Com duas semanas no ar e nove capítulos exibidos, já é possível fazer uma análise mais crítica e densa da nova novela do SBT, Amor e Revolução. A trama que, apesar de ainda não estar correspondendo na audiência, vem conseguindo bastante repercussão, inclusive com uma tentativa de censura por parte dos militares, justamente por apresentar um dos momentos mais delicados da história do Brasil.
Definitivamente um mérito do folhetim é usar o período de Ditadura Militar justamente como protagonista da história e não apenas para localizar o telespectador no período histórico. Todos os núcleos não giram em torno do casal de protagonista, mas tudo gira em torno da Ditadura. Não é fácil conseguir fazer isso e, em nove capítulos, ainda não houve falhas ou pontos que não se ligassem à trama.
Além disso, Tiago Santiago conseguiu criar uma sinopse realmente instigante para o público. Uma espécie de Romeu e Julieta no período mais negro da História do Brasil é para chamar a atenção de qualquer um, junte-se a isso a abertura e a coragem em exibir cenas de torturas, de guerrilha e todo tipo de atrocidades que ocorreu nos anos de chumbo dá o charme correto ao folhetim.
Em nove capítulos, Amor e Revolução conseguiu apresentar alguns bons capítulos para seu público fiel de cerca de 06 pontos de média na Grande São Paulo. Porém, há problemas graves no texto da trama. A marca registrada de Tiago Santiago, o didatismo exacerbado seguido de mil explicações e diálogos que mais parecem saídos de livros de história da 4ª série, deixam o andamento da trama arrastada e, em alguns momentos, torna-se impossível acompanhar devido ao tédio e a falta de realismo.
Amor e Revolução não é uma boa novela. É uma boa sinopse com potencial. Porém, enquanto Tiago Santiago continuar a escrever os diálogos, não há salvação para esta trama. Talvez fosse o caso do autor, humildemente, reconhecer sua deficiência e manter-se focado nas escaletas, no que ele parece ser muito bom, e deixar o texto para seus colaboradores. Essa seria a solução.
2 Quebraram tudo:
Realmente, o texto de Tiago Santiago cehga a ser enjoativo e causar vômito. As interpretações estão satisfatórias - Destaque para Gisele Tigre, para o General Guerra, para Patricia de Sabrit (que aprendeu a interpretar) - e a fotografia da novela deu uma grande melhorada em relação ás produções anteriores do SBT.
Mas o autor insiste em escrever dialogos. Ver um ator justificando, após um questionamento d eum agente do Dops "que é só um ator de teatro, sensível, alegre, que ama o mundo e a vida" pra receber como resposta "que todo ator de teatro é viado" é ridiculo.
O que falta para Tiago Santiago não é talento, e sim aptidão para a escrita...
Concordo com tudo que voc~e falou, gosto e torço pela novela mas o texto é surreal, teve um dia que perdi a conta de quantas vezes escutei "1º de abril de 1964", minha vontade era dizer "já entendi professor!"
fico até com pena do elenco tendo que se desdobrar para conseguir dizer esse texto...
clau-tudosobretudo.blogspot.com
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