quarta-feira, 3 de abril de 2013

Tapas e Beijos volta com sinais de desgaste

Iniciou na noite da última terça-feira, 02, a terceira temporada da série Tapas e Beijos. A substituta do humorístico Casseta e Planeta nas noites de terça da Rede Globo em 2011 iniciou a nova temporada na tentativa de se manter na crista da onda. Os primeiros dois anos do show foram muito bem aceitos por crítica e público que se renderam ao talento de toda a produção e o resultado foram prêmios e audiência considerada excelente.

A despeito da ótima produção, a terceira temporada estreou com claros sinais de desgaste, o que é preocupante. É inegável a capacidade que os roteiristas dessa série têm em conseguir criar ótimos diálogos dentro de um contexto completamente amalucado, mas irresistível. Além disso, não se pode negar a capacidade que a direção vem mostrando em conseguir manter todos os episódios dentro de um mesmo ponto de vista, sem exceções. O elenco é um caso a parte, todos voltaram mostrando o mesmo talento que os consagrou nas primeiras temporadas e quem se juntou ao grupo mostrou o mesmo entrosamento, caso de Malu Galli.

Mesmo diante de uma sucessão de talentos, a impressão que ficou ao final do episódio de estreia da 3ª temporada é que Tapas e Beijos já não é a mesma. As situações começaram a ficar repetitivas e todo o carisma das personagens passou a passar despercebido diante das repetições. Quando há repetição dentro de uma série de humor, a preocupação deve aparecer automaticamente, pois pode incomodar o telespectador que acaba se distanciando das personagens.

A proposta da nova série em colocar as protagonistas novamente como mulheres solteiras é válida, pois não é exatamente repetir a ideia da primeira temporada, visto que, agora, elas não são exatamente solteiras, mas divorciadas, e essa experiência de vida pode apresentar novos conflitos psicológicos e emocionais, além de discussões interessantes, devido a frustração que foram os casamentos.

Porém, não foi o que se viu nesta estreia. As duas, ao contrário, apresentaram os mesmos conflitos, as mesmas questões levantadas nas duas primeiras temporadas. As situações que deveriam ser engraçadas acabaram dando um ar nostálgico e incômodo, provocando, no máximo, um sorriso amarelo. Poderia ter sido pior, mas os bons diálogos e a atuação de um elenco inspirado salvou a noite.

Se tem a intenção de se tornar um show longevo na TV, está na hora de Tapas e Beijos repensar sua estrutura para não cair no marasmo. A quantidade absurda de episódios por temporada contribui decisivamente para o desgaste do roteiro, mas se quer se manter com fôlego, é preciso retirar alguns coelhos da cartola da criatividade ou a tendência é só mais uma série sem graça.

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