quarta-feira, 27 de junho de 2012

Conceito do Encontro com Fátima Bernardes é todo equivocado

Foram três os programas exibidos e este que vos fala assistiu apenas 02 - nenhum ao vivo - mas já é possível fazer uma análise mais aprofundada da mais importante estreia da grade da Rede Globo nos últimos tempos. Encontro com Fátima Bernardes é, não apenas um desafio para a apresentadora e ex-âncora do Jornal Nacional, mas também um desafio para a própria emissora que, historicamente, é conhecida por sua rigidez na grade de programação e ajustes raros.

O que se viu nos dois primeiros programas, contudo, não são nada animadores. A audiência mostra claramente que Fátima Bernardes não conseguiu agregar nenhum público ao share do horário. Isso significa dizer que o número de televisores ligados é o mesmo que o de antes da estreia do programa. Com isso, seu programa passa a dividir a fatia do público adulto com o Hoje em Dia da Record, até conseguindo vencê-lo, porém, a fatia das crianças que antes se dividia entre SBT e Globo, agora vai toda para o Bom Dia e Cia que consegue liderar com relativa folga.

Acima de tudo, é preciso entender que não há nenhuma rejeição ao Encontro. O público-alvo aceitou o programa, tanto que migrou da Record para a Globo e colocou Fátima a frente da concorrência direta. A audiência patina porque, óbvio, as crianças preferem desenhos e, o mais importante, a fatia do telespectador que está diante de outras mídias - TV a Cabo - não se sentiu atraído pelo programa e quem não via TV, continua não vendo.

Isso parece evidente e por uma razão simples. O conceito do programa é todo equivocado. Ao tentar apresentar um talk show pelas manhãs a produção deveria ter tentado entender o público que está em casa neste horário. É preciso cuidado nesta avaliação, pois um julgamento mais simplório pode concluir que o problema está nos temas, quando a verdade não é esta. Qualquer tema afundaria porque a tratativa é que apresenta sinais claros de problemas.

Ao se discutir temas interessantes na clara tentativa de emocionar e envolver o telespectador a produção peca. Quem está diante da TV às 10 e meia da manhã não quer se emocionar. Mais do que isso, boa parte destas pessoas está com a TV ligada e sequer presta atenção, pois são donas de casas que estão fazendo algo - cozinhando, limpando - ou crianças e adolescentes que não querem debater nada. Para este horário, a tratativa precisa ter abordagem leve, sem profundidade e muito mais popular. Sem esta visão, não há como obter sucesso.

Encontro está longe de ser um programa ruim, ao contrário, é uma das boas novidades da TV brasileira nos últimos anos. Fátima Bernardes mostrou-se absolutamente competente diante do desafio de comandar um talk-show, soube se descongelar fácil, mostrou-se carismática e muito bem informada sobre os temas. Porém, o conceito todo aprofundado, cheio de informações e com o objetivo de envolver e causar emoção no público, está em horário errado. Fosse nas tardes, certamente o resultado de audiência seria outro e muito mais agradável, pois este formato está pronto para o horário vespertino.

A produção do Encontro precisa compreender com urgência. O horário exige tratativas mais leves e populares para agregar o público menos exigente e aqui inclui-se as crianças que se dispõe a assistir programas adultos, mas populares. Ou muda-se o conceito ou muda-se o horário. Caso contrário, Fátima Bernardes vai se encontrar cada dia com menos pessoas.

3 Quebraram tudo:

Bianca disse...

discordo de tudo. Fátima tá dura, tá chata. o programa é um porre... tô preferindo o Hoje em Dia e olhe que eu costumo me constranger com a demência gritante de Edu Guedes. mas Chris Flores por exemplo é muuuito mais agradável que Fátima e tem mais o perfil de quem tá em casa no horário.

Paulo Jr. disse...

Ótimo o programa, realmente! Mas realmente não combina nem um pouco com o horário.

Alexandre Azevedo disse...

Não vi qualquer problema com a apresentação da Fátima nem com o horário. Para mim, o que está faltando são mais convidados famosos. Afinal, ninguém está interessado em saber as histórias e opiniões do povão. Outro defeito do programa são as matérias daqueles "humoristas", que não são nem engrassadas nem interessantes.

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