segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Um ano razoável para a Record

Mais um ano terminou e, óbvio, novamente o adiamento da cúpula da Record para o tal primeiro lugar consolidado da emissora. A subida vertiginosa que a Rede teve na primeira metade da década empacou e, inclusive, sofreu pequena queda nos últimos anos, aproximando-a muito mais do SBT na briga pela vice-liderança do que propriamente da Rede Globo na disputa pelo primeiro lugar.

Especificamente em 2010, a emissora de Edir Macedo conseguiu estancar a queda gradual que vinha ocorrendo desde a segunda metade de 2008 e em todo o ano de 2009. Ainda assim, não é possível afirmar que houve um balanço positivo do ano para a Record. De uma maneira geral foram poucos os programas que funcionaram e conseguiram atingir a meta e, menos ainda, os programas que conseguiram efetivamente brigar pela liderança, que é a meta da cúpula na Barra Funda.

A começar pela teledramaturgia que recuou drasticamente não apenas no quesito audiência, mas principalmente na qualidade. Uma emissora que chegou a cogitar três horários para telenovelas e que conseguiu audiência de até 25 pontos em suas obras se contentar com apenas uma novela inédita no ar com média discreta de 11 pontos de audiência não pode ter um saldo positivo. Ribeirão do Tempo não conseguiu emplacar na audiência, não caiu no gosto da crítica e, portanto, não conseguiu nenhuma repercussão. Muitas pessoas sequer sabem o nome da novela da emissora. E a minissérie? A História de Ester foi um dos maiores fiascos da história recente da teledramaturgia no Brasil. Péssimo texto, péssima direção, interpretação pior ainda e audiência, claro, horrenda.

No telejornalismo a emissora não mudou em nada. Seus programas populares conseguiram altos picos apenas em grandes tragédias que aconteceram ao longo do ano utilizando o expediente da exploração da tragédia humana, o que mostra que, nesta matéria, a emissora é muito mais 'populista' e menos profissional que a concorrente, Globo. O principal telejornal sofreu um 'up' com a presença de Ana Paula Padrão, ganhou em qualidade, mas não em audiência, ao contrário, chegou a perder algumas vezes para o SBT.

Os programas de entretenimento tiveram dois tipos: os que fizeram sucesso e os fiascos. Rodrigo Faro e o seu O Melhor do Brasil explodiram durante o ano de 2010. O quadro em que o apresentador dança fez muito sucesso em todo o país e, além de dar números impressionantes de audiência - beirando os picos de 20 pontos - alcançou vasta repercussão da mídia. Em compensação, O Programa do Gugu ainda não disse a que veio. Perdendo constantemente para Sílvio Santos, o apresentador mudou de horário e ainda não conseguiu se firmar durante as tardes, disputando a audiência ponto a ponto com Eliana.

Os Realities, de uma maneira geral, também foram discretos. O Aprendiz com novo comando foi um fiasco. Pior audiência da história do programa, críticas para todos os lados e um final mais do que discreto, mas infeliz mesmo. Ídolos, lançado para as madrugadas da emissora, sempre tentava beliscar a liderança, mas com modestos 08 pontos de audiência, o horário prejudicou muito e, por isso, repercussão nenhuma. O único que se salvou entre os realities foi A Fazenda que vem alcançando constantemente a liderança, além de ser o assunto mais falado do momento.

De uma forma geral, a Rede Record não tem muito o que comemorar em 2010. Ano discreto, sem crescimento e que conseguiu apenas estancar a queda que vinha ocorrendo e se firmar na vice-liderança. Será que 2011 será um ano melhor?

2 Quebraram tudo:

Ary disse...

Concordo que 2010 foi de fato um ano razoável pra RECORD, olhando por uma perspectiva à partir da própria Record de 2 anos atrás. De fato,2009,sobretudo da segunda metade pra frente,não foi um bom ano pra Record. E a Record entrou 2010 com esse pepino pra descascar: estancar a queda generalizada. Contudo,olhando com uma visão mais panorâmica do todo,não é exagero afirmar que 2010 foi um ano bom pra Record,olhando pela perspectiva da tendência de queda das grandes emissoras, Globo e SBT. Uma menos,outra mais acentuada.

Em teledramaturgia acho que todas as emissoras perderam. Quando não em espaço físico,em audiência e qualidade.

Em realitie show,idem. A audiência do BBB 2010 foi a menor de todas,o que confirma uma tendência de queda que a Globo não conseguiu estancar. SBT fez várias lambanças e queimou realities como Esquadrão da Moda, Supernanny,Astros, porque não soube dar a esses o devido descanso.

2010 foi um ano de eleições: Como sempre,e pra não variar,a Globo mostrou sua face rasteira nessas eleições e mostrou seu lado. Depois da vergonhosa edição de um debate em que a Globo favoreceu descaradamente Collor e dinamitou Lula; depois de uma vergonhosa edição do JN em que a Globo dedicou quase todo o jornal para a divulgação de um dossiê dos aloprados,em véspera das eleições e ignorou a queda de um avião da Gol,eis que em 2010 a Globo vem com mais uma presepada: O episódio da bolinha de papel na cabeça de Serra. Foi uma ação vergonhosa,antiética e sobretudo sem caráter o que a Globo fez com esse episódio. Chamou com urgência um tal analista de imagens, pseudo perito pra avaliar imagens irreconhecíveis a partir de um celular e avaliar que havia ali uma fita crepe. Ninguém soube,ninguem viu. Mas ele garantiu. O fato é que a blogosfera está antenada e em poucos minutos foi denunciada a farsa e o jornalismo da Globo conseguiu a proeza de atingir os tt,s mundiais no Twitter. A isso algumas pessoas chama de profissionalismo,eu já chamo de outra coisa.

Bom,é isso.

Vamoquivamo

Tarcísio disse...

O ano de 2010, pra Record, foi melhor que o de 2009, ainda que assim não repita os índices do passado recente, quando as novelas alcançavam não raramente, 20 pontos de média pra cima e quando o principal jornal da emissora, o Jornal da Record, alcançava até 18 pontos de média.

Hoje, as novelas lutam para sairem da casa dos 10 pontos de média geral. O JR, quando dá mais do que 8 pontos é lucro, e mesmo sendo exibido no horário nobre, não faz inveja nem à audiência do Bom dia Brasil, em pelna 7h30 da manhã.

A audiência do período vespertino da emissora se manteve estável, mesmo com a Globo escalando Sinhá moça e Sete pecados para diminuir sua audiência e não superar as novelas inéditas. Com o Clone, a situação da emissora dos Bispos pode acabar piorando, uma vez que nos últimos dias, a Record já vem perdendo constantemente a vice-liderança no período da tarde.

À noite, a situação é ainda mais caótica. A média-noturna, de ontem da Record foi de 9 pontos. A da Rede Globo, 30 pontos. No desejo de diminuir o traço da reprise de Os mutantes, a emissora de Edir Macedo teve que colocá-lo em meio a um enlatado. A operação deu 'certo', mas ainda assim a novela mantêm uma média de 6 pontos. O SP Record, mostrou que só dá audiência quando a concorrência fracassa. Na época de Tempos modernos, chegava a altos picos no Ibope. Hoje não dá de PICO, o que contra Tempos modernos dava de MÉDIA.

A dramaturgia também fracassou como um todo. Bela a feia não conseguiu dar mais que 10 pontos e Ribeirão caminha para pífios 11, mesmo com a ajuda da Fazenda. Não tem público... Um dia dá 17 e no outro 10.

A dramaturgia da Rede Globo também teve seus baixos... Mas ao contrário da concorrente (?), teve seus altos. Escrito nas estrelas se firmou como um arrasta-quarteirão e alcançava picos de 30 pontos em plena 18h. TiTiTi, hoje, é o grande destaque da dramaturgia brasileira e vai se firmando como um tremendo sucesso. Os baixos, foram Tempos modernos e Passione, que não alavancaram, embora Tempos modernos, o maior fracasso do horário das 19h, tenha dado MAIS DO QUE O DOBRO das novelas da outra emissora.

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