Já se foram 04 semanas de exibição, 24 capítulos e, portanto, já está mais do que na hora escrever sobre as impressões iniciais da nova novela da Rede Globo, Passione. Com a assinatura daquele que, em minha opinião, é o maior autor de telenovelas vivo no Brasil, Sílvio de Abreu, a novela veio sob uma onda de grande ansiedade, principalmente após o fiasco da antecessora Viver a Vida.
A primeira análise a ser feita se refere aos números de audiência conseguidos pelo folhetim. O pior desempenho de uma novela das 9 da Globo em seu primeiro mês de exibição fez com que parte da mídia e dos próprios telespectadores que acompanham a história, começassem a procurar os famosos "defeitos" que levaram a rejeição do público em geral. Ocorre que, a bem da verdade, Passione segue o mesmo modelo de novelas do horário em praticamente toda a década. Se analisarmos novela após novela vamos verificar que praticamente todas as tramas estrearam derrubando a audiência em média de 07 a 10 pontos da antecessora. O efeito se repetiu, porém, como Viver a Vida teve a pior audiência da história do horário, ao perder ainda mais pontos, a novela de Sílvio de Abreu ficou sem situação delicada. Mas o processo de reversão já se iniciou na última semana com o melhor desempenho desde a estreia.
Deixando a audiência de lado e analisando exclusivamente a produção, percebe-se que Passione supera as expectativas dos fãs de folhetim. Com uma história central forte e envolvente, os acontecimentos prendem os telespectadores desde o primeiro momento. O eixo central não é propriamente novidade, já foi muito explorado, mas a forma como vem sendo contada, torna a história muito atraente e os ganchos chamam a atenção do público.
Outro ponto positivo para a novela se dá na construção de tramas paralelas. As últimas novelas do horário sempre apresentaram tramas paralelas fracas ou sem função, porém, Sílvio de Abreu resgatou a diversidade de tramas e núcleos que, apesar de independentes, se interligam de alguma forma. Isso é novela. E é preciso observar que boa parte destas tramas ainda está engatinhando, com a história propriamente dita sendo preparada, mas já deu para notar que o autor tem tudo na mente e o público já começou a se identificar com diversos personagens, como a sofrida e apaixonada Fátima (Bianca Bin).
Mais um ponto positivo em Passione ocorre na formação de elenco. Ao anunciar o cast da novela, todos já sabiam que seria uma trama rica em interpretação, mas novamente aqui as expectativas estão sendo superadas. Praticamente não há equívocos ou má composições, a maioria esmagadora do elenco vem dando conta do recado com maestria. Destaques? Inúmeros. Tony Ramos mais uma vez compondo muito bem um patriarca bondoso e cheio de fibra, Irene Ravache repetindo o brilhantismo num núcleo cômico, como já havia ocorrido em Belíssima, Vera Holtz numa personagem diferente de tudo que ela já interpretou, e dando muita qualidade a sua Candê. Mas os três principais destaques são Mariana Ximenes em sua primeira vilã e vem dando banho de interpretação na maioria das cenas, Fernanda Montenegro que dispensa comentários e em cada cena que exige fibra ela mostra o motivo de ser a melhor atriz do Brasil, porém, o principal nome de Passione até o momento é Aracy Balabanian, num trabalho impecável, emocionante e genial ao interpretar Gema, uma personagem complexa e que ela produz com uma qualidade ímpar.
Os pontos negativos na formação de elenco são principalmente dois. Um evidente e uma surpresa. Reinaldo Gianecchini regrediu bastante após alguns trabalhos de qualidade na TV e simplesmente não consegue compôr seu vilão Fred. Em cenas comuns e até de dissimulação ele vai bem, mas quando traços de vilania precisam aparecer, o ator começa a gritar e mostrar os mesmos trejeitos e entonação de Pascoal, seu personagem em Belíssima. Um problema a se resolver. O outro ponto negativo é realmente surpreendente, após anos de trabalho competente e até acima da média, Bruno Gagliasso vai mal na novela. Ao compôr o italiano Berillo, o ator deixa traços fortes do último personagem, Tarso, e não consegue se desprender formando uma nova pessoa. Pena.
Em resumo, Passione apresenta-nos um folhetim típico, com uma história envolvente e o cuidado que apenas Sílvio de Abreu é capaz. Após tramas muito ruins como Caminho das Índias e a horrenda Viver a Vida, Passione surge como um oásis, pois, até o momento, nos apresentou o melhor início de novela das 9 da década.
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5 Quebraram tudo:
A novela é MUITO boa
Não perco um capítulo e sobre os atores... eu concordo
E o mais fraco até agora é o Reynaldo Gianecchhini, o ator fail... rs
Concordo com tudo que você disse. É uma trama excelente, muito acima da média, supera as suas antecessoras em inúmeros pontos, tem história bem amarrada, núcleos interligados, trama forte e envolvente, e atuações impecáveis. Quanto aos seus três destaques, as grandes atrizes Mariana Ximenes, Aracy Balabanian e Fernanda Montenegro, são realmente fantásticas, não dá de comparar o nível de interpretação delas, todas em seus graus de experiência. Parabéns pelo comentário, e torcemos para que a audiência de Passione aumente. Aí está uma verdadeira novela, uma folhetim dos bons, daquele de acompanhar o final do Jornal Nacional para não perder o início.
Eu não estou acompanhando assiduamente a novela,não porque ela seja ruim ou eu não tenha me interessado,mas por motivos de trabalho.Mas sei tudo o que se passa na novela e no meu trabalho tem TV,mas não posso me deter simplesmente em assistir e deixar os clientes de lado.Sim , me referindo a novela concordo com os dois atores com fraca interpretação e com os destaques:Fernanada Montenego e Aracy balabanian me emocionam a cada palavra e a cada cena.
Daniel, só discordo quando você fala da Caminho das ìndias,a novela foi ótima e admito que teve um final fraco,mas estragou o brilhantismo da trama.
Bem, de bruno gagliasso ja se esperava...ele faz ate o maneirismo irritant da boca do doidinho decaminho, e patetico... reinaldo ta mais pra gay-paulistano-empresario do que pra vilão. Mas o pior pra mim e aquele weber, o gaucho, filho de fernanda na trama, eu nunca vi ninguem tao canastrão, as cenas que ele protagoniza são pessimas, ele grita esganicado, se confundo no sotaque,nao onsgue passar nenhuma emoção a nao ser pena por estar tao ruim...coitada de maite proenca que tem que se esforcar muito pra manter o nivel. Mas a trama realmente e boa apesar dos cliches e acho que depois da favorita vamos acompanhar de novo com prazer.
Me poupe colocar a culpa em dois atores, sendo que quem escreve e escolhe o elenco é o próprio autor. Não concordo quando diz que novelas que a antecederam foram um fiasco.
Ainda tem muito o que melhorar pra conseguir ao menos prender um pouco minha atenção...na verdade vou até estender esse comentário às outras duas novelas (18h e 19h), a globo tá esquecendo a receita de se fazer uma boa novela.
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