sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O Pior Aprendiz de todos os tempos

Esperei alguns episódios da atual edição de O Aprendiz serem exibidos a fim de publicar esta crítica. Confesso que, no início da semana, ao conversar com um leitor sobre o tema, eu ainda estava um tanto quanto receoso sobre o caminho a seguir neste texto, por isso, decidi olhar mais um pouco para a produção tentando ser menos crítico, mas não é possível.

É preciso entender que este blog sempre foi fã do formato e, desde a primeira edição, ainda sob o comando de Roberto Justus, me tornei fã de carteirinha do programa sem perder um único episódio das três primeiras edições. Se no ano passado, primeira temporada com o comando de João Dória Jr, o programa sofreu bastante pela falta de pulso, rumo e de encontrar uma nova identidade, na atual edição tudo isso está sobrando, o que poderia ser um elogio, mas não é.

Uma edição muito mais carregada, impulsiva e com cortes diferentes vem dando o tom da atual temporada. O público não vê traços do João Dória Jr. inseguro que foi visto em 2010, antes, em praticamente todas as salas de reuniões ele distribui patadas a seu bel-prazer, provocando e incitando todo tipo de polêmicos junto aos participantes.

Toda essa carga emocional, tantas polêmicas e inúmeras polêmicas poderiam ser a chave para o sucesso da atual temporada, porém, elas são as responsáveis pelo imenso fracasso registrado não apenas nos números de audiência, mas principalmente na repercussão. Tudo porque, evidente, o público não engoliu tudo isso de forma tão rápida, essa mudança brusca de postura não transmitiu verdade e todos resolveram ignorar.

Também, pudera. Um dos Realities mais inteligentes da TV aberta nacional que sempre teve um público muito mais reflexivo e detalhista se lançou de corpo e alma para uma edição perigosa, transformando os participantes em personagens típicos de folhetins, lançando mão do maniqueísmo com vilões e mocinhos, criando polêmicas inexistentes e esforçando-se para focar mais nas confusões que no trabalho propriamente dito.

João Dória não consegue transmitir a verdade que sua postura tenta mostrar. Espelhando-se num chefe duro, de pulso firme das mais mexicanas novelas, ele erra completamente ao vislumbrar frases de efeitos e tocar em problemas de relacionamento do grupo ao invés de mostrar-se o profissional qualificado para enxergar novos talentos empreendedores. Um desperdício de tempo.

Transformar O Aprendiz em novela foi um erro sem precedentes da Record que apostou num público mais popular, mas errou a mão e perdeu o telespectador mais fiel do Reality e, agora, certamente, não vai conseguir recuperá-lo.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Comparativo de Audiência - 21 Horas - média parcial

Média-parcial diária de novelas das 21 Horas até o capítulo 80


Fina Estampa: 38,43
Insensato Coração: 32,20
Passione: 32,20
Viver a Vida: 35,66
Caminho das Índias: 34,85
A Favorita: 37,10
Duas Caras: 37,91
Paraíso Tropical: 40,19
Páginas da Vida: 48,51
Belíssima: 45,03
América: 45,08
Senhora do Destino: 45,79
Celebridade: 42,83
Mulheres Apaixonadas: 41,75
Esperança: 39,25
O Clone: 41,89

Comparativo de Audiência - 18 Horas - média parcial

Média-parcial diária de novelas das 18 Horas até o capítulo 50


A Vida da Gente: 21,86
Cordel Encantado: 24,60
Araguaia: 21,38
Escrito nas Estrelas: 25,66
Cama de Gato: 24,44
Paraíso: 22,78
Negócio da China: 20,98
Ciranda de Pedra: 22,10
Desejo Proibido: 20,70
Eterna Magia: 26,02
O Profeta: 31,88
Sinhá Moça: 31,06
Alma Gêmea: 36,26
Como uma Onda: 25,16
Cabocla: 32,94
Chocolate com Pimenta: 36,32
Agora é que são elas: 26,02
Sabor da Paixão: 25,50
Coração de Estudante: 26,32

A Mulher Invisível num novo patamar

Como todos sabem, este espaço não se utiliza de reviews das séries nacionais (que você pode ler aqui), antes, prefere uma análise mais ampla sobre o todo de uma produção. No caso das séries, o blog tem utilizado-se do expediente de analisar o início ou retorno da produção e o seu conteúdo ao final de cada temporada, como todos sabem.

Porém, impossível ignorar o que aconteceu na noite da última terça-feira na TV brasileira. O 4º episódio da 2ª temporada de A Mulher Invisível mostrou um desempenho muito acima do que o público brasileiro está acostumado no que concerne às produções deste estilo no país. As séries brasileiras já vem melhorando ao longo do tempo, mas este episódio específico teve o algo a mais que muita gente vê nas produções americanas e reclama da falta por nossos lados.

Neste episódio, Pedro (Selton Mello) sente-se inferior à esposa Clarisse (Débora Falabella), já que ela é a responsável por todos os negócios da família e, ele, mesmo trabalhando, sequer recebe salário, apenas uma mesada. Diante disso, ele decide virar o jogo com a ajuda de um cliente para lá de machista - em participação especial de José Wilker - e acaba ferindo os sentimentos de Amanda (Luana Piovanni)

Este texto não vai fazer review e se aprofundar no episódio em si, mas é preciso fazer um adendo sobre a performance de tudo que o envolveu. A começar pelo roteiro impecável, o melhor da temporada e que soube exprimir através dos diálogos corretos a exata noção de machismo que deveria passar para transmitir verossimilhança junto ao telespectador.

Outro ponto de destaque foi o elenco extremamente afiado. Débora Fallabella segue acertando o tom de Clarisse e, num de seus melhores trabalhos na TV, fica à vontade diante das câmeras e mostrou novamente uma performance de se chamar a atenção. Luana Piovanni, a mais fraca do trio, esteve muito bem também, todas as cenas que necessitavam exprimir fortes emoções, Luana se destacou positivamente. Mas, para variar, Selton Mello roubou a cena. Que atuação impecável. Em todas as cenas ele encheu a TV com a composição de Pedro.

O maior destaque, contudo, ficou por conta da direção. Episódio dirigido por Selton Mello foi o que mudou o clima e transformou a série. Inspirando-se em O Poderoso Chefão, Selton usou tudo que o roteiro deu e foi além, soube fazer uma linda homenagem a um dos melhores filmes da história do Cinema. O close nos lábios dos personagens durante os diálogos, a trilha sonora, a câmera lenta, tudo funcionou perfeitamente. Inspirar-se em um filme como O Poderoso Chefão poderia deixar uma produção extremamente brega, mas não aconteceu isso em nenhum momento, e um bom exemplo disso é a cena de suicídio de Amanda - exatamente igual à original - praticamente desenhada à mão pela direção para que o tom não ultrapassasse o ideal.

Selton Mello, além de um dos melhores atores do país - mostra audácia e correção em seu novo trabalho como diretor e, com este episódio, colocou A Mulher Invisível num novo patamar, ultrapassando a linha do sitcom de qualidade para uma produção com alto grau de complexidade e reflexão. A coragem de fugir do senso comum, ultrapassar a linha do maniqueísmo merece aplausos.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Os erros e acertos de uma atuação

Muito se tem lido nos últimos tempos sobre o tom de atuação de diversos profissionais da área de teledramaturgia e suscitado discussões calorosas sobre os erros e acertos no tom que cada profissional dá à sua personagem. Analisar através de simples gosto pessoal, bloqueia o diálogo e uma crítica mais aprofundada sobre elementos técnicos. Gosto pessoal não se discute, técnica sim.

Apenas em 2011 diversas atrizes tiveram seu nome nos focos da discussão. Cássia Kiss Magra foi extremamente elogiada na composição de sua personagem em Morde e Assopra, porém houve quem a criticasse - e este blog faz parte do grupo - por permitir que a caracterização da personagem entrasse em sua interpretação e Dulce ficou ainda mais caricata e irreal, pois a atriz seguiu o caminho mais fácil e popular que a personagem dava a ela.

Regina Duarte também esteve no centro das atenções. A crítica sempre foi dividida sobre seu trabalho em O Astro, mas algo é inegável, Clô Hayalla sempre esteve entre todas as conversas. Mexicanizada, sempre dois ou três tons acima, a atriz compôs uma personagem hiperbólica, mas que nunca transmitia mentira, tudo graças a uma interpretação forte, que delineou bem a personagem e fez com que o público acreditasse nela.

E o que dizer de Lília Cabral? Atriz experiente e que vem tendo grande destaque em todo o país com Fina Estampa. Por mais elogios que todos teçam a atriz, é preciso levar em consideração que ela segue o mesmo caminho de Cássia Kiss Magro. Griselda tem forte caracterização, exagerada e, com isso, facilita uma interpretação mais popular e menos composta. Engrossar a voz quando se veste de Pereirão e exagerar nos movimentos não ajuda nada em cena, por mais que torne a personagem querida pelo público.

Todo este texto serviu para exemplificar que é possível discutir e não se chegar a um acordo sobre a qualidade de determinados trabalho. É o que aconteceu na última semana em Vidas em Jogo. No principal momento da trama em que se revela que a personagem vivida por Denise Del Vecchio é um transsexual, toda a dinâmica da cena foi mau construída pela direção. Por mais que o texto da autora não ajudasse com diálogos didáticos e cobertos de política de boa vizinhança, a direção atrapalhou bastante o trabalho de todos em cena.

Denise Del Vecchio é uma boa atriz, não entra para o hall das grandes atrizes do país, mas sempre fez bons trabalhos e defendeu bem suas personagens. Naquela que deve ser sua melhor personagem dos últimos anos, a atriz conseguiu burlar a direção e acertar o tom em todas as cenas dos capítulos em que esteve no centro das atenções. Boa parte das cenas se transformaram em gritaria e dramalhão mexicano, mas a atriz sempre estava em destaque, dando sobriedade e o tom exato para sua personagem. Diante de uma direção tão fraca quanto a de Vidas em Jogo, os parabéns para a atriz deveria ser dobrado.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Comparativo de Audiência - 19 Horas - média parcial

Média-parcial diária de novelas das 19 Horas até o capítulo 30


Aquele Beijo: 26,57
Morde e Assopra: 25,50
Tititi: 28,60
Tempos Modernos: 22,37
Caras e Boccas: 27,03
Três Irmãs: 26,93
Beleza Pura: 27,87
Sete Pecados: 30,48
Pé na Jaca: 32,13
Cobras e Lagartos: 31,83
Bang Bang: 30,87
A Lua me Disse: 30,77
Começar de Novo: 34,53
Da Cor do Pecado: 36,93
Kubanakan: 36,63
O Beijo do Vampiro: 29,43
Desejos de Mulher: 27,07

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