sábado, 31 de outubro de 2009

Audiência Sobrenatural


Quando a diretora geral do SBT Daniela Beyrute anunciou em seu twitter pessoal que o SBT iria colocar séries em pleno horário nobre com formato de novelas, ou seja, episódios seguidos de segunda a sexta até que a temporada terminasse, eu fui um dos principais críticos, pra mim as chances de dar certo eram pequenas, talvez no início pelo interesse, mas depois ia fiascar.

Veio Harper's Island e o SBT recuperou a vice-liderança no horário, mesmo que ainda empatando com a Record. Eu mesmo aplaudi, mas ainda insistia que era só a curiosidade com o diferente. Quando o SBT divulgou que a próxima série seria Supernatural, eu achei interessante, mas confesso que fiquei apreensivo, a série é sensacional, mas não me parecia estilo para as 21:00 horas.

Aos pouquinhos a série dos irmãos Winchester foi conquistando o público, começou com a mesma audiência da antecessora e foi crescendo a cada episódio até chegar a impressionantes 10 pontos de média e até 12 de picos. Em determinados momentos, Supernatural chegou a ficar com 11 contra 5 de Bela,a Feia. O SBT acertou com a série e acertou em cheio.

Nesta sexta-feira foi exibido o espetacular último episódio da primeira temporada e, pelos números prévios, essa deve ser a melhor semana da série que deve fechar com 9 de média semanal. Sem conta o episódio de hoje (pois ainda não temos números consolidados), Supernatural venceu 16 vezes Bela, a Feia na audiência, isso comprova que a série consolidou o SBT como vice-lider no horário.

Daniela Beyrute que parece entender muito de TV, foi esperta e manteve Supernatural no horário e, já na próxima segunda-feira, começa a ser exibida a segunda temporada - e pasmem, pra quem ainda não viu, é ainda melhor, muito melhor, que a primeira.

Estou apostando que o SBT deveria manter a série no ar até ao menos a 4ª temporada toda, já que a 5ª e última, ainda está em exibição nos EUA. Creio que fazendo isso, seria como uma novela de fato, os últimos episódios tinham tudo para bombar. É esperar pra ver.

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Preciso comentar. O que foram os capítulos de quinta e sexta de Caras e Bocas? Poucas vezes ri tanto em minha vida assistindo uma novela. O Cássio perguntando pra juiza se ela nunca ficou "rosa chiclete" foi de morrer de rir. Parabéns ao Walcyr Carrasco pela criatividade.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A Melhor novela desde sempre


Antes de começar este texto quero deixar claro duas coisas: 1º - tanto o texto de hoje quanto o de ontem estavam previstos como complementares, portanto usei esse jogo de palavra com melhores e piores; 2º é evidente que Viver a Vida não é a pior novela de todos os tempos em todos os sentidos (a trilogia Os Mutantes está aí pra não deixar ninguém mentir), mas o título do texto foi proposital para chamar a atenção e parece que os fãs xiitas da novela não entenderam e entupiram minha caixa de email com frases bastante malcriadas.

Bom, falemos do que realmente importa. Enquanto Viver a Vida se destaca com o pior início de uma novela das 8 em muito, muito tempo, ao contrário vemos Cama de Gato que faz exatamente o caminho oposto. Após anos e anos de erro a Globo parece que acertou a mão no horário das seis.

Quanto mais assisto essa novela mais tenho a certeza que ela será a melhor novela das 6 da década, pelo menos até aqui tem sido. Texto ágil, diálogos inteligentes e sem encheção de linguiça para ocupar o espaço do capítulo, situações inusitadas e sempre com ótimas tiradas, tudo isso tem sido comum capítulo após capítulo de Cama de Gato.

A história por si só prende e chama muito a atenção. É muito interessante ver como a aproximação dos protagonistas Gustavo (Marcos Palmeira) e Rose (Camila Pitanga) se dá de forma gradual e não soa nem um pouco falso. A vilã de Paola Oliveira, Verônica, tem tudo para entrar pra história do horário como a mais pérfida de todas e a interpretação da atriz está me surpreendendo positivamente, sinceramente achei que ela não fosse capaz de segurar um papel desses, quebrei a cara.

Os outros núcleos estão se destacando bastante também. Os sogros de Verônica estão cada vez mais divertidos e prometem nos fazer rir muito nessa trama. Outros que vão nos fazer rir sem dúvida alguma são Bené e Tião, uma das duplas mais divertidas e malucas da TV.

O elenco de Cama de Gato é um outro detalhe interessante. A maior parte está muito afinada, tanto entre os protagonistas como em outros núcleos. Heloisa Perissé começou bastante insegura, mas a cada capítulo se percebe a evolução da moça. O destaque negativo fica por conta de Carmo Dalla Vechia que parece ter transportado para Cama de Gato o Zé Bob.

Continuo enxergando em Cama de Gato inúmeros elementos de A Favorita, como os que já citei no outro texto sobre a novela, mas hoje, mais de 20 capítulos depois do começo da novela, ela já adiquiriu sua identidade própria, seu ritmo próprio (aliás, Cama de Gato tem um ritmo ainda mais rápido que A Favorita) o que é mérito das autoras.

Se não perderem a mão na trama - e eu duvido que percam - Caa de Gato caminha a passos largos para recuperar completamente a audiência no horário e de quebra ser a melhor novela das seis que eu já assisti.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A Pior novela de todos os tempos


Já foram 38 capítulos de Viver a Vida e a única conclusão a que se pode chegar após a exibição de cerca de 20% da novela é essa que o título propõe, porque sobre as personagens, sobre os núcleos, sobre os acontecimentos, pouco se pode falar, pois Viver a Vida é uma novela que não existe, simplesmente não aconteceu.

Os defensores de Manoel Carlos - que entendem que o autor pode fazer um sucesso apenas pelo seu nome - tentam defender alegando que o estilo do autor é o de primeiro apresentar as personagens para depois ir colocando os dramas pessoais. De fato isso é verdade, foi assim em Laços de Família e Mulheres Apaixonadas, dois grandes sucessos do autor.

O grande problema de Viver a Vida não está na monotonia, ela de fato está presente e incomoda, mas não é o pior da novela. Viver a Vida é uma obra fraca porque tudo que a cerca é cheia de elementos fracos. Manoel Carlos parece que desaprendeu a fazer novelas, seu texto de Páginas da Vida era exageradamente didático e cansativo e isso se repete agora. Mais do que didático, o texto de Viver a Vida é modorrento, irreal, exagerado e - para desespero dos fãs do autor - canastrão, completamente canastrão.

A Helena de Taís Araújo não é a pior do autor, afinal, Maneco é especialista em fazer protagonistas apagadas e sem graça - vide Mulheres Apaixonadas e Páginas da Vida - e a interpretação de Taís Araújo não é fraca, como diz alguns, ela está fazendo muito bem o que é proposto a ela, uma personagem fútil, sem graça e que não tem história alguma pra contar.

Há uma personagem que se salva na novela. Renata, vivida por Barbara Paz. E o texto dela é tão superficial quanto os demais, porém, Barbara Paz tem sabido com maestria utilizar a expressão corporal e os elementos externos ao texto para compor cenas lindíssimas e isso tem feito com que ela seja o grande destaque da novela.

Muitos levantaram a bandeira de que precisamos ter paciência: "Calma, a Dora vem aí pra entrar na novela e infernizar todos". "Seja paciente, logo vem mais um protagonista, o Roberto vai abalar a novela". "Ah, esperem até o acidente de Luciana, aí a novela engrena". "O drama de Ariane vai ser muito lindo". A Dora já entrou na novela e a personagem não disse a que veio, ao contrário, tem falas cafonas uma atrás da outra. Thiago Lacerda e seu personagem entraram essa semana e... nada. Parece que o personagem foi importado diretamente de Páginas da Vida. Não acho que o acidente de Luciana vá melhorar a novela, porque o texto - esse sim - é o grande vilão de Viver a Vida.

Enfim, eu como bom noveleiro que sou, assisto esse produto a mais de uma década e já perdi as contas de quantas novelas vi, mas posso dizer que acompanho o horário nobre da Globo há muito tempo - muito mesmo - e não tenho medo de dizer que Viver a Vida é a pior novela de todos os tempos em seus primeiros 38 capítulos.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Audiência com qualidade


A televisão brasileira passa por um momento, digamos, diferente. Desde sempre ouvimos falar que o telespectador brasileiro prima por programas de qualidade duvidosa e que a televisão enquanto entretenimento é um produto fraco e superficial justamente porque o público alvo assim deseja.

É verdade que precisamos avançar - e muito - para chegarmos a produtos de qualidade, como por exemplo, na televisão britânica. Mas os passos já começaram a ser dados e é preciso que alguém observe isso.

No último domingo, 25, durante a programação da tarde pudemos perceber claramente isso. O programa "Tudo É Possível", da Rede Record, comandado por Ana Hickman ultrapassou os limites do aceitável ao exibir reportagens sobre pintura de corpos colocando Danielle "Samambaia" Souza para ser pintada nua no palco. O objetivo desse tipo de artimanha evidentemente não é mostrar a arte da pintura, mas é pura e simplesmente obter audiência fácil por meio de closes ginecológicos do corpo feminino, tática antiga e que sempre deu resultado.

Enquanto fazia isso, o programa conseguiu seu pico de audiência: 9,7 pontos segundo o Ibope. Ou seja, nem com apelação o "Tudo É Possível" conseguiu chegar aos dois dígitos. Durante todo o restante do programa a média de audiência sempre ficou entre os 6 e os 8 pontos, o que mostra que o público perdeu o interesse.

Enquanto isso, produzindo um programa de qualidade, Eliana deitava e rolava na audiência. É bem certo que seu primeiro quadro já está um pouco desgastado diante dos telespectadores. O "Criança É Show", que já conseguiu resultados excelentes na briga pela audiência, parece ter perdido o fôlego. Mas foi apenas por cerca de 40 minutos que Eliana ficou em torno dos 8 pontos e em terceiro lugar. Após isso, um programa ágil, sem apelação, sem ferir a família que é o público alvo dos programas dominicais, assumiu a vice liderança e sem dificuldade chegou aos dois dígitos de audiência se mantendo assim sem grandes dificuldades.

O apreciador de televisão, como eu, deveria se levantar e aplaudir de pé. E, sempre que possível, agradecer a toda a produção do programa de Eliana por proporcionar ao telespectador um programa inteligente, com variedades, entretenimento leve (mas não burro), quadros muito bem feitos e que nos leva a passar ótimos momentos durante a tarde.

Não é à toa que desde que estreou no SBT Eliana nunca teve problemas para encarar a programação da Record - e olha que sua ex-emissora já tentou de tudo: mudou três vezes o horário do "Tudo É Possível", colocou filmes e... nada! Além do mais, se olharmos para a audiência, vemos uma Eliana muito mais perto da liderança do que do segundo lugar.

Aliás Eliana já venceu a 1ª parte do Faustão, venceu o primeiro tempo do futebol e venceu a 2ª parte do Faustão, sempre em dias diferentes. No último domingo (25), a loira conseguiu mais um feito: venceu a segunda parte do Faustão no Rio de Janeiro, cidade da Rede Globo.

É certo que a TV brasileira tem muito o que aprender. Afinal ainda damos audiência para programas como "Domingo Legal", cujo diretor, Magrão, que sempre opta pela audiência fácil. Um bom exemplo disso é a ridícula piscina de amianto. Já o "Programa do Gugu" explora o máximo que puder da desgraça alheia para obter audiência e, quase sempre, sem o menor senso de piedade.

Mas estamos melhorando. Em outras épocas, programa como o de Eliana nunca teriam espaço num domingo. Parabéns a ela e quem ganha é o público.

*Este texto também está disponível no site Famosidades, visite e confira tudo sobre o mundo dos famosos.

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