terça-feira, 25 de maio de 2010

A dubiedade no retorno de A História de Ana Raio e Zé Trovão

Passados quatro dias do anúncio do SBT referente a exibição da novela A História de Ana Raio e Zé Trovão ainda não é fácil ter um posicionamento claro acerca desta estratégia da emissora. Existem muitos conflitos que impedem uma análise mais profunda da novidade e decisão da cúpula - decisão surpreendente, inclusive e que mostra o retorno de Sílvio Santos com força total ao comando absoluto de seu canal.

Existem, evidentemente, os conflitos técnicos que ajudam a não permitir uma análise clara. Afinal, com a exibição da trama, como ficará a grade noturna do SBT? (a emissora está divulgando que o começo da novela será às 22h15, logo após a novela da Globo) Outro ponto complexo se dá quando existe a divulgação de que não será mostrada a história como foi na década de 90, mas haverá uma nova edição, deixando os capítulos mais curtos, porém mais ágeis.

Como o SBT pretende deixar mais ágil a trama é um questionamento difícil de se responder. Afinal, o diferencial de A História de Ana Raio e Zé Trovão se dá justamente por ser uma das primeiras - senão a única - novela brasileira a fugir completamente do tom folhetinesco. Quem acompanhou a história, sucesso da primeira metade dos anos 90 lembra-se que, ao contrário da maior parte das novelas, esta não tinha muitas histórias para se acompanhar desde o início, pois como era uma novela "nômade" as personagens e histórias iam se criando ao longo da trama.

Porém, nada disso é suficiente para concluir algo sobre esta estratégia. Certamente, sob o ponto de vista televisivo, é um equívoco gritante uma emissora apostar em um produto empoeirado, com quase 20 anos pós exibição original esperando crescimento de audiência. Já é momento do SBT parar de olhar para o passado e se ater ao presente, em investimentos, focar sua história em novidades para o público, disso, não há dúvida. Em contrapartida, sob o ponto de vista do público, há dúvidas. A História de Ana Raio e Zé Trovão é uma baita novela e a atual geração que está começando a ver telenovelas certamente não tem idéia do que ela representou e como foi um diferencial em sua época. Dar a chance destas pessoas assistirem um produto assim, não é necessariamente ruim para o público, mas torna-se perigoso para a emissora, pois o telespectador pode assistir a novela e, depois, fugir, exatamente como foi em Pantanal.

2 Quebraram tudo:

Nubia de Oliveira disse...

Não sei porque tem que investir em novelas. Não importa se é antiga ou nova, mas novela é um produto que já tem demais. Só a Globo exibe na sua grade 4 novelas por dia, fora a Record que está indo na mesma onda. Por que não criar outros tipos de programas para os horários da noite?! Claro que é difícil fazer o público migrar da novela das 9 para um programa diferente, mas tudo leva tempo, não se pode pensar somente no ibope imediato. Há uma necessidade de formar um novo público de TV, pois nessa era da Internet, do Youtube, futuramente a TV será uma extensão de outras mídias, e não uma prisão para o telespectador à frente do aparelho.

Marcos Tony disse...

Acho que o SBT obteria mais sucesso se apostasse nas novelas argentinas. 'Botineras' poderia ser uma boa (e polêmica) alternativa. Claro que não devem desativar seu núcleo de teledramaturgia, mas como um complemento (barato) deste.
Mas, mudando de assunto, aguardo sua análise sobre a 'estratégia' da Record em colocar o Gugu de 16 às 20 horas. Imagino que não vá adiantar muita coisa em termos de ibope. Mas o SBT precisa se mexer. 'Roda Roda Jequiti' tinha de sair dos domingos, pois fatalmente ficará atrás do Gugu. O Cabrini ocupando o horário entre 7 e 8 da noite poderia ser uma ótima opção, recebendo de 'Eliana' com seu 'Romance no Escuro' e entregando para o 'PSS'. Deste modo, haveria acréscimo de audiência gradual e não uma perda.

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