sábado, 22 de maio de 2010

Bela a Feia: um remake que vale a pena

Não quero falar ainda sobre o todo da novela, mas é necessário fazer uma reflexão sobre as últimas semanas de exibição de Bela a Feia, na Rede Record. Novela que começou cheia de alarde por parte da emissora, com uma pretensão imensa de 20 pontos de média, ao menos para a mídia, porque internamente a meta da novela sempre foi de 15 pontos, e que teve de encarar até 05 pontos de média em seu início.

Com ajustes, como já disse anteriormente, a novela ganhou ritmo e rumo próprio, isso graças as mãos da competente autora que não teve medo de ousar e criar uma versão diferenciada para a história que já é muito batida, tamanhas as versões e formas de contar a mesma trama. Agora, faltando pouco para chegar ao fim, já é possível notar o tamanho do acerto da Record e de Gisele Joras ao apostar em algo que ninguém havia apostado ainda ao contar a história da secretária feia de uma famosa revista de moda e que se apaixona pelo chefe, a aposta na adrenalina e não apenas na violência gratuita.

A autora percebeu - em tempo para a alegria da cúpula - que existe um modelo próprio de telenovelas que são assistias pela Rede Record. A emissora ainda não tem tradição no formato e, por isso, não se pode dar ao luxo de inovar, como a concorrência faz e ainda assim, se perder o público, recupera sem dificuldade. Ainda é preciso solidificar uma audiência, um público fiel e, por isso, a aposta deve realmente ser num modelo de se fazer telenovelas. O modelo da Record é o que aposta na adrenalina aliada a situações de perigo constante entre as personagens e foi ao apostar nisso que Bela a Feia passou a dar resultado.

Essas últimas semanas vem dando provas de que a mudança não foi um tiro no escuro, mas mostrou uma autora que soube reescrever e conduzir bem a história, amarrando todas as situações e todas as mudanças sem deixar que nada ficasse fake ou sem sentido. É bem verdade que, algumas pessoas - principalmente as que não acompanham o folhetim - criticaram a mudança por considerar que a história real não tem a inserção da adrenalina, porém, se for para contar sempre a mesma história sem colocar estilo próprio, apenas com elenco diferente, qual a graça de se assistir. O que a Record tem feito com Bela a Feia é um remake da história, exatamente como a Globo vem fazendo com suas obras. E um remake da melhor qualidade.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Band acerta em cheio em sua grade noturna

A solidificação da grade noturna da Band começa a dar sinais de que a emissora é capaz de produzir programas de qualidade, populares e com imenso apelo junto ao telespectador brasileiro, fato que pouco tempo atrás, ninguém conseguiria sequer visualizar, uma vez que a emissora sempre foi taxada como a emissora dos esportes para sempre.

A bem da verdade, de fato, por muitos anos, a única programação com audiência digna lá foram as partidas do futebol brasileira, que é dividida com a Rede Globo. Além das transmissões esportivas, o único programa que se destacava na mídia nacional era o CQC, mais pela forma diferenciada de fazer humor do que propriamente pela audiência que nunca chegou a ser estrondosa. Os programas policiais apresentador por José Luis Datena, em época de tragédia, também conseguiam algum resultado. E só.

Em 2010 o que se vê é diferente. Bem diferente, aliás. A grade noturna da Band está dando tamanhas alegrias para sua cúpula, que é impossível escolher um único programa como destaque, simplesmente porque todos atingiram um patamar que nem o mais otimista dos diretores esperava, não num primeiro momento, pois o resultado tem sido imediato ao investimento, fato raro na história da televisão brasileira.

É evidente que a emissora não explode das 6 da tarde até a meia-noite o tempo todo. Fosse assim ela disputaria a vice-liderança, certo? Porém, a audiência regular em boa parte da noite e a explosão que vem ocorrendo com sua faixa de shows das 22 horas, é extraordinário e digno de reflexão. O acerto da emissora na escolha dos programas, e também, evidentemente, do elenco a compôr cada um dos programas, foi de rara felicidade.

Na semana passada, todos os programas da faixa de show das 22 horas (CQC, A Liga, Polícia 24 Horas e Tribunal na TV) conseguiram médias satisfatórias e picos impressionantes. Nesta semana, como se fosse possível, o resultado vem sendo ainda mais espantoso. A Lia e Polícia 24 Horas, inclusive, ficaram com folga na terceira posição, a frente do SBT, com inúmeros picos de vice-liderança.

Muitos se perguntam o que ocorre com o SBT que passou a perder diariamente neste período para a Band. Outros tantos tentam encontrar desculpas para a situação da emissora de Sílvio Santos que, de fato, passa por um momento delicado. Mas é preciso também enaltecer a qualidade dos programas da Band e também o apelo popular. A emissora acertou com a escolha dos novos programas e está, muito rapidamente, colhendo os frutos de um bom trabalho. Simples assim.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Raul Gil é uma boa contratação para o SBT

O SBT anunciou nesta semana a contratação do apresentador Raul Gil, este blog havia informado o interesse da emissora no apresentador em meados de março com exclusividade, e já se pôde ouvir por toda parte ecos de críticas e elogios por mais uma tentativa de Sílvio Santos em levar para seu canal uma grife em busca de recuperação de audiência.

Raul Gil é um dos grandes nomes da TV brasileira, isso é inegável. Além de carisma e qualidades ímpares enquanto apresentador, ele vai além de consegue ser um dos últimos comunicadores da era antiga, que sabem animar o auditório, os participantes do programa e o público no outro lado da tela. Com isso, é preciso dizer também, que Raul representa a forma antiga de se fazer televisão, uma animação muito comum nos anos 80 e 90 e que tiveram como grande ícones Chacrinha e Bolinha.

No início da década, ainda pela Rede Record, ele foi responsável por dar uma canseira gigante nos primeiros meses de Luciano Huck na Rede Globo. Ressurgindo seu concurso de calouros, na época, Raul alcançava espantosos picos de liderança e 15 pontos na audiência. Com o tempo, a fórmula foi se desgastando, outros programa investindo e as emissoras pararam de acreditar no trabalho do programa. Sem investimento na Record, ele e toda sua produção se mudaram para a Band, também conseguindo resultados expressivos em seu primeiro ano, mas sofrendo do mesmo problema de falta de investimento.

Com seus modestos 4 a 5 pontos atuais, muitas pessoas imediatistas consideraram a contratação de Raul Gil um equívoco do SBT. Não é. O apresentador não é apenas uma grife que chega para agregar num time que, provavelmente, é o melhor elenco de apresentadores da TV brasileira. Mas Raul é um homem de televisão, que sabe os caminhos para se obter sucesso, desde que haja espaço e liberdade para trabalhar. Raul Gil é cafona? Talvez, afinal ele representa um jeito antigo de se fazer televisão, porém, o faz com competência e quase sempre dá resultados.

O grande problema não se trata exatamente da contratação, mas sim do próprio SBT. Sem uma grade minimamente organizada e sem atrativos para o público, a emissora não consegue manter uma audiência razoável e, com isso, bons programas e apresentadores, sofrem deste mal. Não adianta ter alguns excelentes animadores se a grade toda não for minimamente razoável para manter o público. E pode ser esta justamente a pedra no sapato de Raul Gil aos sábados.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A perigosa via de mão dupla de Ribeirão do Tempo

Estreou nesta terça-feira a nova novela - e a posta - da Rede Record. Escrita pelo competente Marcílio Morais, Ribeirão do Tempo vem com o objetivo de recuperar os altos índices de audiência que a dramaturgia da emissora conquistava há alguns anos, pelo menos esta é a expectativa de toda a cúpula da Rede Record.

Esquecendo-se da infeliz - completamente infeliz - estratégia de colocar a trama às 22h00 (supostamente) e antecedendo Bela a Feia e também esquecendo-se da falta de respeito com o seu próprio telespectador - tanto o de Bela, quanto o que gostaria de assistir a nova novela, já que ela começou com um atraso de 20 minutos, certamente devido a espera pelo fim da novela da concorrência - e pensando apenas no capítulo de estréia, é possível pensar e refletir muito sobre o que se viu.

A princípio, o que se viu na tela nos pouco mais de 35 minutos de exibição, foi uma obra que não apresentava a marca registrada do autor. Marcílio Morais desde que estreou na Record é disparado o autor que mais ousa, que mais instiga o telespectador com mudanças e diferentes formas de se fazer um folhetim. Foi assim com a ótima Essas Mulheres e repetiu a dose com a não tão boa Vidas Opostas. Em Ribeirão do Tempo, o autor parece ter apostado no tradicional, no folhetinesco que quase sempre é garantia de sucesso diante do público.

Numa análise superficial, apostar no tradicional, principalmente quando há um investimento tão alto, é o ideal, mas não se engane, não é. O público da Record é bem específico. Não é o público que assiste aos folhetins tradicionais e, quase desenhados, da Globo. É um público que busca algo diferente - melhor ou pior, isso varia de opinião - porque o tradicional, ele já tem na emissora ao lado. É um risco apostar num formato assim.

O que se viu na estréia de Ribeirão do Tempo foi uma sólida apresentação de cada personagem entre os principais e também das ligações que cada um deles tem, tudo sempre seguindo o modelo folhetinesco, ou seja, apresentações quase didáticas, diálogos longos contando o passado das personagens e situando o telespectador para que ele se acostume com cada rosto, cada vida, cada envolvimento. Marcílio teve o cuidado de não se apressar, não atropelar os acontecimentos, ou seja, optou por uma apresentação solidificada ao invés de agilidade sem motivo. Fez bem.

A história apresentada parece ser bem amarrada. Roteiro bem construído, conflitos que estão prontos a explodir e personagens cheios de histórias passadas que certamente influenciarão o presente e ainda mais o futuro.  Repito, todos os elementos de um bom folhetim. O ponto baixo disso é que Marcílio apostou tanto no tradicional que exagerou na dose. Falar de uma pacata cidade, paraíso natural, sendo invadida pela modernidade desmedida e por vilões que não pensam no meio ambiente é tão batido que cansa de ver já na primeira cena. Se isso fosse o todo, estava bom, não é. Cada um dos personagens vistos são estereótipos da pior espécie e muito bem criados, porém, com clichês exagerados que incomoda o tempo todo a quem vê.

Não houve uma cena marcante que pudesse caracterizar as interpretações do elenco num primeiro momento. Não houve grandes acertos e também não houve grandes erros. Exceção feita a Bianca Rinaldi, completamente perdida no papel, sem saber de onde buscar inspiração para compôr a personagem e acabou virando uma mistura de tudo que há de pior em vilãs.

Somente os próximos capítulos revelarão a capacidade da trama. No momento, o que se pode dizer é que há uma história forte, porém batida, há núcleos interessantes, porém clichês. Ou seja, Ribeirão do Tempo tem todos os elementos necessários para o sucesso, mas que também podem levá-lo justamente ao fracasso, numa perigosa estrada de mão dupla.


terça-feira, 18 de maio de 2010

Passione: Cheiro bom de sucesso no ar

Estreou nesta segunda-feira a nova novela das nove da Rede Globo, Passione. De Sílvio de Abreu, a novela já era aguardada com muita ansiedade pelos telespectadores e também por toda a mídia e até pela própria emissora, pois apresentava, desde a sinopse até as chamadas, tudo que era necessário para recuperar a audiência do horário e fazer com que todos se esquecessem do fiasco que foi sua antecessora, Viver a Vida.

Com tanta ansiedade, a expectativa só aumentava e a cada cena que ia ao ar, tudo era analisado, desde as atuações, até a cenografia, figurino, mas principalmente a história. Sílvio de Abreu sempre foi mestre em costurar ótimas histórias e mostrá-las muito bem com uma excelente apresentação ao público já no primeiro capítulo.

O que se viu neste primeiro momento em Passione tem realmente o dedo de Sílvio de Abreu. Num único capítulo, tivemos tantas informações, tantas seqüências, tantos acontecimentos que nem em toda a história de Viver a Vida ocorreu, traço característico de um autor policial como é Sílvio. Passione neste primeiro momento não mostrou uma história forte para os protagonistas, na verdade, o folhetim mostrou uma história forte. E uma história forte que rege a vida de praticamente todos os núcleos da novela, exatamente como deve ser num folhetim tradicional.

A história do filho de Bete Gouveia (Fernanda Montenegro) que há 55 anos foi dado como morto e agora, descobre-se estar vivo e vivendo na Itália (interpretado por Tony Ramos) vai mexer com diversos personagens e mudar o rumo da história de praticamente todos, mostrando o que é uma novela muito bem amarrada.

Neste primeiro momento, as apresentações de cada um dos personagens foi muito bem feita. Já é possível saber o que pretende e o que busca cada personagem da história e isso é o mais importante, porque uma boa história, Passione tem. As interpretações é que foram o ponto baixo deste primeiro capítulo. Um elenco afinado, cheio de grandes nomes, mas que poucos corresponderam neste começo. Os destaques positivos ficaram por conta da brilhante Fernanda Montenegro que roubou a cena já logo no início, para a excelente composição de Tony Ramos e para Aracy Balabanian mostrando que pode ser a dona da história. Já como aspecto negativo tivemos Carolina Dieckman completamente perdida, Marcelo Antony e sua eterna cara de paisagem, mas principalmente Reynaldo Gianecchini, pior até o momento.

O que se pode dizer ao final do primeiro capítulo? Passione veio para ficar. Em um capítulo já fez com que todos se esquecessem de Viver a Vida e criou expectativa e torcida pelos próximos capítulos dessa trama que promete ser eletrizante. Mesmo com uma audiência baixa neste primeiro capítulo (37 pontos, segundo a prévia), o folhetim tende a crescer e deve sem problema algum recuperar a audiência no horário. Há cheio de sucesso no ar.

Este texto também estará disponível no site Famosidades, do Grupo MSN Entretenimentos

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A Laranja boa no Cesto Podre

Falar de televisão não é algo fácil. Falar de telenovelas muito menos. Simplesmente porque é algo que mexe com o gosto popular, e os folhetins são alvos de verdadeiras paixões por parte do público, por isso, é sempre bom ter cuidado com as críticas e com a forma como elas são colocadas. Mesmo assim, falar da falta de qualidade da trama do SBT, Uma Rosa com Amor, é não sair do senso comum.

Qualquer telespectador desatento percebe num piscar de olhos a quantidade de problemas que a novela apresenta capítulo após capítulo. Desde os cenários que são de extremo mau gosto e seguem o padrão do SBT em mexicanizar tudo, até o figurino seguindo a mesma linha e que parece não fazer parte dos adereços da cena por estarem incrivelmente mal colocados. 

O texto do folhetim é o que há de pior atualmente na TV brasileira. Na tentativa de resgatar o humor leve e inocente para a TV brasileira, o autor Tiago Santiago mantém o estilo da obra atual e esquece-se que estamos em outro século e com décadas de diferença. Era evidente que seguir o mesmo padrão não daria resultados. Ele manteve o mesmo formato, mas também não abandonou seu jeito didático e cansativo de escrever, que também afugenta e muito o público.

O elenco também é preocupante. Um folhetim que não consegue se segurar com seu elenco não tem qualquer chance de fazer sucesso. Mesmo com um texto bom, atores e atrizes que não conseguem passar para o público a verdade escrita no roteiro, destroem toda a estrutura de uma telenovela. Não é o caso, pois o texto também não é bom. Mesmo assim, praticamente todo o elenco está de regular para mau, isso inclui veteranos como Jussara Freire que parece ter ressuscitado a Dona Tosca, personagem vivido por ela em Belíssima.

Uma Rosa com Amor é a pior novela produzida no ano, não resta dúvidas. É louvável a atitude do SBT em investir em teledramaturgia e deve-se insistir, pois no começo é difícil mesmo. Ainda assim, há uma laranja boa em meio a este cesto podre, e atende pelo nome de Carla Marins. Mesmo diante de um texto fraco, de parceiros de cena que mais atrapalham do que ajudam e de uma direção sem rumo, a atriz que protagoniza a história, vem dando um show de interpretação. 

Compôs sua personagem de forma muito feliz e, a cada cena, renova os trejeitos, as situações e encontra sempre uma nova forma de dar a vida a uma personagem deliciosa de se ver. Carla vem mostrando o talento que a consagrou na década de 90 e tomando conta da novela, mostra de que há salvação para a teledramaturgia da casa.

Este texto também estará disponível no site Famosidades, do Grupo MSN Entretenimentos.

domingo, 16 de maio de 2010

O nepotismo e falta de noção do SBT

Um fato curioso ocorreu neste sábado no twitter e deu provas de que o SBT está jogado em mãos de pessoas que consideram a emissora apenas um brinquedinho de luxo da família Abravanel e que, é como uma TV fechado, exclusiva para seus donos, por isso, ninguém deve satisfação ao público, aliás, na concepção da cúpula da emissora, é o público quem deve prostrar-se em agradecimento.

Uma nota publicada pelo Portal PS lembrou que o telespectador anda reclamando - e muito - pelo fato de o SBT ter feito uma série de promessas no início de 2010 e de, simplesmente, ter abandonado uma após outra, sob a alegação de novas "estratégias de programação" e deixado seu público fiel - para continuar assistindo a Rede, só sendo mesmo muito fiel - a ver navios e, pior, sem nenhuma explicação.


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