série superou todas as minhas expectativas em qualidade.

Eu já havia afirmado que a série é, sem dúvida, o que há de mais bizarro na história da Globo - algumas pessoas discordaram me lembrando de Armação Ilimitada e de TV Pirata, só me recordo da segunda - mas depois do episódio de ontem é impossível não considerar Aline um dos grandes achados da TV em 2009.

O episódio de ontem foi centrado na famosa TPM - tensão pré-menstrual - que assola as mulheres todos os meses. Aline, a protagonista, recebeu todos os possíveis e imagináveis clichês que uma mulher de TV recebe quando está na TPM, mas sempre de forma muito exagerada e divertida.

Os diálogos do episódio estavam especialmente divertidos e muito, muito bem estabelecidos, como a cena em que o pai de Aline fala para seus genros que se divorciou e pede que eles digam algo profundo e confortador e eles dizem: "Que chato, chatão". Ou então quando o chefe de Aline diz que fica igual a ela quando está de TPM e outro funcionário diz que não sabia que homem tinha TPM e ele responde: "Tem que ser muito macho pra aguentar TPM".

Mas o melhor do episódio foi o diálogo dos pais da protagonista no momento do divórcio, enquanto separavam o que era de cada um. Em dado momento, nenhum quis ficar com um vaso que foi quebrado, então eles começaram a pegar os cacos de vidro e lembrar os momentos bons que tiveram no casamento, como se os cacos representassem esses momentos. Foi um dos diálogos mais inteligentes da TV no ano.

As frases de Aline para seu diário também foram especialmente inteligentes e com ótimas sacadas, como por exemplo, quando ela compara a cidade de São Paulo com seu tempo maluco, passando pelas 4 estações em apenas um dia, a uma mulher na TPM que também sofre diversas alterações.

Enfim, seria impossível ficar citando muitos exemplos, pois o episódio foi todo bom, com diálogos ágeis, inteligentes e piadas muito bem sacadas. E isso nos leva a conclusão de que é possível fazer humor inteligente na TV sem a necessidade de apelação, com texto de ótima qualidade.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Flash Forward - "Black Swan"


Desculpe a demora, a crítica sobre o 4º episódio de Flash Forward demorou, mas veio. Na verdade, uma seqüência maluca acontece neste fim de semana e me impediu de assistir o episódio na data certa.

"Blach Swan" é o segundo episódio consecutivo em que os roteiristas apostam muito mais no drama das pessoas do que propriamente no mistério por trás do flash forward. O episódio se inicia mostrando o momento em que as pessoas sofreram o "apagão" concentrando-se em um novo personagem (e mostrando que já se passaram 14 dias desde o ocorrido), tudo para contar a história desse personagem.

Na história, Olívia segue um grande dilema que é ignorar o Flash Forward do seu paciente e agir como uma médica normal, assim também ignorando sua própria visão, além de tentar se afastar completamente do homem em que viu tendo um relacionamento na visão, ou simplesmente dar ouvidos ao seu amigo médico que parece fissurado nas visões.

Evidente que quem tinha razão era o outro médico e ela deveria ter dado ouvidos, assim, o paciente quase morreu, mas ela resolveu seguir o conselho de seu amigo e salvou a vida do personagem que em sua visão não era mais branco, mas era "negro".

Outros personagens seguiram dilemas, como a babá que se viu sendo afogada, o agente Demetri que continua em sua busca desenfreada pelo seu futuro assassino e o próprio Mark que tenta esquecer sua visão, mas ele depende dela para trabalhar.

O mistério, como sempre, é explorado nos últimos minutos do episódio para prender a atenção do público - e cá entre nós, o gancho dessa semana foi ainda melhor com a entrada do "finado" Charlie, de Lost e com a revelação que o tal homem misterioso da visão de Olívia está diretamente envolvido com o apagão de proporções mundiais, isso é interessante.

Entre todos os 04, este foi o episódio menos acelerado de Flash Forward, mas não foi ruim. Porém, a série começa a correr perigo, primeiro porque aposta demais nos dramas das pessoas e está deixando o mistério muito de lado e segundo, e mais grave, é que essa questão temporal é muito complexa e alguns erros começam a aparecer. Lost trata dos dramas e dos mistérios com perfeição e sem se perder na linha de tempo, se continuar como está, Flash Forward vai lembrar muito mais Heroes nos bons tempos do que Lost.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Bom momento na Teledramaturgia da Globo


A globo enfrentou recentemente problemas graves num de seus principais - ao lado do telejornalismo - carros-chefes da programação, sua teledramaturgia - leia-se novelas. Como esquecer dos recentes fracassos, tanto em audiência como em qualidade, Negócio da China e Três Irmãs, no horário das seis e da sete, que anteriormente já haviam fracassado também com produções que não pareciam ter a marca da Globo como Eterna Magia e Sete Pecados (sim, eu sei que houve novelas sem grande audiência nesse meio tempo, mas que não foram propriamente fracasso de qualidade).

O horário nobre então, a situação era complicada. Após o fiasco que foi Duas Caras, não apenas em audiência, mas com gosto duvidoso, trama confuso e um final grotesco - a novela acabou no sábado, sem reprise e sem explicar a maior parte das situações - a emissora teve uma obra-prima, A Favorita. Que, mesmo não correspondendo inicialmente no Ibope, já que enfrentou o fenômeno na época, chamado Os Mutantes - que o tempo e a qualidade da novela global trataram de afundar - a novela chegou aos 40 de média final e como uma das melhores tramas. Em seguida veio Caminho das Índias, outra novela ruim, muito ruim e que teve audiência fraca.

Muitos achavam que era um caminho sem volta, que tanto em qualidade quanto em audiência a Globo estava em queda e eu era uma dessas pessoas, mas aí no horário das seis apareceu Paraíso, novela clichê, mas redondinha. A novela aos poucos ajudou na recuperação do horário e cresceu 6 pontos em relação a sua antecessora, chegando a 26 de média, número menos feio para a Globo.

Atualmente, o horário das 6 e das 7 estão ocupados pelas melhores novelas da emissora nos respectivos horários em muito, muito tempo. Caras e Bocas que já está com a trama bem desenvolvida é um achado. Mostra que Walcyr Carrasco é um grande escritor apesar de ter errado a mão em Sete Pecados. Com uma trama deliciosa, histórias curtas e sempre cheias de humor, Caras e Bocas reconquistou o público do horário, enquanto sua antecessora Três Irmãs chegava a dar 25 pontos, e raramente chegava a 30, Caras e Bocas se consolidou bem e não dá menos do que 30 (exceção feita ao sábado), tem média geral até agora de 31 e já chegou a incríveis 37 de média, o que era impensável para o horário a bem pouco tempo. Enquanto isso, Cama de Gato começou e começou bem. Já em sua primeira semana registrou média de 04 pontos a mais que Paraíso, subiu mais ainda na segunda semana e registrou recorde no início da terceira semana. Nessa última segunda-feira, com horário de verão e tudo, a novela registrou 28 pontos. Também, pudera, a novela, como eu já disse aqui, lembra muito A Favorita, é ágil, muito misteriosa, com excelente trama, uma vilã que promete ser infernal e uma história aparentemente muito bem amarrada.

O horário das 6 e da 7 estão aparentemente recuperados, tanto em audiência quanto em qualidade, afinal, Caras e Bocas é muito acima da média e Cama de Gato tem tudo para ser a melhor novela das 6 da década.

Porém, o horário nobre ainda está oscilante. Viver a Vida é tão ou mais ruim que Caminho das Índias, novela que não se cansa de utilizar diálogos infantis e desnecessários a trama, que não cansa de colocar mulheres e homens reunidos sem trabalhar e apenas bebendo (e tem gente que fala que Manoel Carlos é realista) o dia inteiro e que não se cansa de utilizar elementos clichês e previsíveis que chegam a irritar. O resultado é que a audiência da novela não pára de cair. Após começar com a melhor audiência desde Páginas da Vida, a novela segue caindo semana após semana e registra média geral de aproximadamente 36 pontos até agora.

Mas podemos ficar calmos, após Viver a Vida, estreia a nova novela de Sílvio de Abreu e, convenhamos, dá pra confiar em Sílvio de Abreu. E isso significa dizer que a teledramaturgia da Globo que sofreu nos últimos anos, caminha para tempos mais calmos.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Isso é fazer Televisão


A cena protagonizada neste último domingo (18) pelas emissoras de TV aberta no Brasil é algo que precisa ser encarado como histórico, principalmente num país em que todos - seja telespectador ou até mesmo as emissoras - estão acostumados com o reinado absoluto da Rede Globo com uma programação rica, diversificada e com anos luz de vantagem em relação às suas concorrentes.

Há duas semanas, o SBT começou a divulgar para o domingo o tão aguardado encontro entre o principal comunicador da história do país, Sílvio Santos, e um dos principais jogadores brasileiros de futebol, Ronaldo Nazário. Muito se especulou sobre isso, alguns pequenos vídeos desse encontro foram lançados na internet para causar curiosidade e instigar o público e o resultado foi que dias antes não se falava em outra coisa.

A Record não deixou barato. O "Programa do Gugu" decidiu investir pesado e entregar uma casa ao vivo. Pode-se dizer que este tipo de assistencialismo deveria ser combatido, uma vez que é exploração da tragédia alheia na busca pela audiência, é verdade. Mas este é o formato do programa e é disso que o público aparentemente gosta. Gugu anunciou a entrega da casa ao vivo. E mais: viajou de helicóptero até chegar ao local da entrega, uma inovação para prender a audiência.

Enquanto isso, o "Pânico na TV" continuava com suas cartadas, no mesmo estilo de humor ácido e debochado. Às vezes exagerado e ofensivo, mas que chama a atenção do público e causa muitas gargalhadas. No melhor momento do programa desde que estreou, era evidente que estaria nessa briga pela audiência.

E também temos a Globo, que reina absoluta diariamente - menos no domingo, quando a briga é ferrenha. Curiosamente neste a Globo não foi pressionada praticamente em nenhum momento durante a programação. O SBT conquistou a liderança por poucos minutos no horário do almoço, mas fora isso, toda a grade da Globo foi favorecida pela transmissão da Fórmula 1.

Mas aí chegou a noite, começou o "Programa Sílvio Santos" e o "Programa do Gugu". Enquanto o "Pânico" não entrou no ar e a Globo estava com o "Fantástico", o que se viu foi SBT e Record brigando pela vice, como há muito não se via. Sílvio Santos levou a melhor na 1ª hora de exibição, por poucos décimos. Então começou o "Pânico" e a audiência se dividiu mais ainda. Em poucos minutos, a atração da Rede TV! já era vice-líder, mas sempre SBT e Record revezam também na vice-liderança e, em determinado momento os três estavam com 11 pontos de audiência.

E Sílvio Santos seguida divulgando que Ronaldo estaria no ar, e Gugu voava de helicóptero na casa que nunca chegava. Então, com o fim do "Fantástico" começou o excelente programa Norma, mas que não dá audiência para a Rede Globo e aconteceu o que seria impensável.

Record, SBT e Rede TV! brigando pela liderança, com a Globo no 4º lugar. Quando Ronaldo entrou no ar e Gugu começou a entregar a casa, ambos começaram uma briga ferrenha pela liderança, pois logo o "Pânico" acabou e a Rede TV saiu da disputa. O "Programa Sílvio Santos" conquistou pico de mais de 17 pontos assim como o "Programa do Gugu".

Isso é fazer televisão. Fazer televisão não é se acomodar com o número de audiência costumeiro, não é oferecer sempre a mesma coisa para o telespectador. Mas é se planejar e oferecer novidades, para que o público decida qual é melhor para assistir. Pena que esta disputa seja apenas nas noites de domingo.

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