domingo, 18 de março de 2012

A delicada relação entre a fé, a religião e o jornalismo

A Rede Record vai exibir hoje uma nova reportagem em seu principal jornalístico, o Domingo Espetacular, tratando de um delicado tema: a religiosidade. Este tem sido um tema recorrente neste programa que vem sendo acusado por evangélicos a criar uma verdadeira perseguição religiosa contra este grupo - o que mais cresce no país atualmente.

A religião e a igreja não está imune a reportagens investigativas. Assim como não pode ser imune ao Ministério Público e ao que rege o país, A Constituição Nacional, ela também não pode se sentir desconfortável diante de reportagens sérias, que não ser furtam de mostrar quaisquer problemas que podem ocorrer por trás das paredes das muitas igrejas que existem no Brasil. Se a Igreja exige imunidade, ela precisa compreender que o país não é teocrático, como o cristianismo, o é. 

Porém, é preciso separar o que é jornalismo do que é vantagem própria. A Rede Record pertence ao mesmo grupo que comanda uma das principais denominações evangélicas do país - a Igreja Universal do Reino de Deus - e, na última reportagem apresentada, mostrou uma clara perseguição contra as chamadas igrejas neo-pentecostais, grupos que vem retirando inúmeros fiéis das fileiras da IURD.

Independente da intenção jornalística e de conteúdo dessas reportagens, o principal problema no tratamento do tema e que - aparentemente - a emissora não parece estar muito preocupada, é denunciar como falsa a fé do ser humano. Quando uma emissora de TV, independente de qual seja ela, se coloca na posição de juiz e define o que é certo e o que é errado em questão de fé, ela anda num terreno perigoso e delicado, pois está lidando com um assunto que é absolutamente subjetivo.

Na outra reportagem, o Domingo Espetacular se aventurou na posição de único ouvinte de Deus ao cravar que esta ou aquela profissão de fé é errada. Se há elementos para uma reportagem denúncia sobre a Igreja Mundial do Poder de Deus, é preciso que se chame a atenção da sociedade para o assunto. Porém, se há intenção é desafiar a fé alheia na tentativa de fortalecer a própria fé, o problema está detectado e a Record voltará a pisar em um terreno perigoso, pois além de perder fiéis, ela começará a perder telespectadores.

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