terça-feira, 21 de maio de 2013

Dona Xepa faz estreia convencional e acertada

Estreou na noite desta terça-feira, 21, a nova novela da Rede Record. Com assinatura de Gustavo Reiz, Dona Xepa entra em cena com um objetivo nada simples: recuperar o público de telenovelas da emissora que se perdeu desde a equivocada aposta em Máscaras e que se manteve perdida com Balacobaco. Difícil prever, mas pelo menos nesta estreia, a trama mostrou ser capaz de, ao menos, apresentar um bom produto para o telespectador.

Após duas propostas um tanto quanto ousadas no que se refere a produção de telenovelas, a emissora não quis inovar e isso ficou claro durante todo o primeiro capítulo. Gustavo Reiz que não carrega um currículo tão vasto assim, mostrou-se com um objetivo claro: aproximar o público de suas personagens e, para isso, optou pelo caminho mais fácil, uma estreia convencional, apresentando de forma lenta cada personagem, suas histórias e seus dramas.

Este primeiro capítulo não apresentou nada de novo e que pode ser considerado ousado para a teledramaturgia nacional, mas o convencional não é necessariamente ruim e foi nisso que o roteiro apostou. E apostou com correção. Quando se opta pelo convencional de forma correta, com conteúdo, texto bem escrito e personagens bem delineados, é possível aproximar público e história e, com isso, construir a cumplicidade necessária para transformar um produto televisivo em sucesso.

O roteiro foi, de longe, o principal acerto desta estreia. O autor não quis arriscar, em compensação pôde pensar em cada detalhe dos diálogos e, assim, produzir uma gama interessante neste texto. Todas as personagens e todos os núcleos apresentados mostraram histórias interessantes e ricas, tudo graças a situações que já deixam claro quem é quem, suas personalidades, até mesmo suas histórias e seus prognósticos de futuro. Um grande acerto para uma estreia.

O elenco também surpreendeu. É evidente que montar um elenco de qualidade numa obra fora da Globo não é tarefa fácil, mas desta vez, ao que parece, a Record acertou a mão. Ângela Leal esteve muito bem, firme e demonstrando dominar todas as camadas de sua protagonista. Luiza Tomé também se destacou de forma positiva, mas a dona desta estreia foi Thaís Fersoza. A atriz conseguiu dar humanidade a uma personagem delicada que pode facilmente cair na caricatura.

Mas nem tudo foram flores nesta estreia. A falta de experiência em teledramaturgia novamente pesou e a direção foi bastante equivocada. Com posicionamento de câmeras ruins e, principalmente, marcação de cenas mal planejadas, a direção atrapalhou o fluir de inúmeras sequências e deu aquele ar de "tatibitati" nos diálogos. Uma pena.

É difícil fazer prognósticos baseando-se num capítulo, mas é fato que Dona Xepa chamou muito mais a atenção que suas antecessoras em uma estreia. É preciso paciência para se saber se a novela vai engrenar, mas existem muitas possibilidades para se construir uma boa história. É esperar para ver.

1 Quebraram tudo:

Rodrigo Rocha disse...

Dona Xepa, pra mim, me deixou com um gosto de "quero mais".
Fiquei com vontade de acompanhar essa história (coisa que não sentia vendo Balacobaco). Dona Xepa é parece apostar no POPULAR. Balacobaco era POPULARESCA. Coisas totalmente diferentes.
Adicionaria como o ponto alto do capítulo a ótima química entre Ângela Leal e Bia Montez, que pra mim, terão momentos homéricos e memoráveis.

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