sábado, 23 de outubro de 2010

As 10 Melhores Duplas da Década

Está quase chegando a hora de terminarmos a Lista de Melhores da Década, o ano está acabando e, também, os assuntos que podem ser interessantes de se fazer uma lista estão chegando ao fim. Mas ainda não será neste sábado. Nem no próximo. Ainda temos alguns assuntos a tratar para a alegria geral da nação e, o de hoje, é muito legal. Note que o termo usado é "dupla" e não casal. Para que ninguém reclame. Vamos as 10 Melhores Duplas da Década.


10 - Clara e Miguel - Tudo Novo de Novo

A série não conseguiu engatar mais do que uma temporada, apesar de dar audiência satisfatória (em torno de 16 pontos) e manter a Globo com liderança folgada, mesmo numa sexta-feira a noite. Mas definitivamente Clara (Julia Lemmertz) e Miguel (Marco Rica) conquistaram o público e mostraram um jeito muito lindo de um casal se relacionar numa dramédia muito bem colocada pela emissora. Cenas leves, texto divertido e uma relação amadurecida, bem resolvida, apesar de todas as circunstâncias contrárias, pautaram esta dupla dinâmica.




9 - Safira e Pascoal - Belíssima

Das duplas mais divertidas da TV nos últimos anos. Sílvio de Abreu, sem dúvida, estava inspiradíssimo ao escrever este núcleo de Belíssima (e toda a novela, claro). Safira (Cláudia Raia) e Pascoal (Reynaldo Gianecchinni) combinavam como poucos personagens combinaram na história das novelas brasileiras e, juntos ou separados, produziam cenas geniais de humor leve, mesmo sendo sensual, inocente e até sem noção algumas vezes. Momentos únicas marcaram a história desta dupla genial.

8 - Flora e Donatela - A Favorita

Sim, elas nunca foram um casal, mas sempre, definitivamente sempre foram uma dupla. E muito mais do que ser Faísca e Espoleta, a cumplicidade, o amor e a possessividade na relação entre Flora (Patrícia Pilar) e Donatela (Cláudia Raia) formaram a grande premissa de A Favorita. Desde o primeiro capítulo era possível ver que, mesmo separadas como dupla e como amigas, ambas tinham um relação forte, de amor e ódio, de dependência que as impediam de se separarem, de cortarem a profunda ligação que sempre tiveram. 


7 - Rui e Vani - Os Normais

Seria possível falar de qualquer dupla dos últimos anos e esquecer estes dois? A criação de Fernanda Young entrou para a história recente da TV brasileira por sua genialidade. Rui (Luis Fernando Guimarães) e Vani (Fernanda Torres) nunca foram exatamente uma dupla. Em Os Normais, eles eram noivos e viviam situações que ultrapassam o limite do ridículo e, sempre, sempre funcionava. Mas eles não eram dois. O casal, na verdade, formava um só personagem e dava o charme da série que ainda hoje é adorada por todos.

6 - Rose e Gustavo - Cama de Gato

Novela das 6 normalmente produz casal de mocinha e mocinho tão sem graça que, quem não gosta do estilo adoçado de ser, acaba sentindo nojo e torcendo contra. Longe disso em Cama de Gato, graças a um roteiro afiado. Rose (Camila Pitanga) e Gustavo (Marcos Palmeira) sempre tiveram muita química e uma história forte, bem arraigada e que foi muito bem escrita e construída ao longo de toda a novela. Uma linda história de amor sem os exageros, os clichês e a lentidão que o horário sempre produziu. 

5 - Tony e Fernanda - Poder Paralelo

Única dupla off-Globo da lista e com méritos. Desde o primeiro capítulo de Poder Paralelo, sabia-se que Fernanda (Paloma Duarte) e Tony (Gabriel Braga Nunes) eram os personagens mais complexos da trama. Mesmo separados, podia-se ver como eles produziriam muito se fossem juntados. E funcionou. O casal tornou-se dos mais fofos da TV brasileira e deixava todos os telespectadores emocionados com a química, a união e a força que eles tinham juntos. Pena que no fim, terminaram separados.




4 - Laura e Renato - Celebridade

Simplesmente inesquecível. Criar dupla de vilões é normalmente uma armadilha que pode não funcionar e quase sempre vira clichê sem graça. Não em Celebridade. Laura (Cláudia Abreu) e Renato (Fábio Assunção) dois vilões pérfidos e terríveis, se juntaram e, ao invés de surgir maldades clichês, surgiu a dupla de vilões mais divertida da TV brasileira. Como esquecer deles se chantageando? Do chicote? Das noites de amor? Impossível.




3 - Ellen e Foguinho - Cobras e Lagartos

João Emanuel Carneiro mostrou desde cedo ser capaz de produzir duplas inesquecíveis. Em Cobras e Lagartos juntou os dois personagens mais complexos e divertidos de toda a história e conseguiu compôr a dupla mais divertida do horário das 7 na década. Ellen (Taís Araújo) e Foguinho (Lázaro Ramos) foram responsáveis pelas cenas mais incrivelmente divertidas já produzidas nos últimos 15 anos no horário das 7. Se separados eles já eram ótimos na novela, juntos então, ficaram insuperáveis.


2 - Dimas (José Silvério) e Otto (Ezequiel) - A Cura

Poderia falar de Dimas e Rosângela que foram o casal da série, e um casal muito fofo, diga-se, porém, a grande dupla de A Cura foi Dimas (Selton Melo) e Otto (Juca de Oliveira). Duas almas que se odiavam e se perseguiram por mais de 200 anos ultrapassando gerações e encarnações até chegar aos dias atuais. Graças ao talento da dupla de atores e a um texto primoroso de João Emanuel Carneiro, a dupla convenceu ao público e mostrou que a força da briga pela vida e pela morte, ultrapassa gerações.

1 - Laura e Marcos - Celebridade

Dava para escolher outra dupla senão essa? Desde que Celebridade foi ao ar todos sabiam que essa dupla dificilmente seria tirada do topo das melhores duplas em qualquer lista. Incrivelmente inspirados, Laura (Cláudia Abreu) e Marcos (Márcio Garcia) saiam do drama para a comédia em dois segundos e conseguiam encantar o público pelo jeito marginal de ser que sempre funcionou - e só funcionou com eles nos últimos anos, é preciso lembrar - impossível esquecer as grandes cenas que os dois protagonizaram e o amor impressionante que um tinha pelo outro.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Por onde anda a Teledramaturgia brasileira?

Já houve quem defendesse que o Brasil vive na década atual o seu melhor momento em teledramaturgia, afinal, são três emissoras investindo alto em produções de ficção e ainda há a quarta rede que tenta se estabilizar com pelo menos um produto novo.

Desde o início da década, quando a Rede Record iniciou sua onda de investimentos milionários buscando um projeto ousado de tirar da Rede Globo a preferência do telespectador, o burburinho em praticamente todas as TVs começou. A emissora entendeu rapidamente que não se constrói uma Rede de Televisão no Brasil sem que tenha os dois pés fincados na teledramaturgia e passou a investir muito nesta área com novelas, séries e, mais recentemente, minisséries.

Após um período completamente perdido, vivendo numa bolha e funcionando como se fosse uma TV interna da família Abravanel, o SBT voltou a investir no ramo das telenovelas com a contratação de Tiago Santiago e um elenco respeitável em suas últimas tramas e, aparentemente, manterá o investimento para os próximos anos.

Ainda assim, deixando de lado a Rede Globo, a maior produtora de novelas e séries do país e, detentora dos melhores produtores de teledramaturgia do país e um dos melhores do mundo, a pergunta que se deve fazer é: Onde está a dramaturgia no Brasil? A Record alardeou produzir folhetins do nível da concorrente, se orgulhou em passar a realizar minisséries - tidas como muito mais complexas - e sempre lembra que também investe em séries. E daí? Atualmente, a emissora conta com um único produto de dramaturgia nacional no ar, Ribeirão do Tempo. O restante da programação tem de tudo, menos produto próprio na área. Em pleno horário nobre a Rede coloca no ar uma série americana. Além do que, segue indefinida a estréia da versão brasileira de Rebelde e, a minissérie A História de Davi foi adiada, enquanto Sansão e Dalila entrará no ar apenas em 2011. Muito pouco para quem quer ser comparada a Globo, não?

E o SBT que encurtou a novela Uma Rosa com Amor sob a fraca alegação de que o Horário Eleitoral Gratuito iria atrapalhar a grade da emissora? Com isso, a emissora voltou a não ter nenhuma produção própria e inédita no ar. Chega a ser deprimente sintonizar o SBT e perceber que a emissora não tem produção própria. Atualmente a emissora exibe dois folhetins, duas reprises, Canavial de Paixões que, ao menos é própria e A História de Ana Raio e Zé Trovão, da extinta Rede Manchete.

Se não fosse a Globo - esta sim, bem organizada, com três novelas no ar o tempo todo, além de muitas séries, minisséries, sitcoms - o Brasil seria provavelmente o pior país do mundo na produção de teledramaturgia. Enquanto este produto é valorizado no mundo inteiro, as emissoras brasileiras preferem apostar em Realities-Shows de qualidade duvidosa, em Programas de Auditórios que dão sono ou no mundo cão que dá audiência mais fácil. É uma pena.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Paola Oliveira está pronta para protagonista das 8?

Esta é a pergunta que praticamente toda a mídia especializada se faz nesta semana desde que a Rede Globo divulgou que a atriz Paola Oliveira foi a escolhida como protagonista da próxima novela das 8, Insensato Coração, assinada por Gilberto Braga e Ricardo Linhares. A atriz foi chamada às pressas para substituir a afastada Ana Paula Arósio, escalada para o papel e que simplesmente deixou de comparecer às gravações em Santa Catarina.

É difícil se responder a uma pergunta como esta e, para não correr o risco de ser injusto, é preciso fazer uma série de análises individuais que, somadas, podem trazer alguma conclusão importante sobre o tema. Paola Oliveira surgiu na televisão ao interpretar Giovana, filha de Safira (Cláudia Raia) na novela Belíssima em 2005. Ela foi muito elogiada e, a partir daí, engatou uma série de novelas em sua carreira. 

Paola já começava a ficar estigmatizada como uma atriz própria do horário das 6, devido a seus trabalhos seguidos em folhetins deste horário. Sua primeira protagonista foi no remake de O Profeta (2006), assinada pela dupla Duca Rachid e Thelma Guedes, ela viveu o papel da doce Sônia e encantou telespectadores e críticas por sua composição. Em 2008, ela viveu Letícia na trama Ciranda de Pedra, novela de Alcides Nogueira, e novamente chamou a atenção por sua interpretação. Mas seu auge esteve no ano de 2009 ao ser convidada novamente para uma trama das 6 - sua terceira consecutiva - pela dupla Duca Rachid e Thelma Guedes, Paola interpretava sua primeira vilã da carreira, Verônica, na ótima Cama de Gato.

Com tantos trabalhos no currículo em um período de tempo curto, sendo todas as personagens de grande importância nas tramas, Paola se tornou uma atriz bem vista pela crítica e considerada promissora dentro da emissora. Em 2010 ela já tem participação garantida nas séries As Cariocas e Afinal, o que querem as mulheres? Ela já estava escalada como protagonista da próxima novela das 6, ainda sem nome e com estreia prevista para março.

Agora, escalada para integrar como protagonista o folhetim Insensato Coração, a atriz deve dar uma guinada em sua carreira por se ter o papel de maior evidência do país no ano de 2011. Ela vem realizando ótimos trabalhos e a oportunidade mais cedo ou mais tarde chegaria. O ponto é se é a novela e o momento certo. Paola irá ter como vilã simplesmente Glória Pires, que rouba a cena em todos os seus trabalhos. Não será fácil para ela manter o nível de interpretação de Glória, principalmente porque a personagem da veterena atriz já está muito a frente em repercussão e expectativa.

Paola corre o risco de acontecer com ela o que vem acontecendo com Mariana Ximenez que, como Clara, tem dado conta do recado em Passione, mas todas as vezes que precisa contracenar com Fernanda Montenegro, mostra-se insegura em cena. O problema é que Clara não é a mocinha e Paola será. 

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

As Cariocas 1x01: A Noiva do Catete

"Se mulher fosse fácil, o diabo não teria chifres"

Um retorno em grande estilo para o renomado diretor Daniel Filho. Basicamente foi isso que significou o episódio de estreia de As Cariocas. Daniel Filho, assina a direção (o texto da obra é de Euclydes Marinho), esteve afastado da Rede Globo e se dedicando ao cinema (Se eu Fosse Você 1 e 2) durante quase uma década e, agora, retorna mostrando que não perdeu a mão quando o assunto é televisão.

A premissa básica da série é narrar a história de vida de mulheres que representem o estilo de vida carioca de ser, evidentemente extrapolando nas caricaturas e, de forma proposital e artística para evitar as ofensas. No episódio piloto "A Noiva do Catete" vimos Nádia (Aline Moraes), uma carioca do Catete que tem uma vida bem peculiar. 

O episódio começa mostrando sua relação quase selvagem com um meninão, obviamente mais novo, e surfista, que ela conheceu na Praia. Ela mentiu para ele dizendo morar com uma tia, a fim dele não lhe incomodar sempre, mas o atraía para o apartamento sempre que queria. Logo nas primeiras cenas tivemos uma amostra da ousadia de Daniel Filho ao colocar Aline Moraes praticamente nua, numa cena que não foi desrespeitosa, ao contrário.

Mas a vida da moça é muito mais complexa do que parece. Ela é noiva de Carlinhos (Ângelo Antunes), um paralítico que tem problemas de ereção. Evidente que nossa protagonista iria resolver isso. Em outra cena ousada, vimos uma menção de sexo oral. Divertida as caras e bocas que Ângelo fez nas cenas e mais divertida ainda a mãe do personagem batendo na porta querendo saber o motivo do barulho.

Para complicar ainda mais a situação, Nádia vive sozinha porque é sustentada por um homem casado, a quem ela chama de "paizinho" e, mesmo sem nenhuma cena caliente, deixa claro que ela não é exatamente a "filhinha" dele. Adorei a seqüência dela cozinhando e perguntando a ele sobre a mulher e o filho, muito boa a tacada, mostrando-a como uma dona de casa.

No fim, Nádia acaba ficando com os três, pois ela ama o noivo, precisa do dinheiro do "paizinho" e sente uma atração descontrolada pelo surfista. E como ela não é perfeita, consegue dar um jeitinho de ficar com os três. O episódio foi bom, bem dirigido, mas principalmente com um roteiro excelente, cheio de diálogos interessantes e tiradas geniais. Até o narrador, que seguiu uma vibe Separação, esteve bem quase sempre. Estréia aprovada e que venham os próximos de As Cariocas.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A Fazenda dá o que o público quer

Este blog já discutiu aqui sobre a metodologia utilizada pela direção do programa A Fazenda 3 da Rede Record que, em determinados momentos da exibição da edição diária do Reality denota um incrível roteiro muito bem arranjado e que soa quase que o tempo todo falso aos olhos de quem assiste e é fã de programas deste gênero no Brasil.

Hoje, a discussão é outra. Independente se o que acontece dentro da casa é real ou fictício, a bem da verdade, é que a 3ª edição do principal reality show da emissora definitivamente caiu no gosto do telespectador e isso se tornou indiscutível. A audiência reflete a real repercussão do programa de TV mais falado no momento em todas as partes do país e isso é prova de que o público se interessou por esta edição quase ou mais do que havia se interessado pela edição de estreia em que tudo ainda era novidade.

É verdade que as constantes brigas, os surtos quase diários de boa parte dos participantes e as discussões sem fundamento, por ninharias e que, quase sempre davam a impressão de serem fakes, colaboraram e muito para instigar o público a acompanhar todos os dias o programa. A edição caprichada que tenta a todo custo mostrar vilões e mocinhos, conflitos em tudo e, sobretudo, criar um clima de guerra entre os participantes, também tem grande valia neste jogo que parece ter entrado para vencer na busca pela audiência.

Ao telespectador, não parece importante que ninguém, absolutamente ninguém, age como esses pseudo-famosos estão agindo em A Fazenda. A cada dia fica mais claro que a realidade não interessa ao público dos Reality-Shows, eles querem mesmo é ver confusão, brigas, rixas, picuinhas da pior espécie. Certa vez, Pedro Bial, apresentador do principal programa neste formato no país, o Big Brother Brasil, disse em entrevista, que seu público não quer se ver nos participantes, ele quer ver o que há de pior no ser humano dentro da Casa e isso parece ser verdade.

Neste ponto, a direção, os roteiristas e os participantes de A Fazenda 3 conseguiram um impressionante resultado. O programa tem dado tudo que seu público quer: brigas e mais brigas. E, como gratidão, o telespectador faz questão de dar audiência. Uma mão lava a outra e enquanto isso o programa repercute muito atingindo números mais do que satisfatórios de audiência.

Não há como culpar a direção, os editores e muito menos a emissora de colocar diante da TV um Reality que de real não tem absolutamente nada quando o público não está interessado na realidade. A emissora dá aquilo que o público quer. E com razão.

domingo, 17 de outubro de 2010

Enquanto isso, às margens do Rio Araguaia

E lá se vão duas semanas desde que o Araguaia ganhou espaço na telinha, através da nova novela das 18:00 da Rede Globo, de autoria de Walther Negrão. Felizmente, pude acompanhar a estreia – porque se eu não vejo o primeiro capítulo, dificilmente verei o seguinte – e a primeira reação foi de estranhamento. Muita paisagem e ações desenvolvidas sem pressa deram o tom do primeiro capítulo e, naturalmente, anunciaram o que estaria por vir: um trabalho esteticamente bonito, mas que não vai gerar tanta mobilização nem discussão, como fez sua antecessora Escrito nas Estrelas.

A tônica de Araguaia é basicamente, desde seu princípio, uma história romântica pura e simples. Um casal que se ama, mas precisa lutar contra a relutância do pai da mocinha, o noivo da mocinha, a ex-madrasta do mocinho que o ama... Com uma boa dose de superstição / misticismo, conferida pela história da maldição indígena. Nestas duas semanas o cenário já se armou e os conflitos românticos estão colocados, com direito a um sotaque gaúcho que me lembrou um tanto A Casa das Sete Mulheres, pelo tanto que se falaram as palavras “prenda”, “peleia” e “guria”. Também já foi plantada a semente da (futura) cidade de Girassol, idealizada por Solano (Murilo Rosa); e é em torno dessa cidade em formação que a trama principal e as paralelas vão se desenvolver ao longo dos próximos meses. Nada de surpreendente, tudo dentro do modelo Walther Negrão de se fazer uma novela – vide a simpática Desejo Proibido e a razoável Como uma Onda, só para citar as mais recentes.

Mas vamos ao que interessa: o que Araguaia tem para merecer nossa atenção? O que salta primeiro aos olhos é obviamente o caráter estético: as imagens são bem bonitas (embora em dados momentos o campo de girassois fique um tanto gritantemente fake, o que foi o caso do capítulo deste sábado 16, que dedicou praticamente meia cena às flores). O segundo motivo é o elenco, que conta com boas atuações como a de Lima Duarte, Laura Cardoso, Júlia Lemmertz, Regina Duarte (em participação especial), Thais Garayp, entre outros; e também vale a pena dar uma conferida na atuação de Milena Toscano, que dá vida à primeira protagonista de sua carreira televisiva. Até o presente momento, não há motivos para reclamar da atuação da moça.

Logicamente, nem tudo são girassois belos e alegres. Araguaia tem problemas. Um deles, que me saltou aos olhos logo no primeiro capítulo foi a falta de gancho que acaba com alguns capítulos. Logo no primeiro capítulo, em vez de acabar com a batidíssima troca de olhares entre o casal principal, a cena foi desenvolvida e acabou sem qualquer tipo de tensão que fizesse o espectador se empolgar para acompanhar o capítulo seguinte. Tudo bem que o gancho era o mais clichê possível, mas antes isso do que nada, certo? Isto acabou se repetindo no capítulo do último sábado, que acabou com uma cena em câmera lenta pós-fora do Solano na Estela (Cleo Pires). Podia ter sido melhor, bem melhor.

Alguns núcleos e personagens ainda não me atraíram: inclua nessa lista a família da Pérola (Tania Alves), o galanteador fajuto Neca Tenório (Emílio Orciollo Neto). Nessa lista eu ainda incluiria a viúva Janaína (Suzana Pires), mas dentre estes, é a personagem que está mais próxima de sair da lista da chatice.

Se continuarei assistindo? Creio que sim; apesar de ter seus tropeços, não é um produto de se jogar fora. Para quem gosta de acompanhar uma história romântica e bucólica, Araguaia é uma boa pedida.

Por Evana Ribeiro

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