Não sabia o que escrever após o fim de Cama de Gato. Tudo que havia para ser dito sobre a novela já foi e não queria me tornar repetitivo, portanto não quero fazer novamente uma análise da novela, de suas inovações e da capacidade das autoras Duca Rachid e Thelma Guedes em redesenhar a estrutura de uma trama do horário das 6. Tudo isso que eu penso vocês já sabem de cor e salteado.
Quero aproveitar o fim da novela para registrar meu momento de luto. Como um "novelamaníaco", chego a um momento tenebroso de minha vida. Assistindo com afinco nenhuma novela, acho que é a primeira vez que acontece isso desde que comecei a acompanhar este tipo de dramaturgia. Com o fim da excepcional Cama de Gato, não pretendo acompanhar fielmente Escrito nas Estrelas, apesar de dar uma chance a ela nos primeiros capítulos, já que o tema tornou-se batido e o folhetim parece ter todos os clichês de uma história assim. Tempos Modernos eu já desisti como forma de protesto pelo que fizeram com a novela. Viver a Vida, bem, deixa pra lá, ne?
Nas outras emissoras, apesar de Bela, a Feia ter se tornado muito interessante, é num horário ruim para mim e impossível de assistir todos os dias, acompanho esporadicamente e Uma Rosa com Amor continua não me chamando a atenção em absolutamente momento algum.
Portanto, o título deste texto refere-se ao luto pelo fim da melhor novela das 6 da década e também pelo momento triste e sem novelas para um fã deste modelo de dramaturgia. Enquanto isso, aproveito o espaço para falar de algo difícil, os dois destaques (masculino e feminino) de Cama de Gato.
O destaque masculino da trama não é novidade e nem difícil. Marcos Palmeira em seu melhor trabalho desde Renascer. Após algumas novelas apagadas em que foi alvo de críticas do grande público e teve seu talento algumas vezes questionado pela mídia, Palmeira volta aos holofotes com um trabalho dificílimo e impecável. Interpretar uma personagem como Gustavo Brandão não é fácil, eram muitas as nuances que a personagem pedia, além de ser altamente complexo, cheio de emoções conflituosas e que poderiam ficar confusas se não fossem bem interpretadas. O ator soube dosar muito bem e criou um Gustavo Brandão como se necessitava, intragável a primeiro instante, mas com lembranças de uma vida boa, e, depois, lutando para retomar os eixos de sua vida e se tornar um homem melhor.
Já destacar uma atriz é tarefa árdua. Camila Pitanga e Paola Oliveira interpretaram com maestria suas personagens e é muito difícil destacar apenas uma. Porém, por ser mais jovem, Paola Oliveira conseguiu segurar bem o papel da vilã Verônica Tardivo. Pérfida, sem limites e com emoções todas fora de lugar, ela foi uma personagem incomum, uma vilã cheia de altos e baixos e muito difícil de se compor. O final surpreendente, com a regeneração da personagem, tornou Verônica alguém ainda mais difícil de se interpretar, mas em nenhum momento Paola Oliveira errou o tom e soube conduzir sua personagem por cada caminho criado pelas autoras, por isso merece o destaque.
Destacar duas pessoas do elenco não significa desmerecer o restante. Em Cama de Gato ninguém roubou a cena ou tomou a novela para si. Boa parte do elenco esteve bem e afinada o tempo todo, o que tornou o folhetim ainda melhor. Por tantas qualidades é que ficamos de luto.
Este texto também estará disponível no site Famosidades, do grupo MSN Entretenimentos.
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