sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Quando alterar a Grade dá resultados

Na década atual, com o crescimento da internet e a massificação dos veículos de comunicação cresceu muito o número de especialistas no mercado de Televisão e, com isso, o público ficou mais próximo de coisas que, antes, não tinha qualquer acesso. É o caso de críticas a emissoras pelas suas constantes mudanças na Grade e a falta de comprometimento com o telespectador.

Sabe-se os principais motivos das constantes mudanças, geralmente a falta de faturamento ou a baixa audiência são os principais responsáveis pelas alterações de uma grade. Na atual década SBT e Rede Record sofreram duras críticas por parte da mídia e também de parte do público por alterar sua programação constantemente sem permitir com que haja fidelidade.

Mas nem sempre uma mudança, reestruturação ou adequação de grade é sinal de falta de respeito ou mesmo sinal de desespero por parte de uma emissora. Existem os casos, que sempre ou quase sempre são exceções na TV brasileira, em que é uma estratégia que surte efeitos e comprova que existem executivos que ainda entendem de televisão no Brasil.

Foi o caso da adequação da grade por parte da Rede Globo no Horário de Verão. Essa é uma estratégia que já foi utilizada algumas vezes por parte da emissora - não ocorre em todos os anos - mas que nunca funcionou tanto como em 2010/2011. Antes da mudança de horário toda a programação noturna da Vênus Platinada vinha sofrendo com baixa audiência. Malhação nunca ultrapassa os 16 pontos, Araguaia sofria muito para chegar aos 23, Tititi suava para ultrapassar os 30 pontos e Passione micava ficando abaixo dos 40. 

A mudança da Grade colocou a audiência noturna da Globo num patamar que não se vê há muito tempo. Malhação vem registrando números sempre acima dos 20 pontos (já chegou a 24), Araguaia fecha sempre acima da meta de 25, conseguiu o recorde de 29 pontos. Tititi, sucesso de público, bate recordes girando sempre em torno dos 35 pontos com picos acima dos 40 e Passione na reta final vem conseguindo média acima dos 45 e picos na casa dos 50 pontos.

A mudança alavancou a programação noturna toda (Jornal Nacional bateu seu recorde com 40 pontos de média dia desses) e mostrou que a estratégia de atrasar a grade em 30 minutos funcionou e agradou o público que voltou-se completamente para a maior emissora do país. Para se ter uma idéia, a Globo conseguiu fechar com média-dia de quase 23 pontos, números que somente são comparados durante a exibição da Copa do Mundo e conseguir este feito em pleno Horário de Verão é tarefa de herói.

A mudança não apenas beneficiou a Rede, mas afastou qualquer chance de competição que a Record poderia tentar. A Globo vem fechando com a média dia superior a da segunda colocada com o triplo da audiência, uma covardia que mostra que realmente há diferença gritante entre a Globo e o resto.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Sansão e Dalila se desmancha na falta de história

Estreou ontem na Rede Record a milionária produção que a emissora alardeou por praticamente um semestre. A segunda minissérie com história bíblica da rede - a primeira foi A História de Ester que foi ao ar no início de 2010 - e que causava muita expectativa nos executivos e também, por que não, por parte dos telespectadores que tinham interesse em conhecer o produto.

Uma obra dramática nunca pode ser completamente analisada por um único episódio, mas baseando-se no que se viu na TV ontem, a expectativa para uma boa produção são mínimas. Os mesmos equívocos vistos na minissérie anterior aliados a uma completa falta de roteiro que desse o mínimo interesse para alguém querer continuar acompanhando deram o tom de uma estréia muito menos do que morna.

A começar pela direção que, infelizmente, manteve-se tão amadora quanto na produção anterior. Diferentemente do que faz nas telenovelas em que a direção, as vezes, se destaca até mais do que a própria história, a Rede Record parece não acertar a mão nas minisséries. Uma direção aberta que permitiu improvisos demais e, principalmente, não se preocupou com os detalhes, além de deixar passar erros inaceitáveis acabou prejudicando muito o episódio. A cena da briga dos pais de Dalila foi constrangedora e a culpa foi da direção que não fez marcação do ambiente.

O desempenho do elenco foi apenas razoável. Se os principais personagens não chegaram a decepcionar, o elenco de apoio é muito fraco e atrapalha bastante na construção narrativa da história. Um produto dramático não pode ter apenas boas interpretações no elenco principal, se o restante for muito ruim, tudo estará perdido, como parece ser o caso. O grande destaque foi mesmo Mel Lisboa, pois ela soube compor uma Dalila bem diferente de sua personagem mais marcante, Anita, que tem características parecidas com a personagem atual. Méritos da atriz.

O roteiro, contudo, se desmanchava com o vento, tão fraco era. Não apenas a "livre adaptação" irritante que a Record insiste em dar a textos bíblicas, como apresentar Dalila como uma boa moça - ela não era - mas o que constrangeu mesmo foi o texto ruim. Diálogos superficiais e irreais, seqüências completamente sem sentidos e falta de capacidade dramática marcaram o texto nesta estreia que, de bom mesmo, teve apenas a fotografia, sempre muito boa em todos os produtos da emissora.

Sansão e Dalila, o produto dramático mais caro da TV brasileira, parece ter estreado mostrando que é possível jogar dinheiro pela janela ao produzir algo ruim.

Em tempo: O capítulo registrou média de 13 pontos, segundo dados prévios, ficando muito atrás da Globo que ficou com 26 pontos. O SBT marcou 09 no horário.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Enfim: Um Sonho realizado

Este blogueiro que vos fala é um apaixonado nato pela escrita. Permita-me utilizar este espaço que é sempre usado para o universo da televisão excepcionalmente para contar uma história. 

Com 10 anos eu fui realmente apresentado ao mundo da Literatura. Evidente que antes disso já conhecia livros e, provavelmente, já havia lido pequenas histórias infantis. Mas foi aos 10 anos que fui a biblioteca de minha escola e, por vontade própria, escolhi o meu primeiro livro para ler. A Ilha Perdida (acho que foi o primeiro livro de muita gente). A partir dali me apaixonei pelo universo literário e nunca mais abri mão ou me afastei dele. Em um período de cerca de 03 anos li todos os livros da série vaga-lume e, depois disso, comecei a colecionar estas obras, dando ênfase aos ótimos livros de Marcos Rey - o primeiro e inesquecível foi O Mistério do Cinco Estrelas.

Aos 15 anos, sonhador como só eu, decidi que queria ser escritor. Juntei-me a uma amiga e tentei produzir um livro, evidentemente não saiu nada de útil. Então, sozinho e mais concentrado, achei por bem que era o momento de voltar a escrever. Produzi um livro inteiro, na verdade um caderno, pois na época, não tinha computador em casa e o jeito era escrever "a mão". Lembro-me que enviei o livro a Editora Ática que, educadamente me explicou os motivos de não poder publicá-lo. A verdade é que o texto era muito ruim.

Enfim, depois disso continuei me aventurando ao universo da Literatura, de livros leves me enveredei pelos clássicos, pelos técnicos de minha área enquanto fazia universidade e me foquei em meus estudos. Voltei ao projeto de escritor apenas em 2008, quando surgiu uma idéia interessante em minha mente. Após pesquisa, comecei a escrever até desenvolver um livro em forma real e sem nenhuma falha. Foi um ano de transtorno e dificuldades, mas finalmente consegui produzir.

Depois disso, sofri para tentar publicar. Foi tempo de espera, expectativa e frustração tentando a aprovação. Mas finalmente tenho meu sonho realizado. Hoje, com mais de 5 mil livros lidos, alguma experiência como jornalista, algum conhecimento de crítica de TV e muitos textos escritos, tenho meu livro publicado.

Não é um livro sobre TV, não é um livro clássico e muito menos técnico de minha área. Trata-se de uma obra de ficção. Espero que meu público que me acompanha aqui há quase dois anos, possa me ajudar adquirindo uma cópia do livro, já que foi publicado por uma editora pequena e também colaborando na divulgação de minha obra. O livro "Pantopômios em Busca da Pluma Encantada" foi publicado pela editora Bookess que publica obras sob demanda, ou seja, seguindo um padrão de imprimir apenas sob encomenda. Por isso, peço que vocês, se puderem adquiram e divulguem para que ele possa se tornar conhecido no mercado literário.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Esquenta: Mais um acerto de Regina Casé

É impressionante, mas se existe uma pessoa na televisão brasileira que pode se gabar de colecionar acertos em suas produções, trata-se de Regina Casé. Um exemplo de profissional que sabe fazer um programa de qualidade, sem apelação, transmitindo as mais variadas culturas dentro do Brasil e atingindo todas as camadas da sociedade sem ser piegas.

Regina não precisa provar mais nada para ninguém, seu nome e seu currículo já falam por si só e, por conta disso, ela não precisaria se arriscar com um programa nas tardes de domingo, principalmente num horário em que a Rede Globo costuma sofrer com as investidas da concorrência com programas apelativos e de baixa qualidade, como Domingo Legal e Tudo é Possível. Mas ainda assim, ela é movida por desafios e abraçou um projeto totalmente diferente do que já se viu na TV.

Esquenta cheia a laje (como disse um amigo). O programa tem todo o formato "carioquês" de se viver, mas nem por isso soou desinteressante para quem não mora no Rio. Ao contrário, em tempos em que zapear a TV no domingo é pedir para assistir ou baixaria ou monotonia e, pior, tudo muito parecido, só com maquiagem diferente, ter um programa em molde completamente novo, com tinta fresca, sem copiar nada nem ninguem, foi uma ótima pedida.

O programa de estreia já mostrou a que veio, com participantes totalmente interessante, música boa e histórias sensacionais e divertidas. Reunir Preta Gil, Gilberto Gil e Zeca Pagodinho num mesmo palco somente poderia terminar em gargalhadas, principalmente quando a anfitriã é alguém do talento de Regina Casé.

Talento este que foi muito bem visto na excelente entrevista que ela fez com o agora ex-presidente Lula. Foram oito anos mostrando Lula como o homem popular e respeitado no mundo todo por diversos Chefes de Estado, aí, vem Regina Casé e mostra o homem, o boêmio cheio de histórias interessantes e papo agradável.

Esquenta é o típico programa de verão que tem tudo para ser a grande sensação deste início de 2011 e começou bem. Segundo dados prévios, o programa estreou com média de 18 pontos, sete a mais do que a Globo costuma registrar no horário.

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