sábado, 28 de novembro de 2009

Cama de Gato: Uma novela bem na fita


Por Evana Ribeiro

Um homem rico e amargurado que perde tudo o que construiu e recomeça do zero, ao lado da única mulher que o amou de verdade. Você já deve ter visto uma história bem parecida com essa em algum lugar antes, e é justamente essa premissa o pontapé inicial de Cama de Gato, folhetim das 18:00. Mas, apesar de trazer uma ideia inicial bem “mais do mesmo”, a novela conquistou fãs logo de cara e vem dando alegrias à Rede Globo no quesito audiência.

Falando das minhas impressões, Cama de Gato conquistou minha confiança antes mesmo de estrear. Era a primeira vez em dois anos que eu dizia para mim mesma: “essa novela eu vou assistir.” Um dos motivos, afora a sinopse divulgada pela imprensa, foi o elenco, com destaque para Paola Oliveira dando vida pela primeira vez à uma vilã; Camila Pitanga como protagonista e Daniel Boaventura finalmente deixando o elenco de Malhação.

E quando passou o primeiro capítulo, fiquei muito satisfeita em ver que minhas expectativas não haviam sido frustradas. Depois de uma novela como Paraíso, de ambientação rural e com a lentidão que tal ambiente pede, a estreia de uma novela urbana e bastante ágil foi como uma lufada de ar fresco para que o horário não ficasse estagnado em uma única temática/ambientação. A novela das 18:00 pode, sim, ser uma faixa de histórias mais “romance água-com-açúcar” sem cair na repetição de locações e momentos históricos.

Quanto às atuações, Paola Oliveira realmente está mostrando a que veio. Não importa se Verônica é ou não a Flora em miniatura; o que vale é que a atriz está fazendo valer toda a confiança que vem sendo depositada nela desde sua estreia, em Belíssima, evoluindo a cada trabalho novo. E Marcos Palmeira, principal nome masculino do elenco [e alvo de comentários não muito elogiosos sobre sua atuação em boa parte das produções mais recentes], merece aplausos por seu desempenho na pele de Gustavo. Ele não apenas declarou verbalmente seu ânimo por poder fazer a personagem, também vem demonstrando diariamente seu empenho em fazer um bom trabalho.

Gustavo é uma personagem que provoca no espectador emoções oscilantes: mesmo sabendo que o verdadeiro caráter não é aquele, chegamos a odiar tamanha arrogância que ele demonstrava e desejar que ele e desse mal logo... Para logo depois ficarmos na torcida, roendo as unhas a cada sinal de perigo de ele ser descoberto. Uma cena emblemática dessa tensão na qual os espectadores acabam mergulhando junto foi a perseguição que resultou na “morte” de Gustavo assistida por Alcino, sequência muitíssimo bem dirigida.

Nos últimos capítulos, consegui perceber também que Carmo Dalla Vecchia está cada vez mais distante do seu personagem anterior, o Zé Bob. Não foi exatamente o que aconteceu com Daniel Boaventura, que acabou pegando outra personagem cômica e, apesar de estar fazendo bem o seu papel, corre o risco de ficar “condenado” a fazer um tipo só. Não que isso seja necessariamente ruim, mas experiências diferentes fazem bem.

É claro que nem tudo são flores. Como toda novela, Cama de Gato também tem seus pontos baixos e, dentre eles, posso mencionar o núcleo da família de Davi (Ângelo Antônio), chato até a alma. Destaco que o problema não é exatamente o personagem nem a esposa dele, Sofia, interpretada por Paula Burlamaqui. E sim a sogra, Adalgisa (Yoná Magalhães) e o filho mais velho, Pedro (Ronny Kriwat).

Considerando os bons comentários por parte da crítica e principalmente do público (que se reflete na audiência), podemos considerar que Cama de Gato foi uma boa estreia da dupla Duca Rachid e Thelma Guedes no campo das produções 100% inéditas: um folhetim tradicional, mas com boas doses de humor e ação, que prendem a atenção do telespectador; que dá gosto de ver. Muito provavelmente, esta será uma novela que, mesmo não virando um clássico, vai deixar saudades em seus fãs quando chegar o último capítulo.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A Fazenda é melhor e mais sem graça


Em praticamente duas semanas de exibição já se pode fazer algumas constatações acerca de A Fazenda 2. Algumas dessas constatações são absolutamente positivas e muito interessantes, outras infelizmente revelam fragilidade do Reality e também da emissora.

Um dos pontos altos da nova edição de A Fazenda se dá no fato de que a equipe técnica está muito mais preparada para conduzir toda aquela estrutura gigantesca. A forma como os participantes são filmados, o som dos microfones e a distribuição do local estão muito mais práticos, ágeis e, por conseqüência, melhores para que o público possa acompanhar tudo.

O roteiro também está muito ágil. Sim, engana-se quem pensa que não há um roteiro para programas com estilo Reality Show, é evidente que é necessário seguir um roteiro para que não haja confusão. Os jogos criados pela produção são um bom exemplo de como a direção aprendeu a dominar o jeito do programa.

Outro ponto positivo se dá na própria Rede Record. A emissora aparentemente está aprendendo com seus erros e não tem explorado constantemente o Reality até que toda a programação fique desgastada como aconteceu na primeira edição. A exploração tem sido muito parecido com o que a Globo faz durante o Big Brother e este é o correto, pois não cansa o telespectador. Vamos ver se a emissora vai saber lidar com isso, se o programa esquentar entre os participantes lá dentro.

Mas A Fazenda tem um problema e um grave problema. Ela não engrenou e já se foram 10 dias. A emissora parece ter escolhido a dedo cada um dos participantes na intenção de que o programa fosse ainda mais interessante que o primeiro, mas aparentemente isso não aconteceu. Não há mais o mesmo clima de harmonia da primeira semana entre os participantes, isso é visível, porém, cada um dos participantes está mostrando ser muito bem educado e saber cuidar de sua imagem junto ao telespectador como ninguém.

Isso pode ser muito bom para eles que não serão vistos aqui fora como mal educados, provocadores, chatos e até intragáveis, como muitos de A Fazenda 1 foram chamados, porém, o público começa a perder o interesse por um Reality em que até para discutir as pessoas são de uma educação britânica. Isso fica muito, muito chato. O resultado é que a audiência segue em queda dia após dia. No segundo domingo houve uma queda considerável de audiência, e durante a semana o Reality vem sofrendo para conseguir empatar com Sobrenatural, do SBT. É melhor a direção de A Fazenda fazer algo e mandar a educação dos participantes embora, se quiserem que o programa engrene. Do contrário, teremos mesmo um programa bucólico.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Casa dos Artistas poderá ser um Hotel


Na tentativa de inovar, o SBT tenta criar um novo formato de Reality show, baseando-se em outros existentes ao redor do mundo. Paulo Franco, diretor de Roberto Justus no programa 1 Contra 100, Daniela Beyrute, vice-diretora do SBT e o próprio Roberto Justus estão trabalhando a todo vapor para criarem uma Casa dos Artistas temática para que o apresentador empreste sua experiência de empresário e de apresentador de O Aprendiz.

Como antecipou o TVxTV, a idéia é de que Roberto Justus demita celebridades com seu famoso bordão "você está demitido" e para isso precisa criar mecanismos que coloque estas celebridades trabalhando. O formato de O Aprendiz pertence a Rede Record no Brasil, enquanto o formato de confinamento em casas pertence a Globo com o Big Brother.

Mas o SBT está certo que o retorno de Casa dos Artistas vai ser um sucesso estrondoso e por isso um estudo em volta do mundo fez com que uma idéia surgisse e fosse aprovada entre a cúpula da emissora. É a Casa dos Artistas - o Hotel. A idéia veio de uma adaptação do Big Brother num canal holandês que deu o nome de Hotel Big Brother, confinando os participantes num hotel.

No SBT, a idéia seria semelhante, mas além de serem monitorados 24 horas por dia e não poderem sair do Hotel, os participantes terão que trabalhar neste hotel, organizando tudo, já que o local terá clientes normalmente. Inclusive, comenta-se nos batistdores da emissora que um dos Resorts de Sílvio Santos no Guarujá poderá ser utilizado para isso.

Vivendo e trabalhando no Hotel, os participantes terão que cumprir metas estabelecidas pelo programa e os que não cumprirem correm o risco de serem demitidos, a decisão é do público, e o comunicado é de Roberto Justus.

A idéia agradou bastante os três principais interessados, Daniela Beyrute, Paulo Franco e Roberto Justus, porém Sílvio Santos ainda está analisando e não bateu o martelo na aprovação deste formato. Enquanto isso o SBT continua procurando celebridades que aceitem participar.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Roberto Justus prepara Nova Casa dos Artistas


Aparentemente o SBT já bateu o martelo e a Casa dos Artistas vai mesmo voltar e sob o comando de Roberto Justus. Como o TVxTV publicou em primeira-mão com exclusividade no início da semana passada, a emissora vinha planejando o retorno do Reality de maior sucesso em todos os tempos na TV brasileira e agora todos os principais sites especializados em Televisão do país, só falam disso.

A informação da volta da Casa dos Artistas tem deixado executivos da Rede Record assustados, pois até eles sabem da força que a marca tem entre o telespectador que ainda lembra com carinho do programa. Esse é o trunfo do SBT para recuperar o segundo lugar e começar 2010 com um salto de audiência.

Muitos estão comentando que a nova Casa vem com uma mistura do Reality e de O Aprendiz, não é bem assim. De acordo com fontes do SBT, a produção do programa que está sob responsabilidade de Paulo Franco e Daniela Beyrute está criando um novo formato para que a Rede Globo, detentora dos direitos do formato do BBB, não entre na justiça impedindo a exibição da Casa dos Artistas 5.

O novo formato consiste em manter 12 celebridades presas numa casa - exatamente como nas versões anteriores - mas o grande diferencial é que essas celebridades terão de administrar a casa. As provas semanais irão ser basicamente sobre administração de despesas da Casa e criação de métodos de economia e lucro. Ao que parece, ao invés de ser uma casa apenas, o local servirá também como uma pequena empresa sob o comando de Justus.

Os grupos que se saírem pior estarão correndo o risco de eliminação e, a partir daí, saem dois - ou três - indicados para o "Paredão" - que será renomeado - e uma dessas pessoas será eliminada do programa. O bordão "você está demitido" pode ser mantido, o Departamento Jurídico do SBT estuda se este bordão é de uso de O Aprendiz ou se Roberto Justus poderá utilizá-lo. Mas que fique claro que mesmo Justus informando a demissão, quem vai definir o eliminado é o telespectador.

O SBT continua convidando celebridades para participar do programa, mas até o momento tem recebido muitos não. A idéia de ter de trabalhar e ainda ouvir o "você está demitido" de Roberto Justus, parece não agradar a todos. As informações dão conta que Ronaldo Ésper (estilista), Rebecca Gusmão (ex-nadadora), Helen Ganzarolli (apresentadora), Luiza Mel (apresentadora) e Beto Marden (apresentador) já aceitaram participar do programa. Nos últimos dias o nome do cantor Felipe Dylon cresceu e ele também pode fazer parte do grupo.

Comenta-se que a emissora pode começar Casa dos Artistas a qualquer momento sem nenhuma divulgação prévia, mas ainda não está definido se o retorno do Reality será mesmo em 2009.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Palmas a Poder Paralelo


Apesar da Rede Record não perceber, Poder Paralelo é a jóia mais rara da emissora desde que ela tornou-se propriedade de Edir Macedo. Não é apenas a melhor novela ou a melhor obra de dramaturgia, é o melhor produto já produzido por esta nova Record, pena que a emissora não a coloca num horário melhor.

Nesta segunda, Lauro Cézar Muniz brilhou seus telespectadores fiéis - realmente temos de ser fiéis para assistir a uma novela que acabou às 23h42 - com o melhor capítulo de novela de 2009.

Tudo no capítulo se encaixou, tudo mesmo. Direção que acertou o tom até na posição das câmeras e na forma de filmar cada objeto, cada ator, cada elemento da cena; fotografia, que aliás a cada ano parece que a Record melhora mais neste quesito; interpretação de um elenco não apenas esforçado como estamos acostumados na emissora, mas com atores e atrizes de um talento invejável e esbanjando boa forma na arte de interpretar, como Paloma Duarte que apareceu duas vezes, e roubou a cena nas duas, ou então Paulo Gorgulho que voltou a ter o destaque merecido e continua dando show; e texto, e que texto de Lauro Cézar Muniz. Diálogos ágeis, sem encher linguiça, sem didatismo, sem medo, aprofundando os personagens, tocando no fundo da alma.

Poder Paralelo é uma novela que fala de máfia, sim. É uma novela marcada por tiros, marcada por torturas - e elas não foram poucas - mas não se pode comparar a outros produtos semelhantes da Rede Record, como Vidas Opostas em que a violência era inserida como artifício para ganhar audiência. Poder Paralelo em alguns momentos me lembra muito mais o filme Laranja Mecânica, do que qualquer filme sobre máfia, porque a violência está ali simplesmente porque as pessoas são violentas, os personagens respiram violência.




E a novela ainda tem todos os elementos dum folhetim tradicional. A interpretação de Gracindo Júnior na pele do querido Dom Caló, enquanto lembrava-se de sua esposa morta, a Mama Freda (Lu Grimaldi), foi de um romantismo poucas vezes visto na TV, tudo graças a interpretação e a direção que estavam numa sintonia excepcional.

Depois de Benedito Rui Barbosa deixar a Rede Globo e se arriscar na TV Manchete no início dos anos 90 e criar um fenômeno chamado Pantanal, agora, Lauro Cézar Muniz prova que é possível criar uma obra-prima da TV brasileira fora da Globo. Poder Paralelo é sem dúvida, uma das melhores novelas da história de nossa televisão.

O Preço Certo ainda não emplacou


Com alguns programas exibidos, já é possível fazer um parâmetro comentando acerca do novo programa da Rede Record, “O Preço Certo”, apresentado por Juan Alba nas tardes da emissora de segunda a sexta.

Em termos de audiência o programa está razoável – e não mais do que isso – ele melhorou a média da emissora no horário – subiu de 3 para 5 pontos na Grande São Paulo – mas ainda está muito longe da meta da Rede Record que pretendia, segundo ela própria afirmava, terminar o ano de 200 como líder de audiência no Brasil. O Preço Certo ficou em algumas oportunidades como vice-líder isolado, mas vem tendo uma disputada briga com o SBT em busca do segundo lugar.

É preciso entender também que o público troca de canal durante os breaks, e Juan Alba e sua equipe quase não tiveram breaks desde a estréia, os intervalos comerciais começaram a acontecer apenas na quarta e foi um só, o que não dá pra ter uma noção de como irá o programa no Ibope quando tiver dois ou três breaks.

Sobre o formato em si, não é um tipo de atração que me agrade, muito longe disso. Considero que estes formatos são absolutamente dispensáveis para a televisão brasileira, pois não tem nenhum atrativo de qualidade nem sequer para entreter. Entretanto, conheço inúmeras pessoas que gostam do estilo e creio que a aposta da Record seja justamente essa.

Mas O Preço Certo na verdade não tem nenhum acerto. A direção peca ao permitir que o auditório faça um estardalhaço exagerado e a todo momento. Quem está assistindo fica irritado com a quantidade de vezes que o apresentador e os participantes precisam ficar em silêncio aguardando o fim do ataque histérico do auditório que, evidentemente o faz por orientação da direção.

Os quadros também poderiam ser muito melhores selecionados se houvesse uma pesquisa junto ao público. Eu entendo que é preciso acertar o preço dos produtos, mas criatividade não faz mal a ninguém. O ideal seria que houvessem quadros em que o participante devesse sim acertar o preço, mas de formas mais atrativas para quem está assistindo.

Juan Alba tenta a todo custo passar uma imagem de que está a vontade e de que tem intimidade com o microfone, mas tanto esforço se torna em vão porque soa uma imagem de falso apresentador. Não é possível sequer fazer uma análise justa de sua performance, visto que ele precisa controlar um programa em que a direção está perdida.

O que dá para se notar, contudo, é que ele não tem carisma para apresentar este tipo de programa e acaba pecando pelo exagero. A intimidade com os participantes está forçada e chega a irritar o telespectador. Ele precisa dosar melhor e manter a distância necessária entre apresentador, participante e platéia.

Enfim, a Record acertou ao produzir um programa nacional em suas tardes, uma vez que a TV brasileira precisa de produtos que sejam nacionais, porém ainda não acertou a mão com O Preço Certo, mas correções certamente serão feitas e, quem sabe assim, o programa melhore.

*Este texto também está disponível no site Famosidades. Acesse o site e saiba tudo sobre o mundo dos famosos.

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