sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Morde e Assopra: uma caricatura de si própria

Desde que estreou, Morde e Assopra nunca foi unanimidade. O folhetim das 7, assinado por Walcyr Carrasco e que chega ao fim nesta sexta-feira enfrentou momentos de grande turbulência ao longo de seu voo nestes 178 capítulos exibidos até o momento. Na primeira parte, o autor não conseguiu gerar interesse por parte das tramas desenvolvidas e o que se viu foi grande rejeição. Com isso, por medo do fracasso, Walcyr apostou em fórmulas que já havia experimentado em outras obras, mudou completamente a sinopse original e conseguiu colocá-la no trilho certo para a audiência.

Porém, esta decisão lhe custou muito. A começar pela crítica que foi veemente e dura contra as mudanças. A bem da verdade é que, após apresentar uma sinopse em que, ao menos a estrutura era diferente de seus últimos trabalhos, o autor sucumbiu às pressões dos números de audiência e voltou a fazer o que sabe de melhor: requentar situações.

Agora, faltando apenas a exibição do último capítulo, ao se olhar para trás, tudo que se viu em Morde e Assopra foi uma caricatura de si própria. Uma novela que chegou com a tentativa de inovar ao apresentar o tradicional (dinossauros) e o modernos (robôs) e que, ao fim, somente apresentou o mesmo de sempre.  

Quem acompanha televisão com mais atenção sabe que Walcyr Carrasco é um expert em repetir-se - uns chamam isso de marca, eu prefiro chamar de preguiça - mas na atual produção ele bateu todos os recordes. Praticamente todas as cenas importantes eram "homenagens" a outras obras do próprio autor. Histórias repetidas, personagens repetidos, situações repetidas e - pasmem - até diálogos repetidos foram vistos o tempo todo.

Com isso, a trama chega ao fim sem dizer ao certo a que veio. A única trama que conseguiu repercutir foi a de Dulce (Cássia Kiss Magro) ainda assim muito mal desenvolvidas, mas que, ao que parece, com a morte da personagem, não terá um desfecho tão óbvio e preguiçoso. Porque, de resto, Morde e Assopra é apenas uma caricatura mal feita. É como se Walcyr Carrasco estivesse em uma terapia de regressão, reescrevendo suas próprias histórias. Uma pena.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Lucinha Lins é um talento desperdiçado

Lucinha Lins sempre foi uma grande atriz, todavia, nunca teve seu trabalho recompensado com grandes papéis que lhe deram o direito de ter muito destaque em telenovelas. A profissional construiu sua carreira sempre interpretando personagens menores que, inadvertidamente acabaram por roubar a cena em determinado momento da produção.

Ao deixar a Rede Globo e tentar amarrar sua carreira de maneira mais sólida na Rede Record, Lucinha procurou ter papéis de maior destaque nas produções em que participou e, contou para isso, com a intenção da emissora crescer no âmbito das telenoves, ela acabou conseguindo se destacar e se tornar uma das principais estrelas do banco de elenco.

Em Chamas da Vida, a atriz mostrou todo seu talento ao interpretar uma intrépida vilã. Personagem forte e que conseguiu marcar junto ao público e também em alguns momentos à crítica, mas a produção, na maior parte do tempo, passou despercebida pelo grande público - graças ao início da queda de audiência em toda a emissora.

Agora, em Vidas em Jogo, Lucinha Lins não consegue evoluir com sua personagem que, apesar de ser muito boa, faz parte de um núcleo que quase não aparece na novela e, quando aparece, é estripado em meio a cenas muito mais importantes, o que faz com que o telespectador pouco se interesse pela história.

Lucinha Lins é um grande talento que merece mais respeito. Na Globo a atriz nunca teve oportunidades para mostrar todo seu potencial e, agora na Record, o mesmo erro está acontecendo. Quem perde com isso é a emissora e o público.

domingo, 9 de outubro de 2011

O único erro de Malhação é o nome

Com novo formato, a nova temporada de Malhação vem sofrendo muita rejeição por parte do público. Com audiência girando entre os 15 e 18 pontos - já houve dias com média de 13 pontos, 07 abaixo da meta estabelecida pela emissora para o programa. Mas qual o motivo para tamanha rejeição a uma produção consagrada na TV brasileira?

Me parece simples a resposta. A Globo tentou apostar num novo formato, inovador e diferente de tudo que já havia se visto no universo adolescente na TV, mas por medo de rejeição, optou por manter o título consagrado de uma década de sucessos. E este é o único erro em toda a atual produção.

A série não é e nem tem nada de Malhação e, por conta disso, o público tradicional, acostumado aos dramas teens no formato antigo, de pronto rejeitou a nova proposta que, também por conta do título, não conseguiu agregar nova audiência, já que os fãs de outros estilos, mantém preconceito contra a produção e, sequer dá uma chance para a temporada, rejeitando de pronto.

O título que deveria servir como base para dar tranqulidade à produção, é justamente o que vem mais atrapalhando, pois não consegue manter o público tradicional nem agregar novos públicos. E o pior disso tudo é que esta produção é um grande acerto. Com um dos melhores roteiros já apresentados no horário, formato diferente, que chama a atenção e muito bem interligado, a proposta é muito interessante e, mesmo lidando com o sobrenatural, em nenhum momento ultrapassa o limite, ou seja, não se torna piegas ou sem verossimilhança.

Além disso, o elenco é um dos maiores acertos da história de Malhação. Os atores experientes são bons e não estão ali por estarem esquecidos do grande público, como quase sempre acontecia, e, por conta disso, eles vem dando o melhor e servindo de base para o elenco jovem que, por sua vez, não está decepcionando e conseguindo chamar a atenção. O maior exemplo disso é Bia Arantes que defende sua personagem Alexia de forma densa e muito bem aprofundada. A atriz é um talento e certamente terá vida longa na profissão, assim como outros da atual safra.

Malhação não é, nem de longe, o que o público se acostumou e por isso vem sendo rejeitada. Mas, quem está perdendo com isso é o próprio público, pois a produção é de muita qualidade e merece uma chance.

Twitter Facebook Adicionar aos Favoritos Mais

 
Tecnologia do Blogger | por João Pedro Ferreira