Aconteceu na noite da última terça-feira, 10, a estreia da nova novela das 22 Horas da Rede Record. Com a assinatura de um dos maiores novelistas do país, Lauro César Muniz, Máscaras entra no ar com o objetivo de elevar a audiência do horário e recolocar a dramaturgia da emissora nos eixos e tentar alcançar a meta estabelecida em 15 pontos.
Numa análise inicial, é simples apontar dois fatores preponderantes: a julgar pela estreia, certamente o folhetim irá superar em qualidade geral suas antecessoras Ribeirão do Tempo e Vidas em Jogo sem qualquer dificuldade, porém, justamente por conta desta qualidade é que parece improvável imaginar que a audiência irá corresponder, por se tratar de uma história mais complexa e de difícil interpretação.
A estreia de Máscaras não foi simples e torna-se, inclusive, de difícil análise. Num olhar raso - como muitos certamente o fizeram e o farão - o primeiro capitulo foi arrastado, moroso e sem grande impacto na maioria do tempo. Porém, ao abrir os olhos para todas as camadas do excelente texto de Lauro César, percebe-se que este começo serviu muito mais de prólogo para preparar o telespectador para a história que será contada ao longo de seus mais de 200 capítulos.
De forma intimista e reflexivo, o roteiro utilizou recursos que fugiram do maniqueísmo, afastaram a trama do folhetim e a aproximaram muito mais das tradicionais séries americanas de mistério. Ao iniciar com a história principal já em andamento, Lauro César ousou e mostrou coragem, pois poderia ter a rejeição do público - como de fato, aparentemente aconteceu.
A história da doença de Maria (Mirian Freeland) foi muito bem contada. Mesmo começando do fim, afinal a história inicia-se com a alta da personagem - o texto soube contar muito bem para quem assistia tudo que aconteceu com a personagem. O recurso da narração em off foi utilizado de forma correta a contribuiu bastante para a dinâmica do capítulo, é preciso ressaltar.
Os conflitos desta personagem deram o tom do primeiro capítulo. Em um trabalho detalhista de composição, Mirian Freeland se destacou e mostrou maturidade enquanto atriz. Bem mais dona de si em cena do que se viu em Poder Paralelo, ela mostrou que pode segurar bem a complexidade desta personagem e foi a dona do capítulo. Enquanto isso, Fernando Pavão e Petrônio Gontijo deram claros sinais de que ainda não estavam completamente a vontade em seus respectivos papeis.
Por mais que outros personagens tenham aparecido, tudo girou em torno de Maria. E, conhecendo o que foi divulgado do roteiro, fica claro que era necessário mostrar todo o contexto da história da personagem para o público. Um grande acerto de Lauro César. O equívoco ficou por conta de parte do elenco que não compôs de forma aprofundada suas personagens, mas principalmente da direção que errou bastante o tom. Quando Lauro César criou situações em que os diálogos se completam, certamente ele não imaginou que a direção marcaria a cena de forma que tudo saísse cantado, numa espécie de jogral infantil. Esta dinâmica mal construída pela direção prejudicou as primeiras cenas da novela e algumas situações importantes.
A estreia de Máscaras foi muito mais promissora do que se poderia supor. O texto afiado de Lauro César Muniz deu o tom e as perspectivas são excelentes. Mas é importante lembrar que o primeiro capítulo não representou a história que será contada, mas apenas foi um prólogo para o pontapé inicial da trama. Ainda assim, as expectativas ficaram altas.
2 Quebraram tudo:
A Record através dos seus diretores disse que a meta é 20 e não 15.
eu confio no Lauro Cezar, foi ele o autor da 3° novela de maior audiência da história da tv brasileira e ele também escreveu Poder Paralelo que foia melhor novela enquanto esteve no ar
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