O SBT anunciou nesta semana a contratação do apresentador Raul Gil, este blog havia informado o interesse da emissora no apresentador em meados de março com exclusividade, e já se pôde ouvir por toda parte ecos de críticas e elogios por mais uma tentativa de Sílvio Santos em levar para seu canal uma grife em busca de recuperação de audiência.
Raul Gil é um dos grandes nomes da TV brasileira, isso é inegável. Além de carisma e qualidades ímpares enquanto apresentador, ele vai além de consegue ser um dos últimos comunicadores da era antiga, que sabem animar o auditório, os participantes do programa e o público no outro lado da tela. Com isso, é preciso dizer também, que Raul representa a forma antiga de se fazer televisão, uma animação muito comum nos anos 80 e 90 e que tiveram como grande ícones Chacrinha e Bolinha.
No início da década, ainda pela Rede Record, ele foi responsável por dar uma canseira gigante nos primeiros meses de Luciano Huck na Rede Globo. Ressurgindo seu concurso de calouros, na época, Raul alcançava espantosos picos de liderança e 15 pontos na audiência. Com o tempo, a fórmula foi se desgastando, outros programa investindo e as emissoras pararam de acreditar no trabalho do programa. Sem investimento na Record, ele e toda sua produção se mudaram para a Band, também conseguindo resultados expressivos em seu primeiro ano, mas sofrendo do mesmo problema de falta de investimento.
Com seus modestos 4 a 5 pontos atuais, muitas pessoas imediatistas consideraram a contratação de Raul Gil um equívoco do SBT. Não é. O apresentador não é apenas uma grife que chega para agregar num time que, provavelmente, é o melhor elenco de apresentadores da TV brasileira. Mas Raul é um homem de televisão, que sabe os caminhos para se obter sucesso, desde que haja espaço e liberdade para trabalhar. Raul Gil é cafona? Talvez, afinal ele representa um jeito antigo de se fazer televisão, porém, o faz com competência e quase sempre dá resultados.
O grande problema não se trata exatamente da contratação, mas sim do próprio SBT. Sem uma grade minimamente organizada e sem atrativos para o público, a emissora não consegue manter uma audiência razoável e, com isso, bons programas e apresentadores, sofrem deste mal. Não adianta ter alguns excelentes animadores se a grade toda não for minimamente razoável para manter o público. E pode ser esta justamente a pedra no sapato de Raul Gil aos sábados.
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