segunda-feira, 14 de junho de 2010

Passione é muito mais do que a gente pensava

Já se foram 04 semanas de exibição, 24 capítulos e, portanto, já está mais do que na hora escrever sobre as impressões iniciais da nova novela da Rede Globo, Passione. Com a assinatura daquele que, em minha opinião, é o maior autor de telenovelas vivo no Brasil, Sílvio de Abreu, a novela veio sob uma onda de grande ansiedade, principalmente após o fiasco da antecessora Viver a Vida.

A primeira análise a ser feita se refere aos números de audiência conseguidos pelo folhetim. O pior desempenho de uma novela das 9 da Globo em seu primeiro mês de exibição fez com que parte da mídia e dos próprios telespectadores que acompanham a história, começassem a procurar os famosos "defeitos" que levaram a rejeição do público em geral. Ocorre que, a bem da verdade, Passione segue o mesmo modelo de novelas do horário em praticamente toda a década. Se analisarmos novela após novela vamos verificar que praticamente todas as tramas estrearam derrubando a audiência em média de 07 a 10 pontos da antecessora. O efeito se repetiu, porém, como Viver a Vida teve a pior audiência da história do horário, ao perder ainda mais pontos, a novela de Sílvio de Abreu ficou sem situação delicada. Mas o processo de reversão já se iniciou na última semana com o melhor desempenho desde a estreia.

Deixando a audiência de lado e analisando exclusivamente a produção, percebe-se que Passione supera as expectativas dos fãs de folhetim. Com uma história central forte e envolvente, os acontecimentos prendem os telespectadores desde o primeiro momento. O eixo central não é propriamente novidade, já foi muito explorado, mas a forma como vem sendo contada, torna a história muito atraente e os ganchos chamam a atenção do público.

Outro ponto positivo para a novela se dá na construção de tramas paralelas. As últimas novelas do horário sempre apresentaram tramas paralelas fracas ou sem função, porém, Sílvio de Abreu resgatou a diversidade de tramas e núcleos que, apesar de independentes, se interligam de alguma forma. Isso é novela. E é preciso observar que boa parte destas tramas ainda está engatinhando, com a história propriamente dita sendo preparada, mas já deu para notar que o autor tem tudo na mente e o público já começou a se identificar com diversos personagens, como a sofrida e apaixonada Fátima (Bianca Bin).

Mais um ponto positivo em Passione ocorre na formação de elenco. Ao anunciar o cast da novela, todos já sabiam que seria uma trama rica em interpretação, mas novamente aqui as expectativas estão sendo superadas. Praticamente não há equívocos ou má composições, a maioria esmagadora do elenco vem dando conta do recado com maestria. Destaques? Inúmeros. Tony Ramos mais uma vez compondo muito bem um patriarca bondoso e cheio de fibra, Irene Ravache repetindo o brilhantismo num núcleo cômico, como já havia ocorrido em Belíssima, Vera Holtz numa personagem diferente de tudo que ela já interpretou, e dando muita qualidade a sua Candê. Mas os três principais destaques são Mariana Ximenes em sua primeira vilã e vem dando banho de interpretação na maioria das cenas, Fernanda Montenegro que dispensa comentários e em cada cena que exige fibra ela mostra o motivo de ser a melhor atriz do Brasil, porém, o principal nome de Passione até o momento é Aracy Balabanian, num trabalho impecável, emocionante e genial ao interpretar Gema, uma personagem complexa e que ela produz com uma qualidade ímpar.

Os pontos negativos na formação de elenco são principalmente dois. Um evidente e uma surpresa. Reinaldo Gianecchini regrediu bastante após alguns trabalhos de qualidade na TV e simplesmente não consegue compôr seu vilão Fred. Em cenas comuns e até de dissimulação ele vai bem, mas quando traços de vilania precisam aparecer, o ator começa a gritar e mostrar os mesmos trejeitos e entonação de Pascoal, seu personagem em Belíssima. Um problema a se resolver. O outro ponto negativo é realmente surpreendente, após anos de trabalho competente e até acima da média, Bruno Gagliasso vai mal na novela. Ao compôr o italiano Berillo, o ator deixa traços fortes do último personagem, Tarso, e não consegue se desprender formando uma nova pessoa. Pena.

Em resumo, Passione apresenta-nos um folhetim típico, com uma história envolvente e o cuidado que apenas Sílvio de Abreu é capaz. Após tramas muito ruins como Caminho das Índias e a horrenda Viver a Vida, Passione surge como um oásis, pois, até o momento, nos apresentou o melhor início de novela das 9 da década. 

Este texto também estará disponível no site Famosidades, do Grupo MSN Entretenimentos.

5 Quebraram tudo:

Anônimo disse...

A novela é MUITO boa
Não perco um capítulo e sobre os atores... eu concordo
E o mais fraco até agora é o Reynaldo Gianecchhini, o ator fail... rs

Chrystian Wilson Pereira disse...

Concordo com tudo que você disse. É uma trama excelente, muito acima da média, supera as suas antecessoras em inúmeros pontos, tem história bem amarrada, núcleos interligados, trama forte e envolvente, e atuações impecáveis. Quanto aos seus três destaques, as grandes atrizes Mariana Ximenes, Aracy Balabanian e Fernanda Montenegro, são realmente fantásticas, não dá de comparar o nível de interpretação delas, todas em seus graus de experiência. Parabéns pelo comentário, e torcemos para que a audiência de Passione aumente. Aí está uma verdadeira novela, uma folhetim dos bons, daquele de acompanhar o final do Jornal Nacional para não perder o início.

Daivison Tavares disse...

Eu não estou acompanhando assiduamente a novela,não porque ela seja ruim ou eu não tenha me interessado,mas por motivos de trabalho.Mas sei tudo o que se passa na novela e no meu trabalho tem TV,mas não posso me deter simplesmente em assistir e deixar os clientes de lado.Sim , me referindo a novela concordo com os dois atores com fraca interpretação e com os destaques:Fernanada Montenego e Aracy balabanian me emocionam a cada palavra e a cada cena.
Daniel, só discordo quando você fala da Caminho das ìndias,a novela foi ótima e admito que teve um final fraco,mas estragou o brilhantismo da trama.

tata pedroza disse...

Bem, de bruno gagliasso ja se esperava...ele faz ate o maneirismo irritant da boca do doidinho decaminho, e patetico... reinaldo ta mais pra gay-paulistano-empresario do que pra vilão. Mas o pior pra mim e aquele weber, o gaucho, filho de fernanda na trama, eu nunca vi ninguem tao canastrão, as cenas que ele protagoniza são pessimas, ele grita esganicado, se confundo no sotaque,nao onsgue passar nenhuma emoção a nao ser pena por estar tao ruim...coitada de maite proenca que tem que se esforcar muito pra manter o nivel. Mas a trama realmente e boa apesar dos cliches e acho que depois da favorita vamos acompanhar de novo com prazer.

DioPrincess disse...

Me poupe colocar a culpa em dois atores, sendo que quem escreve e escolhe o elenco é o próprio autor. Não concordo quando diz que novelas que a antecederam foram um fiasco.

Ainda tem muito o que melhorar pra conseguir ao menos prender um pouco minha atenção...na verdade vou até estender esse comentário às outras duas novelas (18h e 19h), a globo tá esquecendo a receita de se fazer uma boa novela.

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