segunda-feira, 18 de maio de 2009

A Casa


Alguém aí se lembra da poesia "A Casa", de Vinícius de Morais? Aquela que começava assim: "Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada". Lembraram? Pois bem, é exatamente essa poesia que me remete à memória cada vez que eu perco meu precioso tempo assistindo Caminho das Índias.

Sim, eu fui um defensor da novela quando ela estava em seu primeiro mês de exibição. Havia sido conquistado pelo enredo, principalmente o enredo da trama no Brasil, e estava cativo por alguns personagens (Sílvia, Tônia, Melissa, Duda, Raj, Maya e Opash).

Acontece que após o primeiro mês de exibição, a novela entrou na famosa "barriga" como eu já escrevi no blog Aqui, entrou muito cedo e eu torcia para que acabasse junto com o parto de Maya.

Ledo engano, Caminho das Índias se perdeu no meio do caminho e virou uma história como a poesia, "sem nada". A protagonista da trama, Maya (Juliana Paes) não tem mais uma história. No começo da trama, sua história era de amor proibido junto a um intocável, Bahuan (Márcio Garcia). O casal não emplacou e a autora Glória Perez os separou e juntou Maya a Raj (Rodrigo Lombardi), mais aceito pelo público.



Acontece que desde o seu casamento com Raj que Maya não tem mais história. Grávida, ela ficava pelos cantos chorando com medo do marido descobrir que o filho era de outro. Ganhou bebê, ninguém descobriu nada, e agora ela fica andando de um lado para o outro pela cada com o bebê no colo somente pensando que vai perder o marido. Já cansou a falta de história.

Os outros núcleos também. Ivone convenceu Raul de se fingir de morto. Tá, e depois? Já faz um mês que ela está com ele e não acontece nada. Vão dizer que ela está armando o roubo, tudo bem, mas está tudo muito lento. Quanto tempo faz que ela não faz uma maldade mesmo? A última foi roubar o cofre da Sílvia.

A história do Tarso que parecia ser a mais interessante da trama ficou muito, muito chata. Ninguém aguenta mais ver ele olhando pro lado, com suor na ponta do cabelo e dizendo que "querem me pegar". A história não desenvolve, ele e a Tônia não passam por crise, ele não enfrenta os pais, o avô não ajuda, enfim, não acontece nada.

Opash, Shankar, Ravi, Camila, Yeda, César, ninguém tem uma história consistente que caminha, é tudo muito lento e com muita preguiça. Parece que a Glória Perez está cansada de escrever ou lhe falta idéias, ou então a sinopse já era mesmo fraca e ela conseguiu emplacar apenas por ter nome na Globo.

A tristeza é que a próxima novela é tão lenta quanto Caminho das Índias, pois Manoel Carlos é conhecido justamente por suas tramas arrastadas, com "dias" que não têm fim e capítulos e mais capítulos sem nada acontecer. Que venha 2010 e com ele Sílvio de Abreu.

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