domingo, 10 de junho de 2012

O que acontece com a Record?

Foram anos de planejamento na busca pela liderança de audiência. Em meados da década passada quando a emissora da Barra Funda passou a investir pesado em todos os pilares de sua programação, colocou-se uma meta para a liderança: 2009. Ousado pensar que uma TV brasileira seria capaz de ultrapassar a consagrada e consolidada Rede Globo em tão pouco tempo.

Mas, em algum momento, é indiscutível que todos acreditaram que isso seria possível. Com um crescimento vertiginoso, a Rede Record provou a todos que o telespectador brasileiro não era, necessariamente, alienado à uma única Rede de Televisão. A programação alternativa e de qualidade apresentada deu provas de que era possível assistir televisão fora da Rede Globo.

A vice-liderança se consolidou de maneira rápida. O SBT, emissora tradicional, sequer pôde reagir e perdeu o segundo lugar de audiência. A partir daí algo aconteceu com a Record. Todo o planejamento foi jogado no lixo e a emissora caiu na armadilha de olhar para o lado. Enquanto todos os envolvidos se focavam no caminho, em olhar para frente, tudo caminhava perfeitamente: programação de qualidade, crítica positiva a seus produtos e fidelização do público. A partir do momento em que olhou para o lado, a cúpula da emissora perdeu-se por completo.

Ao perder o foco, a direção da Record vislumbrou um novo caminho e não se apercebeu que tratava-se exclusivamente de um atalho e atalhos nunca são confiáveis. Ao enxergar uma audiência alta e rápida, sem investimento e sem fidelização de público, começou a ruína. Os jornalísticos deixaram de serem aprofundados e passaram a ser imediatistas e a exagerar na exposição da violência. As novelas perderam o foco no texto e direção e buscaram a violência e, a partir daí, a Record passou a depender da violência urbana para obter audiência. Sem isso, ficou estagnada e sem crescimento.

Ao invés de olhar para trás e buscar os próprios erros, os diretores olharam para o lado errado novamente. As constantes mudanças na grade de programação servem para mostrar que todos ali estão completamente perdidos. A obstinação pela Rede Globo cegou os envolvidos e, aparentemente, os equívocos não tem fim. Programas entram no ar sem planejamento algum e são tirados do ar sem qualquer respeito ao público. O termômetro é a audiência imediata: deu audiência hoje, está mantido, não deu amanhã, está fora.

A Rede Record que, muita gente acreditou superaria a Rede Globo, se apequenou. Não houve falência financeira como aconteceu com a TV Manchete. Não houve investimento alto da concorrência como aconteceu quando o SBT perdeu a vice-liderança. Houve obstinação. O problema da Rede Record é que ela, tal qual todo invejoso, é doente pela Rede Globo. A Record não quer superar a Globo, ela quer ser a Globo. A partir daí, a ruína começou e parece não ter fim.

5 Quebraram tudo:

a verdade disse...

você meteu o dedo na ferida, você foi pegou pesado, mas você está certo ao falar de que o que a Record tem inveja Globo, foi a melhor descrição, parabéns essa foi a melhor matéria sua que eu ja li

Diego disse...

Materia espetacular!!!!!

Bianca disse...

Adorei o texto! Tudo verdade. Também achei as críticas pesadas mas ainda assim verdadeiras. Me constrange ver a Record tentando imitar os programas da Globo, principalmente os jornalísticos. E isso até no nome. "Esporte Espetacular" lá vira "Esporte Fantástico". É realmente constrangedor ver os telejornais da Record com o cenário imitando os da Globo com a redação ao fundo. A única prejudicada é a Record pois fica evidente que é uma cópia e aí as pessoas preferem o original, né? Só pra finalizar os exemplos (pois não há nada a acrescentar, você já disse tudo) meu irmão até hoje só se refere a revista eletronica da emissora do bispo como "o Fantástico da Record" hahahahaha lamentável!

Paulo Júnior disse...

Sensacional!!! Disse TUDO!

Leonardo Medeiros Borges disse...

Não importa quantos milhões uma empresa tenha, principalmente dinheiro sujo, de pessoas honestas, simples e sem qualquer orientação, seu uma emissora não sabe planejar, não sabe fazer tv e sim enganar e ludibriar pessoas.

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