sexta-feira, 15 de junho de 2012

Comparativo de Audiência - 21 Horas - média parcial

Média-parcial diária de novelas das 21 Horas até o capítulo 70


Avenida Brasil: 37,33
Fina Estampa: 38,04
Insensato Coração: 32,04
Passione: 32,00
Viver a Vida: 35,56
Caminho das Índias: 34,64
A Favorita: 37,04
Duas Caras: 38,41
Paraíso Tropical: 39,56
Páginas da Vida: 48,49
Belíssima: 44,61
América: 44,89
Senhora do Destino: 45,89
Celebridade: 41,70
Mulheres Apaixonadas: 41,17
Esperança: 39,20

quinta-feira, 14 de junho de 2012

O Falso Moralismo do Público Brasileiro

A TV brasileira está cheia de personagens interessantes, dentro e fora do universo da programação. Os telespectadores e a própria justiça brasileira em determinados momentos tornam-se protagonistas deste ambiente, quase sempre de forma involuntária e pelos motivos equivocados. A classificação indicativa tão discutida - defendida por alguns e criticada por muitos - são um dos muitos elementos que transformam a TV num dos temas de grandes discussões por todo o país.

Em momentos controversos o que se percebe numa análise mais profunda é que a classificação indicativa imposta pelo Ministério das Comunicações é apenas um espelho do tradicionalismo exacerbado com que a população brasileira vive. Não é apenas em tecnologia e desenvolvimento que o Brasil está atrasado em relação a outros países, no conteúdo televisivo e na aceitação de temas também. Não à toa o beijo gay ainda é tabu por aqui.

Mais uma prova deste falso moralismo que assola o telespectador nacional ocorreu nesta semana. A polêmica novela Máscaras, maior fracasso da História recente da teledramaturgia brasileira, não apenas da Record, levou ao ar uma cena controversa e que mostrou o quanto o público brasileiro é tradicional e absolutamente exagerado na defesa do que ele considera moral, ética e bom gosto. Numa sequência com personagens secundários da trama em que eles viviam uma paixão tórrida e prestes a iniciar uma transa, a frase controversa é dita: "Você quer me ter?"

Essa frase que pode ser interpretada de duas formas, da dita acima ou "Você quer meter" chamou a atenção do público e a repercussão nas redes sociais foi mais alta do que qualquer outra sequência da novela conseguiu. Críticas ao autor da novela por conta deste texto choveram por todos os lados, muitos considerando uma apelação e exagero de cunho sexual na busca pela audiência. O que se percebeu foi a quase unanimidade em críticas pesadas ao episódio.

A cena em si não tem nada de tão importante, nem para a trama nem que possa suscitar tamanha discussão. O fato é que o texto busca inspiração em elementos nas grandes obras clássicas do cinema mundial. Texto controverso pode ser ouvido em cenas sexuais das grandes obras das películas. O Poderoso Chefão é cheio desse tipo de frase e ninguém considera apelação. Não é. É apenas um dos muitos elementos dúbios e que permitem diversas interpretações.

Um país que tem uma das teledramaturgias do mundo não pode se contentar com diálogos rasos, pobres e que nunca saem do óbvio. A dubiedade é um dos fortes elementos de se aprofundar um texto e, neste ponto, Lauro César Muniz acertou em cheio nesta cena específica e conseguiu enriquecer uma cena simples e que não caminharia para lugar algum. Pena que o público brasileiro ainda tenha o moralismo tão exagerado e que prejudica sua análise cultural.


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Comparativo de Audiência - 19 Horas - média parcial

Média-parcial diária de novelas das 19 Horas até o capítulo 50


Cheias de Charme: 30,02
Aquele Beijo: 26,28
Morde e Assopra: 26,22
Tititi: 28,10
Tempos Modernos: 22,42
Caras e Bocas: 27,20
Três Irmãs: 26,38
Beleza Pura: 27,84
Sete Pecados: 31,04
Pé na Jaca: 31,08
Cobras e Lagartos: 33,14
Bang Bang: 28,82
A Lua me Disse: 31,02
Começar de Novo: 34,32
Da Cor do Pecado: 39,48
Kubanakan: 36,36
O Beijo do Vampiro: 29,08
Desejos de Mulher: 28,76

terça-feira, 12 de junho de 2012

Avenida Brasil em um momento antológico

Pode soar repetitivo falar novamente de Avenida Brasil. O ideal é que busque se falar de temas variados no ambiente da televisão brasileira e, a bem da verdade, assuntos são nunca faltam, uma vez que nossa TV é rica em produzir novidades - nem sempre tão agradáveis como todos nós gostaríamos, é preciso salientar também - e assim tudo fique coberto sob a análise e possa suscitar a discussão mais elaborada e levar nossos leitores à reflexão.

Porém, torna-se inevitável repetir-se dentro de um mesmo assunto quanto este é o que há de melhor na teledramaturgia nacional. Pode-se dizer que a audiência de Cheias de Charme a coloque como o maior fenômeno da TV brasileira nos últimos anos. Também pode-se dizer que Carrossel é um fenômeno de audiência e repercussão. Mas é praticamente impossível questionar que, em termos de qualidade técnica e de conteúdo, Avenida Brasil é a cereja do bolo da televisão atual.

Prova disso foi mais um dos muitos brilhantes capítulos levados ao ar ao longo de sua exibição. Na última segunda (11) o telespectador se viu diante de - novamente - o melhor capítulo da novela e que entra facilmente para um dos melhores capítulo exibidos na Rede Globo nos últimos anos. O impecável texto de João Emanuel Carneiro casou com perfeição em todas as cenas muito bem dirigidas e que teve atuações épicas de seu elenco.

Mesmo as cenas escapistas, o afogo cômico necessário para não enlouquecer quem assiste à trama central, foi impressionantemente acima da crítica. A sequência que reuniu Verônica (Débora Bloch), Noêmia (Camila Morgado) e Aléxia (Carolina Ferraz) foi hilária e digna de nota. Assim como o momento em que Monalisa (Heloisa Perissé) descobre que Silas (Airlton Graça) mentiu sobre estar doente. Tudo funcionou com tamanha sintonia que foi impossível não rir.

Mas a trama central que tornou épico este capítulo merece muitos e muitos elogios. A começar pela sequência em que Tufão questiona Carminha com a verdade acerca de Jorginho (Cauã Reymond). Murilo Benício e Adriana Esteves deram um show de interpretação, mantendo toda a cena em alta tensão, com emoção crescente e transformaram o brilhante texto do autor num dos melhores diálogos já exibidos pela TV brasileira nos últimos tempos.

A sequência desta cena, com Carminha confessando toda a verdade para a família de Tufão também foi brilhante. Novamente brilhou o talento de Adriana Esteves, mas todos em cena estiveram igualmente perfeitos e conseguiram dar o tom sombrio que a cena necessitava. Um elenco que entende da arte de interpretar nas mãos de diretores muito mais do que simplesmente competentes.

Como se tudo isso não bastasse, o capítulo ainda contou com dois momentos antológicos de Nina. O primeiro, às escondidas como sempre, assistindo de camarote a derrocada de Carminha e com um sorriso pérfido no rosto e, em outro momento, pedindo para ir embora com Tufão, caso ele se separasse da esposa. Débora Falabella que sempre foi correta no papel vem crescendo, já foi destaque neste espaço, e transforma sua personagem numa protagonista memorável.

Avenida Brasil vem mostrando-se como uma das melhores, senão a melhor novela já exibida, e está virando comum cada capítulo ser melhor que o anterior. Para os fãs da teledramaturgia é um prato cheio poder apreciar "in loco" uma obra tão bem planejada e executada com maestria.

domingo, 10 de junho de 2012

O que acontece com a Record?

Foram anos de planejamento na busca pela liderança de audiência. Em meados da década passada quando a emissora da Barra Funda passou a investir pesado em todos os pilares de sua programação, colocou-se uma meta para a liderança: 2009. Ousado pensar que uma TV brasileira seria capaz de ultrapassar a consagrada e consolidada Rede Globo em tão pouco tempo.

Mas, em algum momento, é indiscutível que todos acreditaram que isso seria possível. Com um crescimento vertiginoso, a Rede Record provou a todos que o telespectador brasileiro não era, necessariamente, alienado à uma única Rede de Televisão. A programação alternativa e de qualidade apresentada deu provas de que era possível assistir televisão fora da Rede Globo.

A vice-liderança se consolidou de maneira rápida. O SBT, emissora tradicional, sequer pôde reagir e perdeu o segundo lugar de audiência. A partir daí algo aconteceu com a Record. Todo o planejamento foi jogado no lixo e a emissora caiu na armadilha de olhar para o lado. Enquanto todos os envolvidos se focavam no caminho, em olhar para frente, tudo caminhava perfeitamente: programação de qualidade, crítica positiva a seus produtos e fidelização do público. A partir do momento em que olhou para o lado, a cúpula da emissora perdeu-se por completo.

Ao perder o foco, a direção da Record vislumbrou um novo caminho e não se apercebeu que tratava-se exclusivamente de um atalho e atalhos nunca são confiáveis. Ao enxergar uma audiência alta e rápida, sem investimento e sem fidelização de público, começou a ruína. Os jornalísticos deixaram de serem aprofundados e passaram a ser imediatistas e a exagerar na exposição da violência. As novelas perderam o foco no texto e direção e buscaram a violência e, a partir daí, a Record passou a depender da violência urbana para obter audiência. Sem isso, ficou estagnada e sem crescimento.

Ao invés de olhar para trás e buscar os próprios erros, os diretores olharam para o lado errado novamente. As constantes mudanças na grade de programação servem para mostrar que todos ali estão completamente perdidos. A obstinação pela Rede Globo cegou os envolvidos e, aparentemente, os equívocos não tem fim. Programas entram no ar sem planejamento algum e são tirados do ar sem qualquer respeito ao público. O termômetro é a audiência imediata: deu audiência hoje, está mantido, não deu amanhã, está fora.

A Rede Record que, muita gente acreditou superaria a Rede Globo, se apequenou. Não houve falência financeira como aconteceu com a TV Manchete. Não houve investimento alto da concorrência como aconteceu quando o SBT perdeu a vice-liderança. Houve obstinação. O problema da Rede Record é que ela, tal qual todo invejoso, é doente pela Rede Globo. A Record não quer superar a Globo, ela quer ser a Globo. A partir daí, a ruína começou e parece não ter fim.

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