Quem assistiu à estréia da nova série da Globo no último domingo pôde perceber que ela tem todos os elementos de quadro do "Fantástico". Bom texto, bom elenco, boa fotografia, interação com o público. E Denise Fraga!
Depois de diversos anos à frente dos mais variados quadros humorísticos e com moldes completamente diferentes dos tradicionais, a atriz emplacou uma série dentro desses mesmos critérios.
"Norma", na verdade, tem o selo Denise Fraga de qualidade. Ou seja: é um presente para quem gosta de assistir humor despojado, mas de qualidade, frases e situações fortes, que nunca parecem forçadas ou de baixo nível. É o típico humor que, às vezes, tem uma pitada de pimenta. Mas que mesmo assim pode ser assistido por toda a família, dos 8 aos 80.
A interação com o público me chamou a atenção. Denise Fraga é Norma, uma pesquisadora que faz tudo na sua vida baseada em pesquisa. E exagera na dose profissional. Por conta disso, após uma pesquisa estatística, decidiu separar-se de seu marido, que mesmo assim continua aparecendo sempre. Afinal ela ainda o sustenta - ao menos com comida. Norma ainda é mãe de uma adolescente e, em meio a esse caos, ela pergunta aos colegas de trabalho como "uma mulher divorciada, que trabalha fora e é mãe de adolescente consegue arrumar um jeito para namorar".
É aí que entra o público. Público este que está no estúdio e conversa com Denise, num bate papo informal e divertido. A espontaneidade de Denise Fraga diante da platéia me chamou a atenção também. Acabou tudo parecendo conversa de amigos. E a Norma, claro, segue as dicas dadas a Denise, mexendo na condução da história, mas nem tanto assim, já que fica claro que o roteiro não é modificado. Com todos esses ingredientes, a série é excelente e veio em boa hora, principalmente por estarem em falta produtos de qualidade alta.
Mas há um porém em meio a tantos elogios. O molde diferente que mais parece um quadro corre o risco de não agradar o telespectador, que pode rejeitar tantas interrupções a história para ajudar a Norma. É um risco que a direção da emissora correu.
E mais do que isso: um produto dessa qualidade corre o risco, sim, de cair no esquecimento pelo simples fato de que o telespectador brasileiro não tem o histórico de gostar de programas que o faça pensar. E é esse o tipo de humor de Norma e Denise Fraga. O brasileiro tem preguiça de pensar, principalmente em frente da TV. Por isso, na minha opinião, Norma é um acerto errado.
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2 Quebraram tudo:
Aquilo lá é distanciamento Brechtiano. Coisa aprendida pela Denise, creio eu, na peça "A ALMA BOA DE SESTSUAN".
EU ADOREI.
ESPERO QUE EMPLAQUE,
A qualidade do programa é incontestável.
Divertido e inteligente, e nos dando a chance de acompanhar mais uma vez o formidável talento de Denise Fraga.
Mas não pegou no Ibope. Pena que a maioria dos programas na TV aberta dependam da audiência para sobreviver. Lamentável o destino que Norma possa tomar. Aproveitemos, enquanto ainda é possível, esse excelente seriado.
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