segunda-feira, 26 de março de 2012

Avenida Brasil ignora apresentações e chega como rolo compressor

A estreia da noite, a nova novela das 21 Horas, Avenida Brasil, com assinatura de João Emanuel Carneiro (A Favorita, Cobras e Lagartos) que veio com a missão de manter ou melhorar a boa audiência conquistada por sua antecessora Fina Estampa chamou a atenção por ser completamente diferente de qualquer outra no horário. O autor ignorou as apresentações tradicionais das personagens e, sem situar o telespectador, apresentou um capítulo que foi um rolo compressor.

João Emanuel manteve seu estilo de pesar a mão no roteiro e mostrou um capítulo em que o destaque foi mesmo o roteiro. Sem medo de censura ou do que quer que seja, o autor costurou a história colocando Carminha (Adriana Esteves) como centro de tudo. A vilã já chegou mostrando o quão maquiavélica será, torturando emocionalmente uma criança, se fazendo de vítima e armando para o próprio marido. Uma autêntica vilã de novelas.

E foi assim por todos os núcleos. Num só capítulo teve pedido de casamento surpresa, jogador de futebol em decisão de campeonato, boa praça casado com duas mulheres quase sendo pego em flagrante. Tudo no capítulo de estreia. O filão do capítulo foi este, não apresentar as personagens, não contar sua história, mas trazer um roteiro sólido, cheio de nuances e riquíssimo em acontecimentos. A ideia foi prender o telespectador pela quantidade assombrosa de situações que aconteceu em todos os núcleos e conseguiu.

Entre os pontos negativos, ficou claro que o núcleo do futebol precisa ser pensado. Transmitir trechos de jogos mostra-se claramente anti-drama e não apresenta nada que chame a atenção do telespectador. Para contar a história de personagens que são jogadores de futebol, o autor terá que ter muito jogo de cintura a fim de não inserir muitas partidas, pois certamente irá cansar. O uso do chroma key também incomodou bastante.

Mas nem estes pequenos detalhes conseguiram ofuscar uma estreia quase impecável. Texto que chama a atenção pela qualidade já conhecida de João Emanuel Carneiro, a competência da direção encabeçada por Ricardo Waddington só poderia ser excelente e atuações sensacionais, como era de se esperar. No elenco os destaques foram Tony Ramos, numa pequena participação especial, mas que fez toda a diferença e Adriana Esteves que brilhou muito, também ajudada pelo texto magnífico que deu muito espaço para a vilã e mostrou-se madura para um papel tão complexo como este.

Avenida Brasil não estreou apenas. Ela chegou causando comoção, jogando para longe qualquer lembrança de suas antecessoras e se transformando no centro das atenções. Para se ter uma ideia o capítulo chegou ao fim não com um, mas com três ganchos para o próximo. João Emanuel Carneiro não decepcionou e nos proporcionou o melhor primeiro capítulo de novelas das 21 Horas em muito tempo.

9 Quebraram tudo:

Fabio Dias disse...

Considero até melhor que A FAVORITA!
SENSACIONAL!

Fabiano disse...

Foi espetacular! E em relação ao núcleo do futebol, é apenas nessa pequena introdução em 1999 que haverão cenas assim. Depois focará em um time pequeno... e o futebol quebrou a apreensão das cenas de Carminha... foi um espetáculo! Incrível!

xoxo disse...

o melhor capítulo de estréia desde A Favorita. brilhante. JEC mostrou que pra fazer uma trama popular, não basta ignorar a inteligência do telespectador... ele conseguiu fazer isso com categoria e sofisticação! que continue assim.

GustavoGM disse...

A novela promete!! O primeiro capitulo foi sensacional! E além da Adriana Esteves e do Tony Ramos, a menina Mel Maia tb foi muito bem. Melhor que muita mocinha Fina Estampa...

André disse...

Como "xoxo" disse, a novela, o texto, a direção, o elenco, tudo tem categoria e sofisticação. Agora, parece bobeira, um detalhe inútil, mas a abertura não traduziu nada disso. A gente vê e acha que é uma novela do Carlos Lombardi. Decepcionante o trabalho de Hans Donner dessa vez, como todos os últimos.

Marlon Kraupp disse...

A melhor novela desde A Favorita , e nem tenho medo de dizer isso ^^ ...

Capitulo fantástico, aquela tirada do pai ter acreditado na filha e ter armado pra carminha foi de mais, nem eu esperava por essa....

JEC sempre, eu disse sempre consegue surpreender, nunca vai pelo óbvio ( que é o caminho mais fácil ) ... Achei sensacional a estréia, e como disse no twitter, é tão bom voltar a assistir uma novela nesse horário .

Paulo Jr. disse...

Também achei esse primeiro capítulo impecável. E eu achei que, junto com a história, a gente veio a conhecer esses personagens, sim.
Foi realmente um capítulo incrível.

Victor disse...

Que Primeiro Capítulo, que Novela! O JEC é sensacional e o melhor autor da globo de todos os tempos. Ponto. Sacadas geniais, personagens complexos e surpreendentes, um texto primoroso, detalhista, perfeito! Desde A Favorita, a Globo estava precisando de uma novela de verdade e Avenida Brasil veio pra mostrar que se trata de uma obra de arte.
A direção é um show à parte: colocaram profissionais no lugar de diretores mequetrefes (como o Wolf Maya). A fotografia tá impecável, as atuações realistas.
O melhor de tudo: temos uma verdadeira vilã de telenovelas (chamar Yvone, Clara, Fred, Saulo, Norma e Tereza Cristina de vilões é de lascar). O único vilão decente pós-A Favorita foi o Léo de IC, mas a Carminha mostrou no 1 capítulo que chegou pra competir com a Flora e com a Bia Falcão. Bravo!

Rodrigo Rocha disse...

O primeiro capítulo da novela realmente foi instigante. Diferente de outra novelas, realmente fiquei com vontade de acompanhar hoje para ver o que vai acontecer.
Achei as interpretações primorosas (tirando uma ou outra ressalva, como Heloísa Perissé e Alexanre Borges, que parece ter voltado à interpretar o mesmo papel do início da carreira...).
Agora, o ponto fraco, certamente foram as cenas "falsas" e a abertura. Toda a sequencia no estádio de futebol ficou digno de SBT ou de Os Mutantes. E a abertura: por favor, alguém me diz como uma abertura daquelas foi parar na novela das 21 da Globo.
Vamos ver agora...

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