Decidi assistir Jean Charles após ler algumas críticas positivas em relação ao filme e, principalmente pelo fato de alguns amigos elogiarem bastante o roteiro e também a atuação de Selton Melo no papel de protagonista. Me empolgou e decidi calmamente ir assistir.
Realmente o roteiro não é ruim, aliás, é muito melhor que boa parte dos filmes brasileiros, porém, é um roteiro e uma produção desnecessária e cansativa. O brasileiro Jean Charles foi morto por engano pela polícia inglesa ao ser confundido com um terrorista quando transitava pelas ruas de Londres. A história ganhou grande repercussão e por isso a decisão do filme.
Ocorre que, exceção feita ao dia do assassinato, a vida de Jean Charles era muito, muito chata. Para contar a história de um brasileiro comum sem grandes acontecimentos durante toda a sua vida, não era necessário um filme. Espero que as pessoas que ficaram chocadas com o assassinato compreenda que não estou diminuindo o grau de crueldade do assassinato, estou apenas constatando algo baseado no roteiro de um filme.
Na maior parte do tempo o filme é cansativo sem nada que prenda a atenção do telespectador, uma vez que as situações que envolvem o protagonista são situações corriqueiras que podemos encontar em qualquer lugar, sem nenhum tom dramático nisso. A seqüência em que a polícia confunde Jean Charles com o terrorista e o persegue pelo metrô londrino até seu assassinato cruel é mais interessante, apesar de que poderia ser feito de forma a gerar mais expectativa e causando mais choque.
A atuação de Selton Melo não é um primor e digna de Oscar como alguns exageraram. É uma atuação apenas discreta, que não compromete o filme, mas que também não tem nenhum destaque. Mas o roteiro não ajudou também o ator a compor um personagem complexo, já que Jean Charles era extremamente raso, enquanto personagem dramático.
Enfim, mais um filme brasileiro que estreia com pompas de superprodução e que na prática é apenas discreto.
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