Anunciada com pompas pela Rede Record, a nova série da emissora, com assinatura do controverso autor Marcílio Moraes, Fora de Controle fez sua estreia na noite da última terça-feira na tela da emissora. Após muito se falar sobre a inovação que o produto traria, sobre a tal nova linguagem e novo conceito, a Record já começou se equivocando com o horário. Prometida para entrar no ar às 23h15 o produto começou com mais de 30 minutos de atraso, apenas mais uma prova do desrespeito que a emissora vem colecionando ao longo dos últimos anos.
Tirando a constante falta de respeito que a emissora apresenta para o seu próprio público, a aguardada estreia da nova série acabou sendo uma grande decepção. Muito aquém do que foi prometido, o show não conseguiu, nem de longe, mostrar uma história atraente ou personagens fortes o suficiente para atrair a audiência e instigar o telespectador.
O maior problema apresentado nesta estreia, sem nenhuma dúvida, foi o texto. Muito longe da realidade do estilo policial, o autor tentou apresentar uma linguagem diferente, mas acabou não conseguindo sair da superficialidade, o que matou qualquer traço de verossimilhança durante cada uma das situações apresentadas, fazendo com que boa parte das cenas tivesse problemas de ruídos de comunicação por conta de um texto pobre. A impressão que se tinha era de se estar assistindo um roteiro feito às pressas e sem acabamento, filmado após o primeiro tratamento.
A ânsia dos autores de TV em inovar começa a se tornar um problema. Marcílio Moraes é extremamente competente e já mostrou seu valor em trabalhos anteriores, inclusive no estilo policial, mas errou completamente a mão no roteiro de Fora de Controle, justamente por tentar modificar uma linguagem quase universal para este estilo e, com isso, apresentar algo pior. Para se inovar, é preciso crescer, andar para trás não resolve. Pior do que isso, é o roteiro de uma série policial não conseguir surpreender, ao contrário, indicar o caminho óbvio para o culpado. Foi o que aconteceu. Nos primeiros minutos já era evidente que o assassino da adolescente era seu padrasto que tinha um caso com ela. Erro crasso de roteiro permitir que o telespectador desvende o mistério nos primeiros minutos.
O elenco também apresentou problemas. Milhem Cortaz, competente ator e com bagagem suficiente para suportar o peso de protagonizar um produto assim, não mostrou a mesma profundidade de trabalhos anteriores. As primeiras aparições do ator na pele do delegado Jorge Medeiros foram constrangedoras e dignas de um ator iniciante. Aos poucos, contudo, Milhem foi dominando o personagem e, ao fim do episódio, estava bem mais equilibrado no papel, sem comprometer, contudo, sem apresentar um grande trabalho de composição. Cláudio Gabriel não disse a que veio com seu personagem Gaspar Brandão caricato, uma espécie de puxa-saco do delegado. Quem se salvou foi Rafaela Mandelli que, aparentemente, soube compôr de forma correta a policial Clarice Queiroz.
Em meio a um roteiro fraco e atuações medíocres, o que chamou a atenção em Fora de Controle foi a direção. Com bastante qualidade técnica, o show apresentou uma imagem quase impecável. Fotografia digna de cinema e escolha bastante feliz nos takes e no posicionamento das câmeras. Por mais que parecesse impossível arrancar uma boa direção das cenas com situações tão óbvias, Daniel Rezende - diretor geral do show - mostrou-se ousado e conseguiu ótimas imagens graças a um posicionamento diferente das câmeras, que deu outra perspectiva ao telespectador. Único ponto alto da estreia.
Fora de Controle não foi o que dela se vendeu, mostrou-se apenas mais um produto mediano e com texto que não consegue ultrapassar o limite do óbvio e da superficialidade. Uma série policial depende quase que exclusivamente de um bom trabalho de roteiro. Sem ele, não há o que se assistir e, ao término desta estreia, a impressão que se teve foi justamente essa: não há o que assistir ali.
4 Quebraram tudo:
Ontem me deparei com a melhor série policial da TV Aberta.
Digamos que seja um CSI brasileiro, posso estar exagerando, mas a série fascina.
O Delegado Medeiros passa ao mesmo tempo medo e segurança.
O capítulo de ontem foi impressionante.
Trilha Sonora muito boa, e elenco ótimo.
A Record investiu em algo que vai dar certo.
Tentando descobrir que matou a enteada de seu amigo, Medeiros faz de tudo para que se revele o assassino, com isso ele usa e abusa de seus poderes de autoridade, mas a cada passo que se dava ele ia descobrindo que o assassino era quem ele menos desejava, seu amigo, Antônio, um delegado também.
No fim, Medeiros pede para ele se entregar, mas se depara com o suicídio de Antônio.
Uma série bem escrita, cativando o telespectador.
Que pena, que vão ser poucos capítulos, mas bem que a série podia se tornar mais longa, garantindo uma qualidade tremenda da dramaturgia na Record, que mostrou que é competente.
"Fora de Controle" mostrou que veio, e que veio pra impressionar.
Eu tbm adorei fora de controle!
Apenas 6 pontos de audiência.
Não concordo com a crítica.
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