"Clarissa descobriu como é bom ser primeira-dama. Ou segunda"
Já foram três os episódios de As Cariocas e, ao que parece, a série realmente ganhou um lugar no coração do telespectador. Também, pudera, em três exibições, cada história, cada personagem conquista mais a atenção de quem está assistindo e, sempre ao fim de um episódio temos a impressão de que ele foi melhor que o anterior, que já havia sido ótimo.
Isso é um ótimo sinal, afinal, manter a audiência interessada numa série quando são histórias independentes, personagens completamente diferentes, não é fácil. Se pararmos para pensar, é como se a cada terça-feira, a Rede Globo apresentasse uma nova série, um conto televisionado e que nada tem em relação ao anterior, apenas o fato de que todas as histórias acontecem numa mesma cidade.
Em A Atormentada da Tijuca fomos apresentados a Clarissa, personagem simples, tranqüila, insegura, tímida e extremamente madura e profissional. A personagem era completamente diferente das duas anteriores, apesar de linda e também chamar a atenção dos homens, ela nunca teve esse interesse, ao contrário, era recatada e, por trauma com a experiência ruim que teve no primeiro casamento, não queria construir nenhum tipo de relação afetiva no momento.
Toda a construção narrativa do episódio foi delicioso. Desde o trauma da personagem, passando a morar novamente com a mãe, completamente diferente, livre e até um pouco profana, caminhando pelo trabalho, onde deixou de ser respeitada pelo chefe ao se tornar divorciada, até a libertação através de uma brincadeira pensada por um amigo de infância com trejeitos gays que arrumou a ela um amante de ficção. Momentos de extremo bom humor as ligações que Clarissa recebia do suposto amante - que era o amigo que, ao telefone, dava dicas de como ela se portar naquele momento - fazia a gente rir muito.
Paola Oliveira esteve extremamente segura no papel de protagonista e deixou para trás qualquer vestígio de sua última personagem - Verônica, a vilã de Cama de Gato - e mostrou muita maturidade na construção de Clarissa. Mas o grande destaque do episódio foi Gabriel Braga Nunes que voltou a Globo em grande estilo encarnando o melhor amigo da protagonista. Com trejeitos gays, professor de dança, ele esteve ótimo, divertidíssimo e muito bem feito.
O final, com o amigo revelando-se hétero e explicando que só fingia ser gay e sempre fora apaixonado por ela foi sensacional. O fim não poderia ser diferente, os dois, juntos, felizes e realizados. Na cama. As Cariocas vem sendo um baita acerto da emissora. E que venha o próximo episódio.
2 Quebraram tudo:
O que foi Paola Oliveira mostrando estar mais preparada do que nunca para protagonizar uma novela das 8? A atriz, mais uma vez, estava brilhante e deu show nesta série que é um achado na TV.
O melhor de toda a série, são as narrações de Daniel Filho. Sacadas excelentes!
E semana que vem tem Fernanda Torres pra bilhar na tela da Plim plim!
O melhor de tudo é que a série não é apelativa. É tudo agradável de se ver, de forma inteligente e bem feita, sem que cause constrangimento em nenhum momento a quem assiste.
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