sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Escrito nas Estrelas: uma novela que quase aconteceu

Quando Escrito nas Estrelas estreou, logo após uma semana de exibição, a impressão que se tinha era de que pela primeira vez em muitos anos a Rede Globo conseguiria colocar no ar no horário das 6 três novelas seguidas que estavam num nível acima do razoável. Ledo engano, a novela que tinha tudo para ser interessante e muito bem amarrado foi se perdendo ao longo do tempo até tornar-se essa trama disforme e sem pé nem cabeça a que estamos sendo submetidos.

A bem da verdade é que o primeiro terço do folhetim de Elizabeth Jhin foi muito bom, melhor que de muitas novelas já exibidas, inclusive, porém, a partir daí, ficou claro que a autora não havia escrito uma sinopse bem construída o suficiente para resistir a quase 150 capítulos e o resultado foi o que vimos. Após seu primeiro mês, a história parou e começou a andar em círculos. A própria história de Viviane (Nathália Dill) gerar o filho de Daniel (Jayme Matarazzo) que parecia muito interessante começou a ficar enfadonha porque era irritante a enrolação da autora para fazer com que tudo se desenvolvesse.

Pior do que isso era a história de amor entre Viviane e Ricardo (Humberto Martins) que demorou meses para começar - sim, começar, porque engrenar, até hoje não engrenou - e, após começada ficou ainda pior. Elizabeth Jhin não ficou satisfeita em tratar do tema vida após a morte de forma tão bizarra como o fez, ainda inseriu elementos de vidas passadas e transfigurou o roteiro em um conto de fadas mal escrito e que beirava o ridículo. A história de Valentina era ainda pior do que a de Viviane e, quanto mais fomos conhecendo do período de vida passada, mais tudo perdeu o sentido. E o Vicente (Antônio Calloni) de grande exemplo de moral e ética, de homem espiritual e ser evoluído, transformou-se num amigo traidor, detentor de segredos e ainda cruel em vidas passadas?

Se todo esse samba do criolo doido estava previsto em Escrito nas Estrelas, não dá para saber quem é pior, a autora por ter pensado numa história assim ou a direção da emissora que aprovou algo desse jeito. De positivo mesmo somente os personagens Gilmar (Alexandre Nero) e Judite (Carolina Kasting), graças as geniais atuações da dupla.

A bem da verdade é que em sua segunda novela solo, Elizabeth Jhin (também autora de Eterna Magia) mostrou-se capaz de produzir histórias que começam interessantes e que terminam de forma modorrenta e deprimente. Seria o caso da autora se dedicar às minisséries, não? Porque Escrito nas Estrelas que, tinha tudo para ser um sucesso impressionante de crítica e audiência (na primeira parte, a trama chegou a beirar os 28 pontos de média parcial e caiu vertiginosamente, fechando com 26 pontos de média geral), tornou-se deprimente. E que venha Araguaia e com ela, fluidos melhores.

4 Quebraram tudo:

Daivison Tavares disse...

Escrito nas Estrelas foi uma novela linda e com muitos elementos interessantes e que o povo gosta de ver. Pode-se dizer que ela agrada muito o público D e E ,mas é esse público que mais dá audiência as telenovelas.As pessoas de classes altíssimas não tem tempo de parar e acompanhar uma novela de cabo a rabo.Não estou chamando mais de metade dos brasileiros de desocupados,mas quero dizer que Escrito nas Estrelas agradou muitos brasileiros comuns ,pessoas simples e até os mais instruídos.Essa novela proporcionou muitas risadas e outras vezes cenas tão emocinonates que dava vontade de chorar.
Ponto pra Rede Globo mais uma vez.

SandyLane disse...

Também gostava de EnE no início mas depois, pelo menos pra mim, perdeu a graça, tanto que parei de acompanhar. A novela não foi horrível, mas tabém não foi essa coca-cola toda. E pelo que vi nas chamadas, 'Araguaia' também não será grande coisa.

Unknown disse...

Discordo em quase tudo. Acho que a maneira lenta como o romance entre Ricardo e Viviane foi conduzido foi muito boa. A forma lenta como o romance foi conduzida fez com que o público aceitasse o casal Humberto Martins e Nathalia Dill, coisa que poderia ter soado ridicula se não fosse feita de maneira lenta e delicada como aconteceu.
Sobre a questão da vida após a morte, tenho que discordar novamente de você. Daniel morreu no primeiro capítulo, não aceitou a sua morte, pois continuou apegado às coisas da Terra e isso passou a perturbar cada vez mais o espírito do rapaz. As cenas com Francisca, Athael e Seth foram essenciais para a construção do personagem Daniel, que poderia tersido apenas um fantasminha camarada que depois enlouquece.
Desde o início a novela deixou bem claro que trataria da doutrina espírita, então, nada mais natural que os acontecimentos ocorridos no presente tivessem ligações com vidas passadas.
Não sou seguidor da doutrina Kardecista, mas sei que os espíritos evoluem constantemente através de suas diferentes vidas, então, o que há de bizarro em vicente ter sido uma pessoa crual em vidas passadas? As descobertas que fizemos sobre Vicente ao longo da novela, ao meu ver, não prejudicaram em nada o personagem, só comprovaram que ele é humano e pode cometer erros, assim como pode se arrepender e pode ser perdoado.
Escrito nas estrelas ainda nos presenteou com uma dupla de vilãs cômicas como há muito não se via, Zezé Polessa e Debora Falabella tiveram uma química tão grande e foram tão divertidas durante a novela que não dava para odiar as vilãs, falando em vilões, concordo com você quando citou as maravilhosas atuações de Carolina Kasting e Alexandre Nero.
Não podemos esquecer também de Jandira Martini, Suzana Faini, Carol Castro, Gizele Froes, Mariana Ruy Barbosa, Antonio Calloni, e claro, os protagonistas Nathalia Dill e Humberto Martins, que provou definitivamente que é um ótimo ator, depois de ter ficado marcado por atuar sem camisa em novelas do Carlos Lombardi.
Como nem tudo são flores, acho que a novela pecou em não abordar as questões éticas sobre a fertilização através do semem de um pai já morto, a abertura era horrenda e a direção de arte muitas vezes beirou o ridiculo nas cenas de vida após a morte.
Sobre a queda de audiência na reta final, lembre-se que a novela passou a começar mais cedo por conta do horario político e passou a receber a audiência super baixa da nova temporada de malhação, mesmo assim conseguiu ter audiência geral maior que Cama de Gato, considerada um sucesso.

Francamente, espero muito pouco de Araguaia. O que esperar de uma novela protagonizada pelo chato Murilo Rosa e por Milena Toscano (quem?). Sem falar na péssima Cléo Pires como vilã. Nem lembro a ultima vez que o Walter Negrão acertou escrevendo uma novela.

Abraços

Gabriel Bueno disse...

Respondendo o Henrique, a última novela em que Walther acertou foi Top Model, mas escolheu a protagonista errada(Malu Mader).

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