segunda-feira, 29 de abril de 2013

Sangue Bom faz estreia gritando para o público

Estreou nesta segunda-feira, 29, a nova novela das 19 Horas. Com assinatura da experiente dramaturga Maria Adelaide Amaral em parceria com o estreante Vincent Villari e direção-geral do experimentado Dênis Carvalho, Sangue Bom entra no ar com o objetivo traçado: levar de volta para a frente da TV o público de Cheias de Charme e que procurou outras mídias durante a exibição de Guerra dos Sexos.

Normalmente a estreia de uma produção longa como uma novela o principal foco é a apresentação dos personagens e núcleos principais a fim de que o telespectador possa criar afinidade com suas histórias, suas características e seus conflitos. A aposta dos autores, contudo, foi um pouco além, a ideia foi mais que apresentar as personagens: foi transmitir a luminosidade, as cores e a vida do folhetim. A intenção foi chamar o público pelo colorido. E o objetivo foi plenamente alcançado. Impossível assistir este primeiro capítulo sem prestar atenção máxima em cada detalhe.

Maria Adelaide Amaral é uma dramaturga respeitada com trabalhos icônicos em nossa TV, como as excelentes séries A Muralha e A Casa das Sete Mulhres - mas tem poucas novelas em seu currículo, apenas duas e ambas remake: Anjo Mau e Tititi. Uma profissional tão respeitada a essa altura da vida se arriscar com uma trama inédita, jovem e solar é a prova de que é possível se reinventar e inovar quando o assunto é novelas. É preciso salientar também o que parece ser uma feliz parceria entre ela e o estreante como titular Vincent Villari.

Com um roteiro afiado, cheio de referências pops e críticas ácidas, marcas registradas da autora, o primeiro capítulo foi um acontecimento. Com situações a mil e as personagens não apenas chegando, mas explodindo diante da TV. O texto mostrou-se acertado, com um humor refinado, fugindo do estereótipo de humor fácil, buscando os caminhos mais complexos. Um acerto.

Dênis Carvalho ousou - e como - nesta estreia. O diretor aproveitou a potencialidade jovem do texto e abusou das cores, dos cortes diferentes, dos takes e dos posicionamentos diferentes das câmeras. Com muita cor a novela já se mostrou mais que apenas solar, foi uma novela iluminada. Um capítulo tão claro, tão cheio de cores que, em alguns momentos, poderia parecer poluído, mas tudo calculado e com um só objetivo em mente: chamar a atenção do público.

O elenco foi, talvez, o maior acerto desta estreia. É difícil para um elenco começar fazendo gol logo no primeiro capítulo. É preciso um tempo para que todos se adequem a seus personagens, mas não nesta estreia. Com um ou outro deslize, o capítulo mostrou um elenco firme e que dominava bem seus personagens. Destaque para Isabelle Drummond, Giulia Gam e Malu Mader que já deram a dica de que roubarão a cena. Mas não será fácil, pois todo o elenco parece disposto a fazer um trabalho primoroso.

Sangue Bom teve uma clara tentativa nesta estreia: gritar para todos os brasileiros: "tem estreia boa na TV". A tentativa foi arriscada, cheia de perigos, mas ao final do caminho estava claro: o objetivo foi alcançado. Chamou a atenção, conseguiu repercussão e, agora, precisa mostrar que tem uma história firme e capaz de se firmar dia após dia. É esperar para ver.

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