Chega ao fim nesta sexta-feira a novela que inaugurou a nova faixa de horários de folhetins - um por ano - da Rede Globo, O Astro. Produção que chegou sob a justificativa de comemorar os 60 anos da Teledramaturgia no Brasil, mas que na prática, foi conduzido para barrar a produção concorrente, A Fazenda, na Rede Record e que, além de realizar plenamente seu objetivo, venceu as barreiras e fez com que a emissora vislumbrasse um novo horário para telenovelas.
Desde que estreou, a produção remake do original de Janete Clair assinada atualmente por Geraldo Carneiro e Alcides Nogueira sempre conseguiu chamar a atenção de todos - crítica e telespectador - com um texto carregado, caminhando muito mais para o melodrama do que para a realidade, os autores optaram o tempo todo pela homenagem a 6ª década do gênero com texto pesado, exagerado e sempre muito forte. Caminho também escolhido pelo diretor Mauro Mendonça Filho e que inovou ao criar cenas atemporais e cortes muito rápidos que mais lembravam séries.
O elenco de O Astro foi uma grata surpresa. Ao parar para pensar, todo o cast não foi formado por atores e atrizes consagrados pela crítica, mas que tiveram oportunidades de ouro e conseguiram se sobressair. Rodrigo Lombardi e Carolina Ferraz sempre com muita química foram um ótimo casal protagonista e praticamente todos no elenco tiveram seus momentos: Fernanda Rodrigues, Carolina Kasting, Rosamaria Murtinho, Daniel Filho, Thiago Fragoso, Alinne Moraes e tantos outros brilharam na tela.
Porém, em se tratando de elenco, três foram os grandes destaques do folhetim: Humberto Martins que fez, sem dúvida, seu melhor personagem na TV ao defender Neco de forma eficaz, dois tons acima da realidade e que deram todo o charme do personagem; Marco Ricca optou por interpretar um vilão com os pés no maniqueísmo, mas fez isso com tamanha leveza, com cuidado, quase sem expressões, um acerto e tanto que merece aplausos; e Regina Duarte, a dona de O Astro. Clô Hayalla foi, disparada, a melhor personagem da trama graças a Regina que desenhou sua personagem completamente mexicanizada, cheia de caras e bocas, gritos, afetamentos e que deu muito charme para a personagem e conquistou o público de cara.
Chega ao fim, portanto, a melhor produção de telenovelas do Brasil em 2011 ao lado de Cordel Encantado e prova que, quando aceita inovar, a Rede Globo sabe o que faz e fez muito bem em O Astro.