Vira e mexe e o assunto entra em voga. Num país como o Brasil, um dos principais produtores - e exportadores - de teledramaturgia, no caso novelas, do mundo o assunto sempre será tratado de forma mais recorrente. Em toda construção narrativa são necessárias crianças para transmitir verossimilhança para as histórias. E, quase nunca, crianças são maduras e têm estudo o suficiente para dominar a arte de interpretar, o que quase sempre dificulta a performance das cenas mais dramáticas.
Daí a necessidade dos coachs. São eles, os treinadores, que preparam as crianças e as ajudam a compreender o texto - ao invés de apenas decorar - para tentar arrancar delas uma melhor performance em seus trabalhos. Isso é detalhe e depende muito do olhar apurado do diretor. Há diretores que não consideram que uma atuação aprofundada de crianças seja necessária, mas há os que entendem essa necessidade.
Os últimos trabalhos infantis no campo da teledramaturgia e que conseguiram amplo destaque na mídia mostram que a mão do diretor faz toda a diferença. Ambos os trabalhos tiveram a direção geral de Amora Mautner e o núcleo de Ricardo Waddington. Em Cordel Encantado, novela das 18 Horas, todo o núcleo infantil se destacou num trabalho que foi fundamental para render boas cenas nas novelas, mas a composição Eronildes, realizado pelo ator mirim João Fernandes, foi um dos pontos altos para manter o núcleo cômico com fôlego.
Agora, em Avenida Brasil, o brilhante trabalho da menina Mel Maia coloca a discussão a tona novamente. Pelas mãos dos mesmos diretores da novela das 18 Horas, a menina vem dando show e caindo nas graças do público e crítica. O trabalho realizado com ela - a garota tem apenas 07 anos - mostra que a direção compreendeu a necessidade que o texto tinha, uma atuação forte o suficiente para que a personagem, Rita - a protagonista - fizesse o público comprar seu sofrimento para, na segunda fase, estar ao seu lado. Somente por causa do trabalho apurado da direção é que o telespectador comprou todo o drama de Rita.
É evidente que muito disso passa pelo talento individual e nem todas as crianças que estão na TV tem este talento nato. Mas a falta de maturidade e a pouca idade impede um estudo mais aprofundado, por isso apenas a dedicação dos diretores, num cuidadoso trabalho é que permite sucesso e evitar as costumeiras interpretações forçadas e decoradas do texto que matam a cena.
Ser criança em cena é difícil, mas com esforço por parte de toda a equipe é sempre possível arrancar o máximo que elas podem transmitir em cena. E é isso que Amora Mautner e Ricardo Waddington vem realizando em seus últimos trabalhos. O público agradece.
2 Quebraram tudo:
Realmente Mel Maia está dando um show, melhor do que muitos atores adultos de novelas anteriores, vide metade do elenco de Fina Estampa.
Melzinha <3
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