sábado, 26 de dezembro de 2009

Listas: Os Melhores Personagens de 2009

Seguindo a onda de jornais, sites, blogs, o "TVxTV" vai fazer até o último dia de 2009 várias listas com os melhores do ano. Evidente que essas listas se baseiam exclusivamente em minha opinião e você pode concordar ou discordar, sem problema algum, aproveite e faça sua lista nos comentários, vamos ver se concordarmos. Hoje começo com os melhores personagens de 2009 na TV brasileira. Vale ressaltar que a lista é dos personagens e não dos atores, portanto eu posso ter preferido um ator e atriz, mas escolhi outros personagens por considerá-los mais complexos.

10 - Renata - Viver a Vida



Renata é talvez a única personagem realmente humana de toda a novela Viver a Vida. Com problemas com o álcool e com a mania de querer sempre estar mais magra - a moça sofre de uma doença chamada drunkorexia - ela tem cenas quase sempre carregadas, com muita exigência dramática. Sofre de carência, insegurança, medos que parecem não ter fim e isso torna sua história muito interessante.

9 - Gustavo Brndão- Cama de Gato



Este é talvez o melhor personagem de Marcos Palmeiras na década. O protagonista de Cama de Gato é complexo, diferente de tudo que se viu. Começou a novela muito mais para antagonista, sendo duro, rude, um homem rico que fazia questão de pisar em todos que estavam abaixo sem medo ou piedade. Uma virada impressionante na história deixou Gustavo Brandão sem nada e ele passou a entender que a vida é muito mais que dinheiro e poder, uma mudança na personalidade do personagem que o tornou ainda mias profundo.

8 - Ricardo - Som e Fúria



Ricardo trouxe a pitada extra de diversão que Som e Fúria precisava. A série que contou com praticamente todos os personagens espetaculares teve neste uma peculiaridade. Os trejeitos, a gagueira, tudo fruto de uma insegurança doentia. A paixão do personagem pela arte, por musicais e sua insegurança tornaram-no fraco e fácil de manipular. Os tiques nervosos de Ricardo eram uma das coisas mais divertidas da série.

7 - Xico - Caras e Bocas



Falar de listas de personagens em 2009 e não colocar nesta lista o macaco Xico de Caras e Bocas seria uma grande insjutiça. O macaco quando foi anunciado fez com que todo o público temesse pela novela, mas assim que ele surgiu foi amor a primeira vista. Xico foi um dos grandes destaques de 2009, com muito humor, carga dramática e uma história pra lá de maluca ele conquistou o coração do público.

6 - Verônica - Cama de Gato



A vilã mais sórdida do horário das 6 em muitos anos. Essa definição é claramente para Verônica, antagonista de Cama de Gato. Uma mulher má, pérfida, mas dotada de uma inteligência inacreditável e que sabe usar esta inteligência para conseguir tudo o que quer. Além de tantas características que tornam qualquer personagem profundo, Verônica tem ainda uma pitada de humor ácido que a deixa ainda melhor.

5 - Fernanda Lyra - Poder Paralelo



A personagem interpretada com maestria por Paloma Duarte - melhor atriz de 2009 - Fernanda Lyra é uma atriz, a melhor do país na história, e uma mulher carente. Na trama se apaixona por vários homens, entre eles o vilão e o mocinho. É profunda, fica presa entre o amor e o crime, e faz tudo que está a seu alcance para acabar com o mar de sangue que toma conta da novela Poder Paralelo.

4 - Bianca - Caras e Bocas



Bianca assombrou a TV brasileira. Uma adolescente acima da média, incrivelmente inteligente, divertida, com resposta pronta para tudo e, acima de tudo, aprontando todas para defender aquilo que acredita. Essa personagem coloriu a novela Caras e Bocas e quase sempre deu o tom de todas as situações bizarras e divertidas do núcleo principal. Bianca foi sem dúvida um grande destaque do ano.

3 - Dante - Som e Fúria




Personagem profundo, cheio de complexos, ator frustrado de teatro, diretor de uma mísera companhia falida. Dante teve sua vida modificada ao assumir a Companhia de Teatro do Rio de Janeiro e, junto com essa obrigação, encontrou pessoas de seu passado, e reviu fantasmas de sua vida. O personagem que teve de enfrentar inimigos externos, mas principalmente internos, para conseguir realizar seu sonho e voltar a ter uma vida normal. O protagonista de Som e Fúria e deu um banho.

2 - Bruno Villar - Poder Paralelo



O famoso Guri de Poder Paralelo. Ser o personagem mais complexo e ao mesmo tempo o antagonista da principal novela de 2009 não é fácil. A interpretação de Marcelo Serrado ficou devendo em muitos momentos, mas é inegável que Bruno Villar é um dos personagens mais intrigantes e instigantes da história recente da TV Brasileira. Mafioso, implacável, doentio e furioso, Bruno Villar é um mito nacional dentro da história e por isso merece destaque.

1 - Cássio - Caras e Bocas



O personagem que mais criou frases entre todas as obras da TV em 2009. A maioria muito divertida e surpreendente. Cássio é o homossexual assumido que se apaixonou por uma mulher muito mais velha e, mesmo ficando com ela, não deixou seus treijeitos homossexuais, o que tornou a relação uma das coisas mais divertidas do ano. Frases como "Estou rosa chiclete", "Choquei", "Maria Purpurina" estão no imaginário popular graças ao melhor personagem de 2009: Cássio.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Dó ré mi Fábrica surpreende pela qualidade


O Especial de Fim de Ano da Rede Globo, Dó Ré Mi Fábrica, exibido na noite de quarta-feira, 23, deu mostras de como é possível realizar entretenimento infantil com qualidade, mesmo na TV aberta e sem grande tempo - ou graças a isso, depende do ponto de vista.

O programa protagonizado pelo ótimo Lázaro Ramos que deu vida a uma dupla nada convencional de irmãos gêmeos - o ator se superou em ambos os papéis, dando um show de atuação, com o devido afastamento entre os personagens e com a carga dramática e artística no ponto, exatamente como o texto pedia - teve uma dinâmica surpreendente para um programa infantil e, além de tudo chamou a atenção pelo competente roteiro que, na maioria das vezes, era muito profundo, até filosófico e sempre ao alcance da compreensão das crianças.

O musical - sim foi um musical - teve uma história redonda, muito bem contada e com agilidade, tudo que crianças dos tempos modernos exigem, mas sem fugir a magia infantil do Natal. Esta magia esteve presente o tempo todo, seja nas letras das músicas, na própria história, mas principalmente no modelo clássico, quase cult com que o roteiro foi se desenvolvendo. Roteiro inteligente para crianças inteligentes e sem frescuras, com interpretação simples, mas profunda.

A Rede Globo acertou em cheio ao apostar num especial deste porte, pois revela que a emissora também se preocupa em exibir programas de qualidades para as crianças e quem sabe seja uma boa aposta esse formato. Após o excepcional Hoje é Dia de Maria, que já faz tempo, convenhamos, novamente algo com o padrão Globo de qualidade voltado para o público infantil com Dó Ré Mi Fábrica.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A Luz é Mara!


É, acabou. Três temporadas depois e chega ao fim uma das séries de humor mais divertidas que a Globo produziu nos últimos anos (exceção feita a Grande Família, que prima não apenas pelo humor, por isso não conta). Toma lá, dá cá deixa saudosos uma legião de fãs que acompanharam por três anos as mais malucas e engraçadas histórias da turma do Jambalaya Ocean Drive.

É bem verdade que a última temporada da série não vai propriamente deixar saudades. Num ano absolutamente infeliz em que a dupla de autores errou completamente a mão, Toma lá, dá, cá tornou-se um programa legal, mas sem pegada e que até os fãs - quem diria - passavam semanas sem assistir por simplesmente esquecer.

Mas o saldo da série? Positivo, absolutamente positivo. A contar pelo extraordinário episódio piloto exibido como Especial de Fim de Ano da Globo em 2005. Ali, mesmo com o elenco diferente do que viria a formar a série, já dava para perceber que a história tinha pegada e que traria muitas risadas. Não deu outra. Numa primeira temporada afinada, o elenco foi aprovado, a série caiu no gosto popular e foi elogiada vastamente por todos.

O segundo ano foi ainda melhor. A entrada de um personagem foi responsável por isso. Seu Ladir é talvez o melhor personagem cômico da TV brasileira nos últimos anos. Com uma interpretação impecável, Ítalo Rossi renovou Toma lá, dá cá e fez da segunda temporada, ainda melhor que a primeira. Ele realmente é mara!

Com a saída do personagem, na terceira temporada, a série perdeu fôlego e o público não mais se interessou. As histórias não eram mais tão engraçadas e o melhor foi realmente o fim, após um ano quase desastroso.

O episódio final foi digno da série, muito digno. Maluco do começo ao fim o episódio mostrou o destino dos personagens sendo escrito "ao vivo" por Mário Jorge (personagem de Miguel Fallabella, autor da série) e trouxe de volta, mesmo que apenas em off, com sua voz, seu Ladir, nosso personagem querido.

Toma lá, dá cá se foi da TV brasileira e sem dúvidas vai deixar saudades. Esperamos agora pelo filme que certamente terá um roteiro interessante e deve fazer rir milhões de pessoas. A série, teve um final divertido e, como disse Seu Ladir, foram todos para a luz, porque a luz, é MARA!

Erros de Fim de Ano


O SBT vem melhorando a cada dia. Em 2009 a emissora reagiu - principalmente no 2º semestre - organizou sua grade, fez grandes contratações, algumas apostas como as séries em horário nobre e, a maioria destas apostas deu certo. Tudo isso se deve, como praticamente todos já disseram, ao incrível sopro jovial e criativo de Daniela Beyrute, filha de Sílvio Santos e que assumiu a direção artística da emissora do pai.

Mas não pude deixar de notar alguns erros estratégicos neste mês de dezembro, talvez pela falta de experiência, ou por algum outro motivo, mas praticamente todos os programas do SBT vem sofrendo queda de audiência nessas últimas semanas e a culpa é da própria Rede.

Eliana sofreu sua primeira derrota para a Rede Record desde que estreou na nova Casa. A derrota era anunciada, pois o especial de Natal do programa, nada teve a ver com a Festa de Fim de Ano. Foi um amontoado com os melhores momentos do programa - que estreou há pouco tempo e nem tinha tantos momentos e, os que tinham, evidentemente estavam ávidos ainda na lembrança do telespectador.

O mesmo erro foi cometido pelo Esquadrão da Moda nesta terça-feira. O especial de Natal do programa foi extremamente sem graça, sem a pegada de um programa normal e, o que fez mais falta, sem o charme atrativo e a diversão que os apresentadores sempre provocam com o público.

A programação Especial de Fim de Ano do SBT ainda vai contar com um musical de Roberto Justus que não deve emplacar na audiência, assim como foi o Programa Sílvio Santos no último domingo e que teve baixos números no Ibope - além de ter sido muito chato.

Isso mostra que a emissora também precisa se preocupar com esses momentos. Uma Rede de TV que tenta buscar a vice-liderança deve pensar nisso. Oferecer a seus telespectadores uma programação de qualidade em momentos que exigem Especiais com datas específicas. O SBT deve pensar nisso para 2010.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Cinquentinha deixa boas lembranças


Terminou na última sexta-feira a minissérie da Rede Globo, Cinquentinha. Escrita por Aguinaldo Silva, o autor que normalmente gosta de falar de um jeito popularesco, criando personagens na maior parte das vezes pobres - tanto financeiramente como de espíritos - e que nos últimos anos vinha errando a mão com temas superficiais e histórias bizarras.

Mas não na minissérie. Cinquentinha foi um acerto da emissora, do autor, do elenco e deixa saudades para seus telespectadores. Certamente que não foi o melhor texto já escrito por Aguinaldo para a Rede Globo, como o próprio autor chegou a dizer em seu blog, mas foi infinitamente melhor que Duas Caras e Senhora do Destino.

O tom popularesco e as situações bizarras estavam todas lá. Mas a agilidade, os diálogos profundos e as discussões quase filosóficas foram o diferencial de Cinquentinha. Sem pudor, a história mostrou diversos personagens complexos, principalmente as protagonistas, em dúvida sobre a própria vida e enfrentando a crise da terceira idade com tremendo bom humor. As cenas realmente foram desprovidas de qualquer pudor. Cena de nudez, lesbianismo, homossexualidade, tudo estava lá. Mas nada exagerado, nada apelativo. O brasileiro tem a mania de achar que isso é apelação quando o produto é nacional. Quando é estrangeiro, como o filme Beleza Americana, merece o Oscar e é genial. Isso as vezes irrita.

O elenco estava muito afinado. As três protagonistas muito bem. Suzana Vieira que vinha errando em suas últimas atuações, acertou o tom e fez de sua personagem divertida, absolutamente profunda e saiu do comum e clichê. Marília Gabriela ainda é dura como atriz, mas melhorou muito nos últimos tempos. Neste trabalho ela assumiu a responsabilidade de ser a mais atrevida. Ficou nua, beijou um rapaz de uns 18 anos. Teve cenas de lesbianismo. E soube conduzir sua personagem de forma que não ficasse suja, promíscua, ao contrário, ali tudo fazia sentido. Mas o destaque é mesmo de Bete Lago, a melhor de todas na série. A atriz entrou após inúmeras atrizes recusaem o papel e deu um show de talento. As maluquices da personagem fizeram todo o sentido nas mãos de Bete Lago, a melhor do elenco.

É preciso ainda observar que no elenco, outros se destacaram. Maria Padilha estava bem como em absolutamente tudo o que faz. E Ângela Vieira estava sensacional como a lésbica que perseguia Marília Gabriela. Parabéns.

Aguinaldo Silva não sabe se Cinquentinha terá uma segunda temporada. Eu creio que sim. Mais do que crer, eu espero que sim. A TV brasileira precisa de produtos ousados, e que ousem com qualidade, com bom texto, com agilidade, boa atuação e boa direção. Cinquentinha teve isso tudo.

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