quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A Cura - 1x02

Após um primeiro episódio de apresentação bastante complexo, porém cheio de nuances aprofundados e com seqüências ágeis, principalmente a partir da metade do episódio Piloto, a série global A Cura, de João Emanuel Carneiro teve seu 2º episódio exibido na última terça-feira e mostrou uma história bem construída, com uma narrativa contida e cheia de elementos complexos.

Se o primeiro episódio apresentou personagens e mostrou um mapa da história que seria contada, o segundo episódio mostrou uma veia diferente do autor que, ao contrário de todos os outros trabalhos, optou por uma narrativa mais lenta, porém muito mais aprofundada e complexa. Ao terminar o episódio desta semana o telespectador ficou com uma certeza: não é fácil entender a construção narrativa de A Cura.

Personagens extremamente complexos, com traços de personalidades que nem sempre combinam entre si, além de um roteiro que apresenta uma história não linear, indo contra toda a idéia de narração, e situações que sempre apresentam diálogos extremamente complexos foram marcos nesta semana. Ninguém é apenas o que parece ser. Dimas é um personagem tortuoso com uma história de vida complicada e muito sofrida, porém, o misticismo que gira em torno dele, a possibilidade de ser a reencarnação de um curandeiro e os conflitos que o perseguem, deixam-no extremamente sombrio em alguns momentos e cada texto que sai de sua boca vem com diversos significados e que podem tanto ajudar quanto complicar a interpretação do público.

Além disso, a história que corre paralelamente e mostra um personagem mau e que vive em outra época, porém na mesma cidade, torna tudo mais complexo. Afinal, qual a ligação entre ele e os dias atuais, onde de fato ocorre a história? Em que ponto da história as narrativas se encontrarão e formarão o elo? Essa é a pergunta que não sai da cabeça do telespectador e mantém o interesse constante pela história que é novidade no mundo das séries e um chamariz muito inteligente.

Não se pode abandonar ainda a interpretação de qualidade de todo o elenco. Se em 2009 a Globo surpreendeu ao mostrar uma série com formato teatralizado e um elenco perfeito com Som e Fúria, em 2010 a qualidade de elenco se repete em A Cura com todos muito afinados, inclusive o excelente elenco de atores mineiros. Porém, destaque mesmo para Selton Melo que vem fazendo um trabalho extraordinário, acima de qualquer comparação no ano.

A profundidade de A Cura a distancia completamente do modelo de dramaturgia da TV brasileira. O público foi acostumado a narrativas simples e histórias rasas, portanto, pode ocorrer que alguns telespectadores se afastem confusos. Porém, é esta a profundidade que falta para a TV e que leva muitos espectadores a procurarem produtos importados como as séries americanas. E em matéria de profundidade, complexidade e roteiro bem amarrado e intrigante, A Cura não fica atrás de nenhuma delas.

Não deixe de comentar

4 Quebraram tudo:

Marlon Kraupp disse...

A Cura é excelente, também achei um pouco mais lenta que outras produções do JEC, mais isso é só um detalhe, se lenta já é dificil entender todos os mistérios de A CURA imagina se fosse mais ágil!

Gostei muito da fotografia dela, é realmente muito boa.

Essa terça não consegui assistir, tava meio cansado e acabou muito tarde, assisti só o primeiro e segundo bloco :s

Vou baixar e assistir na net ..

Vanessa disse...

Essa é a parte mas gostosa de assistir a série, lá nada é oq parece e da para desconfiar de todos, gosto de série assim q ñ da uma historia mastigada para o publico deixa eles descobrirem por si só e com muuuuuuuuuuito mistério.

Danilo Artimos disse...

estou curtindo a cura pelo seu formato... não como as séries dos canais abertos americanos que precisam criar histórias para uma temporada longa, mas podemos comparar A Cura com produções da HBO, Showtime, FX... não digo por qualidade, mas sim o formato ágil e com liberdade para contar a história sabendo onde ela irá...

Anônimo disse...

A CURA é simplesmente fabulosa, e de uma criatividade ímpar de um autor como João Emanuel Carneiro. Para entendê-la é necessário que não perca um episódio sequer. JEC sabe onde quer chegar com seu texto profundo e complexo, a direção segue perfeita e as atuações com destaque para Selton Mello estão ótimas. Depois de A Favorita veio A Cura e João se consolida como o melhor autor e a grande revelação dos últimos tempos.

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