Foram praticamente nove meses aparecendo em nossa TV de segunda a sábado. Um total de 209 capítulos inéditos - e uma reprise que ainda vai ao ar daqui poucas horas - e Passione sai de cena com algumas frustrações. A menor delas foi não ter conseguido recuperar a audiência do horário e se tornar a pior audiência da história da Globo em ponto no Ibope. (Passione terminou com 35 contra 36 de Viver a Vida).
Outras frustrações são muito mais importantes, contudo. Talvez a maior delas seja a de saber que Sílvio de Abreu criou, provavelmente, o melhor roteiro que uma telenovela já viu, apresentou para o público os melhores 60 primeiros capítulos da história da teledramaturgia brasileira, num ritmo alucinado, cheia de acontecimentos em todos os núcleos e que, daí em diante, se perdeu completamente e não mais se encontrou. Roteiro completamente desperdiçado e mal trabalhado.
Pensar em Passione e não pensar em frustrações seria impossível. Afinal, quem ali não frustrou? Mais um personagem típico de Tony Ramos e que, desta vez, simplesmente não convenceu. Uma heroína sem graça, com poucos brilhos e quase nenhuma chance para mostrar o incrível talento de sua intérprete Fernanda Montenegro, esta foi Bete Gouveia. E o que dizer do vilão? Se Fred tinha ótimas frases, não conseguia fazer nada funcionar, típico vilão bocó e com interpretação canastrona de Reinaldo Giannechinni.
O último capítulo da trama foi um amontoado de cenas sem graça e que não chamaram a atenção. Os desfechos, praticamente todos óbvios demais, não tinham como agradar. Além do que, para uma novela com um início e uma última semana alucinada, o último capítulo foi tão monótono e cansativo que, em alguns momentos, deu muito sono.
Mas nem tudo foi perdido. Uma personagem salvou a trama de Sílvio de Abreu. E ela atende pelo nome de Clara Medeiros. Não pela personagem em si e muito menos pelo desfecho meio sem pé nem cabeça e incoerente com toda a história. Saber que Clara foi abusada por Saulo quando criança, e saber no último capítulo, ajudam em que? Saber que ela virou amante e comparsa dele ajuda em que? Cadê a pista que Sílvio de Abreu jurou estar no primeiro capítulo?
Com ou sem coerência, a verdade é que Mariana Ximenez roubou a cena no último capítulo. E olha que a moça apareceu apenas nas últimas cenas. A forma como ela matou o Saulo foi cheia de significados, crueldade e com uma interpretação riquíssima da atriz. O olhar dela, certamente emprestado de Patrícia Pilar quando viveu Flora, foi magnífico. Mariana cresceu muito como atriz interpretando uma vilã. E tem coisa melhor que uma vilã como a Clara terminar por cima? Todos achando que ela morreu, seu inimigo cumprindo pena por um crime que ela cometeu e ela linda morando fora do país e armando o próximo golpe. Que venha Insensato Coração.
PS: Desculpem a falta de foto, por problemas técnicos da minha internet não estou conseguindo carregar.
12 Quebraram tudo:
O cara praticamente dá o mesmo desfecho que deu a Belíssima, sua última novela. Ou os autores estão realmente sem criatividade, ou estão com preguiça pra pensar... Afinal, pra que criar suspense, se a revelação do assassino é o próprio vilão da trama?
Foi assim tb com Celebridades, Paraíso Tropical, que por ventura é do autor da próxima novela e já sabemos que também virá um "Quem Matou" no meio da trama para o final.
Cadê aquele Silvio de Abreu que foi capaz de criar 2 finais para "A PRÓXIMA VÍTIMA" (Uma que foi para Portugal, que por ventura era tão boa quanto a versão feita para os brasileiros).
Por essas e outras que eu abandonei as novelas... O cara recebe um excelente salário, possui uma equipe criativa, escreve uma novela a cada 3,4 anos... e é capaz de nos apresentar apenas esse tipo de coisa?
E ta na hora também do Tonny Ramos descansar a imagem, tá ficando difícil diferenciá-lo de outros recentes personagens que tem feito.
Discordo de vc.Gianecchini foi ótimo na novela e foi bem elogiado.Nem parece o ator que era no passado.Achei a sequencia do assassinato mt coerente.Pode ter sido óbvia,menos absurda.A pista do primeiro cap era a Clara envenenando o Eugenio.O último capitulo teve bem menos adrenalina,mas a semana inteira teve.Foram perseguições,fuga de presídio,Clara sendo desmascarada etc etc etc.Todos os núcleos tiveram desfecho,fato raro nas novelas.Sempre tem algum personagem que some e fica sem final,não foi o caso.E as revelações da Clara serviram para mostrar como se desenvolveu a relação dela com os Gouveia desde criança.Não gostei do final do Berillo,mas foi ousado.Achei a novela tão boa qt A Favorita,mas teve sim seus percalços.Aliás,a novela do JEC tb teve.
Uma novela que podia ser excelente, e foi apenas boa. Uma pena, pelo menos pudemos assistir a bons momentos (e pena que não foram muitos) de Silvio de Abreu. Valeu por trazer uma novela de verdade ao horário novamente, depois de tantos desastres. Insensato Coração me parece clichê, previsível e extremamente monótona. Espero que eu esteja errado, mas a sinopse parece fraca. Veremos.
Rsrsr.... Sempre colocando algo de “A Favorita” nos seus textos.... rsrsr
Concordo em termos com o seu texto. Silvio de Abreu tinha nas mãos, uma sinopse que a princípio, dava até arrepios só de pensar que em breve, essa sinopse seria desenvolvida.
Pensar que teríamos uma história onde 'a matriarca de uma família descobre que seu filho está vivo e que ele vai herdar uma grande fortuna, onde na mesma história há uma dupla de vilões que irão atrás desse herdeiro e farão de tudo para botar as mãos na grana', é simplesmente genial e brilhante.
Mas Silvio de Abreu não soube usar isso a seu favor. Escreveu um melodrama totalmente desinteressante, com cenas que davam sono. Nem parecia o mesmo Silvio de Abreu que fez de Belíssima, Torre de babel e principalmente A próxima vítima, histórias policias e aceleradas, que mal davam tempo do telespectador respirar.
Sim, Passione foi totalmente parada e monótona. Quase tão parada quanto Viver a vida e no mesmo nível de 'chatice' e monotonia. Aliás, Viver a vida, tão criticada e apedreijada pela imprensa e por todos, embora tenha sido um lixo, foi um lixo que não teve um cheiro tão ruim quanto Passione.
Considero Passione ao lado de Esperança, as piores novelas das 8 que eu já assisti. É uma pena, pois sempre achei - e ainda acho, Silvio de Abreu um dos melhores autores de todos os tempos. Mas erros acontecem. Só espero que ele supreenda novamente - e positivamente -, com Guerra dos sexos.
O autor do blog é obcecado com A Favorita. A ponto de insinuar que Mariana Ximenes, uma atriz experiente - tem mais de 10 anos de carreira e várias personagens importantes no currículo - talentosa e cheia de recursos, precisou copiar Patrícia Pilar pra compor sua personagem. Menos, beeeem menos. E ao que me parece, Clara não era uma louca maníaca, mas sim alguém que se tornou cruel por conta do ambiente, e que não aprendeu a ser de outra maneira.
Resumindo, foi uma boa novela, mas faltou algo.
Melhor novela desde A Favorita.
o que salvou a novela foram a irene ravache e a Deyse lucide.pois não precisaram fazer caras e bocas,e eu acho ridiculo comparar a mariana ximenos com a patricia pilar,ah ela vai ter que comer muito arroz e feijão pra chegar lá!
Concordo com as opiniões sobre a novela, mas nesse texto tem uma contradição: Uma heroína sem graça, com poucos brilhos e quase nenhuma chance para mostrar o incrível talento de sua intérprete Fernanda Montenegro, esta foi Bete Gouveia.
Se procurarmos por postagens mais antigas, a Bete foi eleita pelo site como uma das 10 melhores heroínas (protagonistas) da década... Agora, mudou de ideia?
Concordo com a afirmação do Victor. Você chegou a apontar aqui no blog o brilhantismo do núcleo de humor da novela, também. Aqui, diz que a única coisa que salvou Passione foi Clara...
Eu gostei da Irene Ravache. Tava ótima como Clo...
Ah, Passione foi uma das melhores novelas ATUAIS da tv. Depois de Caminho das Índias, Páginas da Vida, Viver a Vida, e antes de Insensato Coração, ela ainda é a melhor de todas.
Postar um comentário