sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Por onde anda a Teledramaturgia brasileira?

Já houve quem defendesse que o Brasil vive na década atual o seu melhor momento em teledramaturgia, afinal, são três emissoras investindo alto em produções de ficção e ainda há a quarta rede que tenta se estabilizar com pelo menos um produto novo.

Desde o início da década, quando a Rede Record iniciou sua onda de investimentos milionários buscando um projeto ousado de tirar da Rede Globo a preferência do telespectador, o burburinho em praticamente todas as TVs começou. A emissora entendeu rapidamente que não se constrói uma Rede de Televisão no Brasil sem que tenha os dois pés fincados na teledramaturgia e passou a investir muito nesta área com novelas, séries e, mais recentemente, minisséries.

Após um período completamente perdido, vivendo numa bolha e funcionando como se fosse uma TV interna da família Abravanel, o SBT voltou a investir no ramo das telenovelas com a contratação de Tiago Santiago e um elenco respeitável em suas últimas tramas e, aparentemente, manterá o investimento para os próximos anos.

Ainda assim, deixando de lado a Rede Globo, a maior produtora de novelas e séries do país e, detentora dos melhores produtores de teledramaturgia do país e um dos melhores do mundo, a pergunta que se deve fazer é: Onde está a dramaturgia no Brasil? A Record alardeou produzir folhetins do nível da concorrente, se orgulhou em passar a realizar minisséries - tidas como muito mais complexas - e sempre lembra que também investe em séries. E daí? Atualmente, a emissora conta com um único produto de dramaturgia nacional no ar, Ribeirão do Tempo. O restante da programação tem de tudo, menos produto próprio na área. Em pleno horário nobre a Rede coloca no ar uma série americana. Além do que, segue indefinida a estréia da versão brasileira de Rebelde e, a minissérie A História de Davi foi adiada, enquanto Sansão e Dalila entrará no ar apenas em 2011. Muito pouco para quem quer ser comparada a Globo, não?

E o SBT que encurtou a novela Uma Rosa com Amor sob a fraca alegação de que o Horário Eleitoral Gratuito iria atrapalhar a grade da emissora? Com isso, a emissora voltou a não ter nenhuma produção própria e inédita no ar. Chega a ser deprimente sintonizar o SBT e perceber que a emissora não tem produção própria. Atualmente a emissora exibe dois folhetins, duas reprises, Canavial de Paixões que, ao menos é própria e A História de Ana Raio e Zé Trovão, da extinta Rede Manchete.

Se não fosse a Globo - esta sim, bem organizada, com três novelas no ar o tempo todo, além de muitas séries, minisséries, sitcoms - o Brasil seria provavelmente o pior país do mundo na produção de teledramaturgia. Enquanto este produto é valorizado no mundo inteiro, as emissoras brasileiras preferem apostar em Realities-Shows de qualidade duvidosa, em Programas de Auditórios que dão sono ou no mundo cão que dá audiência mais fácil. É uma pena.

4 Quebraram tudo:

Lucas disse...

SBT exibe 2 folhetins no horário nobre. Ao todo, são 5.

Anônimo disse...

Reprises

Anônimo disse...

....
Tá um lixo mesmo.
Já a Rede Globo com novelas excelentes, até Malhação está legalzinha!

Tarcísio disse...

Talvez, vivemos numa década em que se há mais novelas. Mas quantidade não quer dizer qualidade. As novelas da Globo, embora tenha tido um avanço natural na qualidade técnica, decaíram e muito no que se refera à qualidade da história em si. No horário das 8, por exemplo, é um lixo atrás do outro: Passione de longe, é a pior novela de Silvio de Abreu no horário nobre, além de ser um dos folhetins mais pífios de toda a história. No horário das 7, tivemos Três irmãs e Tempos modernos, só pra citar algumas que passaram longe do aceitável. Não acredito que em décadas passadas, o horário teve esses problemas, já que naquela época havia Cassiano Gabus Mendes e Silvio de Abreu dominando o horário. O fato é que os autores estão precisando se reclicar e se renovarem. Infelizmente, não se fazem mais novelas como antigamente.

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