Tudo Novo de Novo - Duas Irmãs

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Já está virando clichê, mas nesse caso preciso dizer que nem ligo. Pelo visto, enquanto Tudo Novo de Novo estiver no ar você vai vir aqui semanalmente e ler eu dizer que esta é a melhor série da TV brasileira e já se tornou uma das minha favoritas. Incrível é que toda sexta ela consegue melhorar ainda mais.

Nesta sexta em "Duas Irmãs", o episódio resgatou toda a tensão que havia se perdido nos últimos episódios que estavam mais centrados em convivência familiar. Os problemas entre Clara e Nanda por causa do caso da irmã da protagonista com o cunhado de Miguel (confuso, eu sei, mas brilhante também) acabaram por ter seu desenrolar no episódio de hoje.

A cena em que Clara e Nanda discutem é sensacional, principalmente quando Nanda diz: "Eu a auto centrada? Você entra aqui e fala como eu destruí a SUA vida, o SEU namoro, a SUA felicidade e a auto centrada sou eu?" Muito bom o texto e a Maria Eduarda deu um banho de atuação, só pra variar.

Gostei também da forma como Miguel e Clara lidaram com a situação da irmã dela ter um caso com o cunhado dele. O diálogo entre Miguel e Otávio foi tudo muito equilibrado, como dois homens maduros e, Otávio, como eu já esperava, mostrou ser uma ótima pessoa, apenas confuso apenas tantos anos de casamento. A conversa dele com a esposa também foi de muita sensibilidade e ela sempre muito madura e equilibrada. Gostei.

E teve a Irene Ravache... ah, a Irene Ravache que em um episódio, em poucos minutos no ar, com poucas cenas aparecendo, roubou todo o episódio para si. Ela fez uma artista plástica lésbica que tem um caso com Ruth. Tudo muito sensível, sem ficar vulgar, dentro da brilhante proposta da série.

A cena em que Júlia e Ruth conversam sobre a relação da mãe foi comovente. Ruth dizendo: "Quando você crescer você vai entender." e Júlia diz: "Pára de dizer isso. E enquanto eu não cresço, o que faço?" Quando eu digo que o texto dessa série é primoroso tem gente que ainda não acredita.

Ótimo saber que Irene Ravache continua na série, espero que entre para o elenco fixo, porque ela arrebenta.

Mas o melhor do episódio ficou, de novo, na boca de Léo. Quando Clara chegou em casa e viu a irmã lá, estranhou, mas Nanda já se apressou a sair, antes porém, Léo soltou mais uma de suas pérolas: "Mãe, por que você e a tia Nanda estão brigada? Você diz que irmãos não podem brigar e manda eu fazer as pazes quando eu brigo com a Carol e agora você briga?" Esse menino é sensacional, um dos personagens mais bem criados da série toda.

A última cena, como sempre, foi de um bom gosto brilhante. Os roteiristas sabem como ninguém criar situações que nos fazem pensar (ou como diria a Warner: "nos fazem sentir") e a direção entendeu bem o sentido da série. Ver a Clara olhando para Miguel e Léo lendo um livro infantil (e com um significado absolutamente profundo para a série) não teve preço.

Parabéns a Globo.