terça-feira, 12 de março de 2013

Balacobaco se transforma em outra novela... tão ruim quanto.

Com o retumbante fracasso da primeira fase, os produtores da principal novela da Rede Record decidiram dar um giro de 180 graus e transformar tudo em Balacobaco. A trama que vai ao ar atualmente é completamente diferente do que se viu nos primeiros capítulos, quando o grande problema do folhetim era a falta de estrutura enquanto história. Como os números de audiência perdidos por Máscaras não foram recuperados, algo precisava ser feito. E foi.

Mudar é sempre válido. O grande diferencial de novela para outros formatos se dá justamente por se tratar de uma trama aberta em que os membros da produção podem fazer alterações conforme as reações dos telespectadores e conseguirem, assim, um produto que agrade justamente a quem ele é destinado: o público. Porém, é preciso cuidado quando se envereda por um caminho assim, pois ele é cheio de desníveis que podem ser fatais. E neste caso foram.

Ao apostar numa ruptura brusca, a autora Gisele Joras se equivocou completamente e cometeu uma sequência de apostas que transformaram sua obra num folhetim estranho. Quem assistiu a novela no começo e voltou agora percebe que há algo errado. É como se todas as personagens simultaneamente tivessem perdido a memória e recomeçassem do zero, com novas personalidades, novas características, novos desejos.

Uma autora que se preze não pode rasgar sua sinopse durante a condução de sua obra. Por mais que mudanças e ajustes sejam válidos - e fundamentais - para o bom andamento, é preciso um mínimo de coerência para que tudo não pareça uma grande bobagem. A "nova" Balacobaco, de fato, tem mais histórias e uma linha central para seguir, mas desrespeita completamente as características a que fomos apresentados das personagens, é como se fosse uma nova novela com o mesmo nome e o mesmo elenco. Aliás, o nome nunca foi tão desastroso quanto agora. Com a opção de um roteiro que mistura suspense, ação e comédia, o título ficou fora de mão.

O elenco continua com alguns deslizes, mas nada que atrapalhe o andamento do roteiro. A direção seguiu o mesmo caminho da autora e mudou completamente o foco, outro equívoco, mas que precisaria ser feito para não deixar a nova história ainda mais estranha. Provavelmente, o único ponto positivo da novela é este: elenco, direção e roteiro passaram a dialogar bem, infelizmente desrespeitando a sinopse e a primeira fase.

Balacobaco é, de fato, outra novela, porém, pela falta de coesão e coerência é tão ruim quanto o que estava no ar durante os primeiros meses de exibição. Num claro ato de mudança de foco da autora para melhorar os índices de audiência, ela não respeitou a própria história e mostrou, ao menos neste trabalho, falta de competência para conduzir um folhetim.

0 Quebraram tudo:

Postar um comentário

Twitter Facebook Adicionar aos Favoritos Mais

 
Tecnologia do Blogger | por João Pedro Ferreira