domingo, 4 de abril de 2010

Entretenimento fácil ou de qualidade?

Essa é uma questão que, aparentemente, parece ser simples e óbvia. Afinal, quem iria preferir audiência fácil ao invés de audiência com qualidade? Que profissional em sã consciência consideraria apresentar a seu público um produto ruim, sensacionalista e sem qualidade, apenas em troca de audiência ao invés de um público qualificado, crescente e regular? A resposta não é óbvia.

A televisão brasileira é uma prova clara dos motivos que tornam esta pergunta uma reflexão complexa e quase filosófica. É preciso partir do princípio que o público brasileiro não é mais nem menos exigente que qualquer público. Isso é mera lenda. Como em qualquer lugar do mundo, quando se é apresentado algo de qualidade na TV, o telespectador adora, mas quando é apresentado algo imediatista e que atiça a curiosidade humana, mesmo que sem qualidade alguma, o telespectador também adora.

Partindo desta premissa a dúvida já começa a se estabelecer na cabeça de quem produz televisão. Afinal o que o público prefere? Um produto de qualidade, que consiga misturar entretenimento e cultura ou um programa vazio, sensacionalista e com pitadas de emoções humanas exacerbadas? E, a partir disso, a escolha do estilo de programa começa a se formar na mente dos produtores de TV.

Se é possível fazer um programa de qualidade, como Eliana, pelo SBT e O Melhor do Brasil, pela Record mostraram, então por que ainda somos obrigados a assistir programas horríveis como Domingo Legal e Tudo é Possível? Por que produtores, diretores e apresentadores optam deliberadamente por quadros sensacionalistas, apelativos e quase sempre com premissa sexual quando o público não rejeita bons programas?

A resposta é simples. Falta talento, falta criatividade e falta profissionalismo. Não existem profissionais do gabarito de Eliana com muita facilidade na TV, ela segura um programa muito bem e, por isso, consegue apresentar ótimos quadros sem torná-los enfadonhos. O mesmo ocorre com o excelente Rodrigo Faro que resgatou o papel do animador de TV e com louvor.

Profissionais como Celso Portiolli e Ana Hickman não conseguiriam estar a frente de um programa de qualidade, pois este não é o forte de ambos. Ele, precisa se apoiar no exagero, nas frases de duplo sentido, nas piadinhas insanas e nas situações bizarras para fazer sucesso. Ela não é animadora, não tem cacife para estar a frente de um programa dominical, mas é uma excelente profissional que tem condições de estar a frente de programas mais formais, como era o Hoje em Dia.

Os exemplos foram citados apenas para elucidar a reflexão, muitos outros poderiam ser utilizados, e a discussão não deve ser pautada entre os que gostam e os que odeiam esses programa citados. A discussão é mais profunda, a discussão deveria ser abrangente, sobre a importância do entretenimento para a população. Esses programas são claramente de entretenimento, mas é possível criar entretenimento de qualidade, sem apelação e sem deixar o nível baixo? E por que a insistência em abusar insistentemente para o apelo sexual? É possível criar entretenimento popular fugindo dos clichês e das piadinhas infames?

Muitos consideram que o domingo na televisão aberta é um martírio, normalmente essas pessoas se intitulam intelectuais, acima do senso comum e, portanto, preparadas para fazer uma análise mais interessante. Porém, o senso comum também não é o que dá audiências altas ao Melhor do Brasil? Não é o responsável por colocar o Programa Sílvio Santos como vice-líder de audiência? O público brasileiro não quer e evidentemente não precisa de programas culturais 24 horas por dia, mas ele gosta sim de entretenimento bom, divertido, simples e sem apelação, sem baixo nível.

A aposta por programas sensacionalistas é uma cartada - válida ou não, depende da visão - das emissoras nesta ferrenha briga pela audiência e todas fazem isso sem o menor peso na consciência, afinal, o público também gosta desse tipo de programação, então, exatamente para que se preocupar e passar horas pensando em bons programas, quando os maus dão exatamente a mesma audiência?


2 Quebraram tudo:

Hipersessão disse...

Não concordo em dizer que O Melhor do Brasil é um programa de qualidade, pelo contrário, a estética do programa pode ser bem cuidada, o Rodrigo faro pode ser esforçado, mas ficar horas com aquelas cenas de "namoro", dancinhas, e outras sandices mostra que é uma atração sem conteúdo, sem direcionamento.Audiência não é tudo, fosse assim Gugu na época que ganhava do Faustão teria todos os méritos.O Domingo Legal depois que o Gugu saiu até melhorou, é irregular?é!...mas tirando alguns quadros como Top 10 da Internet, Construindo um Sonho, não é um programa ruim, é um programa com apelo popular, que pode melhorar, mas não é engessado como O Melhor do Brasil, que de melhor, não tem nada.Eliana pode até tá fazendo um trabalho bem elaborado, mas se perde pela lerdeza, é tudo muito lento, mastigado o programa dela.Devagar demais...quanto ao Silvio, sim é uma audiência mais do que merecida.É uma atração simples, mas muito agradável com a alegria e o dinamismo do SS.

@BrunoSNN disse...

concordo totalmente com o Mario Ribeiro, quando ele fala sobre o melhor do Brasil.

É um lixo de programa. É absurdo.
Eu acho que o brasieiro gosta de ver porcaria mesmo. POr isso o sucesso do Melhor do Brasil, e do Programa Silvio Santo, que não é mais o que era a 10 anos atrás.

Os programas atuais trazem a escória da humanidade para seus quadros, como aquela Stefani, e aquele esquisito que canta qualquer porcaria no Faustão.

o Domingo é decadência. É salvo com os programas josrlísticos da record e globo. Antes o SBT tinha seriados ótimos, e agora nem isso.

O Bom mesmo, no domingo, é pegar um bom livro e ler.

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