sábado, 20 de junho de 2009

Novidades no Mercado da TV

* Ainda nesta noite texto sobre Soletrando e os Melhores da Semana.



Aqueceram o Mercado da TV como há muito tempo não se via. Desde o início do mês, boatos em praticamente todos os jornais e programas especializados em TV davam conta de que a Record havia investido alto na tentativa de retirar o apresentador Augusto Liberato do SBT. Como o namoro entre Gugu e Record é velho, nem sequer cogitei isso, mas parece que a coisa engrenou.

Mais do que isso, esse fim de semana está repleto de novidades e o mais legal é que podemos acompanhar tudo em tempo real. Daniela Beyrute, filha de Sílvio Santos e diretora-mor do SBT vem contando cada novidade através de seu twitter o que torna tudo muito mais divertido.

A primeira grande cartada de Sílvio Santos foi tirar da Record o apresentador do principal programa da emissora, comercialmente falando. Roberto Justus não é mais da emissora dos Bispos, ele agora está no casting do SBT e, pelo que lemos no twitter de Beyrute, ele pode conseguir levar "O Aprendiz" pra emissora do Sílvio. Incrível? É, eu sei.

Outra contratação que deve ser anunciada oficialmente na próxima segunda-feira é Eliana. Ela já manifestou o desejo de não continuar na Record e deve assinar com o SBT depois de amanhã retornando a emissora que a revelou, dessa vez para um programa no mesmo estilo que ela apresenta na Record.

A tacada de Sílvio Santos foi brilhante. Muitos diziam que o SBT estava falindo, em 3º e caindo para o 4º lugar, mas o homem do baú mostra que acordou para a vida de fato. Justus e Eliana são sinônimos de audiência, e vão contribuir e muito para a emissora, além de fazer muita falta na Record. Ainda há boatos que nessa semana o SBT fará uma proposta oficial para retirar o programa "Pânico na TV" da Rede TV, o que seria espetacular, caso conseguisse.

Mas ainda assim, se a emissora quer voltar a ser a 2ª deve se preocupar com o horário nobre. A linha de shows do SBT está num bom horário e com alguns programas bons, como Esquadrão da Moda e 10 Anos mais Jovens, mas Hebe está em horário errado, talvez fosse o caso de trocar seu dia com Super Nany e lançá-la aos sábados às 10 da noite.

Outro problema para a emissora é sua dramaturgia. Após o fiasco que foi Revelação, Vende-se um Véu de Noiva teve uma primeira semana com uma audiência fraca, pudera, a novela começou mal, muito pela direção e também com elenco fraco, além de diálogos cansativos. É preciso que o SBT invista em novelas se quiser recuperar seu posto de segundo lugar, para isso, uma ótima idéia, seria lançar um Concurso de Roteiristas. Ou não?

Tudo Novo de Novo - Intimidades


Desde que eu comecei a assistir Tudo Novo de Novo este foi o primeiro episódio que não superou o anterior, mesmo sendo absolutamente excelente e muito, muito acima de qualquer outra produção brasileira, "Intimidades" foi um pouco abaixo dos outros episódios da série que beira a perfeição.

O episódio foi muito ágil, o que já se tornou uma marca registrada da série, cheio de acontecimentos e com significado para cada uma das cenas. A série tem a qualidade de que nenhuma cena está ali por acaso, não há falas colocadas apenas para preencher espaço, todas estão ali de alguma forma com um significado oculto que nos obriga a pensar na formação da família brasileira e também de nós enquanto seres humanos, o que merece palmas, porque não é fácil conseguir criar um roteiro tão cheio de mensagens e significados.

Assistir Miguel e Clara após tanto tempo de relacionamento buscando ainda uma forma de conseguirem equacionar a relação dentro da vida maluca de cada um deles, conseguindo passar momentos juntos e felizes de forma que não desagrade os filhos dela, a filha dele, ou as tantas outras pessoas envolvidas nessa relação, é algo bonito, principalmente pelo esforço de ambos.

Mais do que isso, esse episódio teve um toque de classe ao nos mostrar uma Rute (a ex de Miguel) menos infantil, tentando buscar a maturidade, tudo isso após começar um relacionamento amoroso com Eliana (Irene Ravache). A cena em que ambas conversam em casa, após Rute ter sido rejeitada por Júlia, foi muito linda, o momento em que Eliana e Rute apenas se dão as mãos em silêncio foi cheio de sentidos e mostrou o quanto uma completa a outra.

Júlia também foi o ponto alto do episódio. Ela e Carol finalmente ficaram amigas, porém, como toda adolescente que se preze, sentiu-se pressionada pelas amigas de colégio e, tentando ser igual, "pegou emprestado" o MP 4 de Carol, sem avisar e, obviamente a confusão se instalou.

Achei divino Miguel atender ao apelo da filha chorando e deixar com que ela devolvesse o aparelho sem precisar contar a ninguém que foi ela quem pegou, mostrou que Miguel é humano e a série não tenta mostrar pessoas perfeitas. O erro do episódio foi que, ao devolver o MP 4, Júlia mostrou toda a preocupação para que ninguém visse e, no instante em que tirou o aparelho da mochila, Carol a pega em flagrante. Absolutamente clichê, eu sei que Carol teria que descobrir o "roubo" de Júlia, mas devia ser de outra forma.

A cena em que Júlia conversa com Eliana e ambas se perdoam também é linda. Irene Ravache em dois episódios conquistou a série toda com uma interpretação segura e com um toque que só ela seria capaz de dar. Enxergar o abraço de Júlia e Carol, após o pedido de desculpas de Júlia também foi emocionante, afinal, Carol entendeu que Júlia passa por problemas e Júlia notou que Carol também tem os seus. Dispensável foi a cena em que Júlia sai do carro de Eliana e, andando, olha duas vezes para trás, outro clichê.

Ainda assim a série continua como a melhor coisa da TV brasileira, em 10 episódios apenas 02 equívocos de um roteiro que beira a perfeição e que, disparado, é o melhor roteiro brasileiro em muitos, muitos anos. Pena que a audiência não corresponde (como sempre o povo brasileiro prefere programas sem conteúdo a um programa brilhante) o que não garante uma segunda temporada. Vamos torcer.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Força Tarefa - Apenas um homem honesto


Após alguns episódios em que o Tenente Wilson e sua equipe na corregedoria são jogados diante de policiais corruptos, mesmo que não os tivessem investigando, nesta quinta-feira a série retomou o foco principal que é o da investigação contra policiais com práticas ilícitas até chegar a prisão deles.l

Para uma série que tenta retratar um grupo especial quase nunca citado pela Polícia, é interessante quando o episódio se foca exclusivamente em todo o processo investigativo da Corregedoria, mostrando cada ato principalmente de Wilson que neste episódio trabalhou sozinho praticamente o tempo todo.

O ponto fundamental de "Apenas um homem honesto" foi a forma que o tenente conduziu sua investigação a despeito da descrença de todos os seus colegas. Ele tinha certeza que o policial morto sabia algum podre de seus colegas e, por isso, Wilson não desistiu até descobrir tudo.

Outro ponto que me chamou muito a atenção neste episódio foi que pela primeira vez o tenente Wilson ficou vulnerável, extremamente vulnerável, inclusive, tanto fisica quanto emocionalmente. Quando o tenente foi perseguido pelo policial e sofreu o acidente com o carro, além de levar o tiro, mostrou que até mesmo o tenente com toda sua capacidade e qualidade profissional está vulnerável a este tipo de incidente na polícia.

Porém, a maior vulnerabilidade de Wilson no episódio foi saber que uma testemunha - um mendigo - que ele envolveu na ânsia para prender o parceiro do policial morto acabou sendo assassinado de forma fria. Mesmo que isso tenha levado o tal policial a prisão, pois o crime foi gravado pela caneta-câmera que Wilson deu ao mendigo, nada disso tranquilizolu o tenente que se considerou culpado pelo fato do mendigo ter morrido.

A cena final, em que Wilson e Jacki estão no cemitério e só eles acompanham o enterro do mendigo Orlando é muito importante para mostrar que, apesar de durão, as emoções do tenente são vulneráveis ao erro. Muito marcante também ele com a bandeira brasileira dobrada e colocando sobre o caixão, a bandeira que o mendigo sempre manteve enrolada em seu corpo. Lindo o momento em que o funcionárilo pergunta o nome do morto e Wilson diz: "Orlando. Orlando Brasieiro".

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Caras, Bocas e etc


Virei fã assumido. Faz tempo que uma novela das 7 não me conquista com vontade dentro da linha do bom humor e das cenas cômicas (a última havia sido Pé na Jaca com o impagável Arthur Fortuna), mas Caras E Bocas já me conquistou.

Eu já havia falado da novela após alguns capítulos de exibição Aqui e já afirmava que a obra tinha ingredientes para ser um novelão. E virou um novelão!

A veia cômica da novela é algo que não se vê há muito tempo. O texto é ágil e o núcleo cômico (nem sei se pode se chamar assim, já que em todos os núcleos existe humor) está afinadíssimo. Muito disso se deve ao excelente trabalho de Walcyr Carrasco que ganhou fama na Globo por se notabilizar por duas outras obras primas do humor: O Cravo e a Rosa e Chocolate com Pimenta.

Walcyr andou meio perdido em seu último trabalho (Sete Pecados), mas se acertou novamente retomando sua veia cômica, tornando as cenas um pouco mais carregadas do que em suas outras novelas que eram para o horário das seis. Algumas personagens engrenaram exclusivamente por causa do texto de Walcyr que deixa tudo muito fácil para quem vai interpretar.

Porém existem três exceções: Bianca (Isabelle Drummond) está simplesmente impagável, a cada momento em que ela aparece todos que assistem já esperam uma frase pra gente cair na risada, ah, e seu bordão "É a treva" pegou, além do que é algo inédito mesmo na TV. Seu parceiro, Felipe (Miguel Rômulo), também está muito bem, e isso se deve a ótima atuação de Miguel, que já ganhou o prêmio de revelação por A Favorita e segue fazendo excelente trabalho. Ele criou trejeitos divertidíssimos ao personagem e que sempre nos faz rir.

O último destaque cômico é alguém que definitivamente calou a minha boca. Na primeira crítica que fez a novela, disse que ela estava mal (e de fato estava), mas foi crescendo, seu personagem desenvolveu e conquistou a todos, inclusive a mim. Na pele de Simone, Ingrid Guimarães finalmente me convence como atriz e, além disso, me faz rir muito com suas situações pra la de malucas sempre muito bem interpretadas pela atriz. Dou a mão a palmatória.

Mais do que uma novela cheia de risos e com mocinhos chatos (como foi Cobras e Lagartos, por exemplo), Caras e Bocas tem tudo muito afinado. A história central da trama é muito boa e tem caminhado com agilidade e com situações bizarras e sempre muito bem humoradas. A interpretação de Flávia Alessandra e Malvino Salvador, nos papéis de Dafne e Gabriel estão boas, ambos muito seguros, evidentemente Flávia é muito melhor que ele, mas Malvino tem se saído bem.

Enfim, a novela está excelente e a cada dia dando mais audiência, semana passada de 31 todo dia e terça-feira dessa semana chegou a 33 de média, recuperando o horário.

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Assisti Vende-se um Véu de Noiva e o segundo capítulo foi ainda pior que o primeiro. Quem disse pra esse diretor que filmar as cenas com a câmera ao longe fica bonito? E as atuações continuam muito abaixo da crítica. Pena porque a trilha sonora é excelente e as tomadas panorâmicas também.

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A Fazenda bateu recorde de audiência... Também, o programa continua muito, muito bem. Queria que o Jonathan saísse pra ver o circo pegar fogo, mas acho difícil. Pena :(

quarta-feira, 17 de junho de 2009

As Bizarrices do SBT


Estreou nesta terça-feira no SBT a nova novela da emissora, lançada com muita pompa "Vende-se um Véu de Noiva", baseada na obra de Janete Clair e escrita por Íris Abravanel (a esposa de Sílvio Santos).

Como crítico, fui assistir, e como telespectador me arrependi amargamente. Não que a novela seja ruim, não é, afinal o roteiro é de Janete Clair, mas o SBT evidentemente não poderia deixar de colocar na novela sua identidade, ou seja, sua "cara" e ficou bizarro.

As atuações nesse primeiro capítulo são de dar vergonha alheia. Muito abaixo da crítica. Não é que sejam bons atores mal dirigidos, não, são mau atores sendo mal dirigidos e vira um samba do criolo doido. Péssimas interpretações, pessoas que chegam diante da câmera e cospem seu texto sem a menor noção do que é interpretar, vivenciar um papel. A direção segue o padrão de Revelação, ou seja, continua muito, muito ruim. Com closes exagerados, cortes mal feitos, ângulos errôneos.

E tem mais uma coisa apenas, Íris Abravanel é ótima... mulher para o Sílvio Santos, certamente, afinal são anos de casados. Mas ela não é autora de novelas, não se especializou no assunto, não se dedicou para estudar o que se propôs a fazer e isso fica nítido pelo roteiro de Revelação e agora pela adaptação de Véu de Noiva. Penso que Janete Clair se revirou e muito no caixão enquanto essa bizarrice era exibida.

E pensar que o SBT já produziu novelas do nível de Éramos Seis, Sangue do meu Sangue e As Pupilas do Senhor Reitor... ah saudades...

terça-feira, 16 de junho de 2009

Aplaudam e de pé


Assistindo Poder Paralelo hoje (sim, vou falar de novo na novela que é muito, muito boa) em um dado momento tive a vontade imensa de me levantar sozinho no quarto e aplaudir de pé a excepcional atuação de Paloma Duarte.

Eu raramente me identifico rapidamente com um personagem ou teço elogios rasgados a uma atuação, fiz isso algumas vezes, a última foi com a brilhante atuação de Patrícia Pilar como Flora em A Favorita, atuação digna de todos os prêmios, como ela ganhou.

E como afirmei durante toda a exibição de A Favorita para Patrícia, vou passar a afirmar de hoje em diante para Paloma. Todo e qualquer prêmio distribuído no Brasil elegendo melhores atuações de 2009 ela terá que ganhar como melhor atriz.

Eu me lembro de Paloma em diversas novelas da Globo, em algumas com personagens bobocas e em outras com algum destaque, mas ela nunca teve na emissora carioca a oportunidade de interpretar completamente, de criar em cima de uma personagem complexa. Nem a Record havia dado essa chance a ela...

Até surgir Fernanda Lira, a atriz despojada, com passado misterioso e com um prazer pela vida que poucas vezes foi visto na TV brasileira. Paloma encarnou a personagem de uma forma tão eficaz que prende a atenção do público a cada aparecimento dela na novela, por isso ela já caminhou por tantos núcleos até chegar ao núcleo principal (ela vai chegar, calma).

Paloma deve muito disso a Lauro Cézar que cria cenas fortes e que exigem muito da talentosa atriz, mas ele só cria esse tipo de seqüência porque sabe ter em seu casting uma atriz surpreendente, que cria a cada nova cena e que faz, como nesta segunda-feira, o público delirar com sua atuação.

A cena em que Bruno a tortura emocionalmente perguntando quem é o homem que a engravidou no passado, obrigando-a a abortar foi feita com muita sensibilidade e o ataque histérico de Fernanda poderia se tornar clichê ou até caricata, mas Paloma deu o tom correta, perfeito, foi emocionante.

Por isso, todos fiquemos de pé para aplaudir a melhor atriz de 2009: Paloma Duarte.

domingo, 14 de junho de 2009

A Fazenda emplacou


O programa começou como um desafio. Muitos olhavam com rabo de olho por ser da Record e o preconceito pairar sempre entre os críticos do Brasil, outros não davam muita bola por considerar uma cópia do BBB. Após um começo morno, edições meio arrastadas, com duas semanas de exibição, pode-se dizer sem medo de errar que A Fazenda emplacou.

Nessa última semana, além de uma série de acontecimentos malucos na sede do programa (briga entre Théo e Jonathan, Babi e Miro se enroscando, Babi errando feio ao indicar Danni Carlos pra roça, briga entre Babi e Miro, Miro contando aos 4 ventos que pegou Babi, briga entre Théo e Dado, briga entre Babi e Dado... ufa...), as edições da Fazenda melhoraram MUITO.

O diretor parece que percebeu que um programa desse porte precisa de uma edição ágil, sem paradas, sem cortes, mas com inteligência e sutileza. O Tá na Roça de quarta também foi muito mais ágil, com as primeiras discussões mais ásperas, o que mostra que a escolha de colocar os participantes frente a frente foi ótima. Até a idéia de fazer a festa na sexta e mostrar no sábado foi excelente. Fica muito mais legal assim, porque ao vivo a gente pode perder o melhor da conversa de alguém.

Hoje, o programa foi longo, mais de 2 horas de duração e, ao contrário de domingo passado e retrasado, não cansou nem um pouco. Foi tudo muito divertido, cada momento, inclusive o merchan da Coca-cola, que parece ter apostado certo no programa. Brito Júnior está 1 milhão de vezes melhor que no primeiro programa. Ele melhorou, mas ainda está longe do ideal.

Isso de colocar os três indicados pra Roça separados, e ficar papeando ainda me irrita um pouco, mas é criativo. A saída da Babi hoje foi mais emocionante e menos monótona que a de Francielly na semana anterior. Melhorou muito. E a escolha de Pedro Leonardo como o novo Fazendeiro joga por água abaixo que lá é tudo combinado, né?

A Fazenda emplacou não apenas em qualidade, mas em audiência, segundo dados preliminares, o programa enquanto disputou com Jogo Duro deu um show, 23 a 14. A média do programa ainda não saiu, mas chegou a estar 20 a 19 pra Globo enquanto exibia Fantástico. Acho que o Bicho realmente vai pegar.

Ah, segredo: A Fazenda é muito, muito melhor que BBB, só faltava o Bial lá.

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