sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Fina Estampa e as histórias da Carochinha

Creio eu que, sequer um terapeuta conseguiria se aprofundar assim, de bate e pronto, numa análise sobre Fina Estampa no que tange encontrar respostas para uma pergunta tão simples: O que houve que, de repente, o público reencontrou-se com o horário e faz a trama bater recordes de audiência como há muito tempo não se via?

Na internet e entre os críticos especializados, temos visto dois tipos de análises simplórias sobre o tema: os fãs do folhetim e de seu autor Aguinaldo Silva que, juntos, formam um ego tão inflado que mal cabe na Terra e que defendem que a novela dá esta audiência simplesmente porque é boa e feita para o público, ou seja, Aguinaldo Silva dá o que o público quer e por isso a audiência responde. O outro grupo forma-se com os críticos vorazes - como este que vos fala - e que resumem o sucesso de Fina Estampa com a justificativa de que o roteiro segue o caminho fácil, com o popular, no mau sentido da palavra, e que usa de clichês para atingir o objetivo.

Quem tem razão? Sabe-se apenas de uma coisa: Fina Estampa não para de bater recordes de audiência e, de repente, transformou-se num fenômeno de repercussão pelo país, recuperando completamente o horário das 21 Horas. Isto é um fato incontestável, a partir daí, são análises, quase sempre subjetivas, mas tentemos ser práticos diante disso.

É bem verdade que Aguinaldo Silva usa o popular para tentar cair no gosto do telespectador, mas não é possível enxergar nisso o sucesso de audiência, afinal, esta tentativa também ocorreu com Duas Caras - obra anterior do autor - que, sofreu com a audiência por muito tempo e não teve 10% da repercussão do atual folhetim. Também é verdade que a trama tem diversos problemas - e a revisitação de suas obras não é uma delas, que fique claro - principalmente nos diálogos irreais, didáticos e extremamente superficiais, carregados de exageros, clichês e caricaturas que irritam e, isso prejudica completamente a qualidade da trama.



Há quem goste e há quem não goste de Fina Estampa, mas, verdade seja dita, é impossível ignorar a novela das 21 Horas. Aguinaldo Silva conseguiu o objetivo de levar para o meio da discussão sua novela e, por puro mérito do experiente autor, com um caminho muito mais simples do que se imaginava. Ignorando qualquer inovação, esquecendo a máxima de que o público busca inovação, Aguinaldo faz algo simples com sua trama: não tem medo de contar histórias.

Quando prometeu que iria fazer de Fina Estampa um folhetim movimentado - talvez o mais movimentado de sua história como novelista - o autor não estava brincando. Em 75 capítulos já aconteceram mais coisas na novela que em suas antecessoras juntas. Ela usou o caminho contrário de Insensato Coração que foi modorrenta até o capítulo 100 e também foi por outro caminho ao invés de mostrar tudo com pressa, como aconteceu com Passione.

Janete Clair não se cansava de dizer que um novelista não deveria ter medo de esgotar suas histórias. Para evitar barrigas, deveria contar todas as histórias até o fim e, depois, se a novela não acabasse, começasse a contar outras, afinal, ele é pago justamente para isso, criar histórias. 

E Aguinaldo Silva parece ter muitas histórias para contar porque não se cansa de esgotar as histórias para, na semana seguinte, começar novas. Como nas histórias da Carochinha, Fina Estampa parece ter mil tramas para serem mostradas. Se elas agradam, se são inspirações ou histórias requentadas, essa é outra discussão, mas a fórmula de contar fazer a novela andar esgotando as tramas e começando novas, parece que funciona, e muito bem.

9 Quebraram tudo:

Walter de Azevedo disse...

Fina Estampa não é uma novela que prenda a minha atenção e me faça ligar a tv no dia seguinte no mesmo horário. No entanto, também não me irrita, como acontecia com a modorrenta Insensato Coração. Talvez pela movimentação da trama, como foi citado no texto. Não sei. A verdade é que os caminhos que fazem o sucesso de uma novela são completamente misteriosos. Acho que, a cada momento, o público está querendo ver determinado tipo de história. Sou daqueles que preferem a qualidade, claro, mas acho que podem dosar o texto mais inteligente com o popular. Muitas novelas, inclusive do próprio Aguinaldo Silva, já fizeram isso. O mérito de Fina Estampa e conseguir mostrar que o gênero ainda tem muito fôlego. Isso incentiva a concorrência, abre campo de trabalho, etc, etc. Só por isso, já vale.

Anônimo disse...

Fina Estampa não me faz querer assistir ao próximo capítulo. Não sou fã do texto do Aguinaldo Silva, não consigo entender o sucessos. A novela parece ter sido feita pro horário das sete... Acho frquinha, mas...
Lucas - www.cascudeando.zip.net

Leaandro Hollanda disse...

O sucesso da novela é o Crô!!!

Desde o começo a personagem tem destaque, mas na última semana suas falas triplicaram e junto delas a audiência!!!

Um fato: sem Crô, Fina Estampa ainda estaria lutando pelos 40... Aguinaldo foi genial!!! Crô será uma personagem épica.

Marcelo Serrado ganhará todos os prêmios a que concorrer, sem dúvidas!!!!!!!!!!

Raylan disse...

Embora os telespectadores gostem de acompanhar as personagens por longos oito meses, acho que o que os cansava era ter que esperar muito tempo para as histórias terem um desfecho. E a estratégia do Aguinaldo Silva funciona exatamente por isso, os desfechos não demoram pra acontecer e sempre têm novas histórias pra contar, mesmo que a qualidade da obra não seja lá essas coisas (aliás é muito pouca). É como nas séries americanas, cada semana, uma nova história.

Caroline® disse...

Não gosto da novela, acho-a de baixa qualidade, mas consigo enxergar elementos que talvez atraiam as massas. Primeiro, o maniqueísmo escancarado. Duas personagens igualmente fortes e altivas - sem o "coitadismo" e as caras de sonsas que assolam as mocinhas ultimamente - e bem definidas: uma é completamente boa, íntegra, justa, aguerrida; a outra é cruel, preconceituosa, egoísta, bruxa mesmo. Nisso, temos que reconhecer a boa escalação de Lilia Cabral para a "mocinha", ela carrega o papel fácil, sem esforço. Tem também o desequilíbrio de Tereza, o povo adora uma louca desvairada (embora eu ache o tom da atriz insuportável, e suas caras bocas pouco convincentes). Outro mérito é ser politicamente incorreta. Os personagens não são moralistas, não se preocupam em dar lição de modos. Pelo contrário, são absolutamente defeituosos - como imaginar um chamando o outro de bicha no horário nobre sem que se levante bandeiras? Mas aconteceu, tem coisas que não se fala, mas se adora ouvir. E tem o Crô, que é um gol de placa de Marcelo Serrado. Não tem jeito, ele é hilário, a recente interação com a empregada é demais.

Marlon Kraupp disse...

Novela sem barriga é o que precisamos.

Por isso gosto tando do JEC, que quando quer guardar alguma coisa, ele usa outros nucleos para movimentar a trama.. e não fica só no nucleo principal....

Fael disse...

PRA MIM AGUINALDO SILVA É O MELHOR NOVELISTA DO BRASIL E PONTO FINAL. E NÃO DIGO DE QUALIDADE, POIS PRA MIM O MELHOR ESCRITOR É AQUELE QUE DÁ IBOPE. É AQUELE QUE ESCREVE UMA NOVELA ACLAMADA PELO PÚBLICO (E NAO PELA CRICRITICA) E CAPA NOVAMENTE DA TERCEIRA REVISTA MAIS VENDIDA DO MUNDO.
ME DESCULPEM, SE A NOVELA FOSSE RUIM NÃO DARIA O IBOPE QUE DÁ. E O SUCESSO DA TRAMA SE DÁ POR VÁRIOS MOTIVOS. E EU APOSTO DESDE JÁ COM QUEM QUISER AQUI: ESTA NOVELA VAI TRAZER ALGUNS EMMYS PARA O BRASIL !!! QUEREM APOSTAR ?

Raylan disse...

Existe Emmy para a "Pior Novela dos Últimos Tempos"?

RSP disse...

Olha... não sei explicar o sucesso da novela. Mas fico impressionado como o povo (que eu conheço, e nem ligava pra novelas ultimamente) gosta de assistir. Caiu na boca do povão.
E acho ótimo o aguinaldo gongando os cricriticos. hahaahahaa

Postar um comentário

Twitter Facebook Adicionar aos Favoritos Mais

 
Tecnologia do Blogger | por João Pedro Ferreira