quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

SBT e um ano desastroso

O ano de 2010 está chegando ao fim e com ele as emissoras seguem fazendo seu balanço e, claro, crítica e público também realizam este tipo de balanço. Entre todas as emissoras, certamente 2010 foi pior para o SBT que teve um ano daqueles que nada ou quase nada deve ser lembrada, graças a sucessão de equívocos de sua direção.

Após um final de 2008 e parte de 2009 muito bons, a emissora de Sílvio Santos voltou a recorrer a boa e velha estratégia da grade voadora graças a troca da direção de programação, quando saiu a filha de Sílvio, Daniela Beyruti e a palavra final voltou a ser do todo poderoso patrão. Equívocos atrás de equívocos serviram para distanciar novamente o SBT da corrida pela vice-liderança e deu a Record a tranquilidade necessária para não se preocupar em olhar no retrovisor, coisa que vinha fazendo do segundo semestre de 2008 em diante.

A dramaturgia da emissora foi um desastre completo no ano, Sílvio Santos investiu alto na contratação de Tiago Santiago e, ansioso como sempre, não deu tempo para que o autor mostrasse os resultados que vinha mostrando na Record. A novela Uma Rosa com Amor foi encurtada por audiência baixa e, pouco depois do anúncio dos corte na trama, ela passou a dar resultados e brigar de igual para igual pela vice-liderança. Aí, já era tarde demais para voltar atrás e a história acabou completamente comprometida, além de não ter continuidade no trabalho de dramaturgia. A volta de A História de Ana Raio e Zé Trovão acabou se mostrando um erro, já que não deu resultado algum na disputa pela audiência.

A Linha de Shows da emissora correu por praticamente todos os horários possíveis e imagináveis. Foi das 20h15 para as 21h15 e recentemente voltou para 20h15 - detalhe que já havia passado também pelas 22h15. Nenhuma estratégia e acabou queimando programas que davam resultados como Esquadrão da Moda e Qual é o seu Talento?

Nos finais de semana, a mesma coisa. O SBT apostou alto nos domingos e conseguiu bons resultados em 2009, não em 2010. Eliana se perdeu no meio do caminho e, do melhor programa da TV aberta, passamos a ver um programa modorrento, sem graça e apagado. Sílvio Santos perdeu constantemente do Domingo Espetacular, apesar de vir mostrando reação nos últimos domingos. O único que foi vice-líder no ano foi o Domingo Legal, que é um horror de programa.

O que salvou-se de fato no ano do SBT foi a excepcional contratação de Raul Gil que ressurgiu das cinzas e, mostrou ser capaz de dar audiência. Brecou a audiência de Rodrigo Faro, ao menos enquanto disputam o público, por cerca de uma hora, e conseguiu altos picos. Desde que estreou, o apresentador foi praticamente por todos os sábados vice-líder, coisa rara no ano do SBT.

De qualquer forma, o fim de 2010 aparentemente é promissor. Daniela Beyruti está de volta e a grade apresentada para as tardes e início da noite na emissora é interessante. Certamente 2011 será um ano melhor para o SBT. Até porque, pior não pode ser.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Passione com um baita capítulo

Muitos podem questionar a necessidade do autor Sílvio de Abreu usar do artifício de matar mais um protagonista de sua novela na tentativa de alavancar a audiência (já morreram vários em Passione: Saulo, Myrna, Noronha e Diana), principalmente porque no caso da morte de Totó ninguém tem certeza se o personagem morreu de fato.

O que não se pode discutir é a capacidade que o autor mostrou e a boa forma. Após decepcionar a todos - público e crítica - no capítulo da morte de Saulo, apresentando um roteiro sem graça e um capítulo extremamente arrastado, Sílvio de Abreu recuperou a boa forma e mostrou ainda ser um gênio quando o assunto é tramas policiais.

No capítulo desta segunda-feira ele conseguiu criar todo um clima de suspense, mistério, além de muita adrenalina nos momentos finais que antecederam a morte de um dos principais personagens da novela. Foi incrível assistir toda a preparação, ver o plano bem armado por Clara e todos ficamos muito ansiosos esperando o momento em que o plano seria colocado em prática.

Aliás, Clara que, desde muito antes da estréia de Passione, já dava o que falar, finalmente foi a vilã que o público sempre quis. Em um único capítulo a personagem foi mais maquiavélica do que em todo o restante da novela, lançando mão de frases realmente geniais, aqui vai duas: "Não é hora de amar, é hora de matar"; "O amor é tudo... Cretino". Era disso que falávamos durante toda a novela e foi isso que faltou ao folhetim nesses meses.

Tivesse Sílvio de Abreu feito a novela toda como foi o capítulo de ontem, certamente Passione seria um sucesso de crítica e de audiência. Aliás, é preciso também parabenizar a diretora Denise Saraseni que vinha errando a mão nesta trama, mas principalmente na cena em que Clara atira em Totó tudo ficou perfeito, sem falhas e muito bem desenvolvido. Um baita capítulo de uma novela que prometia muito e cumpriu tão pouco.

Em tempo; Segundo os dados prévios, Passione registrou no capítulo média de 46 pontos com picos de 50. Recorde absoluto da novela.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Hebe, Faustão e o SBT

E não é que a Hebe foi mesmo para a Globo? Como convidada do Domingão do Faustão, mas foi. Confesso a vocês que não assisti a nenhum minuto da participação da apresentora no programa dominical, mas soube que, além de receber o prêmio Mário Lago, Hebe Camargo ainda participou do quadro Arquivo Confidencial, um dos mais importantes do programa.

Vamos por partes: a princípio, não acho que ela mereça um prêmio que já foi dado a personalidades que realmente fizeram a diferença ao longo da história da TV brasileira. É quase um sacrilégio pensar que Hebe Camargo tenha recebido e Fernanda Montenegro não. Também não consigo entender o que ela fez de tão importante para ser tratada como a "rainha" da TV brasileira. É evidente que Hebe merece respeito por sua trajetória, afinal, se manter no ar desde que a televisão surgiu não é tarefa para muitos, além do que, ela claramente parece ser uma excelente pessoa.

Como profissional, contudo, nunca a achei grande coisa. Hebe não é boa apresentadora, visto que tenta a todo custo ser debochada, sem nenhum sucesso, as vezes partindo até para a deselegância através de palavreado de extremo mau gosto. Ela também não é entrevistadora. Coloque ela ao lado de Marília Gabriela ou Fernanda Young e veja o que é entrevistar de verdade. Não foi uma nem duas vezes que Hebe deixou seus convidados desconcertados com perguntas impertinentes sobre a vida pessoal e que não dizia respeito a ela e nem ao público.

Posto isso, vamos ao outro assunto. Uma bobagem a ferrenha discussão que surgiu na internet. Fãs do SBT - sempre eles - em comunidades no orkut e também no twitter vociferavam ao final da participação dela no Faustão pelo fato de, nem a Globo, nem Hebe terem agradecido e nem citado a emissora de Sílvio Santos. Após a série de exigências estapafúrdias que o SBT fez - a Globo não pôde sequer exibir chamadas divulgando a presença de Hebe no programa - nada mais justo que ignorar uma emissora que age de forma tão mesquinha, certo?

Hebe não tem o que agradecer ao SBT. Na verdade, ninguém tem nada que agradecer a emissora alguma no Brasil. Nenhum apresentador de nenhuma emissora neste país é tratado minimamente com respeito. Hebe era tratada como rainha no SBT enquanto dava resultados, nesta década foi tratada como um tapete velho, desagradável e que não podia ser jogado fora por ser "relíquia". Então, transitou por todos os horários, teve seu salário diminuído constantemente, foi até proibida de dar o selinho (quanta bobagem!). Ela deveria agradecer pelo que?

É evidente que diz a boa educação que quando uma emissora libera um artista para outra, não custa agradecer durante o programa. Mas, este foi um caso excepcional, visto que o contrato de Hebe te duração de menos de uma semana. Ela já não é mais do SBT. Portanto, Hebe não merecia essa homenagem toda, e nem o SBT merecia citação. Simples assim.

Twitter Facebook Adicionar aos Favoritos Mais

 
Tecnologia do Blogger | por João Pedro Ferreira