O Ministério da Justiça, órgão responsável por classificas os produtos da TV de acordo com a faixa etária e que vem causando polêmica nos últimos anos, acusado de tentar censuras as obras televisivas, parece que não se cansa de colecionar gafe para seu histórico. O setor de Classificação que, aparentemente, dá de ombros para as críticas da sociedade civil, sempre que pode está em evidência diante do público com decisões estapafúrdias.
Desta vez, trata-se de uma decisão teórica que não serve para nada na prática e vem apenas para tentar manter o órgão em evidência, ainda que suas decisões não causem impacto algum. O Ministério da Justiça encaminhou a Rede Globo ofício informando que a novela Mulheres de Areia, em reprise no Vale a Pena Ver de Novo, não poderia mais ter a classificação atual - voltada para o público de 10 anos - por conter cenas de violência e que seria reclassificada.
Se a decisão em reclassificar uma novela que, em 1993, em sua exibição original, foi classificada para todo público, já é completamente desprovida de qualquer base democrática, mostrando claros sinais de excesso de protecionismo e censura velada, uma decisão como essa, encaminhada para a emissora na semana seguinte ao término da exibição da novela, mostra o quanto o órgão não tem quaisquer forças ou poder de decisão prático.
Reclassificar uma novela que já terminou só não é ridículo num país como o Brasil em que os letrados da Justiça fazem o que querem e usam o poder, não para fazer as leis serem cumpridas, mas para legislar, tarefa que é de outro Poder. Além disso, demonstra a fragilidade de um grupo que não tem mais o respeito de ninguém no país, nem da sociedade civil, nem das emissoras e muito menos da própria Justiça - uma vez que o STF deve se manifestar em breve sobre o assunto e a tendência é que as mudanças na classificação indicativa tirem a "força" do órgão.
Não é a primeira vez que o Ministério da Justiça tenta ser mais esperto que a própria esperteza. Ao final da reprise da novela Senhora do Destino, o grupo usou do mesmo expediente ao reclassificar a novela e, até ameaçar a emissora de proibir sua veiculação, após o folhetim ter chegado ao fim. No caso atual, porém, o problema parece mais grave, pois, segundo o ofício, a novela foi toda reclassificada, o que significa que, num futuro, a emissora não pode reprisá-la no horário, a não ser que se comprometa a fazer ajustes de edição. Uma bobagem, evidentemente.
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