sábado, 19 de setembro de 2009

Os 10 Melhores Atores Brasileiros de Todos os Tempos

Dando prosseguimento às listas criadas pelo Blog "TVxTV", hoje é o dia de apresentarmos os 10 Melhores Atores Brasileiros de Todos os tempos. Essa lista não foi das mais difíceis de se fazer, porém temos alguns nomes que são considerados surpresas e atores da nova geração, o que pode tornar a lista mais polêmica. Confira:

10 – Marco Nanini – 1948



Falar de um ator que faz sucesso há quase 10 anos num formato que nunca foi o de maior sucesso na TV brasileira, que são as séries, já por si só é falar de um ator talentoso. Assim é Marco Nanini.
Ele começou sua vida profissional no teatro e, segundo ele próprio afirma, se apaixonou pela arte da interpretação e ali, muito jovem, decidiu que não mais iria abandonar esse trabalho. Nanini é um dos ícones da TV, tendo trabalhado praticamente desde a chegada da televisão no Brasil e um dos atores de maior sucesso na extinta TV Tupi.
Mesmo sendo apaixonado pelos palcos, Marco Nanini ficou nacionalmente conhecido mesmo pela TV, com papéis incríveis e atuações que beiram a perfeição em inúmeras novelas, o ator ganhou o respeito de autores, diretores e colegas de profissão que sempre o consideraram um exemplo na arte da interpretação.
Nanini tem um jeito diferente de atuar da maior parte dos atores, ele cria um perfil simples para seus personagens o que sempre o afasta da caricatura e o aproxima muito com os telespectadores, talvez por isso seja tão querido entre o povo brasileiro.
Só na TV Globo, Nanini fez 14 novelas até o ano de 1999, como Elas por Elas, Brega e Chique e Pedra sobre Pedra, este último talvez o maior sucesso entre as novelas do ator e que o fez ganhar inúmeros prêmios naquele ano. A última novela de Nanini foi em 1999, quando ele protagonizou a excelente novela das 7 Andando nas Nuvens, criando um dos personagens mais divertidos da década de 90.
Nanini também fez muito cinema, foram mais de 30 filmes que consolidaram sua carreira como ator de cinema, que ele também afirma gostar muito.
A partir de 2001 Marco Nanini estreou a nova versão de A Grande Família, seriado de humor de muito sucesso na década de 70. Ao lado de Marieta Severo e grande elenco, Nanini roubou a cena no papel do tinhoso Lineu Silva. A série fez tanto sucesso que mudou os planos da emissora. A idéia inicial era uma temporada só, curta, e o resultado está aí, até hoje na programação global.
Com tantos prêmios, tantos bons trabalhos e reconhecimento de todos, Marco Nanini é um ícone da interpretação no Brasil e por isso abre nossa lista em 10º lugar.

9 – José Wilker – 1944



Locutor de rádio, ator, autor, diretor, crítico de cinema, defensor da liberdade de expressão, ferrenho defensor do cinema nacional e grande, grande ator. Este é José Wilker.
A maior parte do público o conhece por seus inúmeros trabalhos na TV, mas o que não se sabe é que Wilker na verdade detesta a televisão. Ele já afirmou em diversas oportunidade que somente faz TV porque precisa sobreviver e no Brasil um ator não sobrevive sem trabalhos televisivos. Sua praia – como ele mesmo frisa – é o cinema, em que já fez mais de 50 filmes como ator e diretor e sempre busca aumentar esse cast.
Seu mais recente trabalho no cinema, O Bem Amado é considerado um grande filme por parte da crítica, mas não teve grande aceitação do público que preferiu a obra como novela, isso provocou muita revolta no ator que diz ser incomparável um trabalho no cinema com o da TV.
Na TV seria impossível definir qual o principal trabalho de José Wilker. Muitas pessoas consideram que seu principal papel foi de Luis Roque Duarte, o Roque Santeiro, na novela homônima considerada um dos maiores sucessos de todos os tempos na TV brasileira. Outro consideram sua participação em A Próxima Vítima na pele de Marcelo Rossi como uma grande composição. E os mais jovem dizem que, não há dúvidas que um dos melhores trabalhos de composição artística de José Wilker foi em Senhora do Destino, ao viver o ex-bixeiro Giovani Improta.
Seu último trabalho foi em Três Irmãs, quando viveu o papel de Francisco Macieira e fez inúmeras críticas a novela e ao personagem, chegando dizer que nem se lembrava de estar nessa novela.
José Wilker é também considerado um dos principais diretores da TV, tendo dirigido o inesquecível Sai de Baixo, da Rede Globo. Com tantos trabalhos bons, José Wilker sempre figura na lista de melhores atores do Brasil e para o blog ele é o 9º

8 – Rodrigo Santoro – 1975



Um ator com carreira sólida em seu país. Considerado um dos principais galãs de telenovelas e com uma carreira promissora pela frente. Ninguém tinha dúvidas que Rodrigo Santoro protagonizaria uma série de novelas na década de 2000. Todos, menos ele.
O ator se mostrou ousado ao abandonar toda essa estabilidade em prol de uma carreira internacional, deixando de lado a TV e partindo em busca de trabalhos no cinema de Hollywood. Essa escolha fez com que Santoro fosse, talvez, o ator mais zombado de todos os tempos entre os brasileiros.
Os motivos da zombaria certamente ficam por conta de sua participação no filme As Panteras em que o ator aparece, mas não tem uma única fala. Bobagem, pois todo e qualquer ator começou a carreira com papéis pequenos.
Aos poucos Santoro foi conquistando a crítica americana e os brasileiros acabaram percebendo que o país tinha um grande ator como seu conterrâneo, e a zombaria diminuiu bastante.
Ele começou sua carreira na TV e tem algumas novelas em seu currículo, como a excelente Olho por Olho e também em Mulheres Apaixonadas. Mas seu principal papel na TV brasileira foi em Hilda Furacão, quando o ator interpretou o ingênuo Frei Malthus, papel que lhe rendeu muitos prêmios e ótima crítica.
Ainda no Brasil, é preciso destacar sua participação na microssérie Hoje é Dia de Maria em que o ator viveu o personagem Dom Chico Chicote e emagreceu mais de 10 quilos para interpretar o papel.
No cinema, sucessos nacionais como O Bicho de Sete Cabeças e Carandiru o levaram para os EUA e lá fez filmes como As Panteras, Che, Post Grad e o seu maior sucesso que lhe rendeu prêmios e uma pré-indicação ao Globo de Ouro, 300, quando Santoro interpretou Xerxes de forma brilhante.
O ator ainda tem em seu currículo ter trabalhado na mais conhecida série em todo o mundo. Na 4ª temporada de Lost, Rodrigo Santoro viveu o papel do brasileiro Paulo, um dos sobreviventes. O papel não decolou e os produtores mataram o personagem e sua namorada Nikki, mas ambos tiveram um episódio especial centrados em si.
Por todas essas conquistas, essa ousadia e ter coragem de deixar seu país para correr atrás do sonho e realizar trabalhos com competência, Rodrigo Santoro aparece em 8º lugar na nossa lista de melhores atores nacionais.

7 – Osmar Prado – 1947



Um ator que sabe se despir de si mesmo na composição de um personagem. É assim que os diretores de TV gostam de definir Osmar Prado, um dos principais nomes da Rede Globo e que gosta de fazer novelas.
Prado já disse mais de um vez que seu forte é o trabalho na TV, em que ele se destaca, se identifica com o veículo e com a forma de se atuar, por isso prefere fazer novelas a fazer filmes.
São mais de 20 novelas desde que começou em 1965 na novela Ilusões Perdidas em que fez apenas uma ponta. Desde então Osmar Prado não parou mais de fazer televisão e viu seus papéis irem crescendo conforme ele tinha oportunidade de mostrar seu talento para diretores, autores e também ao público.
Em 1976 o ator teve seu primeiro destaque no país ao encarnar Getúlio na novela Anjo Mau e conquistar o país por sua interpretação forte, seu jeito de dominar as câmeras e roubar as cenas. Ainda na década de 70, 1979, outro trabalho de destaque. Pai Herói, considerada ainda hoje uma das melhores novelas do Brasil teve Osmar Prado no elenco vivendo Pepo e emocionando os telespectadores.
Osmar Prado também é lembrado por sua interpretação em Mandala, no papel de Gérson, o ator mostrou todo seu talento em cenas fortes, ousadas e muito bem escritas.
Poucos atores tem a felicidade que Prado teve. Em 4 anos, 4 novelas e 4 papéis muito elogiados. 1992 em Pedra sobre Pedra, viveu Sérgio Cabeleira, 1993 foi a fez de interpretar Tião Galinha, que muitos consideram seu principal papel até hoje em Renascer. Em Éramos Seis, novela de 1994 ele viveu Zeca e deu show de interpretação e em 1995 no papel de Clóvis de Sangue do meu Sangue Osmar venceu vários prêmios.
De lá pra cá são muitos trabalhos e muitos destaques, o que comprova o talento do ator. Seu mais recente trabalho foi em Caminho das Índias no papel de Manolo, Osmar Prado arrancou muitas risadas do público.
Com essa carreira de respeito, Osmar Prado é tido como um dos grandes atores do país e aparece em 7º lugar da nossa lista.

6 – Selton Melo – 1972



Novamente um ator da nova geração. E um ator que também desafiou os costumes da interpretação no Brasil ao abandonar – ao menos por um longo tempo – os papéis em novelas, preferindo atuar no cinema e nas séries. Este é Selton Melo.
O ator é tido por praticamente todos os críticos como o melhor ator de cinema atualmente no Brasil e, já é muito respeitado fora do país, tendo recebido alguns prêmios por seus trabalhos no cinema.
Mas Selton Melo já fez muita novela, principalmente na década de 90, quando mesmo jovem, já tinha seu talento despontando e mostrava que seria um dos principais atores do país. O ator explodiu no Brasil na novela Pedra sobre Pedra, ao interpretar Bruno, papel pequeno e que ganhou destaque graças a interpretação brilhante de Melo. Em seguida, em 1993, ele estava em Olho por Olho e roubou a cena vivendo Juca e já fazendo a crítica se derreter com sua atuação. Em Tropicaliente, Selton Melo mostrava que sabia compor muito bem seus personagens ao dar vida a Vítor Velásquez. É incrível como até mesmo em novelas Selton Melo só fez papéis de destaque e com ótimas críticas, como em A Próxima Vítima, a Indomada e Força de um Desejo.
No cinema, o ator tem sua carreira solidificada. Ele mesmo diz ser um apaixonado por cinema e preferir cinema a TV. Uma de suas principais atuações foi logo entre as primeiras, em O Auto da Compadecida, Selton foi Chicó e roubou a cena, sendo considerado pela crítica a principal atuação de humor da história do cinema nacional, o que não é pouca coisa.
Filmes como Lisbela e o Prisioneiro, Caramuru – a invenção do Brasil e Lavoura Arcaica serviram para consolidar a carreira do ator no cinema. Para em seguida ele estar em grandes filmes como Meu Nome não é Jhonny e Os Desafinados.
Em 2009, o ator pôde ser visto em dois filmes, sempre como protagonista. Em Mulher Invisível e Jean Charles, Selton Melo empresta seu talento aos personagens e faz grandes trabalhos, nos dois filmes o ator já foi premiado, inclusive internacionalmente e muita gente considera que é questão de tempo, para Selton Melo chegar aos grandes prêmios do cinema mundial.
Com esse talento e essa capacidade de atuar, seria impossível deixar Selton Melo de fora duma lista de melhores atores, por isso o blog o elegeu o 6º melhor ator brasileiro.

5 – Tony Ramos – 1948



Ninguém sabe criar tipos como ele. Ninguém sabe se despir de um personagem e se vestir em outro completamente diferente e tão rápido como ele. Este é Tony Ramos, talvez o principal nome das telenovelas brasileiras desde sempre.
O ator nunca escondeu sua paixão pela TV. Não é de trabalhar frequentemente no teatro, onde diz não dominar o palco como domina as câmeras de TV. É praticamente uma Glória Pires versão homem, ou seja, se identifica demais com as telenovelas e não consegue deixar de faze-las. Se for feita uma pesquisa, é bem possível que se descubra que Tony é o ator que mais faz novelas no Brasil.
Que ator no mundo pode dizer que estourou em sucesso no seu primeiro papel? Poucos, e Tony Ramos pode, quando interpretou em 1965 Vevé em A Outra, novela da extinta TV Tupi.
Depois disso, praticamente todos os anos os telespectadores viram Tony Ramos em alguma novela, em algumas vezes em mais de uma novela por ano, feito para poucos atores do país.
Na Rede Globo, seu primeiro sucesso foi em O Astro, no papel de Márcio Hayala, sendo muito elogiado na época. Depois disso, Tony Ramos esteve em quase todos os grandes sucessos da TV: Pai Herói, Baila Comigo, Selva de Pedra, Bebê a Bordo, Rainha da Sucata, Felicidade, Olho no Olho, A Próxima Vítima, Torre de Babel, Laços de Família, O Clone.
Os autores globais já sabem, se em sua novela houver um personagem que precisa criar um tipo, chamem Tony Ramos. Ele faz isso com maestria, como o fez na novela Cabocla, ao interpretar o divertido Boanerges, ou então em Belíssima ao viver o desajeito Nikos Pretrakis. Seu mais recente trabalho na TV foi também um tipo, Opash Ananda, na novela Caminho das Índias, fez grande sucesso junto ao público.
Com um currículo desses seria impossível deixar Tony Ramos de lado numa lista séria, por isso ele aparece como o 5ºmelhor ator brasileiro da história.

4 – Lima Duarte – 1930



Ele nasceu ator. Está no sangue, um talento inato e que poucas pessoas podem dizer que tem. Essa é a definição de um diretor global a Lima Duarte, um dos principais atores brasileiros em todos os tempos.
Lima Duarte tem a honra de dizer que faz novela desde muito tempo, quando elas ainda eram ao vivo na TV, na década de 50 e o ator tinha que mostrar um talento ainda maior, pois não poderia ter erro e ali ele já mostrava toda sua capacidade brilhante de interpretação.
Fazer sucesso numa telenovela antes da década de 70 não é fácil e ser lembrado ainda hoje por essa novela é mais difícil. Lima Duarte foi o principal nome da novela que assombrou o país e mudou os moldes de se fazer novela no Brasil. Beto Rockfeller marcou a história do país e colocou Lima Duarte entre os principais nomes de atuação, com a crítica se rendendo a seu talento e os telespectadores ficando pasmos com sua capacidade de atuar.
E ele continuou assombrando a todos com seu talento, sempre interpretando papéis fortes e com grande carga emotiva, como em O Bem Amado ao viver Zeca Diabo, considerado ainda hoje um de seus principais personagens. Em 1979 estava lá, Lima Duarte em Pai Herói para novamente fazer parte do elenco que mudou a forma de se fazer e ver novela.
A década de 80 colocou Lima Duarte como o principal ator do país ao interpretar dois papéis inesquecíveis. Em 1985 em Roque Santeiro, Lima atuou brilhantemente como o Sinhozinho Malta e ganhou a paixão incondicional do povo brasileiro. Quatro anos depois estava ele novamente encantando o país ao viver Sassá Mutema em O Salvador da Pátria.
Sempre fazendo novelas e muitas, como Pedra sobre Pedra, Fera Ferida, A Próxima Vítima, A Indomada e Belíssima, o ator ganhou inúmeros prêmios ao longo da carreira e tem milhares de fãs espalhados por todo o Brasil.
Seu mais recente trabalho também foi Caminho das Índias, quando interpretou Shankar e emocionou os telespectadores em algumas cenas ao lado de Laura Cardoso, outro monstro sagrado.
Por ser tudo o que é, praticamente a História da TV é que Lima Duarte não pode ser deixado de lado e aqui, está em 4º lugar.

3 – Antônio Fagundes – 1949



Um homem que só no Brasil recebeu mais de 100 prêmios ao longo da carreira. A pessoa calma e que quando interpreta parece que sofre uma mutação completa. Esse é Antônio Fagundes.
Começou para a TV em 1968, um pouco mais tarde que seus colegas da mesma geração, mas mostrou logo seu talento numa pequena ponta que fez em Antônio Maria. Depois disso recebeu mais convites e teve papéis maiores, mas nada se comparado ao seu trabalho de 1973 que o colocou na lista dos principais nomes da TV na época. Na primeira versão de Mulheres de Areia, Fagundes foi Alaor e conquistou os telespectadores com sua atuação firme.
No ano seguinte, um papel completamente diferente e que levou as mulheres ao delírio. Na novela O Machão, ele foi Petruchio e provocou risos com uma interpretação considerada na época como das mais brilhantes.
Ainda na década de 70, Fagundes recebeu o título de garanhão do país ao atuar na novela Saramandaia interpretando Lua Viana. Em seguida, em 78 ele esteve no elenco de Dancing Days como Cacá e colaborou com a novela que parou o Brasil na época.
Seria difícil definir qual o melhor trabalho de Antônio Fagundes devido a grande quantidade de papéis considerados acima da média, sempre graças a sua brilhante interpretação. Novelas como Corpo a Corpo, Vale Tudo, Rainha da Sucata, Renascer, A Viagem e o Rei do Gado marcam a carreira do ator que é um dos nomes mais lembrados pelos telespectadores.
Fagundes além de novelas, se destaca também com séries, como em Carga Pesada, em que ele interpretou por muitos anos o caminhoneiro Pedro e também em Labirinto, uma das principais séries da TV em que ele foi Ricardo Velasso. As crianças da década de 90 também tem um carinho especial por Antônio Fagundes, pois ele viveu Rogério Silva na série infantil mais cultuada pela geração anos 90, Mundo da Lua.
Seu mais recente trabalho foi na novela Duas Caras, interpretando o líder Juvenal Antena e criando tipo, alegrando os telespectadores e presentando-nos com mais uma ótima atuação e com tantas atuações brilhantes, nada mais justo que Antônio Fagundes seja eleito o 3º melhor ator brasileiro em todos os tempos.

2 – Paulo Autran – 1922 – 2007



Um dos principais nomes da interpretação brasileira e que não é conhecido do grande público, simplesmente porque optou desde muito tempo a não trabalhar na TV, mas permanecer com sua grande paixão, o teatro. Assim se define Paulo Autran.
O ator encenou ao longo de sua vida mais de 100 peças teatrais e é considerado pelos críticos como o mais completo ator de teatro no Brasil em todos os tempos, dominando os palcos com uma maestria poucas vezes vista ao redor de todo mundo. Autran decidiu que se dedicaria ao teatro e cumpriu seu desejo ao recusar centenas de ótimos papéis na TV, afirmando que fazer novela não era seu forte e que os papéis desse tipo não permitiam que o ator criasse, ficando preso pelas câmeras.
No teatro ele já interpretou grandes nomes conhecidos no mundo, como Otelo, Hamlet, Dom Juan, entre tantos outros. Mas a crítica é praticamente unânime ao afirmar que ninguém no Brasil interpretou Otelo com a maestria de Paulo Autran que criou nuances nunca antes visto na criação desse personagem, tornando-o ainda mais rico do que ele já era.
Paulo Autran também fez cinema, pouco, mas fez. Seu principal filme foi Fogo e Paixão de 1988 em que ele foi elogiadíssimo pela crítica, mas logo frustrou a todos ao abandonar também o cinema. Seu último filme foi uma pequena participação em O Ano em que meus pais saíram de férias.
Autran poderia facilmente se gabar de ser um ator que praticamente não fez televisão e ainda assim esteve numa das principais novelas de todos os tempos que mudou a forma de se fazer novela de humor. Em Guerra dos Sexos, ao lado de Fernanda Montenegro, Autran protagonizou as cenas mais divertidas e bizarras da história da TV, como a inesquecível cena da guerra de doces em que ele e Montenegro sujam um ao outro com a comida do café da manhã.
Paulo Autran nos deixou em 2007, mas ainda hoje é lembrado com carinho e respeito pelos fãs e por sua obra ele aparece como o segundo melhor ator brasileiro de todos os tempos.

1 – Raul Cortez – 1932 - 2006



Um ator que faz tudo o que se propõe com maestria. Um homem que ultrapassa o limite do incrível quando atua. Essas são as definições de diretores e colegas de elenco a Raul Cortez.
Cortez também começou no teatro, assim como Paulo Autran e resistiu bastante para aceitar trabalhar na TV, para ele, cinema e teatro eram formas muito melhores de se trabalhar a arte da interpretação. Nos anos de 50 e 60 o ator era sempre visto nos filmes e peças, de todos os tipos, desde romances quentes até filmes quase religiosos e regionais, também em peças épicas, o que mostrava sua capacidade de atuação.
Mas no fim da década de 60, Raul Cortez se rendeu a insistência de todos e aceitou trabalhar na TV, foi para nunca mais sair. Paixão a primeira vista como ele mesmo gosta de definir.
Em 1970 ele esteve no elenco de Beto Rockfeller, o filme e assombrou o mundo com seu talento e sua capacidade de interpretação, muitos que o consideravam como ator apenas de teatro deram a mão a palmatória e se renderam a seu talento justamente nessa novela.
1976 foi o grande ano de Raul Cortez no cinema. Ele fez O Seminarista e foi tão elogiado pela crítica e por todos que disse ter ficado até constrangido diante de alguns colegas de elenco.
Na TV, ele esteve em grandes novelas, sempre com ótimas interpretações como em Xeque-mate, novela de 1976 e que consagrou Cortez como ator de TV. Mas foi no final da década de 80 que Raul Cortez passou a ser considerado um dos principais atores do país, por estar em três novelas e roubar a cena. Em 1987 em Brega e Chique ele conquistou todo o país, depois no mesmo ano, ele esteve em Mandala e mostrou todo seu talento. Em 1990, Cortez selou sua ótima fase na novela Rainha da Sucata.
Sempre teve ótimos trabalhos como Mulheres de Areia e Perigosas Peruas, mas ele mesmo sempre disse que sua melhor atuação, seu melhor papel e sua melhor novela foi O Rei do Gado, na pele de Geremias Berdinazzi ele encantou o país e fez praticamente toda a população parar para acompanhar a trama.
Em Terra Nostra, Cortez chocou o telespectador interpretando Francesco Maglianno e se envolvendo com uma mulher muito, muito, muito mais nova, interpretada por Maria Fernanda Cândido.
O ator faleceu em 2006, deixando uma lacuna que nunca será preenchida novamente na TV brasileira. Mesmo assim, ele tem tantos trabalhos que é inesquecível e foi eleito pelo blog como o melhor ator brasileiro de todos os tempos.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Salve Geral é o filme nacional pré indicado ao Oscar


O Ministério da Cultura surpreendeu ao divulgar nesta sexta-feira (18) o nome do filme brasileiro pré-indicado ao Oscar para tentar concorrer na categoria Melhor Filme de Língua Estrangeira. O filme Salve Geral, de Sérgio Resende surpreendeu ao desbancar os favoritos e ser o escolhido do país.

De acordo com o Ministério da Cultura, o filme tem uma qualidade inovadora, com cenas fortes e muito bem marcadas, além de excelentes interpretações, o que pode motivar uma vitória durante o longo processo de seleção até chegar aos 05 finalistas indicados pela academia.

Concorriam nesta sexta-feira 10 filmes nacionais na tentativa de serem os indicados ao processo de seleção internacional do Oscar. O Blog, na época em que o Ministério da Cultura divulgou a lista dos 10 filmes, fez uma crítica dando sua opinião sobre os favoritos e você pode ler Aqui.

Salve Geral desbancou os favoritos de boa parte da crítica que eram Besouro e Budapeste e também desbancou o meu favorito, "Feliz Natal" que tinha Selton Melo na estreia como diretor.

O filme escolhido é baseado em fatos reais e narra a história dos incidentes ocorridos em todo o Estado de São Paulo orquestrados pelo PCC - Primeiro Comando da Capital - que na época provocou inúmeros atos considerados terroristas dentro e fora das prisões, matando policiais, famílias de policiais, além de uma série de atentados contra autoridades do Estado.

Salve Geral ainda não estreou no circuito nacional, para poder concorrer a pré-seleção brasileira, o filme estreia nesta sexta-feira apenas na cidade de Taubaté e tem estreia prevista para todo o Brasil no dia 12 de Outubro. Tem no elenco Andréa Beltrão, uma das maiores atrizes da atual geração brasileira. A indicação do Ministério da Cultura deve ajudar na divulgação do filme e isso deverá levar mais gente às salas de cinema para assistir.

confesso que estou um pouco frustrado porque esperava ver Feliz Natal no Oscar, mas não posso fazer uma crítica mais efetiva sem ter assistido Salve Geral. De qualquer forma, acho difícil que o filme tenha alguma chance de chegar de fato entre os 05 finalistas do Oscar.

Confira uma curta sinopse do filme: Lúcia (Andréia Beltrão) é uma viúva de classe média que sonha em tirar o filho Rafael (Lee Thalor), de 18 anos, da prisão. Em suas frequentes visitas à penitenciária ela conhece Ruiva (Denise Weinberg), advogada do Professor (Bruno Perillo), líder do Comando. As duas ficam amigas e logo Lúcia é usada em missões ligadas à organização criminosa. Precisando do dinheiro, ela aceita realizar as tarefas. Paralelamente o Comando passa por uma luta interna pelo poder, ampliada pelo confronto dos prisioneiros com o sistema carcerário. Quando o governo decide transferir, de uma só vez, centenas de presos para penitenciárias de segurança máxima no interior do estado, o Comando envia a ordem para que seus integrantes realizem uma série de ataques em pleno Dia das Mães, deixando a cidade de São Paulo sitiada.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Resultado da Enquete


O resultado da enquete: "O SBT acertou ao colocar séries americana em horário nobre?" foi o seguinte:

Sim: 39%
Depende da série: 31%
Não: 20%
Não sei, é uma opção: 9%

Eu votei em depende da série e realmente acredito nisso, mas muito mais do que isso, existem dois pontos fundamentais nessa discussão. O primeiro é que o telespectador brasileiro é reconhecidamente fã do formato que os EUA adotou para séries, vide Lost, 24 Horas, Prison Break na globo, House, CSI na Record, Smallville, Cold Case no próprio SBT.

Portanto pode sim ser um acerto dar essa opção diferente de dramaturgia para o telespectador do horário que, nas duas principais concorrentes estão obrigados a assistir novelas, por isso acredito que dependendo da série é possível sim que a emissora tenha acertado. Um exemplo disso é a exibição de Harper's Island, que parece ser um acerto e a audiência tem reagido bem.

Porém, há o contraponto, que neste caso é simples: uma emissora brasileira deveria apoiar os brasileiros e, para tal, produzir seus próprios programas, inclusive no quesito dramaturgia, pois além de tratar da realidade nacional, daria a chance de empregar muitos profissionais da área.

Acho que seria interessante ao SBT produzir ao menos uma série nacional como teste em 2010 para sentir a reação do público junto a um produto deste estilo e nacional. Você acha que uma série nos moldes das séries de sucesso americano funcionaria no Brasil?

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Vou esperar até meados da semana que vem para fazer um novo post mais enfático sobre Viver a Vida, mas já posso adiantar que a novela é pior do que eu pensava. Maneco errou a mão e todo capítulo o que vemos é uma sucessão infeliz de clichês tão previsíveis que algumas cenas parecem ser inspiradas em Malhação.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

SBT erra dia de 1 contra 100


Estreou agora pouco o novo programa do SBT e também o novo programa de Roberto Justus. 1 contra 100, formato famoso ao redor do mundo e que a emissora de Sílvio Santos fez um mega investimento na tentativa de alavancar a audiência da casa.

O programa é bom - e muito - um formato absolutamente interessante e novo para os moldes do Brasil. Somos acostumados com todo tipo de programas com perguntas e respostas, mas não nesse formato em que o participante depende do erro de outro e não apenas de seu acerto para ganhar dinheiro.

O cenário é um espetáculo a parte e precisamos reconhecer que para uma emissora como o SBT em que carrega ao longo de sua história todo tipo de breguices em cenários, já é um avanço descomunal. Não sei ao certo se este cenário tem mais o dedo de Daniela Beyrute, diretora artística da emissora e filha de Sílvio Santos ou do próprio Roberto Justus, acredito eu que seja de Justus.

Roberto Justus, aliás, que estreou como apresentador, já que em O Aprendiz, na Rede Record ele não era propriamente um apresentador. Confesso que fiquei apreensivo com esta estréia, pois não me parecia interessante a idéia de vê-lo a frente de um programa neste formato. Errei, e como fiquei feliz por ter errado. Roberto Justus acertou o tom na apresentação do programa, esta descontraído, leve e deixou o participante a vontade, completamente o oposto do que ele era - e precisava ser - em O Aprendiz.

A escolha das perguntas também foi muito interessante, afinal tivemos perguntas de todos os tipos, e que exigia muito mais conhecimento de mundo dos participantes do que propriamente algum assunto específico e foi isso que chamou minha atenção neste primeiro programa.

Mas o SBT errou o dia de escalar "1 contra 100". O programa claramente não tem possibilidade de funcionar numa quarta-feira em que os homens estão em sua grande maioria assistindo futebol e a parte mais jovem está acompanhando Ídolos. É uma briga desigual, já que futebol é sempre futebol e Ídolos já está no meio da temporada.

O programa daria muito mais audiência se fosse colocado no domingo, as 11 da noite, disputando audiência com Gugu e com No Limite, certamente teria muito mais chance de funcionar e até liderar a audiência porque o formato é bom, o apresentador é bom e é uma ótima opção de entretenimento, mas não numa quarta-feira.

Camila Fake


Primeiro eu quero deixar claro que acho importante que temas sociais sejam tratados em novelas e não vejo o menor problema que estes temas sejam repetidos desde que com histórias sob outro ponto de vista e que as situações sejam completamente diferentes.

Posto isso, é preciso reconhecer que a tentativa de Walcyr Carrasco em chamar a atenção do público para a doença de Tatiana não surtiu o menor efeito desde que o problema começou. Primeiro pelo simples fato de que a personagem não funciona. Rachel Ripani não soube conduzir sua personagem ao longo da novela e se perdeu em vários momentos de interpretação, apesar de estar segura em boa parte da trama, mas isso não foi suficiente para se tornar simpática, ao contrário, sua parceria com Benjamin mais irrita do que qualquer coisa.

Após saber da doença, Tatiana conseguiu ficar ainda pior, eu conheço algumas pessoas que acompanham a novela e praticamente nenhuma se emocionou com o drama da moça, até porque ela age como se tivesse 04 anos de idade diante de uma doença. Na verdade eu mesmo e outras pessoas torcem para que esta seja a chance de Benjamin ficar com Hana (o que parece cada vez mais improvável).

Essa semana Walcyr relembrou um pouco Manoel Carlos ao criar a cena em que Tatiana raspa seus cabelos para evitar quedas, ficando completamente careca. A atriz aceitou o desafio e quis se despir de sua vaidade, ao invés de utilizar qualquer artefato artístico. A cena poderia ter sido linda e emocionante, se anos atrás ela já não tivesse sido feita.

Como já foi, a comparação foi inevitável e, cá entre nós é até cruel comparar Rachel Ripani com Carolina Dieckman. Carolina conduziu o sofrimento de Camila em Laços de Família com maestria e fez o Brasil inteiro parar emocionado diante da TV no dia de seu sofrimento em perder os cabelos. O mesmo não aconteceu com Tatiana, não porque a doença não seja triste ou porque a situação não seja delicada, mas porque Tatiana é apenas uma Camila fake.

Confira uma das cenas mais emocionantes da teledramaturgia, Camila raspando a cabeça:

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Pobre Lauro César Muniz


A melhor novela da atualidade na TV brasileira nunca ultrapassa dois dígitos de audiência e, dificilmente ultrapassará. A trama de Poder Paralelo merecia ser a melhor audiência entre as telenovelas já que, desde que se iniciou, é o melhor produto do Brasil. Em 2009 não houve novela até o momento que sequer chegasse perto dessa excelente trama.

Mas como uma novela pode sobreviver com audiência minimamente regular numa emissora como a Record? Lauro César Muniz já começou a sofrer antes mesmo de sua obra ir ao ar. A divulgação da novela foi fraca, se comparada a outras tramas da Rede Record. Se comparar a divulgação de Poder Paralelo com a divulgação de Chamas da Vida, Vidas Opostas e, principalmente, Caminhos do Coração, fica claro que a emissora nunca apostou nessa novela de fato.

E Lauro ainda teve o azar de estrear no auge do ataque de esquizofrenia de Tiago Santiago, que insistia em manter no ar uma obra sem pé nem cabeça. Os executivos da Record que o tinham como queridinho da emissora apostaram muito mais em Promessas de Amor - Os Mutantes do que em Poder Paralelo. O resultado? Fiasco nas duas, já que Os Mutantes derrubaram a audiência de todo o horário nobre da emissora.

Mesmo assim Lauro Cézar continua calmo, paciente e fazendo seu trabalho. Aliás, fazendo um excelente trabalho. O texto de Poder Paralelo é primoroso, as seqüências são excelentes e a imaginação do autor parece não ter fim nunca. Ele tem amarrado as tramas umas às outras com maestria de craque, dando seu selo de qualidade a esta novela que merecia melhor sorte, aliás, merecia mesmo ser produzida pela Globo de onde Lauro nunca devia ter saído.

Infelizmente com o samba do criolo doido que se estabaleceu na grade da Record é quase impossível acompanhar Poder Paralelo que já foi exibida em - pasmem - mais de 05 horários diferentes no período em que está no ar. Eu conheço inúmeras pessoas que desistiram da novela porque é impossível acompanhar, já que nunca se sabe o horário certo de exibição.

Quem perde é a Record que deixa de ter telespectadores, mas nós também perdemos, pois não temos a oportunidade de ver este grande trabalho de Lauro e uma das melhores atuações da carreira de Paloma Duarte a quem eu não vou cansar de elogiar nunca por sua impressionante Fernanda Lyra.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Começou Viver os Clichês


Começou Viver a Vida e o primeiro capítulo deixou algumas impressões. É evidente ser impossível avaliar uma novela pelo primeiro capítulo, mas é bem possível avaliar a tendência da obra. E não me surpreendi em nenhum momento com nenhuma cena exibida.
A fotografia é o mesmo espetáculo de todas as novelas de Manoel Carlos, a direção caprichosa, todos os detalhes pensados, a marcação nitidamente ensaiada a exaustão para deixar a cena sem falhas. E conseguiu.

O primeiro capítulo serviu para mostrar mais uma mocinha pé no saco, cheia de qualidades, a boa filha, a melhor profissional, a moça sonhadora, a mulher sem um grande amor, todos os clichês possíveis de uma protagonista estão ali, inseridos por osmose na Helena de Taís Araújo. Taís Araújo que teve todo o destaque de uma protagonista neste primeiro capítulo, mas ficou bem apagadinha. Tudo bem que não houve uma única cena realmente forte e necessária (como sempre Manoel Carlos cheio de cenas desnecessárias), mas ainda assim, faltou algo na interpretação dela.
O encontro de Helena e Marcos foi mais uma seqüência de clichês. O homem que empresta um objeto e fica encantado pela moça que troca um sorriso demonstrando também estar encantada. Tudo previsível demais.

A seqüência final então, sem dúvida entra para a História da teledramaturgia brasileira como o maior clichê de todos os tempos. “Ah, a Luciana tem que fechar o desfile”, nessa hora eu e o Brasil inteiro pensamos: “Ela vai cair”. Não deu outra, a moça caiu. Criatividade, Maneco, please.

Mas este primeiro capítulo teve pontos positivos também. Aparentemente Manoel Carlos desistiu de fazer novelas com 1500 personagens todos tendo histórias a serem desenvolvidas. Viver a Vida começou com poucos personagens de fato com história e achei isso bastante válido, espero que ele mantenha isso, tem tudo para desenvolver melhor os personagens.

O núcleo de Luciana é infinitamente melhor que o de Helena, aliás, a família de Luciana é o que há de melhor na novela. A briga entre as duas irmãs foi de chorar de rir, apesar da interpretação bisonha da irmã de Luciana, vivida por Aline Morais, que parece vai estar muito bem de novo.

Mas este primeiro capítulo teve uma dona: Lília Cabral. Ela deu uma show de interpretação. Mulher magoada pela vida e que fala verdades sem pensar duas vezes, o que torna tudo mais divertido. Vou gostar dela.

Enfim, Viver a Vida começou, mas ainda não disse a que veio, aliás, disse sim, veio cheia de clichês, como já era previsto e esses clichês tendem a se repetir por longos e infinitos 200 capítulos.

Ah, e a abertura? O que é aquela abertura? Pra quem estava acostumado com o primor de abertura que era Caminho das Índias, aquilo é uma piada. Pela abertura, a música tema devia ser Aquarela. (e a Bossa Nova está lá, de novo, ai Maneco, ninguém agüenta isso.)

Resultado da Enquete


Quero agradecer a todos que votaram na enquete e mostraram a opinião dos leitores. A pergunta da vez era: "O que você espera de Viver a Vida, nova novela das 8?" O resultado não chega a surpreender, já que a maior parte das produções globais são muito bem aceitas, mas mostrou um equilíbrio que eu sinceramente não esperava. Veja o resultado

Estou muito ansioso 32%

A mesmice de sempre 29%

Nada, não vou assistir 21%

vai ser muito ruim 16%

Isso mostra que o público ainda está ansioso, mas muita gente sabe que as novelas de Maneco sempre trazem as mesmas repetições.

Veja minha opinião no post abaixo, post este que está no site Famosidades, novo parceiro do blog.

Vem aí: Viver o Sono


Começa hoje a nova novela da Globo, “Viver a Vida” de Manoel Carlos, um dos principais autores do casting da Rede Globo de Televisão e, certamente, o que melhor explora o cotidiano do “jeito carioca de se viver”.

Normalmente um bom colunista deve saber esperar uma semana de exibição de uma novela para dar um parecer sobre a obra, mas vou me arriscar, um pouco por ser afixionado pelo produto “novela” e um pouco por ter convicção de como será mais esse trabalho do autor.

Manoel Carlos é, entre todos os autores globais, o mais repetitivo. Ele não muda os enfoques dos assuntos, não inova seu método de escrita, não muda sequer o nome de suas protagonistas. Todas se chamam Helena, todas são batalhadoras, todas não são heroínas clássicas, são mulheres cheias de defeitos e que apenas tentam ser feliez.
Assim será Taís Araújo em seu primeiro papel de protagonista no horário nobre. Uma Helena errada, que quer ser feliz e utiliza métodos as vezes não tanto convencionais para isso. Quer apostar?

Outra aposta que é fácil de se confirmar são os dias fictícios, ou seja, os dias dentro da trama. Toda novela de Manoel Carlos os dias se arrastam, demorando as vezes até uma semana, ou seja, 06 capítulos, em apenas um único dia da trama. Refeições intermináveis com diálogos didáticos e sonolentos, além de situações que são irritantemente do cotidiano, como uma conversa entre adolescentes sobre como pentear um cabelo.

Novela realmente é um retrato do dia a dia, mas Manoel Carlos exagera ao criar personagens simples, sem conflitos, sem emoção, sem situações que podem ser exploradas e criar no público algum tipo de expectativa.

Uma amostra disso foi Páginas da Vida em que era irritante os diálogos entre Helena e sua filha adotiva, em que não se sabia a razão para se mostrar diálogos do tipo: “Vamos se arrumar pra você ficar bonita”, ou “Vamos visitar os amiguinhos?”. Cenas que poderiam ser facilmente retiradas sem fazer qualquer falta.

Assistir uma novela de Manoel Carlos é saber que basta assistir uma semana para conhecer os personagens e depois o fim, pois serão semanas e mais semanas de cenas repetidas que aparentemente são escritas uma única vez e depois somente mudando uma ou outra frase. É certeza que haverá longas refeições, é certeza que a Helena irá chorar porque irá errar ao abandonar seu grande amor, é certeza que haverá um personagem que não liga para nada e é todo largado, é certeza que haverá cenas que exageram na sensualidade, é certeza que haverá inserções de acontecimentos reais, enfim é certeza que não vai acontecer nada em mais uma novela dele.

O que se pode dizer sem medo de errar é que teremos uma ótima oportunidade de Viver o sono, pois será difícil assistir a novela sem dormir durante o capítulo modorrento e chato.

*Este texto inaugura uma nova parceria do blog "TVxTV". Agora semanalmente minha coluna estará disponível no site Famosidades. Visite o site e saiba das principais notícias do mundo dos Famosos.

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